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Degradação Florestal

Conceito de Degradação Florestal: Degradação florestal corresponde a um processo no qual uma


floresta perde os serviços do ecossistema a ela…

Conceito de Degradação Florestal


Degradação florestal corresponde a um processo no qual uma floresta perde os serviços do
ecossistema a ela associados, devido à ocorrência de uma perturbação, é portanto uma perda da
qualidade da biodiversidade, da biomassa, da estrutura e das suas funções ecológicas. A
desflorestação é uma das perturbações associadas à degradação florestal, no entanto, não é a
única, a poluição atmosférica também pode danificar e interromper os processos que decorrem
numa floresta.
A grande diferença entre a degradação e a desflorestação reside no fato de que uma floresta
degradada perda parte da sua diversidade, assim como as suas funções, mas estas podem ser
recuperadas com uma gestão mais cuidada. Enquanto numa desflorestação a perda dos serviços é
praticamente total sendo necessário voltar a replantar a floresta, ou esperar muitíssimo tempo
para que esta volte a adquirir as suas caraterísticas anteriores.
Uma degradação trata-se de um processo longo, no qual as perturbações ocorrem de forma
parcial ou constante, ao logo do tempo. A perturbação pode ser espaçada no tempo. Para muitos
cientistas, a degradação florestas, além das caraterísticas mencionadas atrás, consiste na perda
permanente, por parte da floresta, da capacidade de exercer as suas funções.
Apesar de existir uma ideia geral do que é uma degradação florestal, não existe uma definição
concreta para este conceito, uma vez que as suas causas e consequências são muito diversas e por
vezes difíceis de identificar, além de que muitas vezes não ocorre alteração no aspeto da floresta.
A perceção de degradação também varia consoante aquele que está a analisar as condições em
que a floresta se encontra, por exemplo, se a floresta é usada para a obtenção de madeira e esta
continua a fornecer esse serviço, será pouco provável que o gestor da floresta se aperceba da
perda de outros serviços, continuando a considera-la uma floresta não degradada.
O que é uma floresta?
A definição de floresta não é muito fácil. Assume-se que se trata de um extenso terreno coberto
por árvores, podendo ser natural ou plantada. Uma das definições mais aceites é a floresta como
um ecossistema complexo em que as árvores são as espécies predominantes sendo que dão
abrigo a muitos outros seres vivos, estes ecossistemas são de grande importância, não só ao meio
ambiente, mas também ao ser humano. As florestas são ecossistemas riquíssimos e com funções
muito importantes a nível ambiental, económico e social, além de possuírem um grande
reservatório de biodiversidade.
As florestas plantadas são menos biodiversas (em muitos casos são monoculturas) e
normalmente estão associadas a funções muito específicas como a função de produção, ao
contrário das florestas naturais que apresentam um vasta gama de espécies e funções. Florestas
plantadas podem ser compostas por espécies exóticas ou por espécies nativas dependendo do
objetivo com que foram plantadas.
Causas
Existem muitas causas para a degradação florestal entre as inúmeras causas são de destacar as
seguintes:

 Destruição parcial do coberto vegetal


 Período de seca intensiva
 Invasão por espécies exóticas
 Exploração florestal para fins comerciais
 Fogo
 Chuvas ácidas
 Alterações climáticas
 Poluição atmosférica
 Poluição aquática

Consequências
Muitas vezes as consequências da degradação florestal formam uma espécie de ciclo vicioso, em
que uma das consequências se torna na causa e a causa passa a ser consequência. O exemplo
mais comum desse fato são as alterações climáticas, inicialmente estas provocam a destruição da
floresta, mas com o passar do tempo e com o acentuar da degradação passam também a ser
consequência por causa da libertação de gases poluentes para a atmosfera e pela diminuição da
emissão de oxigénio.
Seguem-se alguns exemplos de consequência da degradação florestal:

 Perda de habitat
 Perda da biodiversidade
 Perda dos serviços do ecossistema
 Interrupção dos ciclos biogeoquímicos
 Degradação do coberto vegetal
 Doenças que afetam os animais e as plantas
 Fragmentação dos ecossistemas
 Alteração da estrutura florestal
 Degradação na qualidade da água
 Diminuição dos produtos obtidos
 Promove as alterações climáticas

Com o intuito de determinar, não só as consequências mas também as causas da degradação


florestal é necessário realizar uma monitorização ao local, de forma continua. Esta monitorização
permite obter informações sobre qual a fonte da perturbação que levou à degradação, além de
permitir perceber se a floresta conseguirá recuperar da degradação sofrida.
Alguns dos projetos de monitorização, neste âmbito, consistem na utilização de imagens de
satélite para determinar o avanço da degradação, assim como a perda de biodiversidade. Em
alguns países esta monitorização é realizada por sistemas integrados, que consistem na união dos
diversos dados de inventariação recolhidos com os sistemas remotos de monitorização.
A degradação florestal é um problema muito grave, não só a nível ambiental, mas também a
nível económico e social, pois afeta não só o meio ambiente perto do local onde a floresta está
instalada, mas também afeta outros locais, uma vez que os serviços ecológicos são afetados. Por
exemplo, as florestas captam dióxido de carbono e produzem oxigénio, que todos os seres vivos
precisam para viver, ao serem degradadas as florestas podem perder parte da capacidade de
captação de CO2 (dióxido de carbono) e por conseguinte deixam de produzir parte da quantidade
de oxigénio que produziam antes da degradação. O balanço de oxigénio e CO 2 mencionado afeta
não só a vida dos seres vivos perto da floresta mas também as concentrações destes dois
componentes da atmosfera podendo levar a alterações climáticas que afetam todos os seres vivos.

References:

 Díaz, Sandra, Tilman, David, Fargione, Joseph. Biodiversity Regulation of Ecosystem


Services. Chapter 11 Ecosystems and Human Well-being: Current State and Trends.
Consultado em: Maio 11, 2015, em http://www.unep.org/
maweb/documents/document.280.aspx.pdf
 Forsyth, Tim. Forest and Climate Change Policy: What are the costs of inaction?
Consultado em: Maio 11, 2015,
em http://www.lse.ac.uk/IDEAS/publications/reports/pdf/SR004/LSE.pdf
 Gonçalves, António Bento, Vieira, António (2013). Grandes incêndios florestais, erosão,
degradação e medidas de recuperação dos solos. Núcleo de investigação em Geografia e
Planeamento. Universidade do Minho. Consultado em: Maio 11, 2015,
em http://repositorium.sdum.uminho.pt/ handle/1822/28593
 Souza, Maurício Novaes (2004). Degradação e recuperação ambiental e desenvolvimento
sustentável. Tese mestrado. Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil.
Consultado em: Maio 11, 2015, em http://alexandria.cpd.ufv.br:8000/ teses/ciencia
%20florestal/2004/181268f.pdf

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