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INTRODUÇÃO

O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre algumas situações


que podem ser consideradas incompatíveis. Todas as situações de conflito são
antagónicas e perturbaram a acção ou a tomada de decisão por parte da pessoa
ou de grupos.

Os conflitos sociais fazem parte da natureza do ser humano. Eles podem ser de
personalidade, interesses ou valores, muitas vezes ser ligado a confrontos. As
situações de conflito nem sempre são prejudiciais, quando geridos de forma
correcta, o conflito pode ser tornar a força propulsora de mudanças positivas. De
acordo com o dicionário Aulete, o conceito de conflito é oposição de ideias,
sentimentos ou interesses, ou seja, o conflito é o choque entre forças contrárias
ou opiniões divergentes. Onde há um grupo de pessoas, há conflito e
oportunidades de mudanças.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Definição do termo e conceito

Kurt Lewin define o conflito no indivíduo como a convergência de forças de


sentidos opostos e igual intensidade, que surge quando existe atracção por duas
valências positivas, mas opostas desejo de assistir a uma peça de teatro e a um
filme exibidos no mesmo horário e em locais diferentes; ou duas valências
negativas enfrentar uma operação ou ter o estado de saúde agravado; ou uma
positiva e outra negativa, ambas na mesma direcção desejo de pedir aumento
salarial e medo de ser demitido por isso.

Podemos dizer que conflito é quando há um assunto de interesse comum entre


duas ou mais pessoas, que venham a ter opiniões divergentes sobre esse tema e
que não conseguem lidar com as diferentes opiniões apresentadas, vindo a gerar
uma situação tal que poderá acarretar a necessária gestão do fato em litígio, pois
a situação envolve expectativas, por vezes, valores e inspirações próprias.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), conflito social é a falta de


acordo entre duas ou mais pessoas. No entanto, enquanto a referida falta de
acordo persistir ao longo do tempo, afectando um grande grupo de indivíduos
para os quais a referida situação tem efeitos negativos.

Além disso, o conflito social pode levar a sinais de violência. Esses tipos de
conflitos, como os conflitos armados, têm repercussões em uma determinada
população. Na verdade, um conflito é considerado social quando esse conflito
atinge um grande grupo populacional, o que gera situações desagradáveis que
podem ser derivadas do próprio desconforto gerado.

Causas de Conflitos Sociais

Em verdade, os conflitos existem desde o início da humanidade. E mais: eles


foram e são muito importantes para o desenvolvimento de pessoas, famílias,
sociedades e nações.Entender as causas dos conflitos é fundamental para que os
envolvidos (e os demais interessados ou impactados) possam começar a colheita
de informações que permitirá prevenir conflitos semelhantes no futuro e resolver
os conflitos da atualidade.

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Um conflito social ocorre quando ocorrem situações em países ou regiões que
podem gerar circunstâncias desagradáveis para a convivência e integração social.

Os conflitos sociais, por sua natureza, têm o poder de envolver grupos sociais que
originalmente não participavam da disputa, mas que, em razão de valores
utilitários ou morais, acabam por tomar posição frente ao embate coletivo. Esse
envolvimento se dá pela manipulação consciente ou não, controlada ou não - da
agenda pública da sociedade como um todo.

Assim, para Axel Honneth (2003, p. 256), uma luta só pode ser caracterizada de
'social' na medida em que seus objetivos se deixam generalizar para além do
horizonte das intenções individuais, chegando a um ponto em que eles podem se
tornar a base de um movimento coletivo.

Dentre essas situações, podemos destacar as seguintes:

 Corrupção.
 Desigualdade social e económica.
 Ausência do Estado e falta de legislação e quadro institucional.
 Crise económica.
 Crises naturais.
 Pobreza.
 Racismo, machismo, homofobia, etc.

Consequências dos conflitos sociais

Os conflitos sociais, da mesma forma que se originam, têm consequências na


sociedade que devem ser destacadas. Essas consequências incluem o seguinte:

 Migração ilegal.
 Crime e vandalismo.
 Corrupção e tráfico de drogas.
 Pobreza.
 Mal-estar social.
 Falta de recursos.

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Prevenção de conflitos sociais

Para evitar esta situação, bem como para remediar aqueles que a sofrem, devem
ser aplicadas políticas ativas de combate aos conflitos sociais por parte de
instituições e organismos internacionais. Essas políticas são baseadas em uma
série de estratégias, entre as quais podem ser encontradas as seguintes:

 Promoção da igualdade e alocação eficiente de recursos.


 Promoção da integração social e acesso aos recursos básicos.
 Promoção de elevadores sociais que possibilitem tal integração.
 Promoção da solidariedade entre conviventes.
 Promoção da educação em valores desde a infância.
 Desenvolvimento de planos para promover o acesso aos serviços básicos.

Os conflitos sociais possuem níveis, do ponto de vista conceitual, e, associados à


ideia de invisibilidade social e ao conceito de agenda pública ou social, esses
níveis podem variar segundo sua capacidade de mobilização e intensidade.
Empiricamente, a análise de um dado social pode envolver mais de um tipo de
conflito social e mesmo entre os tipos apresentados há uma gama de
possibilidades.

O referencial teórico baseado na análise de conflitos sociais se pretende


abrangente, uma vez que é possível aplicá-lo a inúmeras situações teóricas e
casos concretos. Uma de suas relevantes contribuições teóricas é contrapor mais
de uma visão/percepção acerca de um problema de pesquisa. O que interessa a
essa perspectiva é o confronto de ideias em si, mais do que o seu resultado final.
Assim, é possível conferir visibilidade social a questões e grupos sociais, antes
invisíveis, seja do ponto de vista sociológico (análise do presente) ou histórico
(análise do pretérito).

Aplicado ao contexto empírico, o instrumental aqui apresentado pode servir de


base interpretativa para vários aspectos da vida social. Por exemplo, Gomes
(2006) testa a hipótese de que, no Brasil, os conflitos sociais, mais
especificamente as lutas de classe, não foram suficientemente intensas ou
qualificadas para propor um modelo de desenvolvimento pautado na

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modernização institucional. Ao analisar o welfare state, o autor não hesita em
afirmar que:

A constituição dos Estados de bem-estar desperta vários tipos de interpretação.


Acredita-se que a mais convincente seja aquela que tributa às lutas entre classes
sociais o dínamo da constituição dos sistemas de seguridade social, sobretudo
quando a classe trabalhadora luta por interesses imediatos e não fundamentais,
ou seja, por melhores salários, condições de trabalho mais favoráveis, melhores
oportunidades de saúde e educação, moradia digna etc. (Gomes, 2006, p. 219).

A despeito da interpretação acima, no Brasil, a análise de conflitos sociais tem


sido mais comum quando aplicada a estudos socioambientais. Os exemplos
nesse sentido são vastos e têm tornado visíveis populações tradicionais e temas
até então invisíveis à sociedade ampla e à esfera das disputas políticas.

Conflitos sociais mais comuns

 Fome - A fome é um dos principais conflitos sociais do mundo. A maioria


das pessoas subnutridas é da África, mulheres e crianças. 6923 milhões de
pessoas sofrem com a falta de comida, embora a União Europeia e os
Estados Unidos enviem comida para os países regularmente. Muitos
países geram grandes quantias de dinheiro e riqueza. No entanto, muitas
pessoas vivem em extrema pobreza.
 Falta de potenciais produtivos - As principais causas são a falta de
potenciais produtivos, pois não se pode viver apenas de recursos naturais.
Isso afecta principalmente grandes populações.
 Guerras - As guerras fazem parte de conflitos sociais. Os países em
desenvolvimento sofrem sérios problemas de corrupção. Isso resulta em
guerras civis, religiosas, entre outras. Algumas potências mundiais
intervêm para evitar guerras. Ao mesmo tempo, contribuem com
suprimentos médicos e alimentos para ajudar as aldeias afetadas.
Atualmente, ainda existem guerras apoiadas pelos Estados Unidos, China,
Rússia e outros países.
 Pobreza - A pobreza é um dos problemas mais complexos em muitos
países do terceiro mundo. Essas regiões são caracterizadas pelo rápido
crescimento populacional, alto percentual de analfabetismo, falta de
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infraestrutura educacional, baixa produtividade do trabalho e poucos
recursos. Além disso, eles têm um fraco desenvolvimento industrial. Isso
leva a baixas exportações e dívidas externas.
 Corrupção - A corrupção é um fenômeno político que gera desconforto na
população, principalmente em momentos de crise. O acesso ao poder
político gera liberdade que, sem responsabilidade, pode levar à tomada de
decisões para seu próprio benefício, e não para o bem comum.

Diferenças sociais entre homens e mulheres

Um dos conflitos sociais que mais ocorreu na última década se deve às


diferenças sociais entre homens e mulheres; salário, trabalho em casa,
oportunidades de emprego, segurança, machismo, violência de gênero …

Elementos do conflito social

 Actores do conflito - Um dos principais elementos são os atores que


estão diretamente em conflito por seus ideais.A partir de um problema
gerado por diferenças, cada parte age com base em seus interesses ou
crenças, independentemente das consequências.
 Diálogo - Através do diálogo entre as partes, soluções podem ser
encontradas, mas ambos os grupos devem concordar em participar para
resolver suas diferenças.
 Mediador - Sob um mediador ou facilitador, que pode ser o mesmo estado,
uma negociação direta pode ser alcançada. Os processos com maior
probabilidade de sucesso são aqueles que têm legitimidade, são
colaborativos e eficazes.

Tipos de Conflitos Sociais

 Funcional - Dentro dos tipos de conflitos sociais, são encontrados conflitos


funcionais. Estes são os que são apresentados com maior intensidade. No
entanto, mantém e melhora a situação problemática entre ambas as partes.
Ou seja, é um conflito que acaba sendo benéfico.

Os conflitos funcionais pertencem ao grupo de conflitos que favorecem a


resolução de outros problemas. Além disso, ajudam a drenar tensões, promover a

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análise que leva à mudança e possíveis soluções, é adaptável, ajuda na tomada
de decisões e, por sua vez, incentiva o trabalho em equipe.

 Disfuncionales - Por outro lado, conflitos disfuncionais são aqueles que


limitam e impedem uma harmonia no desenvolvimento de uma empresa,
grupo ou setor do estado. Esse tipo de conflito cria violência, afetando o
equilíbrio emocional e físico dos envolvidos. Eles também diminuem a
criatividade, a produtividade e as atividades pessoais.

Perspectiva dos autores

Thomas Hobbes

As principais visões do conflito social estão nos estudos do sociólogo Thomas


Hobbes - Hobbes enfatiza que a sociedade está em constante mudança e é
composta de elementos contraditórios que geram necessidades, instabilidade,
violência e abuso de poder.

Ralf Dahrendorf - Por outro lado, o sociólogo e filósofo Ralf Dahrendorf contribuiu
para a sociologia dos conflitos ao projetar um modelo teórico em que explica a
origem dos conflitos sociais e as causas.Sua visão esclarece a existência do
sistema social integrado ao conflito.

Lewis Cosser - Por sua vez, o sociólogo Lewis Cosser argumenta que o conflito
social é considerado um modelo funcional e que mantém o sistema. Assim, a
sociedade é um todo onde cada parte se desenvolve de acordo com suas
atividades.

Diferenças entre conflito e violência social

Conflito e violência não são a mesma coisa. O primeiro é o eixo que causa o
problema, e o segundo acaba sendo conseqüência das ações ou medidas
determinadas, que desencadeiam eventos e agressões específicas.

Além disso, existem conflitos latentes que são caracterizados por seu anonimato.
Ou seja, eles não são citados abertamente, mas permanecem ocultos, causando
um curso de colisão. Por fim, existem os conflitos resolvidos que consistem nos

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casos aprovados por ambas as partes, alcançando um acordo por meio de
compromissos, resoluções judiciais ou administrativas, entre outros.

Para Honneth (2003), o conflito social só pode ocorrer se os indivíduos se


reconhecem minimamente enquanto sujeitos, logo detentores dos mesmos
direitos, caso haja um embate entre essas partes, este não será um conflito entre
os sujeitos e seus interesses, mas sim pela parte que se sente desmerecida e
deseja ser reconhecida como igual à outra. Deste modo, as represálias e atos
agressivos não se dão pelo medo de ameaças puramente, mas pelo fato do não
cumprimento de suas expectativas dos outros indivíduos.

Aqueles que se sentem lesados, reagem por se verem ignorados como sujeitos
pelos outros, e não pelo desejo de aumentar o seu poder com a finalidade de
suprir suas necessidades.

Conflitualidade e movimentos sociais

As sociedades humanas são constituídas por um tecido social descontínuo.


Factores de natureza individual e colectiva estão na base desta descontinuidade.
Diferentes são os projectos pessoais e diversas as capacidades e possibilidades
da sua realização. Nem todos dispõem de idênticas oportunidades e dos meios
adequados. A vida humana é feita de muitas contingências, numa infinidade de
acasos, contingências que originam formações diversificadas.

No seu processo de produção, o tecido social resulta do grau de realização


daqueles projectos. A sociedade vai-se configurando sob a forma de espaços
sociais justapostos, tendendo a limitar-se a sua inter-relação. Mais ou menos
fechados, não fazem mais depois do que reproduzir-se na história. Se, na sua
formação, a realidade social conta com a energia de alguns indivíduos ou grupos,
na sua reprodução apoia-se sobretudo na lógica dos sistemas constituídos.

A lógica desta reprodução oferece as variáveis contextuais condicionantes dos


diversos projectos individuais e de grupo. A coexistência de projectos e de
quadros condicionantes, que apoiam ou contrariam os possíveis trajectos, é
potenciadora de tensões e de conflitos.

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A trama social desenvolve-se dentro destas coordenadas. São elas que nos
fornecem a explicação, quer da emergência da conflitualidade, quer do
aparecimento de eventuais movimentos sociais. É esta complexa questão que
nos propomos, de seguida, analisar e demonstrar.

Nas sociedades democráticas ocidentais a tendência geral tem sido para a


obtenção das mesmas metas que a todos são propostas. As pessoas, através do
processo de socialização, interiorizam aspirações comuns ao êxito. A vontade de
performance anima a vida da maior parte da população. Estas sociedades
meritocráticas colocam o sucesso ao alcance de todos, ainda que limitem os
meios institucionais disponíveis.

Os projectos que se realizam dão origem a situações sociais de relativa


homogeneidade. No interior destes campos estabelecem-se relações sociais
preferenciais. Constituem-se ou consolidam-se assim as camadas sociais,
separadas entre si por estilos de vida e habitus próprios. Nomeadamente os
estratos superiores retêm na memória do grupo o que consideram mais
enobrecedor e lançam no olvido tudo o que é vergonhosa traição, fraude ou
injustiça. A meritocracia funda-se no «valor» desigual dos indivíduos para justificar
a diferenciação social. Esta resulta de méritos de alguns poucos, méritos que
significam essencialmente a capacidade de apropriação de mais-valias materiais
e culturais. Tais são as «boas famílias» que detêm o poder económico, social e
político. A nobreza não lhes vem delas mesmas, mas da submissão e da
passividade de outros. A riqueza é filha da iniquidade. São as duas faces de uma
mesma moeda.

Nos sistemas sociais actuam, por isso, de forma constante, mecanismos de


socialização e de repressão, capazes de assegurar a ordem e a reprodução da
sociedade. Nesta estrutura social, radicalmente injusta, duas tendências
fundamentais concorrem para o seu equilíbrio: o controle social e a produção de
sentido. A estrutura de controle e a estrutura de sentido estão na base quer da
integração, quer da orientação para a mudança, apoiadas nas ideologias e nos
modelos culturais. Mas, como a sociedade não põe à disposição de cada um os
meios institucionalizados necessários à realização dos seus projectos, despertam
em algumas camadas da população profundos sentimentos de frustração.

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No interior da sociedade global, os indivíduos pertencem a microssociedades
diferentes, que lhes oferecem ensejos de vida muito desiguais. O conceito de
integração na sociedade e sobretudo o seu conteúdo não têm a mesma
significação e alcance para todos.

O Conflito como um elemento de Regulação Social

As dissensões entre ideias desenvolvidas pelos pensadores clássicos e pelas


perspectivas teóricas mais recentes são uma constante. Daí que em Sociologia
sejam identificados alguns dilemas teóricos básicos, que no entendimento de
Giddens (2004) são basicamente: i) consenso e conflito; ii) estrutura e acção; iii) o
problema do género; iv) a formação do mundo moderno.

Para o primeiro caso, e de grosso modo, poder-se-á afirmar que algumas


perspectivas sociológicas realçam a ordem inerente e a harmonia das sociedades
humanas (identificando a continuidade e o consenso como os atributos mais
evidentes das sociedades), enquanto que outros sociólogos acentuam a
omnipresença do conflito social, dado que as sociedades são afectadas por
divisões, tensões e lutas. Frequentemente, os indivíduos não tendem a viver
harmonicamente entre si e, quando não se estabelecem conflitos abertos, as
profundas divisões de interesses podem dar lugar, a qualquer momento, a
conflitos activos.

Trata-se de um dilema teórico que muito dificilmente será resolvido, em especial


porque estas duas perspectivas analíticas parecem evidenciar maior antagonismo
entre si, do que aquele que acontece efectivamente. Nesta óptica importa ainda
realçar a utilidade de um outro conceito o da ideologia, tido como crenças e
valores que possibilitam o domínio dos grupos mais poderosos sobre os menos
poderosos o que apela para a indissociável ligação entre poder, ideologia e
conflito.

AS 3 VISÕES DO CONFLITO

A partir do surgimento de inúmeras transformações políticas, culturais e sociais


percebidas no decorrer deste século, emergiu entre as organizações a
necessidade de tornarem-se cada vez mais produtivas e competitivas. Sabendo
desta necessidade, muitos líderes passaram a analisar, avaliar e identificar os

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problemas enfrentados pela equipe na aceitação e adaptação de mudanças, para
então, perceber as dificuldades, e necessidades individuais de cada colaborador.

Robbins (2002), faz algumas abordagens sobre o conceito de conflito na visão


tradicional, das relações humanas e a visão interacionista.

Visão tradicional

Visão tradicional: esta abordagem dizia que todo conflito era ruim e que, portanto,
deveria ser evitado. O conflito era visto como uma disfunção resultante de falhas
de comunicação, falta de abertura e de confiança entre as pessoas e um fracasso
dos líderes em atender às necessidades e às aspirações de suas equipes. A
visão tradicional era consistente com as atitudes de grupo que prevaleciam nas
décadas de 30 e 40.

Visão das relações humanas

Visão das relações humanas: esta abordagem argumenta que o conflito é uma
consequência natural e inevitável em qualquer grupo, não sendo necessariamente
ruim, podendo ter o potencial de ser uma força positiva na determinação do
desempenho do grupo. A visão das relações humanas dominou a teoria sobre
conflitos do final dos anos 40 até a metade da década de 70.

Visão interacionista

Visão interacionista: esta abordagem, que é a mais recente, propõe não apenas
que o conflito pode ser uma força positiva, como defende abertamente a tese de
que algum conflito é absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um
grupo. A principal contribuição desta abordagem, portanto, é encorajar os líderes
dos grupos a manter um nível mínimo constante de conflito suficiente para manter
o grupo viável, autocrítico e criativo.

Conflito percebido

Acontece quando as partes percebem e compreendem que o conflito existe, pois


sentem que seus objectivos são diferentes dos objectivos dos outros e que
existem oportunidades de interferência ou bloqueio.

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Os elementos envolvidos percebem, racionalmente, a existência do conflito,
embora não haja ainda manifestações abertas do mesmo.

Conflito manifesto

Geralmente é quando o conflito é expresso através de comportamento de


interferência activa ou passiva, por ao menos uma das partes. Pode ser chamado
também de conflito aberto e trata-se daquele que já atingiu ambas as partes, já é
percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização. É expresso
pelos envolvidos através de comportamento e de interferência activa ou passiva.

“O conflito é inevitável, o administrador precisa conhecer a respeito de suas


possíveis soluções ou resoluções. Ciente do tipo de conflito e seu nível, o gestor
poderá agir com mais assertividade em orientar as partes, para chegar a uma
solução que mantenha o bem-estar entre pessoas e grupos, sem conivência e
injustiças. A solução de um conflito passa quase sempre pelo exame das
condições que o provocaram”. Já atingiu ambas as partes, é percebido por
terceiros e pode interferir na dinâmica da organização.

O conflito pode se dar entre duas ou mais pessoas, ou seja, ocorrer de forma
individual ou em grupo. Propõe os seguintes tipos de conflitos:

Conflitos internos: quando duas ou mais opiniões opostas ocorrem em um único


indivíduo.

Conflitos entre indivíduos: os conflitos entre indivíduos dentro da organização


são vistos como resultado de diferenças de personalidade.

Conflitos entre indivíduos e grupos: o indivíduo que não concorda com as


normas de comportamento do grupo ou com os valores encontrados na cultura
organizacional estará em conflito com o grupo de trabalho ou com toda a
organização.

Conflitos entre grupos: este tipo é inevitável devido a dois factores básicos da
organização: a disputa por recursos escassos e pelos diversos estilos gerenciais
necessários para a operação eficaz de diferentes departamentos.

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CONCLUSÃO

O conflito social, assim definido, possui características que permitem analisar um


dado contexto sob o ponto de vista da contradição de discursos e práticas,
revelando cenários impossíveis de serem captados sob uma perspectiva
unilateral. Obras de autores como Karl Marx e Georg Simmel balizam a discussão
geral sobre o conceito, e autores como Axel Honneth e Thompson circunscrevem
o conceito e a sua aplicação histórica.

Os conflitos sociais possuem níveis, do ponto de vista conceitual, e, associados à


ideia de invisibilidade social e ao conceito de agenda pública ou social, esses
níveis podem variar segundo sua capacidade de mobilização e intensidade.
Empiricamente, a análise de um dado social pode envolver mais de um tipo de
conflito social e mesmo entre os tipos apresentados há uma gama de
possibilidades.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOMES, Fábio Guedes. Conflito social e welfare state: Estado e desenvolvimento


social no Brasil. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 40, n. 2, p.
201-236, 2006.

HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos


sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.

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ÍNDICE
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................2
Definição do termo e conceito..................................................................................2
Causas de Conflitos Sociais.....................................................................................2
Consequências dos conflitos sociais........................................................................3
Prevenção de conflitos sociais..................................................................................4
Conflitos sociais mais comuns..................................................................................5
Diferenças sociais entre homens e mulheres...........................................................6
Elementos do conflito social.....................................................................................6
Tipos de Conflitos Sociais.........................................................................................6
Perspectiva dos autores...........................................................................................7
Diferenças entre conflito e violência social...............................................................7
Conflitualidade e movimentos sociais.......................................................................8
O Conflito como um elemento de Regulação Social..............................................10
As 3 visões do conflitos..........................................................................................10
Conflito percebido...................................................................................................11
O Conflito manifesto...............................................................................................12
CONCLUSÃO.........................................................................................................13
Referências Bibliográficas......................................................................................14

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