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Apresentação
Os diversos problemas políticos, econômicos e sociais que qualquer país apresenta geram
situações de instabilidade e risco para a continuidade e o desenvolvimento desta nação. Os
conflitos sociais emergem nos mais variados contextos, com diferentes intensidades e, muitas
vezes, surgem pela falta de uma solução justa ou pelas situações consideradas injustas.
O enfrentamento dessas situações revela uma relação que pressupõe uma reciprocidade,
acarretando a exclusão de uma das partes dessa relação.
A judicialização de muitos conflitos sociais, na maioria das vezes, leva a prejuízos irrecuperáveis
ligados a uma dupla imposição: tanto as partes em conflito como a Justiça enfrentam o custo
de uma frustração e a perda do prestígio social.
Nos conflitos públicos e internacionais ocorrem impactos visíveis que, muitas vezes, chegam à
violência recíproca, em várias direções. Analisar essas situações e suas possíveis soluções
tornam-se desafios inadiáveis.
Objetivos
Estudar a dinâmica dos conflitos públicos.
Analisar os conceitos de cultura e identidade.
Entender algumas questões ligadas ao multiculturalismo e a interculturalidade.
A sociedade civil
O enfraquecimento do Estado leva a alterações na vida política e social, acarretadas
pela perda da capacidade de lidar com o conflito social pelo poder público. De acordo
com Sarlo (1999), citada por Nató, Querejazu e Carbajal (2006, p. 122):
Atenção
Esse conjunto de participantes inclui as maiorias, as minorias, os meios de
comunicação, a opinião pública e as representações sociais. Qualquer um desses
participantes citados deve ser analisado, não apenas em termos quantitativos,
mas em relação ao lugar que ocupa no contexto social.
Minorias sociais
As minorias sociais surgem das maiorias e lutam por um espaço de representação. Em
geral, são vistas como fontes de conflitos que questionam a ordem preestabelecida. É
certo que, em várias ocasiões, demonstram não conformismo e descontentamento com
os sistemas institucionais. Entretanto, em muitos casos, se colocam pela preservação
das normas sociais aceitas ou impostas pelas maiorias. Segundo Almeyra (2004),
citado por Nató, Querejazu e Carbajal (2006, p. 128):
[...] não bastam numerosas mobilizações de trabalhadores,
lhes dá identidade.
Meio de comunicação
Quando se fala de meios de comunicação (incluindo hoje as multimídias), estes
apresentam uma capacidade de expressão impressionante e um poder de exercer
grande influência social e política, inclusive organizando uma agenda de problemas
sociais e políticos.
Manifestantes e jornalistas cercados por gás lacrimogêneo. (Fonte: Shutterstock / Por Antonio Scorza)
Muitas vezes, a presença dos meios de comunicação em protestos sociais tem a função
de garantir que a violência e os abusos de poder não ocorram ou, em muitos casos,
constituem provas sobre o que aconteceu. Eles atuam como legitimadores daquelas
manifestações que, por ser realizadas pelas minorias, não chegariam ao espaço público
de outra forma. Em outras situações, podem ser a causa ou o indutor da escalada do
conflito.
Os protagonistas do conflito social sabem que os meios de comunicação apresentam
uma incidência direta na construção das representações sociais e da realidade. As
imagens que eles constroem tornam-se, com frequência, temas centrais que são
estabelecidos no espaço público a partir de variadas estratégias. As imagens mentais
compartilhadas vão formando na população “verdades”, que foram antecipadamente
pensadas, estruturadas e organizadas pelos analistas das empresas de comunicação.
Assim, as representações pessoais se transformam em coletivas, devido ao
compartilhamento da informação.
Atenção
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os acontecimentos ocorridos;
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Atenção
Para que novas formulações de soluções sejam possíveis, devem ser repensadas
algumas propostas que foram eficazes em outras condições socioculturais,
evitados ou suspensos alguns pressupostos e desconstruídas algumas
convicções.
Bauman (2001) chama atenção para o fato de que, nos tempos atuais, temos a
representação de uma trilogia para marcar este momento:
incerteza/insegurança/desproteção.
Sendo assim, para Bauman, é fundamental que as preocupações privadas se tornem
públicas, e identificar nas preocupações privadas os temas de ordem pública.
A exclusão social diz respeito a um estado, ou seja, estar fora da ordem social. Por
exemplo, a pobreza define estados de ausência material e cultural que, não
obrigatoriamente, dizem respeito à falta de filiações e horizontes futuros.
Para a nossa disciplina, o conceito estabelecido por Nató, Querejazu e Carbajal (2006, p.
134), em que a cultura “é um conjunto de produção mais ou menos articulada em um
universo comum de símbolos”, nos demonstra que as práticas e as instituições
participam dessa construção participativa de sentido.
A diversidade cultural não está restrita a aspectos étnicos, religiosos e/ou territoriais,
mas também inclui a produção e os produtos da vida social. Sendo assim, podemos
ampliar o conceito de cultura que, segundo Garretón (2003, p. 7), é:
o conjunto das perguntas e respostas, que tem a ver com as formas
de comunicação, as identidades e a linguagem, com a maneira de
Outro conceito que faz parte de nosso estudo, neste momento, é o de identidade.
Atualmente, não podemos dizer que os sujeitos são influenciados apenas pela cultura
em que nasceram, porque há uma grande variedade de modelos de comportamentos de
outras culturas que interferem na formação dos indivíduos.
Atenção
Cada indivíduo pode estar inscrito em uma ou mais culturas, ao longo de sua vida
ou em momentos específicos. É importante, numa situação de conflito, pensar nas
questões relacionais e históricas que interferem no individual, interpessoal e
grupal.
De acordo com Nató, Querejazu e Carvalhal (2006, p. 135-6), as diferenças que com mais
frequência se apresentam nos contextos de diversidade cultural são:
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morais;
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socioculturais;
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ideológicas;
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Esse termo significa uma atitude a partir da qual se valoriza o estilo de vida e os
costumes de um grupo como os mais adequados, os melhores ou os mais apropriados,
e dos grupos diferentes como inferiores, estranhos e incorretos. Essas ideias podem ser
construídas de muitas maneiras e, com frequência, se apresentam sob a forma de
estereótipos socialmente aceitos.
Os estereótipos podem ser construídos ou difundidos pela educação ou através dos
meios de comunicação, com a justificativa de simplificar certas formas de expressões
culturais ou grupos étnicos e religiosos associados ou não a alguma nacionalidade.
Como alternativa para uma convivência pacífica, deve-se estar atento à tensão entre o
aumento das diferenças e uma proposta de integração que não dá conta das
especificidades culturais e sociais. Além disso, devem ser observados os aspectos
relacionais e históricos dos grupos específicos para que seja possível a criação do
reconhecimento das diferenças e, assim, aproveitá-las. A incorporação da diversidade e
de um modelo de convivência deve ser vivenciado como algo positivo, não como uma
doença ou um perigo.
Da tolerância ao reconhecimento
Uma das propostas de convivência pacífica na relação com o outro é a ideia de
tolerância.
Do multiculturalismo à interculturalidade
Os termos multiculturalismo e interculturalidade têm sido destacados nas
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais, assim como foram acolhidos
na mediação como uma proposta de convivência mais pacífica, buscando a paz social.
Não se pode falar desses termos sem destacar o processo de globalização.
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Saiba mais
Diálogo intercultural
Como foi percebido, a interculturalidade concilia a diversidade com a igualdade de
oportunidades de diferentes grupos e identidades culturais. Essa situação propõe um
grande desafio, que é combinar vários campos de ação.
Atividade
1 - A partir do diálogo da Mafalda com seu ursinho sobre o mundo, de que forma
poderíamos entender a expressão final “O original é um desastre”? Leve em
consideração, para construir sua resposta o que foi apresentado neste item.
Disponível em:
http://elicaespanhol.blogspot.com/2011/09/personajes-
del-mundo-hispano.html
<http://elicaespanhol.blogspot.com/2011/09/personajes-
del-mundo-hispano.html> .
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Texto II
Notas
Referências
BARBOZA, M. S. S.; CAMINO, C. P. S. Teoria das minorias ativas. Psicologia & Sociedade, Belo
Horizonte, v. 26, n. 1, p. 245-47, jan./abr. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-71822014000100026&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822014000100026&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> .
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