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mídia, psicologia e subjetividade I 2014 I egc I ufsc sílvio serafim marisa carvalho

Conhecimento introdução

EGC estudo

Mídias conceito

Comunicação teoria

Cibercultura processo

Inovação mídias

Temas seminários

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Pensamento, Linguagem e Conhecimento Introdução

Filosofia, Psicologia, Sociologia e Comunicação

Relação entre sujeito, imagem e objeto

Subjetividade: significado e sentido

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Teoria do Conhecimento Introdução

“Conhecimento é um peculiar fenômeno da consciência,


apresentando três elementos principais: o sujeito, a imagem e
o objeto

Pelo sujeito, o fenômeno do conhecimento toca na esfera


psicológica (processo)
pela imagem, com a lógica (padrão)
pelo objeto, com a ontológica (algo)

A função do sujeito é apreender o objeto; a função do objeto é


ser apreensível e ser apreendido pelo sujeito

O sujeito só é sujeito para um objeto e o objeto só é objeto para


um sujeito

Um conhecimento diz-se verdadeiro se o seu conteúdo


Conteúdo, pensamento, imagem
concorda com o objeto designado. O conceito de verdade é
assim, o conceito de uma relação. Exprime uma relação de
conteúdo, do pensamento, da imagem, com o objetivo”

Johannes Hessen, 1987

“...porque é o sujeito que toma partido sobre o objeto;


pela imagem o fenômeno assume uma dimensão lógica, pois a
imagem do objeto no sujeito é uma estrutura lógica e, enquanto Relação entre sujeito, imagem e objeto
tal, objeto da lógica; e por ultimo o objeto e sua dimensão
ontológica defronta-se com a consciência cognoscente
enquanto algo que é, quer se trate de um ser real ou ideal”

Na relação o objeto é o determinante, o sujeito o determinado.


Daí o conhecimento ser definido como uma determinação do
sujeito pelo objeto

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Teoria do Conhecimento Introdução

A consciência é um conhecimento (das coisas e de si) e um


conhecimento desse conhecimento (reflexão)

Modalidades de consciência:
A consciência psicológica : o Eu
Do ponto de vista ético e moral: a Pessoa
Do ponto de vista político: o Cidadão
Do ponto de vista da teoria do conhecimento: o Sujeito

A teoria do conhecimento tem como seu objeto de estudo o


próprio conhecimento, sendo o conhecimento um processo, processo
estabelecendo relação entre o sujeito e o objeto a ser
estudado, ou seja, o sujeito é o ser humano e o objeto pode ser
qualquer coisa que o leve a novos conhecimentos

A problemática da teoria do conhecimento parte sempre da relação


relação entre sujeito e objeto como elementos fundamentais do
conhecimento humano e de sua elaboração

Segundo Hessen no ato do conhecimento defrontam-se sujeito


e objeto. O conhecimento, portanto, é a relação de um com o
outro, e a apreensão de um pelo outro
realidade
Consciência como a tomada de conhecimento da realidade

Problema central é o de explicar a experiências subjetivas e experiência subjetiva


interiores associada aos acontecimentos cognitivos, emocionais,
culturais

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Teoria do Conhecimento Introdução

A Filosofia trata da ética, teoria do conhecimento e


epistemologia. Os filósofos passaram a ter um interesse
primordial pelo conhecimento das estruturas e formas de
consciência

A teoria do conhecimento baseia-se no pressuposto


fundamental de que os seres humanos são racionais e identidade
conscientes, entendendo-se como consciência o
sentimento da sua própria identidade

“A teoria do conhecimento volta-se para a relação entre o


pensamento e as coisas, a consciência (interior) e a
realidade (exterior), em suma, o sujeito e o objeto do
conhecimento”
Marilena Chaui relação entre sujeito e objeto

“O conhecimento é o pensamento que resulta da relação


que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a
ser conhecido”
Maria Lúcia Aranha; Maria Helena Martins

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Teoria do Conhecimento Introdução

Michael Polanyi (1958) apresenta uma teoria sobre o


conhecimento, na qual defende que:

(a) a verdadeira descoberta não pode ser explicada por não lógico
um conjunto de regras ou algoritmos

(b) o conhecimento é não só público, mas também social e individual


pessoal, no sentido em que é construído pelos
indivíduos e por tal engloba as suas emoções e paixões
explícito e tácito
(c) o conhecimento subjacente ao conhecimento explícito
é mais primário e fundamental, dado que todo o
conhecimento é tácito ou nele fundado

Para Polanyi (1966), o conhecimento tácito é:


"espontâneo, intuitivo, experimental, conhecimento
cotidiano, do tipo revelado pela criança que faz um bom
jogo de basquetebol, (…) ou que toca ritmos complicados
no tambor, apesar de não saber fazer operações
aritméticas elementares”

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Teoria do Conhecimento Introdução

Polanyi argumenta que os seres humanos criam Criação


conhecimento envolvendo-se com objetos, ou seja,
através do envolvimento e compromisso pessoal, ou, qual
o autor chama de “residir em”
padrão
“ Saber algo é criar a sua imagem ou padrão através da modelo
integração tácita de detalhes. Para entender o padrão
como um todo significativo, é necessário integrar o corpo
com os detalhes. Assim, o “residir em” rompe com as
dicotomias tradicionais entre mente e corpo, razão e
emoção, sujeito e objeto, conhecer e conhecido. Logo, a
objetividade científica não constitui a única fonte de
conhecimentos grande parte de nossos conhecimentos é
fruto de nosso esforço voluntário de lidar com o mundo”

Gustavo Cardoso, 2004

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Epistemologia Introdução

A palavra epistemologia deriva das raízes


gregas episteme (conhecimento) e logos (estudo),
portanto, é um estudo da natureza do conhecimento
e de sua validade

O critério sistêmico, a ruptura com a concepção tradicional


de objetividade científica

Mudando da metáfora do conhecimento enquanto


construção para a metáfora do conhecimento enquanto
rede, uma teia na qual tudo está interligado

“Quando percebemos a realidade como uma rede de


relações, nossas descrições também formam uma rede rede de conexões
interconectada de concepções e de modelos”

Fritjof Capra, 1997

Trata-se da mudança da ciência objetiva para a epistêmica,


onde a epistemologia – processo de conhecimento - integra a
teoria científica. Esta mudança representa a necessidade de um
aprofundamento da reflexão sobrepor meio de descrição dos
fenômenos naturais- a produção, sobre o fazer ciência,
rediscutindo “os lugares” de onde se parte, bem como
explicitando-os

Fritjof Capra

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Psicologia Social Introdução

Estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências sociais:


sociologia, antropologia, geografia, história, ciência política

O ato de conhecer, enquanto relação que se estabelece entre a relação


consciência que conhece e o mundo conhecido

Sujeito (consciência que conhece) + Objeto (mundo a ser


conhecido) = relação estabelecida (conhecimento)

Construção social do conhecimento –surge na interação entre as interação


pessoas em comunidades, ao invés daquele que surge em
interações em um ambiente não social

O ato de conhecer, enquanto relação que se estabelece entre a


consciência que reconhece e o mundo conhecido

Construção social do conhecimento –surge na interação entre as


pessoas em comunidades, portanto, em um ambiente social

“O mais importante do que a "realidade" para compreender o Teoria de Campo e Teoria da Gestalt
comportamento do indivíduo é a "percepção" que o indivíduo
tem da realidade”
Kurt Lewin

O comportamento deriva da coexistência dos fatos criando


um campo dinâmico, o que significa que o estado de qualquer
parte do campo depende de todas as outras partes.
O comportamento depende do campo atual ao invés do passado
ou do futuro

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Psicologia Cognitiva Introdução

Estuda a cognição, os processos mentais que estão por


detrás do comportamento

É uma das disciplinas da ciência cognitiva. Esta área de


investigação sobre diversos domínios, examinando
questões sobre a memória, atenção, percepção,
representação de conhecimento, raciocínio, criatividade e
resolução de problemas

Pode-se definir cognição como a capacidade para


armazenar, transformar e aplicar o conhecimento, sendo
um amplo conjunto dos processos mentais
linguagem
Linguagem é um instrumento para produção do
conhecimento

Na ciência cognitiva busca-se o desenvolvimento da ideia rede como representação do conhecimento


de conhecimento como Rede, representação do
conhecimento, uma imagem metafórica de importância
nas áreas da epistemologia e da aprendizagem

Visão Representacional:
modelos
visão da natureza como representação
O mundo real só pode ser conhecido por representações,
que interpõem-se entre o sujeito e o objeto. Assim, a
história do conhecimento da Natureza é a história das
representações formuladas sobre a Natureza

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Psicologia do Desenvolvimento Introdução
Abordagem Construtivismo Social
Aspectos Histórico e Cultural

“Objetivo da Psicologia é nos fornecer uma idéia


completamente diferente sobre as coisas que conhecemos
melhor”
Paul Valéry

Estudar a interação do indivíduo com o ambiente, assim


como a natureza deste ambiente

“Construímos nossa identidade pela relação com os


outros”
Lévy Vygostky

Desenvolvimento humano se dá em 3 níveis:


Cultural, interpessoal e individual

Para Vygostky o interesse maior estava nos níveis cultural aprendizagem colaborativa
e interpessoal, pois as experiências formativas são sociais

“Todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo


ocorrem de acordo com sua história social e acabam se
constituindo no produto do desenvolvimento histórico-
social de sua comunidade “
Alexander Luria, 1976

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Psicologia do Desenvolvimento Introdução

“O funcionamento psicológico se baseia em modos


culturalmente construídos de ordenar o real ... os
sistemas simbólicos que se interpõem entre sujeito e
objeto de conhecimento têm origem social. Isto é, é a sistemas simbólicos
cultura que fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos cultura
de representação da realidade e, por meio deles, o representação
universo de significações que permite construir uma
ordenação, uma interpretação, dos dados do mundo
real”

Vygotsky,1984
mediação
Enquanto sujeito do conhecimento não tem acesso
direto aos objetos, mas um acesso mediado, isto é, feito
através dos recortes do real operados pelos sistemas
simbólicos que dispõe

O conceito de mediação inclui dois aspectos


complementares:
Por um lado refere-se ao processo de representação
mental- a própria idéia de que o homem é capaz de
operar mentalmente sobre o mundo supõe,
necessariamente, a existência de algum tipo de
conteúdo mental de natureza simbólica, isto é, que
representa os objetos, situações e eventos do mundo
real no universo psicológico do indivíduo

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Psicologia do Desenvolvimento Introdução

A proposta sócio-construtivista veio enriquecer o debate


acerca da interação social , ao defender o plano interativo
como o contexto onde se dá a construção da contexto
subjetividade humana e a própria história da humanidade subjetividade

A proposição é fundamentar em leis e princípios que


clarifiquem como se dá o desenvolvimento das relações
sociais:

quais os efeitos na construção do sujeito?

como se caracteriza as interações e relações sociais na


construção da subjetividade humana?

quais os instrumentos mais adequados e sensíveis à


apreensão do fenômeno interacional?

quais as metodologias que favorecessem a análise


quantitativa do fenômeno e que viabilizassem a descrição
objetiva e sistemática do processo de desenvolvimento de
uma possível relação social?

como as interações sociais se estabelecem por meio das


novas tecnologias?

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Psicologia do Desenvolvimento Introdução

Neste processo de desenvolvimento cognitivo, a


linguagem tem papel crucial na determinação de como
o indivíduo vai aprender a pensar

O entendimento das relações entre pensamento e


linguagem é necessário para que se entenda o processo
de desenvolvimento intelectual

Existe uma inter-relação entre pensamento e


linguagem, um proporcionando recursos ao outro.
Desta forma a linguagem tem um papel essencial na
formação do pensamento e do caráter do indivíduo

Processos comportamentais:
memória, cognição, emoção, percepção, atenção,
motivação, inteligência, aprendizagem, linguagem,
pensamento

A mediação na relação entre pensamento e a linguagem mediação


respectivamente: o significado e o sentido

os signos, a linguagem simbólica desenvolvida pela


espécie humana, têm um papel similar ao dos
instrumentos: tanto os instrumentos de trabalho quanto
os signos são construções da mente humana, que
estabelecem uma relação de mediação entre o homem e a
realidade

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Psicologia Social Introdução

O desenvolvimento da linguagem (fala) produzida social-


historicamente e, dos significados permitem uma
representação da realidade no pensamento, portanto, a
compreensão da atividade no campo da consciência

O conceito de representações sociais, criado pelo


psicólogo Serge Moscovici (2008), é originado no conceito
de representações coletivas do sociólogo Émile Durkheim

De acordo com este autor, o que as representações


coletivas traduzem é o modo como o grupo pensa sobre
as suas relações com os objetos que o afetam

A teoria das representações sociais coloca a linguagem e


a comunicação no centro da Psicologia Social comunicação

O conhecimento social é o conhecimento em comunicação


e o conhecimento em ação

A teoria do conhecimento social proposta por


Marková (2006) o pensamento e a linguagem são
gerados pelo diálogo, com base nas representações sociais pensamento, diálogo e semiótica
existentes na comunicação

“Não pode haver conhecimento social a menos que seja


formado, mantido, difundido e transformado dentro da
sociedade, entre indivíduos ou entre indivíduos e grupos,
subgrupos e culturas. O conhecimento social se refere às
dinâmicas da estabilidade e das mudanças”
Ivana Marková, 2006

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Gestão do Conhecimento EGC

O conceito do conhecimento é criado por uma interação


dos dois tipos de conhecimento: tácito e explícito

Esta interação é chamada de conversão do conhecimento


- explícito e tácito onde há a capacidade de mudar suas
regras fundamentais - é o que afirmam os autores Nonaka
e Takeuchi (1997), a base do estudo está na compreensão
de que o conhecimento vê o corpo e a mente como um
todo, ou seja, conhecimento tácito é o conhecimento do
corpo, que é subjetivo, prático, análogo, e por
conhecimento explícito, o conhecimento da mente, que é
objetivo, teórico, digital

O conhecimento explícito, esse está formalizado em


diferentes mídias (livros, manuais de sistemas, repositórios
de dados), podendo ser transmitido na linguagem formal
e sistemática

O conhecimento tácito é aquele que adquirimos durante a


experiência de vida, da educação, do aprendizado, nas
ideias, valores e emoções. Este tipo de conhecimento é
difícil de formalizar, adquirir, comunicar e compartilhar

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Gestão do Conhecimento EGC

A criação de conhecimento organizacional resulta da


conversão de conhecimento tácito em conhecimento
explícito, em um processo “espiralado” envolvendo tanto a
dimensão epistemológica (distinção entre conhecimento
tácito e o explicito), quanto à dimensão ontológica (níveis
das entidades criadoras do conhecimento, indivíduos,
grupo, organizacional e interorganizacional)

As conversões do conhecimento entre esses dois formatos


constituem a essência da abordagem teórica da criação do
conhecimento criada por Takeuchi e Nonaka (1997)

Então a Gestão do Conhecimento refere-se a todas as


atividades necessárias para a gestão efetiva da criação,
aquisição, armazenamento, compartilhamento,
estruturação, representação e distribuição dos ativos de
conhecimentos, internamente e entre organizações e
indivíduos

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Gestão do Conhecimento EGC

Promover o desenvolvimento da dimensão cognitiva dos


indivíduos, mas promovendo também o desenvolvimento
de suas dimensões emocional, física, espiritual e social

Há uma inadequação cada vez mais ampla, profunda e


grave entre os saberes separados, fragmentados,
compartimentados entre disciplinas e, por outro lado,
realidades e problemas cada vez mais polidisciplinares,
transversais, multidimensionais, globais transnacionais,
planetários

A hiper-especialização impede de ver o global (que ela


dilui). O retalhamento das disciplinas (no ensino) torna
impossível apreender "o que é tecido junto", isto é, o
complexo, segundo o sentido original do termo

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Gestão do Conhecimento EGC

O presente e o futuro serão determinados essencialmente


pela habilidade em usar o conhecimento, sendo que o
importante recurso é a incorporação dos ativos de
conhecimento: capital intelectual humano e a tecnologia
para a qualidade e produtividade do conhecimento

Shariq, 1997

Pode-se definir conhecimento como o estado interno dos


seres humanos que resulta da entrada e processamento
da informação durante o aprendizado, a realização de
tarefas e soluções inovadoras do conhecimento. Esta
definição implica que o conhecimento, em sentido estrito,
deve ser associado com os seres humanos

A principal questão a ser levantada nos estudos de Gestão


do Conhecimento é como o conhecimento tácito e
explícito nos indivíduos e organizações pode ser
codificado, armazenado e fazê-lo disponível para uso ou
reuso posterior, de forma independente do ser humano

Stanoevska-Slabeva, 2002

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Engenharia do Conhecimento EGC

Antes de compartilhar o conhecimento, deverá ser


externalizado
Nonaka ,1997

Um sistema baseado em conhecimento é visto como a


construção de um conjunto de modelos relacionados a
um comportamento de solução de problemas

Mara Abel, 2007

A construção de sistemas que utilizam o conhecimento


são chamados de sistemas de inteligência artificial, e que
estão voltados para as técnicas de aquisição para
explicitação do conhecimento de especialistas, da
organização e de seu contexto; da codificação em
diversos formalismos de representação (lógica), assim
como a transferência do conhecimento de um
especialista para uma base de dados, por exemplo, redes
semânticas

Como representamos nosso conhecimento?


As pessoas representam conhecimento todas da mesma
maneira?
Existe alguma forma de representar qualquer coisa?
Como programas inteligentes devem representar
conhecimento?

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Mídias do Conhecimento EGC

O instrumento básico para a compartilhamento de


conhecimento é a comunicação. Como resultado, ocorre
o intercâmbio de conhecimentos em espaços de
comunicação, o que Nonaka e Konno (1998) chamam de
Ba. O Ba é um espaço de encontro físico , de convivência
ou um espaço virtual criado pela mídia digital
Interação e ambiente
Ao longo da história, vários meios de comunicação têm
aparecido e são capazes de armazenamento e interação social é que ela provoca uma modificação de
compartilhamento de conhecimento comportamento nos indivíduos envolvidos, como
resultado do contato e da comunicação que se
A mídia pode ser classificada em dois grupos: mídias estabelece entre eles
naturais ou humanas vinculadas, como por exemplo, o
DNA e o cérebro humano; e a mídia independente dos interação social é um sistema
seres humanos, tais como o papel e os ambientes
virtuais relação social é o produto de uma série de interações
ocorridas no tempo, compreendendo, portanto, o
O conceito de Mídias do Conhecimento foi introduzido conteúdo, a qualidade e os padrões de interação
por Stefik em 1986, com base na interação e no meio desenvolvidos entre os parceiros
digital “inteligente”,
Katarina Stanoevska-Slabeva , 2002 a forma que a interação social assume chama-se
relação social: orienta-se por um conteúdo de sentido
Os meios de comunicação mais recentes para o reciprocamente compartilhado
armazenamento e compartilhamento de conhecimentos
são as mídias digitais resultante da convergência de interação interpessoal tem-se três fatores:
informações e tecnologia de comunicação. Enfatiza-se, os participantes, a relação em si e o contexto
que nos estudos de Stefik , a integração, a interação e a
interoperação dos sistemas especialistas proporcionaria
uma nova infra-estrutura de comunicação que permitiria
a rápida difusão do conhecimento

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Mídias do Conhecimento EGC

O instrumento básico para a compartilhamento de Subjetividade e relação


conhecimento é a comunicação. Como resultado, ocorre
o intercâmbio de conhecimentos em espaços de
comunicação, o que Nonaka e Konno (1998) chamam de ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
Ba http://www.cies.iscte.pt/investigadores/ficha.jsp?pkid=86

A metáfora do Ba está associada a um espaço University of Technology, Sydney


compartilhado para relações emergentes e fornece a http://www.uts.edu.au/future-
base para a criação do conhecimento, que, sendo students/communication/information-media-knowledge-
intangível, separado do Ba torna-se informação, tangível. management
O Ba é fundamentalmente subjetivo e relacional, sendo
The Knowledge Media Design Institute (KMDI)
que o conhecimento não pode ser separado do Ba, pois
http://kmdi.utoronto.ca/
se torna informação, que pode ser comunicada
independentemente do Ba Aalto University, Finland
http://www.aalto.fi/en/research/doctoral_programmes/
A informação está na mídia e nas Redes, Virtuais de
forma tangível, enquanto que o conhecimento presente IPMZ – Institute of Mass Communication and Media Research
no Ba é intangível http://www.ipmz.uzh.ch/Studium/Master_en.html

O Ba é um espaço de encontro físico ou um espaço MIT Media Lab


virtual criado pela mídia digital. Ao longo da história, http://www.media.mit.edu/research
vários meios de comunicação têm aparecido e são
Knowledge Media Institute (Kmi)
capazes de armazenamento e compartilhamento de
http://kmi.open.ac.uk/
conhecimento
Institute for Media and Communications Management (MCM)
https://www.alexandria.unisg.ch/institutes/MCM

Faculty of Media and Knowledge Sciences


http://www.um.edu.mt/maks

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Gestão do Conhecimento evolução

Estágios:

1. tecnologia da informação: domínio da Web, das


melhores práticas, das lições aprendidas e, o mais
importante, do compartilhamento do conhecimento

2. abordou o campo de estudo dos fatores humanos,


vistos como sistemas de pensamento sistêmico e criação
de conhecimento a partir da conversão do conhecimento
tácito em conhecimento explícito

3. retoma a influência da tecnologia da informação,


desta vez como ferramenta importante para a
construção e uso de taxonomia

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Gestão do Conhecimento evolução

Estágio 1:

1. a palavra conhecimento não tinha importância no


processo de gestão do conhecimento, pois o foco era a
distribuição de informação aos tomadores de decisão
para uso oportuno, com ênfase na tecnologia da
informação

2. manteve a ênfase na tecnologia da informação, mas


direcionou o foco para a conversão do conhecimento
tácito em explícito, inspirado no modelo de conversão de
Nonaka e Takeuchi (1997), que ficou conhecido como
modelo SECI (Socialização, Externalização, Combinação e
Internalização), muito difundido e acatado pelos
pensadores e estudiosos da Gestão do Conhecimento

Estágio 2:

1. baseia-se na teoria de Snowden (2002) que, assim


como a teoria de Nonaka (1997), trouxe para o campo da
Gestão do Conhecimento uma rica discussão e
aprofundamento de idéias e conceitos

2. Snowden, o conhecimento é visto paradoxalmente


como coisa (gestão de conteúdo) e fluxo (gestão de
contexto e narrativa)

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Gestão do Conhecimento evolução

Teoria de Snowden estão fundamentadas em três heurística é um método ou processo criado com o
heurísticas: objetivo de encontrar soluções para um problema,
e ou, é a ciência que tem por objeto a descoberta
1. conhecimento somente pode ser voluntário, ele não dos fatos
pode ser recrutado, pelo simples fato de que nunca
poderemos verdadeiramente saber se as pessoas estão
usando o conhecimento delas em sua plenitude

2. nós sempre sabemos mais do que falamos e sempre


falaremos mais do que escrevemos. A natureza do
conhecimento é o que nós sabemos ou somos capazes
de saber mais do que o tempo físico que dispomos para
dizer ou a habilidade conceitual que temos para nos
expressar

3. nós somente sabemos que sabemos quando


necessitamos saber. O conhecimento humano é
profundamente contextual; ele é ativado pelas
circunstâncias. Para entender o que as pessoas sabem,
nós temos de recriar o contexto do conhecimento delas,
ou seja, sermos capazes de fazer uma pergunta
significativa ou de ativar o uso do conhecimento

As organizações estão no âmbito dos fenômenos dos


Sistemas Adaptativos Complexos, cuja fundamentação
está no cerne da Teoria da Complexidade. Na sua
opinião, assim como na de muitos outros filósofos e
cientistas, o paradoxo é compreendido como um meio
de criação de conhecimento novo

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Eixos principais: evolução

1. o que se sabe (known) - o domínio do atual, onde


relações de causa e efeito se repetem e são previsíveis

2. o que se pode saber (knowable) - o domínio do


provável, onde relações de causa e efeito se repetem
mas são distantes no tempo e no espaço

3. complexo (complex) - o domínio das muitas


possibilidades, onde causa e efeito fazem sentido em
retrospectiva e se repetem acidentalmente (há padrões
que podem mudar)

4. caótico (chaos) - o domínio do inconcebível, onde não


se conseguem perceber relações de causas e efeito (há
potencial para padrões)

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Gestão do Conhecimento conceito

Snowden diz que não é possível gerir ambientes


complexos: apenas é possível gerir a formação de
padrões. Olhando para os quadrantes, e se estiver num
ambiente caótico, pode criar "atratores" que o ajudem a
mudar para um ambiente complexo. Uma vez num
ambiente complexo, pode identificar padrões, estabilizar
os desejados e interromper os que não se querem. (E se
for suficientemente esperto, pode tentar intervir no
ambiente para que os padrões desejados sejam mais
prováveis.) Os padrões estabilizados podem permitir-lhe
mudar para o quadrante do knowable

O processo de categorização permite olhar o


conhecimento mas inibe a criação de novo
conhecimento. Sensemaking é ótimo para explorar novo
conhecimento, mas depois é necessário categorizá-lo. A
conclusão é de que precisamos de ambos os dois
processos: categorização e sensemaking

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Ferramentas: evolução

1. Técnicas antropológicas para desvelar o


conhecimento: Análise de Redes Sociais

2. Histórias como forma avançada de repositório de


conhecimento

3. Modelo “just-in-time” de GC (Cynefin/IBM):


gerencia tanto K quanto os canais por onde ele flui entre
comunidades formais e informais

Idéias Centrais:

a análise de redes sociais é ótima para detectar o


aparecimento de padrões

em 99% dos casos, os humanos não tomam decisões


racionais. Tentam um first fit com "coisas" (situações,
objetos, comportamentos, etc.) que conhecem. Nem
sequer é um "best fit" mas um "first fit". Depois de
tomar a decisão, tentam encontrar razões para a
suportar e a fazer parecer racional

nós não vemos coisas que não queremos ver;


todos interpretamos situações de acordo com as nossas
preferências pessoais de ação

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Gestão do Conhecimento evolução

as narrativas são ferramentas poderosas porque


contornam alguns destes comportamentos humanos

eficiência significa optimização, enquanto eficácia


equivale a permitir alguma sub-otimização de forma a
obter melhor resultados

há algumas tentativas de usar o Balance Scorecard (BSC)


para medir programas de GC. Contudo, o BSC é
demasiado reducionista e não acomoda a complexidade
organizacional

além disso, só o fato de se medir um sistema altera-o.


Isto pode sugerir que não se deve fazer avaliação.
Snowden não pensa assim. Ele considera que a medição
é necessária mas necessita de ser adequada ao que se
está a medir

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Estágio 3: evolução

1. focou apenas um dos lados da Gestão do


Conhecimento, o lado do compartilhamento de
conhecimento, ou seja, o lado da oferta de
conhecimento

2. desafio da Gestão do Conhecimento neste estágio foi


a reunião deliberada da grande massa de conhecimento
tradicionalmente constante nas cabeças, habilidades
manuais e destreza dos trabalhadores, adquirida ao
longo dos anos de experiência, e, depois, registrá-la e
tabulá-la para, finalmente, reduzi-la a leis, regras,
fórmulas etc., de modo a ser aplicada no dia-a-dia do
trabalho, mediante cooperação mútua dos trabalhadores

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Estágio 3: evolução

Gestão do Conhecimento" ou "Nova Gestão do


Conhecimento“ McElroy (2003)

2. a idéia de que Gestão do Conhecimento é como uma


moeda, possui dois lados: o do compartilhamento de
conhecimento (lado da oferta de conhecimento),
trabalhado no primeiro estágio, e o da produção de
conhecimento, (lado da demanda de conhecimento),
objeto de estudo deste estágio

3. focar somente na oferta de conhecimento valioso


existente, busca aumentar a capacidade da organização
de satisfazer sua demanda de conhecimento novo, ou
seja, focar também na demanda de conhecimento. Em
outras palavras, significa dizer que não apenas
compartilhar conhecimento ou produzir conhecimento
importa, ambos importam

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Conceitos- chaves: evolução

1. o ciclo de vida do conhecimento


2. gestão de conhecimento versus processamento de
conhecimento
3. oferta versus demanda do conhecimento
4. conhecimento organizacional
5. recipientes de conhecimento
6. aprendizagem organizacional
7. empresa aberta
8. capital social de inovação
9. auto-organização e teoria da complexidade
10. inovação sustentável

Eixos principais:
GC social de procura (demand-side social KM)
GC técnica de procura (demand-side technical KM)
GC social de oferta (supply-side social KM)
GC técnica de oferta (supply-side technical KM)

"O que torna a nova GC tão diferente da velha GC não é


apenas o ênfase na criação e partilha de conhecimento, mas o
fato de reconhecer a presença de sistemas de aprendizagem
em organizações humanas

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Gestão do Conhecimento conceito

É um processo de grupo que combina o domínio de


conhecimento humano (tácito e explicito) e os objetos
de domínio da informação e dos dados com objetivos de
criar valor (mercado e cultura)
“É uma disciplina de gestão que procura ter impacto no
processamento de conhecimento. O processamento de
conhecimento, por sua vez, é um processo social
responsável pela produção e integração de
conhecimento para, e no, processo de negócio. O
processamento de conhecimento é ilustrado no ciclo de
vida do conhecimento, que pode ser experimentado por
indivíduos, grupos e organizações. Este ciclo, que inclui
vários processos para produção e integração de
conhecimento”
McElroy, 2003
Assumir que as pessoas nas organizações se auto-
organizam em torno da produção e integração de
conhecimento partilhado

Defender que abraçar políticas desenhadas para


fortalecer e encorajar comportamentos endêmicos é a
melhor forma de melhorar a aprendizagem e a inovação
organizacionais

 Nova gestão do conhecimento:


complexidade, aprendizagem, e inovação sustentável

McElroy, 2003

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Gestão do Conhecimento estudos

Foco no Conhecimento Pessoal


Desenvolvimento de Redes Sociais
Estamos em que Era da Informação ou do
Conhecimento?
Quais dos mecanismos e ferramentas estão sendo
usados?
Como os especialistas compartilham o conhecimento?
Quais os mecanismos de reconhecimento e incentivo
que estão sendo usados ?

O conhecimento é criado pela análise da informação


Como estamos organizando e gerenciando a informação?
Recuperamos a informação bem e a tempo?
O que está sendo feito para garantir que a informação
gerada hoje esteja disponível e recuperável daqui a 20
anos?

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Gestão do Conhecimento autores

Dave Snowden é Director do IBM's Cynefin Centre for


Organisational Complexity que se dedica à aplicação da
teoria da complexidade às organizações. Nascido no País
de Gales, foi anteriormente um Director no Institute for
Knowledge Management onde liderou programas sobre
complexidade e narrativas. Foi pioneiro no uso de
narrativas como forma de revelar conhecimento e ajudar
o entendimento de várias culturas. De seguida trabalhou
na integração da aprendizagem e do conhecimento
usando modelos derivados da ciência da complexidade.
Isto resultou em técnicas pragmáticas de simulação de
redes sociais, GC just-in-time, história oral como
alternativa aos sistemas de gestão de capital intelectual
e na integração da complexidade e das narrativas em
ferramentas avançadas de apoio à tomada de decisão
Tem um MBA pela Middlesex University e um BA em
Filosofia pela Lancaster University. É Professor adjunto
de GC na University of Canberra, e um honorary fellow
em GC na University of Warwick e leciona no programa
de MBA em Warwick, Sophia Antipolis e Piacenza

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Gestão do Conhecimento autores

Mark McElroy é um líder de pensamento e um consultor


na área do capital intelectual, da gestão de
conhecimento, da aprendizagem organizacional e da
inovação. Trabalha há vinte e quatro anos em
consultoria, incluindo o tempo que passou na Price
Waterhouse e na KPMG Peat Marwick. Enquanto esteve
na KPMG, desempenhou a função de U.S. National
Partner-in-Charge da prática de Redes Empresariais. Mais
recentemente, Mark McElroy desempenhou funções
seniores no Consórcio Internacional de Gestão de
Conhecimento (Knowledge Management Consortium
International - KMCI) e na prática de gestão de
conhecimento da IBM em Cambridge, MA, EUA
Tem o bacharelato de Filosofia da Universidade de
Delaware desde 1978 e é membro consultor da
Sociedade para a Aprendizagem Organizacional (Society
for Organizational Learning - SoL)

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“O conhecimento é a navegação em um oceano de Conceito
incertezas, entre arquipélagos de certezas”
Edgar Morin
incerteza
Três princípios de incerteza no conhecimento:

1.cerebral, o conhecimento nunca é reflexo do real mas real e ideal


sempre tradução e construção, comportando, assim, construção
risco de erro, incerteza no conhecimento é 2.físico, o
conhecimento é sempre tributário de interpretação. Interpretação
Ao interpretar utilizamos ao mesmo tempo a explicação
e a compreensão. Explicar está associado à objetividade
enquanto a compreensão está relacionada ao subjetivo,
ao intersubjetivo. 3. É epistemológico decorrente da crise diálogo
da certeza “conhecer e pensar não é chegar a uma
verdade absolutamente certa, mas dialogar com a
incerteza”

Temas de Pesquisa: Conhecimento e Subjetividade

1. Comunicação: Ciber cultura e Interação

2. Inovação: Mídias e Ambientes Virtuais

3. Colaboração: Comunidades e Rede

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Reflexão evolução

“Pensamentos sem conteúdos são vazios, intuições sem


conceitos são cegos. Tanto é necessário tornar os
conceitos sensíveis ... como tornar as intuições
compreensíveis”
Kant, 1974

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mídia, psicologia e subjetividade I 2014 I egc I ufsc silvio serafim I marisa carvalho

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