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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Segundo trabalho de Inglês

Nome: Rosa da Lúcia Sampaio; Código do Estudante: 708216208

Curso: Licenciatura em ensino de


Português
Disciplina: Inglês
Ano de Frequência:1º ano
Tutor: Eliseu Njaico (Ph.D)

Marromeu, Junho de 2022


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(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice

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I. Introdução

O estudo em pauta tem como foco a contribuição Pedagogia para as Ciência da Educação. Assim,
sua construção se realizou a partir de uma abordagem qualitativa, por meio da leitura em livros e
artigos científicos de autores clássicos que discutem o tema. Teve como objetivo realizar
reflexões epistemológicas e sociais sobre a Pedagogia como Ciência da Educação, tecendo um
breve diálogo sobre este campo científico e sua contribuição para o debate na formação docente.
Para o seu desenvolvimento propomos os seguinte objectivos:

Geral

 conhecer o contributo da Pedagogia para as ciências da educação.

Específicos

 conceituar a pedagogia como uma ciência da educação;

 relacionar a pedagogia e a didática na formação de professores;

 explicar como a pedagogia contribui na formação de professores.

Como ponto de partida, abordaremos a Pedagogia como Ciência da Educação, no ponto seguinte
nos desbordaremos do seu contributo nessa ciência, especificamente na formação de professores.

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Pedagogia como ciência da educação

Pedagogia é a Ciência da Educação cuja metodologia abarca a complexidade de estudar o


fenômeno educacional. Diante disso, entendemos a importância de refletir sobre as dimensões
transdisciplinares e de aprofundar as suas investigações. Devido a isso, acreditamos ser
necessário organizar o conhecimento produzido em áreas de estudo dessa Ciência.

Assim, a educação faz parte do contexto social. “A educação se faz em processo, em diálogos,
nas múltiplas contradições, que são inexoráveis, entre sujeitos e natureza, que mutuamente se
transformam” (FRANCO, 2016, p. 543) e cabe a Pedagogia, como Ciência da Educação, o estudo
do fenômeno educacional na sua dialeticidade, criticidade, dinamicidade e complexidade.

Atualmente, já percebemos algumas áreas de estudo da Pedagogia que estão sendo fortalecidas
por pesquisas e construções teóricas. Para exemplificar destacamos a Didática, que precisa ser
entendida como um campo epistemológico que exige profundidade nas suas investigações e
novos aportes teóricos capazes de entender a complexidade da ação educativa, construindo uma
diversidade de estratégias e recursos didáticos em espaços diferentes de aprendizagem. Essa
percepção foi definida por Pimenta (2011, p. 74):

A Didática é uma área de estudos da Ciência da Educação (Pedagogia),


que, assim como esta, possui um caráter prático (práxis). Seu objeto de
estudo específico é a problemática de ensino, enquanto prática de
educação, é o estudo do ensino em situação, ou seja, no qual a
aprendizagem é a intencionalidade almejada, no qual os sujeitos
imediatamente envolvidos (professor e aluno) e suas ações (o trabalho
com o conhecimento) são estudados nas suas determinações histórico
sociais.

A didática é uma área da Pedagogia e é um conjunto de saberes sobre o processo ensino-


aprendizagem, construído na Ciência da Educação, que permeiam as matrizes curriculares dos
cursos de formação inicial de professores e compõe a ementa de muitos cursos de formação

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continuada. Ela é potencialmente colaborativa/colaboradora dessas formações, pois, se configura
como prática social que se efetiva em situações de ensino (e aprendizagem).

É salutar compreender que a didática não consiste em “receitinhas” prontas para os professores
utilizarem em sala de aula como mera aplicação das tecnologias desenvolvidas, isso é entendido
como um ensino meramente operacionalizado (ALMEIDA, 2019; FRANCO; PIMENTA, 2016;
FRANCO, 2019; SILVA; CAVALCANTE; CARNEIRO, 2015; PIMENTA, 2019), e uma visão
limitada da mesma. Por isso, Pimenta (2011, 2019) nos convida a ressignificar a didática a partir
das investigações sobre o ensino e, entendemos, que estas passam pelo campo epistemológico da
Pedagogia.

Contribuição da pedagogia na formação de professores

A formação docente e a pedagogia Pensar sobre as possibilidades que têm a Pedagogia e a


Didática de colaborarem para a construção de espaços pedagógicos prazerosos, criativos e
interativos para cativar os discentes é ao mesmo tempo buscar subsídios para tornar a escola um
lugar de construção do conhecimento partilhado entre docentes e discentes. Entretanto, o
professor necessita de uma formação pedagógica que lhe torne um sujeito capaz de dialogar com
as circunstâncias postas pela prática docente. Uma formação pedagógica que o permita construir
práticas conforme as reais necessidades dos discentes e, desse modo, envolvê-los nos processos
de ensino e aprendizagem, é necessária. Nesta perspectiva, compreendemos que a formação
docente deve levar os professores a serem sujeitos capazes de mobilizar os alunos para a
construção do conhecimento a partir de uma educação problematizadora, democrática e
equânime. Nessa perspectiva, Franco (2012) assinala que:
Cabe pensar também que a formação de professores não se efetua no vazio, mas deve
estar vinculada a uma intencionalidade, a uma política, a uma epistemologia, a
pesquisas aprofundadas dos saberes pedagógicos. A formação de professores
desvinculada de um projeto político só pode caracterizar uma concepção extremamente
pragmatista, reprodutivista, tecnicista da ação docente (FRANCO, 2012, p. 167).
Os professores carecem de uma formação crítica, dialógica e reflexiva que os permita
desenvolver práticas pedagógicas que supram as necessidades dos alunos, os quais, na sua grande
maioria, são carentes de uma educação pública de qualidade. No entanto, ressaltamos aqui a
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importância da participação e envolvimento dos discentes no processo de ensino para que, de
fato, a aprendizagem ocorra, visto que a construção do conhecimento exige o envolvimento ativo
dos mesmos. Disso decorre a importância do professor possuir uma formação fincada na
Pedagogia, sendo capaz de construir práticas pedagógicas que ajudem os alunos a desenvolverem
suas capacidades cognitivas, reflexivas e intelectuais, pois a escola, enquanto contexto formativo,
deve proporcionar ao seu corpo discente uma educação ética, crítica, problematizadora,
responsável, e, conforme postulou Nóvoa (2009), que os ajudem a ultrapassarem as fronteiras que
tantas vezes lhe são traçadas como destino pelo nascimento, pela família ou pela sociedade.
Em face do exposto, cabe reiterar que a formação pedagógica dos professores emerge como uma
necessidade da população docente que urge ser sanada no cenário educacional, pois os
professores precisam, por meio de suas práticas pedagógicas, atrair os discentes e mantê-los na
escola a fim de cumprirem o seu trabalho que é ensinar. Entrento, Lessard e Tardif (2005)
salientam que:
Os alunos são clientes forçados, obrigados que são a ir para a escola. A centralidade da
disciplina e da ordem no trabalho docente, bem como a necessidade quase constante de
"motivar" os alunos, mostram que os professores se confrontam com o problema da
participação do seu objeto de trabalho - os alunos - no trabalho de ensino e
aprendizagem. Eles precisam convencer os alunos que "a escola é boa para eles", ou
imprimir às suas atividades uma ordem tal que os recalcitrantes não atrapalhem o
desenvolvimento normal das rotinas do trabalho (LESSARD e TARDIF, 2005, p.35).

Na mesma linha de raciocínio, Araújo e Magalhães (2016) tem discutido que a Didática e a
Pedagogia levam o professor a refletir cada dia e sempre mais a partir da ação que empreende e
colocar-se em processo de autoformação, assim como contribuem com os professores na
reconstrução de suas práticas docentes. Entretanto, assinalam que a Didática e a Pedagogia não
toleram a distância das práticas pedagógicas dos professores, pois a distância limita a construção
de saberes didáticos-pedagógicos. Assumem os autores que:
[...] uma formação docente fincada na Didática e na Pedagogia permitirá ao professor
construir e reconstruir sua prática, assim como descortinar caminhos rumo a uma
experiência docente de êxodo, de passagem da repetição para a autonomia intelectual, do
individualismo para o coletivo, do comodismo para a militância pedagógica, e assim o
professor poderá fazer da sua própria prática pedagógica laboratório de formação
(ARAÚJO E MAGALHÃES, 2016, p. 225).

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Desse modo, portanto, entende-se que uma formação docente, imbricada ao campo da Pedagogia
e da Didática, possibilita aos professores construírem saberes pedagógicos que os levem a serem
mediadores de um ensino mais significativo e transformador do contexto social. Por isso, os
professores precisam ser formados de modo dialógico, crítico e reflexivo para que se possa
melhorar a qualidade da educação. Dessa forma, entendemos que o campo da Pedagogia auxilia
os professores na responsabilidade que se constitui o ato de ensinar.
Diante da discussão já empreendida, sublinha-se que construir saberes pedagógicos significa
construir conhecimentos referentes às intencionalidades que devem permear o ato de ensinar. São
eles que conferem sentido e direção às aulas construídas no espaço escolar. Dessa forma, é
oportuno salientar que a prática do professor só será prática pedagógica se estiver revestida dos
sabres pedagógicos em sua constituição. A esse respeito, Franco (2015) assim se expressa:
Portanto, uma aula só se torna uma prática pedagógica quando ela se organiza em torno:
de intencionalidades, de práticas que dão sentido às intencionalidades; de reflexão
contínua para avaliar se a intencionalidade está atingindo todos; de acertos contínuos de
rota e de meios para se atingir os fins propostos pelas intencionalidades. Configura-se
sempre como uma ação consciente e participativa (FRANCO, 2015, p. 605).
Partindo do raciocínio da autora, entende-se que os saberes pedagógicos são construídos pelos
próprios professores quando refletem e analisam suas práticas docentes em um movimento de
fazer/refletir/transformar e, assim, transformá-las tendo em vista a melhoria da prática dos
processos de ensino e aprendizagem.

Pimenta e Lima (2009) apresentam uma importante assertiva sobre as contribuições da Pedagogia
e da Didática para a atividade docente. Segundo as autoras:
A Pedagogia – ciência prática da e para a práxis educacional, na medida em que
possibilita uma autêntica análise crítica da cultura pedagógica facilitando ao professor
debruçar-se sobre as dificuldades concretas que encontra em seu trabalho, bem como
superá-las de maneira criadora, e a Didática, cujo cerne de estudos é a atividade docente
de ensinar, constituem-se em instrumental importante para ampliação da unidade entre a
teoria e a prática do trabalho dos professores e coordenadores envolvidos nos cursos de
formação de professores (PIMENTA E LIMA, 2009, p. 196).
Dessa forma, faz-se necessário os professores contarem com uma formação fincada no campo
pedagógico, como já sublinhado, haja vista que os referidos saberes permitirão ao docente a
leitura e a análise de suas próprias práticas.
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Os saberes pedagógicos, portanto, podem auxiliar os professores na construção de aulas capazes
de despertar no aluno o senso crítico e mobilizá-los para a atividade intelectual. Faz-se necessário
que a formação dos professores esteja entrelaçada pelos conhecimentos da Pedagogia, como
ciência que tem por objeto de estudo o fenômeno educativo. Dessa forma, o professor, consciente
da importância da sua aula para a formação dos alunos, planeja suas práticas revestindo-as de
intencionalidades políticas e transformadoras visando a aprendizagem dos discentes.
No rastro do exposto, o professor por meio da pedagogia fica consciente que uma ação
pedagógica transformadora ocorre à medida que se pauta no diálogo com os sujeitos envolvidos,
os quais, paulatinamente, devem se transformar. Para o desenvolvimento dessa prática
pedagógica, entretanto, o professor deve saber planejá-la a partir de situações desafiadoras,
intrigantes e transformadoras do meio social. São muitos os desafios a serem superados visando
tornar a prática docente atrativa e coerente com as gerações contemporâneas. Entretanto, atingir
esses objetivos pode se mostrar laborioso. É nesse contexto que a Pedagogia se mostra útil aos
professores, auxiliando na construção de uma prática pedagógica transformadora, pois uma das
funções da Pedagogia é levar o professor a refletir sobre o que ensina.

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Conclusão

A Pedagogia mudou muito e o status da Ciência da Educação, pela natureza de sua complexidade
e de seu fenômeno ascende e transcende e, na perspectiva do seu estatuto de cientificidade, a
permite também situá-la como uma ciência da/para a prática.

Ao apostar no diálogo da Pedagogia como Ciência de Educação, acreditamos que os saberes


pedagógicos podem auxiliar os professores na construção de aulas capazes de despertar no aluno
o senso crítico e mobilizá-los para a atividade intelectual. Faz-se necessário que a formação dos
professores esteja entrelaçada pelos conhecimentos da Pedagogia, como ciência que tem por
objeto de estudo o fenômeno educativo. Dessa forma, o professor, consciente da importância da
sua aula para a formação dos alunos, planeja suas práticas revestindo-as de intencionalidades
políticas e transformadoras visando a aprendizagem dos discentes.

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Referencias Bibliográficas

ARAÚJO, O. H. A. & MAGALHÃES, C. S. (2016). A formação docente didático-pedagógica a


partir do olhar dos coordenadores pedagógicos. In: ANDRADE, Francisco Ari de; TAHIM, Ana
Paula Vasconcelos de Oliveira; CHAVES, Flávio Muniz (org.). Educação, saberes e práticas.
Curitiba: CRV. pp. 223-232.
FRANCO, M. A. S. (2012) Pedagogia e Prática Docente. 1.ed. São Paulo: Cortez.
FRANCO, M. A. S.; PIMENTA, S. G. (2016). Didática multidimensional: por uma
sistematização conceitual. Educação & Sociedade, v. 37, n. 135, p. 539-553.
LIBÂNEO, J. C. (2010). Pedagogia e Pedagogos, Para Quê?. São Paulo: Cortês.
NÓVOA, A. (2009). O futuro ainda demora muito tempo?, Lisboa: Educa.
PIMENTA, S. G. (2011). Panorama atual da Didática no quadro das Ciências da Educação:
Educação, Pedagogia e Didática. In: PIMENTA, S. G. (coord.). Pedagogia, ciência da educação?
6. ed. São Paulo: Cortez. p. 47-83
PIMENTA, S. G. & LIMA, M. S. L. (2009). O estágio na formação de professores: unidade
teoria e prática? 8. ed – São Paulo: Cortez.

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