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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Papel da Interacção entre Docente e Discente na Qualidade de Ensino à


Distância

Amândio António José 708231278

Curso: Biologia

1
Disciplina: Praticas Pedagógicas I
Ano de Frequência: 1º

Nampula, Abril 2023

Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos

1
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução.........................................................................................................................................4

Objectivo Geral................................................................................................................................4

Objectivos Específicos.....................................................................................................................4

Conceito de Educação a Distancia...................................................................................................5

Educação a Distancia e as Ferramentas Utilizadas Para Um Ensino de Qualidade.........................7

Características da Educação a Distância..........................................................................................8

Interacção e Interactividade............................................................................................................10

Avaliação contínua e diagnóstica no ensino a distância.................................................................11

O papel do Tutor no Processo de Ensino a Distância.....................................................................12

O Papel do aluno no contexto do ensino a distância......................................................................14

Conclusão.......................................................................................................................................17

Referencias Bibliográficas..............................................................................................................18

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Introdução

A Educação a Distância (EAD) cresce cada vez mais em nosso país devido a sua flexibilidade,
pela rápida evolução das redes, pela mobilidade tecnológica, pela abrangência dos sistemas de
comunicação digital e pela construção de uma educação de qualidade diferenciada.

Segundo Medeiros (2011), a EAD não é uma modalidade de ensino nova, já é conhecida desde o
século XIX, mas somente nas últimas décadas passou a fazer parte das atenções pedagógicas.

Tudo isso se tornou possível pela disposição de tantas inovações tecnológicas, essa
modalidade de ensino é tão abrangente na actualidade que podemos dizer Educação a
Distância, pois educar vai além do ato de ensinar, educação no sentido amplo de
interacção, convivência, relacionamentos, debates, trocas e compreensão do mundo.
(BORGES, 2011, não paginado)

O aluno não precisa estar frequentando a sala de aula para aprender, pois a presença do professor
será feita por meio de um sistema que compreende material didáctico especialmente preparado
para essa modalidade e tutoria a distância no ambiente virtual dos alunos. A interacção,
autonomia e liberdade são palavras cada vez mais motivadoras, incentivando alunos para a EAD.

Objectivo Geral

 Analisar o papel da interacção entre docente e discente na qualidade de Ensino à


Distância

Objectivos Específicos

 Contextualizar a interacção entre estes dois intervenientes no ensino à distância;


 Identificar o papel de cada um dos intervenientes no processo de ensino e aprendizagem

Com os objectivos traçados para que fossem concretizados, uso – se a metodologia da revisão
bibliografia que consiste em obtenção das informações a partir das fontes já publicadas por vários
autores.
Quanto a estrutura, o trabalho contem: capa, folha de feedback, índice, introdução,
desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
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Conceito de Educação a Distancia

Traduzir o conceito de EaD não é tarefa fácil, pois existem muitas nomenclaturas sobre o assunto,
mas sabemos que falar do conceito de EaD é também abordar suas características, pois ela só
acontece considerando os recursos e processos que o permeiam, bem como o papel docente e do
aluno nesse contexto, mas podemos considerar a EaD como uma modalidade de ensino e
aprendizagem favorecida pelo uso da tecnologia, permitindo a distância geográfica entre
professor e aluno, mas não a distância efectiva.

Para Moran (2009) citado por ALVES, “na modalidade a distância, professores e alunos estão
separados fisicamente no espaço e/ou no tempo. Esta modalidade de educação é efetivada através
do intenso uso de tecnologias de informação e comunicação, podendo ou não apresentar
momentos presenciais (2011, p. 84)

[...] não considera, porém, a distância entre professor e aluno como necessariamente
geográfica, uma vez que muitos alunos que buscam essa modalidade de educação nem
sempre estão longe das instituições de ensino. Na concepção do autor, a separação
professor-aluno se dá no afastamento entre o ato de ensinar e o ato de aprender, que para
esse autor representam dois sistemas operantes da EAD: o subsistema de desenvolvimento
de curso (ensino a distância) e o subsistema de suporte ao aluno (aprendizagem a
distância). (2007, p. 23).

Já de início, percebemos divergências entre esses conceitos, quanto a questão de distância, mas
isso é passível de análise e reflexão, já que é um contexto em que estamos aprendendo a
desenvolver e a utilizar, considerando a EaD uma riqueza de possibilidades. Nesse item, podemos
citar vários autores, sendo que assim como apresentam divergências, também apresentam
semelhanças e características em comum, valendo-se do tempo e momento em que se apresentava
a EaD no mundo.

Para Dohmem (1967) citado por , “a EaD é uma forma sistematicamente organizada de auto
estudo, na qual o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado, isso é
possível pelos meios de comunicação capazes de vencer longas distâncias”(2012, p. 18).
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Já para Peters (1973) citado por,“educação/ensino a distância é um método racional de partilhar
conhecimento, habilidades e atitudes, tanto por meio da divisão de trabalho e de princípios
organizacionais, quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o
propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade. Estes tornam possível instruir um
alto número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem, é uma forma
industrializada de ensinar e aprender”. (2012, p. 18)

Tanto Dohmem quanto Peters, destacam a questão do material instrucional fornecido aos alunos,
e da capacidade de atingir um maior número de estudantes. Já Moore (1973) citado por Guarezi,
destaca que:

“a EaD pode ser definida como a família de métodos instrucionais em que as acções dos
professores são executadas à parte das acções dos alunos, incluindo aquelas situações
continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes. Porém a comunicação entre
o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, electrónicos, mecânicos ou
outros” (2012, p. 18).

Esse autor destaca a importância de utilização de todos os meios, buscando a facilitar a


comunicação entre professor e aluno. Já Holmberg (1977), citado por GUAREZI (2012) destaca
as diversas formas de estudo, sob a supervisão dos tutores, destacando que a EaD se beneficia do
planejamento, direcção e da instrução da organização do ensino.

Em 1977, Holmberg citado por Guarezi (2012), já visualizava o importante papel do tutor nesse
contexto, seja ele presencial ou distância, sendo esse fundamental na organização do ensino,
permeando pela produção do material didáctico, planejamento, execução, organização e execução
do processo de ensino e aprendizagem.

Já Keegan (1991) citado por Guarezi (2012), destaca alguns pontos centrais que contribuem para
a formação do conceito de EaD: separação física entre professor e aluno, sendo que é isso que o
difere do ensino presencial; influência da organização educacional (planejamento, sistematização,
plano, organização dirigida); utilização de meios técnicos de comunicação para unir professor e
aluno; previsão de uma comunicação de mão dupla e possibilidade de encontros presenciais com
propósito didáctico e de socialização.

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Aqui o autor destaca a distância física e a possibilidade dos encontros presenciais. Agora, para
Romiszowski (1993) citado por Guarezi (2012) EaD é qualquer metodologia de ensino que
elimina as barreiras da comunicação e para Aretio (1994) citado por Guarezi (2012), é um
sistema de comunicação bidireccional que substitui a interacção pessoal, em sala de aula, entre
professor e aluno, de modo a propiciar a aprendizagem autónoma dos alunos.

Os últimos destacam a eliminação da presença física, a ainda ressaltam a autonomia do aluno,


através do ambiente de aprendizagem, onde o aluno passa a aprender no seu tempo e espaço, a
partir de suas experiências. Chaves (1999) citado por Guarezi (2012), também destaca essa
distância, pois para ela a EaD ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados (no
tempo ou no espaço). No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no
espaço, não uma distância efectiva, e propõe-se que ela seja contornada através do uso de
tecnologias de telecomunicação.

Estes são conceitos apresentados por teóricos do assunto, mas no Brasil, qual a definição
dada para a educação à distância e em qual documento foi registado? Podemos encontrar esse
conceito no Decreto nº 5.622/2005 do Ministério da Educação, em que caracterizou a “EaD como
modalidade educacional na qual a mediação didáctico-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem ocorre com a utilização dos meios e tecnologias de informação e comunicação,
com estudantes e professores desenvolvendo actividades educativas em lugares ou tempos
diversos”.

A partir dos conceitos estudados, observamos algumas semelhanças, pois todos destacam
a separação física entre professor e aluno e a utilização dos meios e recursos afim de facilitar a
comunicação e o processo de ensino aprendizagem, porém sabemos que os conceitos evoluem e
se tornam mais condizentes com a realidade actual, não desvalorizando o conceitos anteriores,
muito pelo contrário, apenas afim de complementar e expor novas características desse contexto.

Educação a Distancia e as Ferramentas Utilizadas Para Um Ensino de Qualidade

Segundo Versuti (2004), em Educação a Distância a qualidade está relacionada à tecnologia


empregada, pois é um aspecto importante, mas não deve ser a sua principal finalidade. Mais
importante que isso é definir qual é o objectivo, se é a formação ou a informação dos sujeitos
envolvidos no processo.
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De acordo com a autora, para as instituições que promovem o ensino, a formação educacional do
indivíduo, é preciso desenvolver situações do estar junto virtual que propiciem a troca de
informações, conhecimento, ou seja, a interacção torna-se elemento fundamental nesse processo,
e para que tenhamos qualidade nestas acções, o foco deve estar no aluno.

Para Azevedo (2008) é necessário ajudar os alunos a construírem seu próprio conhecimento em
uma sociedade repleta de informações em constante mutação. “A EAD é uma combinação de
tecnologias convencionais e novas que proporcionam ao aluno a possibilidade de estudar
individualmente ou em grupo, em ambientes diversos através de métodos de orientação e tutoria”.

O papel da educação é acompanhar e mediar diversas evoluções e manifestações culturais. A


modalidade EAD em parceria com as tecnologias e com os profissionais envolvidos contempla
um modelo ideal para a sociedade actual. O fato de o aluno fazer parte de um ambiente virtual,
não significa que ele está isolado, muito pelo contrário, ele estará conectado com os professores e
os materiais. A tecnologia é utilizada em qualquer situação seja de informação ou de
comunicação.

Características da Educação a Distância

A educação a distância se difere e muito da educação presencial, considerando todos os processos


percorridos, passando pelo papel do tutor e aluno nesse contexto. O que destacamos aqui são
algumas ideias complementares as abordadas no conceito de educação a distância.

Sabendo que a EaD é hoje considerada como a tecnologia da esperança, já que ela possibilita o
acesso a um maior número de pessoas e ainda modifica o processo de ensino e aprendizagem,
onde o professor deixa de ser apenas o transmissor de conteúdos, e o aluno deixa de ser passivo
nesse processo. A partir daí, destacamos abaixo algumas características, que podem ser
organizadas sob o ponto de vista da autonomia, da comunicação e do processo tecnológico:

- Alunos e professores não precisam estar no mesmo espaço e tempo:

Neste a educação não se limita ao espaço físico, já que a educação vai muito além dos muros
escolares, a educação deverá ser contínua e multicultural. Segundo Mill (2015, p.23) “a grosso
modo, a EaD é uma modalidade que apresenta, como característica essencial, a proposta de
ensinar e aprender sem que professores e alunos precisem estar no mesmo local e tempo”.
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O factor espaço e tempo não é um limitador para que a aprendizagem ocorra, muito pelo
contrário, o estudo da EaD é planejado, e conta com a mediação de diferentes ferramentas e
tecnologia, e com isso consegue atingir mais pessoas que se encontram em condições
desfavoráveis.

Tecnologia a serviço da aprendizagem

Hoje o domínio da tecnologia da informação e comunicação é indispensável, e mais necessário


ainda é saber utilizar tudo isso a favor da educação, contribuindo para o processo de ensino e
aprendizagem. Segundo Ribeiro (2014, p.14) “a EaD envolve as tecnologias que permitem a
transmissão de dados, imagens e/ou sons, utilizando-se de voz/áudio, vídeo/imagem, dados e
impressos”. Destacando também o uso da Internet que facilita esse espaço de troca e produção
colectiva de conhecimento e informação, entre os envolvidos, e tudo isso pode ocorrer fora do
horário de aula.

Autonomia do aluno

Sabemos que autonomia é algo que é construímos ao longo da vida, mas a educação a
distância pode contribuir para a formação deste indivíduo, buscando desenvolver um aprendizado
contínuo, flexível, reflexivo e inovador, centrado no aluno, na construção de saberes articulado às
experiências vividas.

Para que o aluno desenvolva uma aprendizagem autónoma é importante a integração entre
professores e alunos, de forma mais dinâmica e atractiva, através do uso das tecnologias da
informação e comunicação (TICs), que segundo Moran (2009) o professor deve se torna um
incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. Neste contexto o aluno preciso
se sentir motivado e incentivado para desenvolver sua autonomia, visando a efetivação da sua
aprendizagem.

Aprendizagem colaborativa e cooperativa

Alguns autores tratam estes termos como sinónimos, por possuírem características similares, mas
trataremos como distintas, através de uma definição, que tanto a aprendizagem colaborativa
quando cooperativa pode ser desenvolvida tanto no ensino presencial quanto a distância, o que

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muda é que na EaD com o uso dos recursos essas se tornam mais potencializadas, dando mais
oportunidades para o desenvolvimento nesse ambiente.

Neste busca-se promover o encorajamento das interacções educacionais entre os envolvidos –


professor aluno, aluno-aluno, tentando juntos trabalhar na construção e reconstrução do
conhecimento, a partir do intercâmbio de ideias, da participação de projectos, e das pesquisas em
conjunto, saindo da perspectiva individual, da fragmentação do conhecimento.

Segundo Pallof e Pratt “Quando os alunos trabalham em conjunto, isto é, colaborativamente,


produzem um conhecimento mais profundo e, ao mesmo tempo, deixam de ser independentes
para se tornarem interdependentes” (2002, p. 141).

Aprender a trabalhar em grupo, não é fácil, mas certamente só têm a ganhar com isso, pois
através desse temos a oportunidade de compartilhar e trocar novas ideias, agregando novos
conceitos, incorporando novas assimilações em nosso aprendizado.

Quanto a aprendizagem colaborativa podemos dizer que é muito ampla e complexa, é uma
filosofia e estilo de vida, enquanto a aprendizagem cooperativa, tem seu foco no produto, não no
processo, neste o professor define as coordenadas das actividades, diferente do trabalho
colaborativo - em que os alunos se organizam e definem seus papéis, existe diferença no
envolvimento do professor, ele tem outra postura. Mas em ambas os alunos se tornam mais
activos no processo de aprendizagem, ensinando e aprendendo através da troca de experiências
compartilhadas, desenvolvendo o intelectual e o social.

Interacção e Interactividade

A interacção se refere as trocas entre os sujeitos, é um processo comunicativo centrado na relação


dialógica entre os envolvidos, e sem esse a aprendizagem não acontece, já a interactividade se
refere ao meio, ao uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs), o objecto do
conhecimento.

Segundo BELLONI (2006), é preciso esclarecer com precisão a diferença entre conceito
sociológico de interacção – acção recíproca entre dois ou mais atores onde ocorre a
intersubjectividade, isto é, encontro entre dois sujeitos – que pode ser directa ou indirecta
(mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta ou telefone); e a
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interactividade, termo que vem sendo usado indistintamente com dois significados diferentes em
geral confundidos: de um lado a potencialidades técnica oferecida por determinado meio (por
exemplo CD- ROMs de consulta, hipertextos e em geral, ou jogos informatizados), e, de outro, a
actividade humana, do usuário, de agir sobre a máquina, e de receber em troca uma “retroacção”
da máquina sobre ele (p. 58).

Com todos os recursos hoje disponíveis, nos faz reflectir, sobre a distância existente entre
professor e aluno nesse processo educacional, já que estamos revolucionando o conceito de
distância e as possibilidades de comunicação, tanto de interacção quanto de interactividade, que
deve ser pautada numa proposta pedagógica adequada. Não será citado aqui os diversos meios de
interactividade, mas sim que estes devem buscar diminuir a separação física existente ,
redimensionando a relação espaço-tempo, buscando atender aos diferentes estilos de
aprendizagem e às diferentes realidades.

Avaliação contínua e diagnóstica no ensino a distância

Avaliar no ensino a distância é um dos pontos mais desafiadores, visto que os indicadores
de avaliação são diferentes, não se tem os indicadores verbais e visuais como no presencial.
Avaliar é averiguar e atribuir um “valor” a algo, porém isso é muito subjectivo, depende muito do
perfil do avaliador, sua postura, conduta, normas e valores, sendo que aqui a verificação passa a
ser um produto da avaliação, a avaliação envolve tomada de decisão baseado nos dados
quantitativos e qualitativos sobre o desempenho do aluno.

Porém, o factor avaliação deve estar alinhado as directrizes educacionais da EaD, que
respondem o como avaliar, a concepção de escola, homem e mundo que queremos, ela não deve
ser considerada como um fim mas um meio de verificação.

Segundo Guarezi (2012, p. 124), “a avaliação não pode ter um fim nela mesma. Deve fazer parte
de todo processo de aprendizagem do aluno de forma a contribuir com sua formação, e não
simplesmente que lhe dê resultados quantitativos no final do processo. Ela deve agir como
estimuladora do crescimento do aprendiz e de todos os envolvidos em seu processo educacional.
Assim, deve-se entender que tudo o que fazemos deve ser avaliado”.

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Na EaD a avaliação deve ser contínua, não se encerra ou não se limita apenas a uma actividade,
ela deve acompanhar o aluno em todo o processo (desempenho) de ensino e aprendizagem, já que
a avaliação é algo dinâmica. Porém, ela deve levar em consideração todos os factores envolvidos:
o conteúdo, a metodologia, a mediação pedagógica, os meios, as estratégias e as ferramentas
adoptadas no processo de ensino e aprendizagem, pois a responsabilidade pelo sucesso ou
fracasso não depende apenas do aluno, mas de todos envolvidos.

Quanto a avaliação diagnóstica, ela tem a função investigativa, busca averiguar o aluno no seu
processo de aprendizagem, através do levantamento dos conhecimentos prévios, aptidões e
competências.

Segundo Guarezi (2012, p. 125), a função da avaliação diagnóstica é averiguar onde se encontra
o aluno diante das aprendizagens que lhe serão propostas e as que ele já possui. [...] seria
identificar as zonas de aprendizagem proximal e real. Esse diagnóstico é um importante aliado na
definição das estratégias educacionais, diminuindo as dificuldades na construção e reelaboração
dos conhecimentos.

Podemos dizer que essa avaliação permite a verificação dos pontos fortes e fracos de
cada aluno, auxiliando na escolha da metodologia mais adequada as características apresentadas,
e isso é fundamental que seja considerado, pois previne futuras dificuldades de aprendizagem dos
alunos, e para que as acções pedagógicas não sejam tardias.

O papel do Tutor no Processo de Ensino a Distância

O papel da tutoria é importante na efetivação da interacção pedagógica. segundo Machado e


Machado (2004), sendo fundamental na avaliação do sistema do ensino a distância. O contacto
com o aluno começa pelo conhecimento da estrutura do curso e é preciso que seja realizado com
frequência e de forma rápida e eficaz. A eficiência de suas orientações pode resolver o problema
de evasão no decorrer do processo. O tutor precisa saber lidar com a plataforma, com a
tecnologia e o mais importante fazer com que o aluno se sinta próximo mesmo estando longe.

A relação entre o professor e aluno deixa de ser vertical e de imposição cultural e passa
ser de construção em conjunto com conhecimentos que se mostrem significativos para os
participantes do processo, de habilidades humanas e profissionais e de valores éticos,

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políticos, sociais e transcendentais (MASETTO 2003, citado por AZEVEDO, 2008, não
paginado).

Segundo Perrenoud (2001) citado por Nornberg (2011), o professor tutor é o incentivador do
desenvolvimento da competência da comunicação, através de conhecimentos, habilidades e
atitudes. Cabe ao professor tutor promover a busca pelo conhecimento, mostrando caminhos para
o aluno aprender a fazer, buscando a autonomia e atitudes pró-activas.

Para Souza (2004), o papel do tutor é relevante na EAD, porém complexo, pois o educador dessa
modalidade deve ter um perfil profissional com habilidades e competências pautadas em políticas
educativas da instituição de ensino e ao mesmo tempo seduzir pedagogicamente o aluno, para ele
se adequar ao processo do ensino e aprendizagem a distância.

No cenário da Educação a Distância, o papel do tutor extrapola os limites conceituais,


impostos na sua nomenclatura, já que ele, em sua missão precípua, é educador como os
demais envolvidos no processo de gestão, acompanhamento e avaliação dos programas. É
o tutor, o ténue fio de ligação entre os extremos do sistema instituição aluno. O contacto a
distância, impõe um aprimoramento e fortalecimento permanente desse elo, sem o que,
perde-se o foco. (SOUZA, 2004, não paginado)

De acordo com Freire (1987) citado por Nornberg (2011), o diálogo é uma essência fundamental
para que a interacção seja produtiva tanto para os alunos quanto para o professor tutor. É mediado
pelo diálogo que o sujeito se insere no mundo, portanto, é preciso dialogar, construindo canais de
comunicação real com e pelo outro. Dialogar através da escrita na EAD requer a presença
constante da afectividade no desenho da palavra, como forma e expressão de acolhimento e de
reconhecimento da comunicação. As palavras se tornam motivo para permanência do aluno no
curso e ou motivo de desistência. Deve existir o cuidado na escrita, paciência e compreensão.

Para Nornberg (2011), na tutoria é de suma importância que o professor tutor saiba
desenvolver a competência do diálogo, a capacidade de comunicação, ou seja, é neste
processo de mediação que entra a criatividade desafiando o aluno a continuar
conversando no Ambiente Virtual de Aprendizagem que nada mais é que a sala de aula
virtual.

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Temos que desenvolver processos de comunicação ricos, e cada vez mais profundos.
Abrir as escolas ao mundo, à vida. Criar ambientes de ensino-aprendizagem mais
atraentes, envolventes e multissensoriais (....). As tecnologias, dentro de um projecto
pedagógico inovador, facilitam o processo de ensino-aprendizagem; sensibilizam para
novos assuntos, trazem informações novas, diminuem a rotina, nos ligam com o mundo,
com as outras escolas, aumentam a interacção (redes electrónicas), permitem a
personalização (adaptação do trabalho ao ritmo de cada aluno) e se comunicam facilmente
com o aluno, porque trazem para a sala de aula as linguagens e meios de comunicação do
dia-a-dia (MORAN 1996, citado por ZENTGRAF, 2000, Não paginado).

Para Azevedo (2008) é necessário que as Instituições de Ensino a Distância invistam em seu
corpo docente, através de treinamentos e capacitações direccionados a pedagogia do ensino a
distância. O professor tutor a distância deve estar preparado para atender as necessidades desse
novo aluno, que necessita mais do que conteúdos, ele necessita ser estimulado, motivado a
construir seu próprio conhecimento.

O Papel do aluno no contexto do ensino a distância

Para falar do papel do aluno é importante destacar as oportunidades de aprendizagem oferecidas a


eles, ou seja, como o aluno aprende e as diferenças existentes nesse processo de ensino e
aprendizagem, que certamente interferem na postura e formação do indivíduo, considerando suas
características, relações existentes e o meio que está inserido.

No ensino tradicional, o aluno adopta uma postura passiva, seguida do ritmo do professor, onde o
professor é o transmissor de conteúdos e o aluno o depositário, existe uma certa dependência do
professor e os conteúdos nem sempre são contextualizados com a realidade do aluno,
desconsiderando a vivência e experiência de cada indivíduo. Segundo Oliveira (2012, p.23) “o
desafio que se impõe é a transição de um paradigma conservador que predominou nos últimos
séculos para um novo paradigma emergente – que venha proporcionar a renovação de atitudes,
valores e crenças exigidos neste início do século”.

Já no ensino a distância, o aluno assume uma nova postura, não mais passivo no processo de
aprendizagem, o aluno passa a ser o protagonista nesse processo, buscando fugir de uma
aprendizagem mecânica e tradicional, no qual o aluno absorve as informações, porém não faz
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relações e associações com os conceitos, ou seja, desenvolve-se apenas a decorrer, tendo como
objectivo principal apenas um avanço de fase, de série, não de aprendizagem e conhecimento, o
que se pretende nesse novo contexto é uma aprendizagem para a vida toda, que seja significativa,
integral, colaborativa e cooperativa, que realmente faça a diferença na formação do aluno.

Considerando a importância da relação e integração dos conhecimentos na estrutura cognitiva,


Ausubel (1985) citado por LAKOMY (2014), enfatiza a diferença entre aprendizagem mecânica
e aprendizagem significativa:

Na aprendizagem mecânica, somos capazes de absorver novas informações sem, no


entanto, associá-las a conceitos já existentes em nossa estrutura cognitiva, por exemplo,
quando uma criança decora uma poesia sem entende-la, ela não é capaz de relacionar o
conteúdo da poesia com algum conhecimento que já possui na sua estrutura cognitiva e,
assim, efectuar uma nova aprendizagem. Na aprendizagem significativa, nós
relacionamos um novo conteúdo, ideia ou informação com conceitos na nossa estrutura
cognitiva (pontos de ancoragem para a aprendizagem). (p. 48)

A aprendizagem significativa está relacionada aos pontos de ancoragem, que são


formados através da incorporação de novos conceitos, ideias, informações à nossa estrutura
cognitiva, para que possamos aprender algo novo, fazendo associações dos conhecimentos
prévios com os novos, e esse tipo de conhecimento levamos para toda vida, não é apenas uma
decoreba de conteúdos.

Por se tratar do ensino a distância é importante destacar também a afectividade


existente nas relações, pois apesar de não estarem no mesmo espaço físico, existe uma relação
entre professor e aluno, entre aluno e aluno, existe uma teia de relações, que segundo Wallon
(2005) afectividade e inteligência se desenvolvem juntas, já que ambas estão a serviço da
construção de um sujeito afectivo, concreto e social.

E cabe a educação desenvolver estes aspectos, sendo a educação um fato social, deve
reflectir a realidade concreta na qual o aluno vive e atua e, procurará modificar. A educação cabe
integrar a formação e inserção no indivíduo na sociedade, a partir de uma sociedade
contextualizada, no qual os métodos pedagógicos devem estar alinhados a esses enfoques,

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promovendo uma educação capaz de estimular a autonomia, a pesquisa, práticas complexas e
interactivas, desenvolvendo competências e habilidades para uma aprendizagem significativa.

No Ensino a Distancia possibilita ao aluno desenvolver sua autonomia e interdependência,


proporcionando certa liberdade no seu processo de aprendizagem, pois ele pode criar e recriar o
tempo todo, através das relações e interações desenvolvidas através do uso das ferramentas de
comunicação e informação, a EaD apresenta um universo de possibilidades ao aluno, depende
muito é do comprometimento do aluno em querer fazer, aprender, buscar e interagir, claro que a
educação deve proporcionar e fazer o seu papel para que se possa desenvolver um processo
educativo eficiente e de qualidade, onde o aluno consiga realizar uma aprendizagem efectiva e
interdisciplinar.

O que podemos dizer é que diante desse cenário, o papel do aluno muda completamente,
ele passa a ser mais actuante no seu processo de aprendizagem, e isso acontece em outro tempo,
espaço e ritmo, que não são mais ditadas pelo professor, o aluno é mais autónomo e
independente, ele passa a ser responsável pela sua organização, planejamento e disciplina.
Segundo RIBEIRO (2014) a aprendizagem autónoma apresenta algumas vantagens:

“Permite aprender melhor e buscar maior aprofundamento nos assuntos de interesse;


contribui para enriquecer os conhecimentos dos alunos; possibilita que os participantes do
curso aprendam a se libertar da dependência da equipe docente; possibilita que os alunos
descubram formas alternativas de construir o conhecimento”. (p.48)

Ao mesmo tempo em que apresenta uma série de vantagens, também requer mais atenção aos
feedbacks dos docentes, mais clareza nas instruções, possibilidade de problemas técnicos, precisa
de motivação para aprender e buscar sair da oralidade para a linguagem escrita, o aluno tem que
ter clareza de que ele é o principal responsável pelo seu aprendizado, pela construção do seu
conhecimento, através de suas interacções com o objecto/conhecimento e pelas relações que
estabelece com os outros.

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Conclusão

A EAD está possibilitando o acesso ao ensino superior, dando oportunidade para todos. A
educação tem o poder de transformar a vida das pessoas, e as Instituições de Ensino Superior do
país, devem ter como objectivo principal, proporcionar esse acesso ao conhecimento, a novas
experiências, ao crescimento pessoal e profissional para que todos possam contribuir para o
desenvolvimento do país.

O bom sinal é que muitas pessoas estão mudando a opinião quanto ao ensino a distância, está
acreditando nessa modalidade. Segundo informações do MEC houve um grande aumento no
número de alunos matriculados em cursos de nível superior a distância. Isso é um sinal de que um
óptimo trabalho está e pode ser realizado na educação.

Devemos nos concentrar nos grupos que já estão prontos para o novo, que estão dispostos a
experimentar as novas formas de comunicação e tecnologia no aprendizado.

Sabemos que o caminho é longo, pois dependemos de políticas educacionais adequadas,


condizentes com o novo cenário no qual estamos inseridos, que possam nos dar uma estrutura
eficiente e que contribua para a educação de todos, com igualdade de direitos, oportunidades e,
sobretudo, para o desenvolvimento.

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Referencias Bibliográficas

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