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Disciplina: Mediação Comunitária

Aula 5: Con itos públicos e con itos interculturais

Apresentação
Os diversos problemas políticos, econômicos e sociais que qualquer país apresenta geram
situações de instabilidade e risco para a continuidade e o desenvolvimento desta nação. Os
conflitos sociais emergem nos mais variados contextos, com diferentes intensidades e, muitas
vezes, surgem pela falta de uma solução justa ou pelas situações consideradas injustas.

O enfrentamento dessas situações revela uma relação que pressupõe uma reciprocidade,
acarretando a exclusão de uma das partes dessa relação.

A judicialização de muitos conflitos sociais, na maioria das vezes, leva a prejuízos irrecuperáveis
ligados a uma dupla imposição: tanto as partes em conflito como a Justiça enfrentam o custo
de uma frustração e a perda do prestígio social.

Nos conflitos públicos e internacionais ocorrem impactos visíveis que, muitas vezes, chegam à
violência recíproca, em várias direções. Analisar essas situações e suas possíveis soluções
tornam-se desafios inadiáveis.

Objetivos
Estudar a dinâmica dos conflitos públicos.
Analisar os conceitos de cultura e identidade.
Entender algumas questões ligadas ao multiculturalismo e a interculturalidade.
A sociedade civil
O enfraquecimento do Estado leva a alterações na vida política e social, acarretadas
pela perda da capacidade de lidar com o conflito social pelo poder público. De acordo
com Sarlo (1999), citada por Nató, Querejazu e Carbajal (2006, p. 122):

A sociedade civil não é uma constelação de vontades, de indivíduos e

de famílias. A sociedade civil é um mapa de instituições que pesam e

se de nem no espaço público segundo seu grau de articulação

cultural, de poder econômico e de tradição de gestão. O espaço


público é ocupado por aqueles que estão em condições culturais e

materiais de fazê-lo. Sobretudo, por quem pode alcançar uma

permanência no tempo, representando seus interesses e reunindo

vontades... Na ausência de instituições, a sociedade civil desaparece,


porque não pode ser substituída por uma representação.

O conjunto de organizações autônomas surge, entre várias razões, para preencher


aspectos não contemplados pelo Estado. As sociedades civis, mesmo quando criadas a
partir de uma necessidade de suprir demandas sociais que o Estado não atende ou não
se propõe a atender, adquirem, muitas vezes, um valor que excede as suas propostas
iniciais. Esse fato vem demonstrando que um governo é mais eficiente e democrático
quando existe uma sociedade civil comprometida, participante e organizada.
As bases estratégicas para o fortalecimento da sociedade civil seriam a reunião da
confiança social, da reciprocidade e do compromisso, implementada através de redes
de relação. Essas mobilizações sociais e a consequente ampliação do espaço público
são condições para a implementação de uma verdadeira mudança cultural. Para que
isso ocorra, tais práticas devem ser realizadas de forma adequada para que possam
funcionar como orientadoras dos cidadãos.

A sociedade civil pode encontrar seus próprios meios de funcionamento e de expressão,


transformando-os em exercício de cidadania, tendo como campo de ação o espaço
público. Para isso, deve contar com ferramentas e caminhos adequados para facilitar
esse desenvolvimento, que pode ser construído por meio da mediação.

 Voluntários da Holanda ajudando um homem do


Paquistão que veio de bote da Turquia. (Fonte: Shuttertock
/ Por Lukasz Z)

Dinâmica do con ito público


Na esfera pública, a dinâmica do conflito deve ser compreendida observando-se quem
são os atores e quais são os parâmetros envolvidos na situação, no momento em que
formas de intervenção para se trabalhar são propostas ou planejadas. Em geral, em um
conflito público, os protagonistas intervêm, mas outros também, com interesses diretos
ou indiretos em relação ao conflito. Todos os participantes se influenciam
reciprocamente, qualificando a situação.

Atenção
Esse conjunto de participantes inclui as maiorias, as minorias, os meios de
comunicação, a opinião pública e as representações sociais. Qualquer um desses
participantes citados deve ser analisado, não apenas em termos quantitativos,
mas em relação ao lugar que ocupa no contexto social.

Minorias sociais
As minorias sociais surgem das maiorias e lutam por um espaço de representação. Em
geral, são vistas como fontes de conflitos que questionam a ordem preestabelecida. É
certo que, em várias ocasiões, demonstram não conformismo e descontentamento com
os sistemas institucionais. Entretanto, em muitos casos, se colocam pela preservação
das normas sociais aceitas ou impostas pelas maiorias. Segundo Almeyra (2004),
citado por Nató, Querejazu e Carbajal (2006, p. 128):
[...] não bastam numerosas mobilizações de trabalhadores,

trabalhadores rurais, indígenas ou desempregados, para que se possa

falar de um movimento social. Este deve ter um objetivo declarado,


reunir ações que tenham características e ideais comuns, tendência a

uma certa duração de tempo e ainda que possa ter profundas

diferenças entre as tendências ou grupos que o compõe, estes devem

sentir que pertencem a um movimento comum que os singulariza e

lhes dá identidade.

Meio de comunicação
Quando se fala de meios de comunicação (incluindo hoje as multimídias), estes
apresentam uma capacidade de expressão impressionante e um poder de exercer
grande influência social e política, inclusive organizando uma agenda de problemas
sociais e políticos.

Apresentam um duplo objetivo: entretenimento e lucro. Em alguns casos, podem ser


reconhecidos trabalhos criteriosos e sérios; em outros, podem ser percebidos, de forma
clara, os objetivos especificamente comerciais e/ou empresariais.
Os protestos sociais fazem parte, com frequência, do cotidiano dos meios de
comunicação porque chamam atenção e vendem, tornando-se um produto de consumo
para as maiorias.

Os meios de comunicação selecionam certos temas e dão a eles um tratamento, em


geral, de caráter sensacionalista, para manter a população ligada aos temas. Ao mesmo
tempo, pode diminuir a importância sobre um assunto ou um conflito determinado,
fazendo-o desaparecer do espaço público e da preocupação da população.

 Manifestantes e jornalistas cercados por gás lacrimogêneo. (Fonte: Shutterstock / Por Antonio Scorza)

É claro que, se os meios de comunicação apresentam uma


importância tão grande na vida pública, é porque, também,
oferecem aos cidadãos a possibilidade do protagonismo ou
da visibilidade que não é encontrada de outra forma.

Muitas vezes, a presença dos meios de comunicação em protestos sociais tem a função
de garantir que a violência e os abusos de poder não ocorram ou, em muitos casos,
constituem provas sobre o que aconteceu. Eles atuam como legitimadores daquelas
manifestações que, por ser realizadas pelas minorias, não chegariam ao espaço público
de outra forma. Em outras situações, podem ser a causa ou o indutor da escalada do
conflito.
Os protagonistas do conflito social sabem que os meios de comunicação apresentam
uma incidência direta na construção das representações sociais e da realidade. As
imagens que eles constroem tornam-se, com frequência, temas centrais que são
estabelecidos no espaço público a partir de variadas estratégias. As imagens mentais
compartilhadas vão formando na população “verdades”, que foram antecipadamente
pensadas, estruturadas e organizadas pelos analistas das empresas de comunicação.
Assim, as representações pessoais se transformam em coletivas, devido ao
compartilhamento da informação.

Atenção

Como pode ser demonstrado, os meios de comunicação têm um papel ativo na


construção das representações sociais e uma influência direta na opinião pública.
Dessa forma, as minorias, em busca de visibilidade, devem produzir
acontecimentos que as tornem visíveis, que lhes possibilitem existência, para que
possam ser reconhecidas. Os líderes sociais, que percebem essa situação,
constroem estratégias para consolidar as suas lideranças.

Dinâmica dos con itos públicos


Para compreender a dinâmica dos conflitos públicos, deve-se levar em conta:
1

quais são as minorias;

quais papéis que desempenham;

os interesses e o papel das


maiorias na situação.

Além disso, devem ser analisadas:

01

as representações sociais existentes;

02

os acontecimentos ocorridos;

03

os possíveis futuros acontecimentos;

04

o papel dos meios de comunicação (como estão formando a opinião pública),

05

as lideranças que estão presentes;

06

qual a posição de cada ator social no conflito.


Somente assim será possível criar estratégias para a
promoção de possíveis diálogos em que estejam presentes o
espírito democrático, o compromisso social e a ética.

Além dos con itos sociais


A construção, o desenvolvimento e as resoluções dos conflitos sociais são complexos
e, muitas vezes, de difícil finalização. Para Nató, Querejazu e Carbajal (2006), se não são
encontradas respostas satisfatórias, discutir ou refazer as perguntas formuladas pode
ser um caminho para a solução.

Atenção

Para que novas formulações de soluções sejam possíveis, devem ser repensadas
algumas propostas que foram eficazes em outras condições socioculturais,
evitados ou suspensos alguns pressupostos e desconstruídas algumas
convicções.

É necessário entender as formas como os conflitos sociais aparecem no espaço


público, bem como seu desenvolvimento, mas também as suas condições de produção.

Bauman (2001) chama atenção para o fato de que, nos tempos atuais, temos a
representação de uma trilogia para marcar este momento:
incerteza/insegurança/desproteção.
Sendo assim, para Bauman, é fundamental que as preocupações privadas se tornem
públicas, e identificar nas preocupações privadas os temas de ordem pública.

Nató, Querejazu e Carbajal (2006) destacam a importância da diferenciação entre


exclusão e expulsão, para o entendimento dos conflitos.

A exclusão social diz respeito a um estado, ou seja, estar fora da ordem social. Por
exemplo, a pobreza define estados de ausência material e cultural que, não
obrigatoriamente, dizem respeito à falta de filiações e horizontes futuros.

A expulsão social é uma forma de constituição social em que as pessoas se encontram


entre a desatenção do Estado e a indiferença da sociedade. Nesse caso, os conflitos de
várias espécies se multiplicam, gerando confrontação e violência.

Os conflitos não surgem apenas das condições de vulnerabilidade e/ou desproteção


social. Podem ser observados conflitos, no espaço público, que se estabelecem a partir
de protestos de vendedores ambulantes; de vítimas de violência urbana que moram em
bairros de classe média; de estudantes; de professores; de médicos etc.
Os fenômenos sociais e suas manifestações de indignação coletiva

traduzem uma busca frustrada de um lugar por parte de diferentes


setores da sociedade. Esses con itos requerem diferentes estratégias.
Encontrar formas de lidar com essas demandas sociais é um exercício de

cidadania que exige a possibilidade de criar espaços para o diálogo, em


que as vítimas se transformem em protagonistas.

Nesses casos, a mediação pode realizar um trabalho significativo, oferecendo um


espaço para a construção coletiva, promovendo o fortalecimento da comunidade e
fornecendo aos atores ferramentas para a gestão social, criando espaços para a
produção de novas possibilidades sociais. Vamos passar, agora, à análise dos conflitos
interculturais.

Conceito de cultura e identidade


A questão da diversidade cultural é uma situação complexa que, em geral, ultrapassa
fronteiras físicas convencionais. O conceito de cultura, por sua vez, é um dos mais
complicados porque envolve múltiplos fatores.

Para a nossa disciplina, o conceito estabelecido por Nató, Querejazu e Carbajal (2006, p.
134), em que a cultura “é um conjunto de produção mais ou menos articulada em um
universo comum de símbolos”, nos demonstra que as práticas e as instituições
participam dessa construção participativa de sentido.

A diversidade cultural não está restrita a aspectos étnicos, religiosos e/ou territoriais,
mas também inclui a produção e os produtos da vida social. Sendo assim, podemos
ampliar o conceito de cultura que, segundo Garretón (2003, p. 7), é:
o conjunto das perguntas e respostas, que tem a ver com as formas
de comunicação, as identidades e a linguagem, com a maneira de

pensar, os modelos éticos e de conhecimento, com o signi cado que

damos às nossas ações, com a criatividade e com a maneira como

de nimos o espaço, o tempo, a natureza e a relação com os outros.

Outro conceito que faz parte de nosso estudo, neste momento, é o de identidade.

Diferentes aspectos podem caracterizar a identidade: a nação, a cor da

pele, a classe social, o gênero, a religião, a faixa etária, entre outros. As

identidades se formam a partir de uma variedade de intercâmbios,


muitos facilitados ou realizados a partir da cultura.

Atualmente, não podemos dizer que os sujeitos são influenciados apenas pela cultura
em que nasceram, porque há uma grande variedade de modelos de comportamentos de
outras culturas que interferem na formação dos indivíduos.

Atenção
Cada indivíduo pode estar inscrito em uma ou mais culturas, ao longo de sua vida
ou em momentos específicos. É importante, numa situação de conflito, pensar nas
questões relacionais e históricas que interferem no individual, interpessoal e
grupal.

De acordo com Nató, Querejazu e Carvalhal (2006, p. 135-6), as diferenças que com mais
frequência se apresentam nos contextos de diversidade cultural são:

01

morais;

02

étnicas, religiosas, de gênero e de idade;

03

socioculturais;

04

ideológicas;

05

as lideranças que estão presentes;

06

nas representações que as pessoas fazem sobre a convivência.

Nesses casos e em outros, não mencionados, um dos obstáculos em relação à


integração das diferenças é o etnocentrismo.

Esse termo significa uma atitude a partir da qual se valoriza o estilo de vida e os
costumes de um grupo como os mais adequados, os melhores ou os mais apropriados,
e dos grupos diferentes como inferiores, estranhos e incorretos. Essas ideias podem ser
construídas de muitas maneiras e, com frequência, se apresentam sob a forma de
estereótipos socialmente aceitos.
Os estereótipos podem ser construídos ou difundidos pela educação ou através dos
meios de comunicação, com a justificativa de simplificar certas formas de expressões
culturais ou grupos étnicos e religiosos associados ou não a alguma nacionalidade.

Como alternativa para uma convivência pacífica, deve-se estar atento à tensão entre o
aumento das diferenças e uma proposta de integração que não dá conta das
especificidades culturais e sociais. Além disso, devem ser observados os aspectos
relacionais e históricos dos grupos específicos para que seja possível a criação do
reconhecimento das diferenças e, assim, aproveitá-las. A incorporação da diversidade e
de um modelo de convivência deve ser vivenciado como algo positivo, não como uma
doença ou um perigo.

Da tolerância ao reconhecimento
Uma das propostas de convivência pacífica na relação com o outro é a ideia de
tolerância.

Geralmente, se fala de tolerância para os indivíduos e para as sociedades. De acordo


com Nató, Querejazu e Carbajal (2006), a tolerância seria um estágio menor do
reconhecimento ou uma forma de entender a relação com o outro, que não é neutra.

Nesse conceito, se reconhece certo sentimento ou condição de superioridade de


alguém que tolera e que supõe determinada subordinação daquele que é tolerado. É
como se fosse concedido o direito a quem é tolerado de manter as suas crenças
“equivocadas”.

Dessa forma, é imprescindível passar da tolerância para o reconhecimento,


possibilitando uma cultura de entendimento. Devem ser construídos modelos de
convivência que permitam lidar com os conflitos num ambiente de diversidade, a partir
da incorporação e da inclusão social.
 Amizade entre crianças de diversas etnias. (Fonte: Shutterstock / Por Rawpixel.com)

Do multiculturalismo à interculturalidade
Os termos multiculturalismo e interculturalidade têm sido destacados nas
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais, assim como foram acolhidos
na mediação como uma proposta de convivência mais pacífica, buscando a paz social.
Não se pode falar desses termos sem destacar o processo de globalização.

Tal processo de transformação econômica e cultural tem enfraquecido as fronteiras


nacionais e as identidades ligadas a elas. Nató, Querejazu e Carbajal (2006, p. 139-140)
identificam alguns eixos sobre os quais ocorrem essas transformações:

01

Descentralização político-cultural — as práticas de cidadania envolvem vários eixos e se


desenvolvem em múltiplos campos de ação, espaços de negociação de conflitos,
territórios e interlocutores.

02

Súbito aumento das diferenças e a promoção da diversidade — muitas situações que


eram restritas à competência privada ou referentes ao sujeito, como a autoafirmação
cultural ou de identidade, atualmente tornaram-se competência da sociedade civil,
reivindicações associadas à política e ao público.
03

Passagem da lógica das representações para a lógica das redes — as demandas


dependem menos da política e mais da comunicação através das redes de informação.

Saiba mais

Leia o texto Multiculturalismo e Interculturalidade <galeria/aula5/anexo/multi.pdf>


para saber mais sobre este tema.

Diálogo intercultural
Como foi percebido, a interculturalidade concilia a diversidade com a igualdade de
oportunidades de diferentes grupos e identidades culturais. Essa situação propõe um
grande desafio, que é combinar vários campos de ação.

Esses campos vão desde o político, jurídico, nacional, internacional e, também, a


sociedade civil, com o objetivo de construir uma sociedade diferente. Essa diferença
implica numa universalidade que significa que não há perigo nas diferenças nem é
exigida uma homogeneidade cultural.

A universalidade engloba decisões sustentáveis e, para tanto, é fundamental reconhecer


as diferenças e desigualdades, além do que é não negociável na interculturalidade.

O projeto da interculturalidade tem o objetivo de construir a capacidade para comunicar-


se entre os diferentes sujeitos, para chegar a um entendimento mútuo. A mediação, a
partir de suas ferramentas, pode construir uma ponte entre os diferentes grupos
socioculturais.
 Conexão e troca global entre diversas culturas.
(Shutterstock / Por Likee68)

Atividade
1 - A partir do diálogo da Mafalda com seu ursinho sobre o mundo, de que forma
poderíamos entender a expressão final “O original é um desastre”? Leve em
consideração, para construir sua resposta o que foi apresentado neste item.

 Disponível em:
http://elicaespanhol.blogspot.com/2011/09/personajes-
del-mundo-hispano.html
<http://elicaespanhol.blogspot.com/2011/09/personajes-
del-mundo-hispano.html> .
2-

Texto II

“Em sentido antropológico, não falamos em Cultura, no singular, mas em culturas,


no plural, pois a lei, os valores, as crenças, as práticas, as instituições variam de
formação social para formação social. Além disso, uma mesma sociedade, por ser
temporal e histórica, passa por transformações culturais amplas.” CHAUÍ, M.
Convite à loso a. São Paulo: Ática, 1995. [Fragmento].

A concepção que perpassa a imagem e o texto parte da premissa de que o


respeito à diversidade cultural signi ca:

a) exaltar os elementos de uma cultura.


b) proteger as minorias culturais.
c) estimular as religiões monoteístas.
d) incentivar a divisão de classes.
e) promover a aceitação do outro.
3 - (INEP-2011-ENEM) O intercâmbio de ideias, informações e culturas, através
dos meios de comunicação, imprimem mudanças profundas no espaço geográfico
e na construção da vida social, na medida em que transformam os padrões
culturais e os sistemas de consumo e de produção, podendo ser responsáveis pelo
desenvolvimento de uma região. (HAESBAERT, R. Globalização e fragmentação do
mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: EdUFF, 1998.)

Muitos meios de comunicação, frutos de experiências e da evolução cientí ca


acumuladas, foram inventados ou aperfeiçoados durante o século XX e
provocaram mudanças radicais nos modos de vida, com:

a) a diferenciação regional da identidade social por meio de hábitos de


consumo.
b) o maior fortalecimento de informações, hábitos e técnicas locais.
c) a universalização do acesso a computadores e à internet em todos os países.
d) a melhor distribuição de renda entre os países do sul favorecendo o acesso a
produtos originários da Europa.
e) a criação de novas referências culturais para a identidade social por meio da
disseminação das redes de comunicação.
4 - (INEP-2002-ENEM) De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por
Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar:

a) valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias


representações e explicações desse universo.
b) desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e
determina uma única explicação para esse universo.
c) valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de
várias visões de mundo.
d) valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de
navegantes e não navegantes.
e) desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado
apenas pelos navegantes.

Notas
Referências

BARBOZA, M. S. S.; CAMINO, C. P. S. Teoria das minorias ativas. Psicologia & Sociedade, Belo
Horizonte, v. 26, n. 1, p. 245-47, jan./abr. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-71822014000100026&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822014000100026&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> .

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

GARRETÓN, M. A. Por un espacio cultural latino-americano. TodaVia, Pensamiento y cultura en


America Latina, n. 6, p. 4-9, 2003.
MOSCOVICI, S. Psicologia das minorias ativas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

NATÓ, A. M.; QUEREJAZU, M. G. R.; CARBAJAL, L. M. Mediación comunitária: conflictos em el


escenario urbano. Buenos Aires: Editorial Universidad, 2006.

Próximos Passos

A espiral do conflito no meio comunitário.


Meios tradicionais de resolução pacífica de conflitos.
Outras práticas restaurativas.

Explore mais

ARTIGOS

SANTINELLO, J. A identidade do indivíduo e sua construção nas relações sociais: pressupostos


teóricos. Revista de Estudos da Comunicação, Curitiba, v. 12, n. 28, p. 153-159, maio/ago. 2011.

SILVA, M. L. da. Educação intercultural e pós-modernidade. Revista Mal-Estar e Subjetividade,


Fortaleza, v. III, n. 1, p. 151-163, mar. 2003.

LINKS

Centro de Intercultura Cidade <https://interculturacidade.wordpress.com/> .

Núcleo de Estudos e Pesquisas de Interculturalidade <http://www.ucp.br/web/index.php/nupei> .

VÍDEO

Universidade Aberta: Interculturalidade <https://www.youtube.com/watch?v=towYogAiyeg> .


Acesso em: 24 jul. 2018.

Oficinas de educação estética e arte terapia realizadas em Dharamsala, no norte da Índia.


Conhecida também como centro de exilados tibetanos, é parte do projeto de pesquisa "Estudos
sobre processos educativos estéticos e interculturalidade" do Programa de Pós-graduação em
Educação da UPF. As oficinas foram realizadas com pessoas de diversas nacionalidades que
passavam pelo local, e exilados tibetanos.

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