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Avaliação da Biodiversidade Faunística em Diferentes Níveis de Cobertura Florestal na

Província de Cabo Delgado


1. INTRODUÇÃO
A mudança de cobertura florestal é um factor importante de perda de biodiversidade faunística
particularmente nas regiões tropicais, onde a modificação dos habitats continua a taxas
crescentes (Meyer & Kalko, 2008; Isikhuemen & Iduoze, 2010 e Chris, 2012). Moçambique,
apesar de manter uma proporção considerável da sua área coberta por florestas naturais, possui
uma elevada taxa de desmatamento e degradação florestal devido a alta taxa de crescimento
populacional e extrema dependência das populações rurais pelos bens e serviços fornecidos
pelos ecossistemas florestais (Zolho, 2010 e Sitoe et al., 2012).

De acordo com FAO (2006), África perdeu cerca de 4 milhões de hectares de floresta entre
2000 e 2005, simultaneamente com a perda de fauna devido a perda ou degradação do habitat
(Gibson et al., 2007). A selecção do habitat pela fauna é normalmente guiada pela obtenção de
recursos (alimento, água), condições (segurança e abrigo) e interacções sociais, variando de
espécie para espécie devido a diferenças nas necessidades dessas condicões e recursos (Tews et
al., 2004). Assim, qualquer factor que altera a estrutura do habitat irá modificar a sua ocupação
pelas espécies da fauna, e com isso, modificar a composição das suas comunidades (Kuhnen,
2010).

A redução da cobertura florestal afecta as espécies da fauna através das mudanças na qualidade
do habitat, incluindo o habitat crítico e de refúgio (Deikumah et al., 2014). A agricultura de
subsistência e itinerante, exploração florestal de madeira, lenha, carvão, exploração mineira e
queimadas descontroladas, são consideradas as principais causas de redução de cobertura
florestal (Sitoe et al., 2013 e Deikumah et al., 2014). A agricultura afecta a cobertura florestal
através da fragmentação dos habitats (Tscharntke et al., 2005). Porém, a sua prática nem
sempre significa altos níveis de extinção da fauna, na medida em que pode originar gradientes
de cobertura florestal em mosaicos, aumentando a heterogeneidade composicional e estrutural
do habitat e resultar numa alta diversidade de espécies de mamíferos e aves (Tscharntke et al.,
2005 e Fahrig et al., 2011).

A extração mineira diminui a qualidade do habitat através da remoção da vegetação, cobertura


superior do solo e aberturas massivas de valas, e diminui a diversidade da fauna terrestre
através da diminuição de segurança, locais de abrigo e poluição na matriz circundante
remanescente de consistir em corte e destruição de árvores seleccionadas, destrói também
árvores residuais, promove aberturas de ruas, compacta o solo retardando a regeneração,
diminui a conectividade florestal, reduz o habitat diminuindo a diversidade da fauna
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(Sekercioglu, 2002 e Meijaard et al., 2005). A extração de lenha e carvão reduz a área basal e
altura das copas, aumenta o tamanho das clareiras e distância entre as árvores, o que favorece
os roedores, insectos, aves generalistas e insectívoras e prejudica as aves especialistas florestais
(Sekercioglu, 2002; Sitoe et al., 2012 e Deikumah et al., 2014).

As queimadas conduzem à conversão de habitats de cobertura fechada em habitats de


vegetação graminal com poucas árvores e dispersas (Chidumayo et al., 1996 e Sileshi &
MAFONGOYA, 2005). Estimulam o surgimento de novos rebrotes, flores e insectos, atraindo
herbívoros grazers, aves insectívoras, nectatívoras e granívoras para novas oportunidades de
forrageamento (Kennedy & Fontaine, 2009). Porém, o fogo pode reduzir a diversidade de
insectos e répteis pouco móveis, aves e alguns mamíferos como morcegos pela destruição de
cavidades das árvores (Meijaard et al., 2005). Por tanto, o presente trabalho visa elaborar um
projecto que tem como objectivo avaliar a biodiversidade faunística em diferentes níveis de
cobertura florestal na Província de Cabo Delgado, com foque de avaliar o efeito da mudança de
cobertura florestal e regime de uso florestal na biodiversidade faunística

2. RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DO PROJETO

A instituição DANIEL GERALDO será responsável pela execução do projecto,


comprometendo-se, em conformidade com a legislação vigente, a realizar o gerenciamento
técnico e acompanhamento das actividades, fornecimento de serviços de apoio, contratação de
mão-de-obra preferencialmente local, fornecimento de Equipamentos de Protecção Individual
(EPI) aos trabalhadores de campo, fornecimento de insumos, prestação de contas, emissão dos
relatórios de monitoramento e acompanhamento. O responsável técnico pelo projecto e pela
execução do mesmo será um grupo de técnico médio em floresta e fauna bravia do IABil e
Gestores da ANAC, estando habilitado(s) ao desempenho da responsabilidade.

2.1. O Proponente

A actividade é proposta por um grupo de técnicos Florestais pertencente ao IABil, localizados


em OCUA. Estes técnicos são credencializados e certificados pelo Instituto Agrário de
Bilibiza/Ocua, registada em Moçambique, é detida integralmente pelo grupo multifuncional. Os
contactos dos proponentes Moçambique são os seguintes: danielgeraldo@gmail.com ; +258 87
4963656;
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3. Problema e justificação de estudo

As florestas tropicais são um dos ecossistemas terrestres mais ricos em espécies da flora e
fauna no mundo. Todavia, essas espécies estão desaparecendo rapidamente devido perturbações
de origem antrópica que conduzem a perda e fragmentação dos habitats naturais (Meijaard et
al., 2005; Sitoe et al., 2013 e Deikumah et al., 2014). Apesar de esforços para estabelecimento
de áreas protegidas (APs), elas não são suficientemente representativas, grandes e geridas de
forma eficiente para conservar todas as espécies faunísticas (Meijaard et al., 2005). Por esta
razão, a conservação da biodiversidade nas áreas de conservação deve ser complementada pela
conservação fora delas (Chapin III et al., 2000). Porém, para a conservação efectiva da
biodiversidade em regiões florestais dominadas pelo homem, é particularmente importante
compreender a relação entre a heterogeneidade espacial criada pelas perturbações antrópicas e a
biodiversidade (Fahrig et al., 2011).

A redução de cobertura florestal é sempre reportada nos trópicos como uma das maiores causas
de degradação dos ecossistemas florestais (Geist & Labim, 2001). É também uma preocupação
em paisagens tropicais porque estas áreas, muitas vezes, possuem altos níveis de biodiversidade
e endemismo (Forrest et al., 2008). Em Moçambique, as mudanças na cobertura florestal foram
reportadas pelo inventário florestal (MARZOLI, 2007), e ocorrem sobretudo, ao redor de
grandes cidades, corredores de desenvolvimento, áreas de conservação, assim como em
florestas de gestão comunitária (SAKET, 1994 e Filipe, 2008).

As medidas para a redução da taxa de perda de biodiversidade faunística como consequência da


deterioração da qualidade do habitat, requerem o conhecimento das causas da sua perda assim
como do tipo de resposta que a fauna exibe a essas perturbações (OLEA & TOMÁS, 2014). A
deterioração da qualidade do habitat para a fauna em ecossistemas florestais, está
intimimamente ligada à perturbações de natureza antropogénica (SITOE et al., 2013 e
DEIKUMAH et al., 2014) que podem determinar a perda e fragmentação dos habitas. Essas
perturbações provocam diferentes gradientes de cobertura florestal e por conseguinte diferentes
respostas na distribuição, riqueza, abundância e diversidade da fauna (DEIKUMAH et al.,
2014).

Em Moçambique pouco se sabe sobre os efeitos da mudança de cobertura e regimes de uso


florestal na biodiversidade faunística, sobretudo das espécies de mamíferos, aves, répteis e
anfíbios susceptíveis ao fenómeno de perda da qualidade do habitat (Bohm et al., 2013 e
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Burivalova et al., 2014). Deste modo, o presente estudo que pretende avaliar o efeito da
mudança de cobertura e regimes de uso florestal na biodiversidade faunística, está inserido no
projecto TREDD+ cujo objectivo é a redução das emissões por desmatamento e degradação
florestal para a conservação efectiva da biodiversidade. Portanto, este não é um estudo isolado
mas complementa e é complementado por outros estudos realizados no âmbito do projecto
TREDD+.

O estudo propõe-se a contribuir no conhecimento da distribuição, abundância e diversidade da


fauna em relação à variação da cobertura florestal e regimes de uso florestal na província de
Cabo Delgado, dado que estudos realizados por FILIPE (2008) e JANSEN (2008), reportaram
redução de cobertura florestal nesta província para além de possuir tipos florestais e regimes de
uso florestal que melhor representam a variedade de parâmentros de interesse para o presente
estudo. Assumindo-se que a conservação efectiva da biodiversidade em paisagens dominadas
pelo homem passa pelo conhecimento de como o contraste de diferentes usos e cobertura
florestal afectam a fauna (DEIKUMAH et al., 2014), este conhecimento irá potencialmente
ajudar no desenho de medidas de maneio e conservação da biodiversidade faunística na região
do estudo assim como em outras regiões de Moçambique que experimentam cenários idênticos
de mudanças na cobertura florestal.

4. Descrição do projecto

O projecto de Avaliação da Biodiversidade Faunística em Diferentes Níveis de Cobertura


Florestal na Província de Cabo Delgado é um projecto de origem Moçambicana, que terá
como sede no distrito de Ancube (No parque Nacional da Quirrimba). O projecto ira executar
actividades na comunidade e em diferentes ambientes, visto que nesta região há maior índice de
espécies faunísticas a nível da província de Cabo Delgado. De acordo com José (2014) A
existência de áreas protegidas pode compensar o referido problema, pois, a existência de
populações humanas dentro dessas áreas potenciam confrontos com a fauna. Por outro lado,
Parque Nacional de Quirimbas (PNQ) (2004) afirma que os conflitos entre pessoas e animais
no PNQ por causa da água resultam na redução de elefantes, uma vez que, já não frequentam a
zona dos rios nos meses secos, pois todos os pontos de água existentes foram cercados por
assentamentos.
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5. OBJECTIVOS

5.1. OBJETIVO GERAL

o Avaliar a biodiversidade faunística em diferentes níveis de cobertura florestal na


província de Cabo Delgado

5.2. Objectivo específico

o Determinar o efeito da mudança de cobertura florestal e regime de uso florestal na


biodiversidade faunística
o Compreender a diversidade alfa e beta entre os níveis de cobertura florestal e entre os
regimes de uso florestal;
o Analisar a frequência de ocorrência da mastofauna, herpetofauna e densidade das aves
entre os níveis de cobertura florestal e entre regimes de uso florestal;
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6. METODOLOGIA
6.1. Localização e descrição da área de estudo
O PNQ, localizado na Província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique, cobre uma área total
de 9.130 km2, dos quais 1.185 km2 constituem a parte marinha que inclui 11 ilhas (Ibo,
Matemo, Quisiwe, e Quirimba, Quipaco, Mefundvo, Quilalea, Sencar, Quirambo, Fion e Ilha
das Rolas), e o Banco de S. Lázaro, sendo que a parte terrestre cobre 5.984 km2 e abrange
parcialmente quatros distritos (Meluco, Pemba-Metuge, Ancuabe e Macomia) e a totalidade
dos distritos de Ibo e Quissanga (por um total de treze postos administrativos), uma vez que se
considera a Zona Tampão, que tem uma área de 5.704 km2, é também parcialmente abrangido
o Distrito de Montepuez (postos administrativos de Mirate e Nairoto) (PNQ, 2004).

6.2. Clima, Relevo e Solos

Climaticamente a região é dominada por climas do tipo semi-árido e submundo seco. A


precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração potencial de
referência (eto) está entre os 1300 e 1500 mm. A precipitação média anual pode contudo, mais
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perto do litoral, por vezes exceder os 1500 mm, tornando-se o clima do tipo sub-húmido
chuvoso.

Todos os rios que atravessam o distrito são de regime periódico, com lençol freático muito
baixo devido ao nível do relevo que precipita as águas com grande velocidade para o mar. No
distrito de Ancuabe predomina o relevo de montanhas e elevações de pequena altitude,
principalmente na parte oriental do distrito, nomeadamente, Biaque e Meluco. Na parte Sudeste
predomina a zona de planícies, abrangendo os Posto Administrativos de Ancuabe sede e
casenquem.

6.3. Opções técnicas de avaliação da Biodiversidade (Factores determinantes na


diversidade e abundância da fauna selvagem)
o Qualidade e quantidade dos alimentos

O alimento para a fauna será descrito em termos da sua disponibilidade e palatabilidade. A


disponibilidade é a quantidade do alimento presente no habitat. A palatabilidade descreve a
qualidade nutritiva e digestiva dos alimentos (Creighton & Baumgartner, 1997 e Ramage et al.,
2013). Para os herbívoros, a disponibilidade e qualidade da forragem variam com a estação do ano.
Durante a estação seca, a disponibilidade de folhas verdes diminui e as espécies de gramíneas
palatáveis tornam-se reduzidas em biomassa (Owen-Smith et al., 2013). A situação agrava-se no
final da época seca (Agosto a Outubro), período em que o graminal torna-se escasso em termos de
quantidade e qualidade nutritiva, palatabilidade e digestibilidade devido a formação de fibra bruta e
consequente redução da proteína bruta e de factores de palatabilidade (suculência e aroma típico,
menor relação folha: caule) (Owen Smith & Novellie, 1982; Brown, 1984 e Macandza et al., 2012).

o Cobertura florestal

A redução da cobertura florestal será considerada como a principal ameaça para a herpetofauna
(Baillie et al., 2010 e Kurz et al., 2014). Para os répteis, a falta da vegetação interceptadora de
raios solares, afecta o regime térmico determinante na sua distribuição, dispersão e reprodução
(Scott et al., 2006 e D’Cruze & Kumar, 2011). Para os anfíbios, a redução da cobertura
florestal, causa declíneo na sua riqueza e abundância como resultado da sua alta sensibilidade a
microclima seco e quente, agravado pela baixa mobilidade e capacidade de migração deste
grupo (Meijaard et al, 2005; Wanger et al., 2010 e Burivalova et al., 2014).

As clareiras podem possuir alimento preferido para os herbívoros devido a altos níveis de valor
nutritivo e palatabilidade das espécies pioneiras do que espécies tolerantes à sombra (Richards
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& Coley 2007). Seguindo esse padrão, a diversidade, riqueza e abundância de herbívoros é
maior nas clareiras ou pelo menos os herbívoros pequenos e médios, concentram sua actividade
de forrageamento nesses locais (Richards & Coley 2007). As aves insectívoras, também são
abundantes nessas áreas devido a alta abundância de insectos (Richards & Coley 2007 e Wirth
et al., 2008).

o Água

Os animais necessitam de água para a digestão, metabolismo, redução da temperatura corporal


e remoção de resíduos metabólicos (Creighton & Baumgartner, 1997). As nascentes, riachos,
lagoas e rios fornecem água adequada para a maioria das espécies de animais selvagens. A
fauna selvagem também pode obter água através do consumo de plantas e orvalho nas folhas. A
fauna evita habitar áreas longícuas de fontes de água, mesmo que o alimento e cobertura sejam
abundantes (Valeix et al, 2007). Os anfíbios e aves aquáticas dependem da água para os
processos básicos de ciclo de vida, tais como a reprodução. (Valeix et al, 2007 e Yarrow,
2009).

o Espaço

Cada espécie selvagem requere uma certa quantidade de espaço para mover-se, evitar ou
escapar de potenciais predadores, localizar parceiro (a) e acasalar-se, obter quantidade
adequada de alimentos, água e descanso. O requerimento espacial para a fauna é determinado
pela quantidade e qualidade do alimento, cobertura, disponibilidade de água, tamanho do
animal (animais grandes requerem mais espaço), dieta preferida (carnívoros requerem mais
espaços) (Yarrow, 2009).

6.4. Diversidade alfa e beta entre os níveis de cobertura florestal e entre os regimes de
uso florestal
o Medição da diversidade faunística

A diversidade de espécies em um determinado habitat poderá ser separada em três


componentes, a diversidade α ou local, a diversidade β e a diversidade γ (Anderson et al.,
2011).

a) Medição da diversidade alfa (α): A diversidade num habitat ou comunidade específica


(diversidade alfa) pode ser quantificada através de dois grandes grupos de métodos, (i)
índices de riqueza específica (ex: riqueza de espécies, índice de Margalef, índice de
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rarefação, entre outros) e (ii) índices de estrutura das comunidades ou de relação de
espécies com sua abundância (ex: índice de Simpson, Shannon-Wiener, Pielou, entre
outros) (Gomes & Ferreira, 2004 e Apgaua, 2012).
b) Medição da diversidade beta (β): A diversidade beta é o grau de mudanças na composição
das comunidades ou o grau de diferenciação das comunidades em relação a um gradiente
ambiental complexo (Baselga, 2010; Anderson et al., 2011 e Baselga & Orme, 2012). A
diversidade beta pode gerar dois padrões de variação na composição das comunidades,
nomeadamente: (i) substituição (turnover) onde ocorre a substituição das espécies entre
locais ou comunidades e (ii) aninhamento (nestedness), onde há formação de subgrupos a
partir da perda de espécies das comunidades mais ricas (Baselga, 2010; Baselga & Orme,
2012 e Villéger et al., 2013).

Os métodos para quantificar a diversidade β podem ser divididos em duas classes, (i)
similaridade-dissimilaridade (Jaccard e Sorensen) e (ii) de reposição ou substituição de
espécies (Whittaker, Cody, Magurran e índice de complementaridade) (Gomes & Ferreira,
2004 e Apgaua, 2012). b) Medição da diversidade beta (β)

A diversidade beta é o grau de mudanças na composição das comunidades ou o grau de


diferenciação das comunidades em relação a um gradiente ambiental complexo (Baselga, 2010;
Anderson et al., 2011 e Baselga & Orme, 2012). A diversidade beta pode gerar dois padrões de
variação na composição das comunidades, nomeadamente: (i) substituição (turnover) onde
ocorre a substituição das espécies entre locais ou comunidades e (ii) aninhamento (nestedness),
onde há formação de subgrupos a partir da perda de espécies das comunidades mais ricas
(Baselga, 2010; Baselga & Orme, 2012 e Villéger et al., 2013).

Os métodos para quantificar a diversidade β podem será divididos em duas classes, (i)
similaridade-dissimilaridade (Jaccard e Sorensen) e (ii) de reposição ou substituição de
espécies (Whittaker, Cody, Magurran e índice de complementaridade) (Gomes & Ferreira,
2004 e Apgaua, 2012).

Quandro 1: Realizaçã das actividades técnicas para Avaliação da Biodiversidade Faunística

Opções técnicas Estratégia de Frequência de Indicadores de Responsabilidad


implementação Monitoramento Monitoramento es
Armadilhas de Determinação da Diario detecção e Comunidade local
Interceptação e diversidade α e β nos identificação dos
Queda níveis de cobertura mamíferos, répteis e
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florestal e regimes de anfíbios
uso florestal
Procura Registrados 12 Trimensal Registados especimes Técnico florestal
Sistematizada espécimes de fauna
Limitada por
Tempo (PSLT)
Amostragem em Campanha de Trimensal Registradas seis Seis Técnico
sítio de monitoramento da espécies de anuros florestal
reprodução herpetofauna nos sítios
(ASR) reprodutivos da
parcela do canteiro de
obras.
Colocação da Levantamento dos Trimensal Técnico florestal
gaiola Sherman répteis
com isca

Determinação da diversidade α e β nos níveis de cobertura florestal e regimes de uso


florestal

Para as espécies serão agrupadas por famílias, a riqueza das espécies e determinada e
comparada entre os níveis de cobertura e entre os regimes de uso florestal. A similaridade de
espécies entre os níveis de cobertura e regimes de uso florestal foi calculada utilizando o
Coeficiente ou Índice de Jaccard em combinações de pares de nível de cobertura florestal e
pares de regimes de usos florestal (Gomes & Ferreira, 2004 e Silvestre, 2009), conforme a
seguinte fórmula:

Onde:
CJ = Coeficiente de Jaccard;
S1 e S2 = Número de espécies da área 1 e 2
S0 = Número de espécies comuns a ambas as áreas

A análise da similaridade entre os níveis de cobertura e regimes de uso florestal será feita com
base em dendogramas de similaridade no software MVSP (Multi-Variate Statistical Package)
versão 3.22. A substituição das espécies (turnover) e o aninhamento (nestedness) serão
calculados em combinações de pares de nível de cobertura florestal e pares de regimes de usos
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florestal através da equação do índice de dissimilaridade de Sorensen (Índice de Sorensen =
Índice de aninhamento + Índice de dissimilaridade de Simpson), conforme Baselga (2010) e
Baselga & Orme (2012).

A comparação do turnover e aninhamento será feita entre pares de níveis de cobertura florestal;
entre pares de regimes de uso florestal correspondentes a áreas protegidas (coutadas e reserva
florestal) e áreas não protegidas (floresta comunitária e concessão florestal); entre pares de
regimes de uso correspondentes a áreas não protegidas (floresta comunitária e concessão
florestal). A categorização em áreas protegidas e não protegidas visa compreender a
contribuição das áreas não protegidas na manutenção da diversidade faunística assumindo-se
que teoricamente, pela natureza do seu uso, sofrem mais perturbações antrópicas e por
conseguinte detém baixa diversidade faunística.

7. Fluxo de caixa do projecto


7.1. Estimativa dos matérias e equipamentos a serem usados

I. Materiais e Equipamentos

Custo
Valor Total
Descrição Quantidades Unidades Unitário
(mzn)
(mzn)

2 unidade 4100 8200

15 unidade 35.23 528.45

2 unidade 10.2 20.4

1 Unidade 43.10 43.1

2 Unidade 5.17 10.34

10 Unidade 51.72 517.2

30 Unidade 6.21 186.3

10 Kg 2.59 25.9

15 Kg 2.07 31.05

15 Kg 2.07 31.05

30 Kg 2.59 77.7

30 Unidade 0.86 25.8

Sub total I
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