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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DO
CABASSANGO / CABINDA

TRABALHO INVESTIGATIVO DE FAI

TEMA

A DESFLORESTAÇÃO E A DESERTIFICAÇÃO

Integrantes do 4º Grupo:

 Nº 25 – Luísa Alexandre Ngúvulo Capita


 Nº 27 – Mazissa Lelo Júlio
 Nº 28 – Suzana Munto Custódio
 Nº 29 – Vicente Macosso Mavungo
 Nº 30 – Viviana Matchibi Nkungo

Turma: B9

Classe: 11ª

Curso: Administração Local Autárquicas

Período: Vespertino

Professor: Isabel da Graça Buino Chocolate

CABINDA, NOVEMBRO DE 2022

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A DESFLORESTAÇÃO E A DESERTIFICAÇÃO

1.1 – A Desflorestação

Desflorestação é o processo no qual se abatem intensivamente árvores, deixando de existir


floresta nesse local, pode também ser associado a uma perda permanente do coberto vegetal.
Este processo normalmente deve-se à intervenção humana, no entanto, pode ter outras causas.

Apesar de o conceito não ser aplicado, a desflorestação já ocorria na época pré-histórica, a


quando do início da revolução industrial já não existia grande parte das florestas no hemisfério
norte. Após o inico da revolução industrial, muitos dos países considerados desenvolvidos
viraram-se para o hemisfério sul, em busca das matérias-primas que poderiam ser encontradas
nas florestas tropicais tendo explorado estes recursos e contribuído para grande parte da
desflorestação nesta zona do mundo.

1.1.1 - Floresta

Uma das definições aceites é a floresta como um ecossistema complexo em que as espécies
predominantes são as árvores, no entanto, nele habitam muitos outros seres vivos que são de
grande importância, não só ao ecossistema, mas também ao ser humano. Prova disso são, por
exemplo, os diversos medicamentos obtidos pelos indígenas, a partir de espécies vegetais que se
podem encontrar na floresta Amazónica.

As florestas são um dos maiores reservatórios de biodiversidade existentes no mundo, uma vez


que uma floresta não é apenas habitada por árvores mas dá também abrigo a diversas espécies de
pássaros, mamíferos, répteis, assim como muitos outros seres vivos vegetais.

1.1.2 - Causas da desflorestação.

Existem diversas causas que levam ao abate excessivo de árvores. Estas podem estar
relacionadas com o comportamento humano ou serem simples consequências dos ciclos de vida
da natureza. Entre as diversas causas é possível destacar:

 Necessidade do espaço para uso agrícola (parte da floresta Amazónica foi abatida para
que os terrenos fosses usados para agricultura, tendo sido posteriormente abandonados)
 Necessidade do espaço para uso pastorício (a criação de gado exige uma vasta área sem
árvores para que os animais possam pastar)
 Necessidade da matéria-prima (o pinhal de Leiria foi plantado devido ao abate excessivo
de árvores para a construção das naus usadas nos descobrimentos)
 Necessidade da matéria-prima fornecida pelas árvores nas mais diversas indústrias, como
na construção ou na indústria do papel

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 Necessidade de maior área para construção (com o desenvolvimento das cidades foi
necessário que ocorresse um aumento na sua área o que levou à destruição de muitas
florestas de forma a expandir a área de implantação das cidades)
 Construção de infra-estruturas como estradas e barragens
 Destruição da floresta para a plantação de árvores de produção (um exemplo é a
plantações de eucalipto com vista à produção de papel)
 Introdução de espécies exóticas
 Ocorrências de incêndios sejam eles acidentais, naturais ou propositados;
 Contaminação por bactérias e/ou vírus (árvores contaminadas podem contaminar outras
antes de morrerem);
 Alterações climáticas;
 Tempestades, tornados, sismos e maremotos;
 Poluição atmosférica que dá origem às chuvas ácida (chuvas acidas que por um lado
contaminam os solos e por outro lado devido à sua composição destroem também as
plantas e as árvores);
 Poluição hídrica.
Muitas outras causas podem ser indicadas para as desflorestações que ocorrem por todo o
mundo.

1.1.3 – Consequências da desflorestação

 Perda de habitat para muitos seres vivos que dependem das florestas (diminuição
da biodiversidade, incluindo espécies que ainda não são conhecidas pelo homem)
 Fragmentação do habitat (contribui posteriormente para o isolamento e a diminuição
da biodiversidade)
 Perdas de meios de reciclagem do ar, uma vez que as árvores são responsáveis por
transformar o dióxido de carbono em oxigénio, além de filtrarem outros gases
 Destruição da camada do ozono
 Aumento do aquecimento global
 Diminuição das reservas de carbono que são feitas pelas árvores e outras plantas
 Aumento da erosão e da desertificação
 Alteração da humidade presente no ar
 Alteração nos ciclos biogeoquímicos
 Alteração da dinâmica dos ecossistemas
A protecção das florestas é de fato de grande importância para o ambiente. Recorrer a acções
como a reciclagem, a reutilização e a reflorestação entre muitas outras, pode contribuir para um
ambiente muito mais saudável. No entanto estas acções têm que ser feitas de forma bem
organizada e planeada pois de contrário podem ser prejudiciais.

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1.2 - A Desertificação

O problema da desertificação passou a despertar o interesse da comunidade científica há 80 anos,


contudo somente nos últimos dez anos passou a ser destacado como um sério problema
ambiental, devido ao seu impacto social e econômico, uma vez que o processo ocorre de forma
mais acentuada em áreas correspondentes aos países subdesenvolvidos. Além disso, a perda de
solo agricultável vem aumentando significativamente, agravando ainda mais a situação das
economias desses países.

É importante ressaltar, porém, que o processo de desertificação ganhou relevância a partir de um


intenso processo de degradação do solo que ocorreu nos estados americanos de Oklahoma,
Kansas, Novo México e Colorado. Tal processo levava essas áreas a uma perda progressiva das
condições de agricultura e à desagregação do solo. Nessas áreas ocorre o clima semiárido,
portanto os cientistas passam a classificar o problema como desertificação.

1.2.1 - Semiárido

Desde então os cientistas vêm acompanhando esse fenómeno nas áreas onde ocorre o clima
semiárido em todo o mundo, principalmente naquelas que apresentam secas periódicas, pois
essas áreas se tornam susceptíveis ao processo de desertificação pelas próprias características
físicas dos seus solos, que são rasos, ácidos ou salgados, com pouca vegetação.

1.2.2 - Causas da desertificação

De maneira geral, como causas da desertificação podem ser apontadas:

 Sobre uso ou uso inapropriado da terra (monoculturas comerciais como a cana-de-açúcar,


soja, trigo);
 Desmatamento;
 Utilização de técnicas agro-pecuárias impróprias;
 Exploração descontrolada de ecossistemas frágeis;
 Queimadas;
 Mineração;
 Uso excessivo de agro-tóxicos;
 Poluição;
 Secas;
Além dos factores citados, causados pelo homem, há o fenómeno climático chamado de El Niño,
que colabora para o agravamento do processo de desertificação. Sobrecarrega áreas semiáridas
com longas secas e posteriormente causa inundações com chuvas intensas. Esse factor, porém, é

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controverso, pois muitos cientistas acreditam que a desertificação acaba por interferir nas
mudanças climáticas, como o regime de chuvas.

Actualmente vários países apresentam sinais de desertificação em seus territórios como o EUA,
o sul do continente africano, Austrália e Brasil.

1.2.3 - Consequências da desertificação

 Redução das áreas cultivadas;


 Diminuição da produtividade agro-pecuária das áreas afectadas;
 Redução dos recursos hídricos;
 Aumento da poluição hídrica;
 Aumento das cheias;
 Aumento de areia nas áreas afectadas;
 Destruição da fauna e da flora;
Essas situações relacionam-se à questão ambiental, contudo devemos lembrar que existem
também os impactos de ordem social e económica das áreas afectadas, como:

 Migração descontrolada para as áreas urbanas;


 Desagregação familiar devido ao êxodo;
 Crescimento da pobreza;
 Aumento das doenças devido à falta de água potável e subnutrição;
 Perda do potencial agrícola;
 Perdas de receita económica.

CONCLUSÃO

Concluímos que as medidas aplicadas para a diminuição da destruição e do abate das florestas
são, por exemplo, evitar o uso de monoculturas, promover a limpeza das florestas, promover
campanhas de sensibilização e informação do público em geral e promover práticas mais
sustentáveis a nível da agricultura e da pecuária assim como a nível das acções praticadas no dia-

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a-dia, tal como ressaltamos também que o processo de desertificação pode ser controlado,
evitado, e até mesmo revertido, desde que haja o envolvimento dos governos, oferecendo auxílio
técnico para o manejo dessas áreas e incentivando a preservação ambiental, de maneira que não
ocorra uma sobrecarga de problemas nas áreas de risco. Nos locais onde o processo de
desertificação já se instalou são necessários investimentos para sua contenção.

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