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DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA ATIVIDADE

COGNOSCITIVA

ESTRUTURA DO ATO DE CONHECER

Disciplina: Filosofia
Prof. Luís Martins
EM QUE CONSISTE O CONHECIMENTO

A palavra conhecimento deriva do vocábulo latino cognoscere, que significa captação

conjunta.

A epistemologia é tradicionalmente entendida como filosofia da ciência, embora a filosofia

contemporânea tenda a redefini-la como equivalente a teoria do conhecimento.


A teoria do conhecimento, ou epistemologia, é a disciplina que investiga

problemas como:

a) A natureza do conhecimento – O que é o conhecimento? O que

determina o conhecimento: o sujeito ou o objeto?

b) A origem do conhecimento – Qual é a fonte do conhecimento: a

experiência ou a razão?

c) A possibilidade [valor e limites] do conhecimento – O que podemos

conhecer? Conhecemos a realidade em si mesma? Podemos ter a

certeza daquilo que conhecemos?


A ESTRUTURA DO ATO DE CONHECER

A faculdade humana de conhecer exprime-se num ato e, por isso, pressupõe sempre a

existência de:

a) Um sujeito – agente que conhece;

b) Um objeto – aquilo que é conhecido.

Esta é a estrutura básica do ato de conhecer.


DESCARTES
Àquele que conhece dá-se o nome de sujeito cognoscente;

Ao objeto que se deixa apreender pelo sujeito dá-se o nome de objeto

cognoscível.

Assim, conhecer é o ato pelo qual um sujeito apreende um objeto.

Apreender o objeto é ter a capacidade de o representar.

Existe uma relação de transcendência do objeto cognoscível em relação ao

sujeito cognoscente.

KANT
Podemos agora destacar alguns dados novos:

a) O sujeito é a entidade responsável pela apreensão e interpretação dos dados

do mundo exterior à mente;

b) O objeto é qualquer realidade apreendida pelo sujeito e passível de ser

conhecida;

c) O objeto transcende o sujeito, ou seja, está para além dele, sendo que

sujeito e objeto são entidades distintas;

d) Da apreensão do objeto surge a representação desse objeto, ou seja, o objeto

passa de objeto exterior ao sujeito a objeto interior ao sujeito, pois é

modificado por este através do processo de conhecimento.


«O sujeito não pode captar o objeto sem sair de si [sem se transcender] mas não pode ter

consciência do que é apreendido, sem entrar em si, sem se reencontrar na sua própria esfera. O

conhecimento realiza-se, por assim dizer, em três tempos: o sujeito sai de si, está fora de si e

regressa finalmente a si.»


Nicolai Hartmann; Les Principes d’une Métaphysique de la Connaissance; Paris,

Ed. Aubier, Ed. Montaigne, 1945, pp.87-88


ANÁLISE FENOMENOLÓGICA DO
CONHECIMENTO
HUSSERL

Fenomenologia → conceção criada pelo filósofo alemão Edmund Husserl [1859 – 1938],

segundo a qual a filosofia deve investigar e descrever o que aparece na consciência – os

fenómenos sem pressupostos ou teorias explicativas prévias.

Assim, a análise fenomenológica do processo de conhecimento considera a existência de

três momentos distintos: «o sujeito sai de si», «está fora de si», «regressa finalmente a si».

Sujeito Objeto
O PROCESSO DE CONHECIMENTO
Para que haja conhecimento é necessário:

a) Contacto ou relação entre sujeito e objeto;

b) Órgãos dos sentidos, que recebem os estímulos do meio e transmitem ao

sistema nervoso central os dados do objeto captado;

c) Unificação ou configuração dos dados, dando-lhes uma forma e

atribuindo-lhes significado, de modo a construir uma representação

mental do objeto.

HEGEL

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