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TEORIA DO CONHECIMENTO KANTIANA

Lilian Vivian Popiewisk

CONTEXTO
A metafísica moderna tinha como principais teorias o Racionalismo, defendido por
autores como Descartes, que valorizava apenas o conhecimento racional, e o Empirismo,
que se baseava no conhecimento empírico, ou seja, na experiência, nos sentidos, e era
defendido por Hume.
Apesar de grandes avanços filosóficos obtidos pelo Racionalismo e Empirismo a
Filosofia não se desenvolvia e evoluía na mesma proporção que a Física e a Matemática
e muitos PROBLEMAS METAFÍSICOS permaneciam sem solução, como entender o que
é DEUS, ALMA, IMORTALIDADE.
Kant pretende superar a dicotomia entre Racionalismo e Empirismo, pois eles
ofereciam explicações diferentes para a realidade, portanto não eram seguros.

REVOLUÇÃO COPERNICANA DE KANT


Kant propõe uma mudança na Filosofia, assim como Copérnico realizou com a
Astronomia. Ele propõe que o centro da discussão seja o sujeito e não o objeto, como se
realizava até então, ou seja, anteriormente, buscava-se compreender o que era o objeto
(realidade, as coisas do mundo etc); Kant percebe que precisamos compreender quais
são as estruturas mentais do sujeito que o possibilitam conhecer o objeto.
A reflexão de Kant o leva a entender que não temos capacidades cognitivas
necessárias para conhecer o que é realmente o objeto, ou como ele diz, “a coisa em si”
ou NÚMENON. Afirma que podemos conhecer apenas a aparência das coisas, ou aquilo
que percebemos delas, chamando isso de FENÔMENO.
Como se dá o processo de conhecimento para Kant?

Para o autor, o conhecimento é obtido em parte pela relação entre o sujeito e o objeto, e
em parte, por algo que é produzido pelo próprio sujeito.
Essas duas formas de conhecer, são:

A PRIORI: INDEPENDE DA EXPERIÊNCIA SENSÍVEL (universalmente válido).

A POSTERIORI: OCORRE POR MEIO DA EXPERIÊNCIA SENSÍVEL (SENTIDOS).

Kant chama de INTUIÇÃO as informações que vamos obtendo sobre o objeto por meio
dos sentidos (tato, visão, audição, paladar e olfato). Ao serem levadas ao cérebro deverá
ocorrer o Entendimento sobre o objeto, por meio de estruturas mentais que já possuímos,
e então poderemos produzir JUÍZOS.

TIPOS DE JUÍZOS
JUÍZOS ÁNALÍTICOS – Caracteriza-se como um conhecimento seguro, pois é universal
e verdadeiro. Nesse tipo de juízo o predicado está contido no sujeito. Isso significa que
esse juízo explicita, elucida o sujeito. Ex: “Todo triângulo tem 3 lados”. Ora, para ser
triângulo, ele necessariamente precisa ter 3 lados, é algo evidente, não há mais o que
explorar na afirmação, o predicado explicita o sujeito.

JUÍZOS SINTÉTICOS A POSTERIORI – São aqueles juízos em que o predicado não está
contido no sujeito e precisamos da experiência (sentidos) para serem conhecidos. Neste
sentido está condicionado as categorias de tempo e espaço. Ex: “Este livro tem capa
verde”. Ora, preciso saber o que é verde, o que é livro, o que é capa para depois avaliar
se “Este livro tem capa verde”. E estas informações só são possíveis por meio da
experiência, pois não há como saber “o que é verde” sem nunca ter visto algo verde.
Este juízo não é considerado um conhecimento seguro, pois diz respeito às coisas
em particular, pois nem todos os livros têm capa verde, nesse sentido esse conhecimento
não pode ser universalizado.

JUÍZOS SINTÉTICOS A PRIORI – “ESPÉCIE DE JUNÇÃO ENTRE OS OUTROS DOIS


JUÍZOS” - São sintéticos, pois provém da síntese e relações que ocorrem a priori (na
mente), não dependem da experiência. Ex: “Todo corpo é pesado”. Bem, todo corpo
possui massa, ou seja, tem peso; esse conhecimento é seguro e pode ser universalizado,
entretanto o peso varia, por exemplo o peso na Terra e na Lua.

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