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METAFÍSICA II

Ontologia Moderna
1. Caracterização Geral
 Influência das ciências experimental e da
matemática;

 Postula o sujeito cognoscente como fundamento da


realidade (subjetivismo moderno);

 Conhecimento a priori, fundado na razão;


1. Caracterização Geral
 A subjetividade: busca postular um principio de
verdade para postular a verdade;

 A metafísica se converte na teórica crítica do


conhecimento, e ontologia não tratará do ser, mas
da ideia do ser.
2. Metafísica no racionalismo
 Considera o conhecimento a priori, princípios derivados do
conhecimento da razão;
 O Racionalismo se subdivide no monismo e no dualismo:
 a) Monismo: existência de uma substância básica
 - o monismo idealista: substância mental (George Berkeley);
 - o monismo materialista: substância física (Thomas Hobbes);
 - o monismo neutro: a substância não é nem física e nem mental,
semelhante a Deus e cada coisa contém Deus (Baruch Spinoza).
2. Metafísica no racionalismo
 - Dualismo cartesiano
 a) corpo e alma são unidades diferentes e constituem as
únicas substâncias do universo (res cogitans e res
extensas);
 b) a Metafísica é a filosofia primeira que trata da distinção
real entre a existência de Deus, da alma e do corpo;
 c) a realidade é de caráter racional e que o critério para se
chegar a verdade está na consciência;
2. Metafísica e empirismo
 David Hume, John Locke e George Berkeley
 afirma que são as sensações que compõem as ideias e,
portanto, a realidade só é perceptível mediante os
sentidos;
 o conhecimento não é a representação da realidade,
mas somente um reflexo das percepções humanas;
 toda especulação que não deriva da experiência é sem
sentido (exclusão do pensamento mentafísico);
2. Metafísica e empirismo
 John Locke (1632-1704), contra as ideias inatas de
Descartes, assevera que as impressões sensoriais estão na
base de toda e qualquer ideia que forma de conhecimento.
 As ideias podem ser simples e complexas (combinações das
ideias simples).
 Locke possibilitou a decomposição de processos mentais em
ideias simples e a combinação dessas ideias
 Distinguiu as qualidades primárias e qualidades secundárias
no momento da impressão sensorial;
2. Metafísica e empirismo
 George Berkeley a afirmar que existem somente as
qualidades secundárias, isto é, aquelas de natureza
subjetiva (doutrina do mentalismo).
 Hume vai estabelecer o princípio universal do
funcionamento do intelecto humano.
2. Metafísica e empirismo
 David Hume: todo conhecimento é conhecimento de fatos
ou de relações de ideias. Não é possível o conhecimento
metafísico e transcendente;
 Augusto Comte: "A metafísica, como a teologia, trata
sobretudo de explicar a natureza íntima dos seres, da
origem e destino das coisas... Contudo, em vez de tratar
dos seres sobrenaturais, fazem deles seres cada vez mais
distantes, ao tratar de entidades ou abstrações
personificadas. A tal empresa dar-se o nome de ontologia".
2. Metafísica em Kant
 Tentativa de conciliar racionalismo e empirismo
com a filosofia transcendental, ao afirmar que o
conhecimento nasce da sensação e racionalista ao
afirmar que existem as condições a priori que
possibilitam o conhecimento;
 - o kantismo é agnóstico pois nega a possibilidade
do conhecimento estrito da realidade última
(noumeno: a coisa em si);
2. Metafísica em Kant
 a filosofia como as ciências (matemáticas e física)
deve se fundamentar nos juízos que não sejam não
somente SINTÉTICOS e nem somente
ANALÍTICOS, mas
2. Metafísica em Kant
 Daí as características do juízo sintético a priori. Ele é:

1) é AMPLIADOR DO CONHECIMENTO,

2) é NECESSÁRIO E UNIVERSAL

 SENDO POR ISSO CAPAZ DE FUNDAMENTAR A CIÊNCIA.

 Ao propor fundamentar o conhecimento por meio de juízos sintéticos a priori


Kant opera o que chamou de sua REVOLUÇÃO COPERNICANA
2. Metafísica em Kant
A REVOLUÇÃO COPERNICANA:

 O conhecimento não resulta nem do SUJEITO nem do


OBJETO, mas da AÇÃO COMBINADA DE AMBOS:
o sujeito dá a FORMA, o objeto dá a MATÉRIA, e o
CONHECIMENTO empírico resulta de um elemento
A PRIORI (vindo do sujeito) e outro A POSTERIORI
(vindo do objeto).
 O conhecimento não é mais reprodução passiva do objeto, mas
 CONSTRUÇÃO ATIVA DO OBJETO PELO SUJEITO.
2. Metafísica em Kant
 SUJEITO COGNOSCENTE - AS OPERAÇÕES DA
MENTE:
A) APREENSÃO: OBJETO DE ESTUDO DA ESTÉTICA
TRANSCENDENTAL
B) JUÍZO: A ANALÍTICA TRANSCENDENTAL
C) RACIOCÍNIO: A DIALÉTICA TRANSCENDENTAL
Três partes da Crítica da Razão Pura
2. Metafísica em Kant
A) APREENSÃO: OBJETO DE ESTUDO DA ESTÉTICA
TRANSCENDENTAL

ESPAÇO e TEMPO

São FORMAS A PRIORI DA INTUIÇÃO SENSÍVEL,


dotadas de universalidade e intuitividade, residindo na mente!
2. Metafísica em Kant
 ESPAÇO E TEMPO não são NEM PRODUTOS DA
EXPERIÊNCIA E NEM CONCEITOS.

eles só podem ser FORMAS A PRIORI DE NOSSA


MENTE,
 ESQUEMAS VAZIOS que se tornam perceptíveis no ato
de formação de conteúdos empíricos.
2. Metafísica em Kant
 Da SÍNTESE da MATÉRIA constituída pelos DADOS
SENSORIAIS sob a FORMA do ESPAÇO E TEMPO
resulta o FENÔMENO.

 (A intuição humana é só sensível, só Deus tem intuição intelectual)


2. Metafísica em Kant
 ANALÍTICA TRANSCENDENTAL
estuda a FACULDADE DO ENTENDIMENTO como uma maneira de
investigar os conceitos a priori.
 Para Kant
 A SENSAÇÃO produz INTUIÇÕES,
enquanto
 O ENTENDIMENTO produz os CONCEITOS.
 Mas não há conhecimento sem o intercêmbio entre ambas:
 “CONCEITOS SEM INTUIÇÕES SÃO VAZIOS E INTUIÇÕES SEM
CONCEITOS SÃO CEGAS.”
2. Metafísica em Kant
 ANALÍTICA TRANSCENDENTAL
 ENTENDIMENTO funciona aplicando CONCEITOS
MÁXIMOS, as CATEGORIAS, aos DADOS DA
INTUIÇÃO.
 Como as categorias se aplicam às aparências e não à coisa
em si, deve ser natural que essa aplicação dependa em
parte da própria estrutura de nossas mentes, só através
delas podendo ser os objetos pensados.
2. Metafísica em Kant
DIALÉTICA TRANSCENDENTAL
Estudo da atividade da RAZÃO, com o fito de avaliar a
POSSIBILIDADE DA METAFÍSICA.
 ATIVIDADE DA RAZÃO consiste em RACIOCINAR COM
O FITO DE UNIFICAR TODA A EXPERIÊNCIA SOB AS 3
IDÉIAS FUNDAMENTAIS DA RAZÃO, QUE SÃO:
1) IDÉIA DA ALMA
2) IDÉIA DO MUNDO
3) IDÉIA DE DEUS
2. Metafísica em Kant
 essas ideias unificadoras
 IDÉIA DE ALMA = representa a TOTALIDADE DA
EXPERIÊNCIA EM RELAÇÃO AO SUJEITO.
 IDÉIA DO MUNDO = representa a TOTALIDADE DA
EXPERIÊNCIA EM RELAÇÃO AOS OBJETOS
FENOMÊNICOS.
 IDÉIA DE DEUS = representa a TOTALIDADE DA
EXPERIÊNCIA EM RELAÇÃO A TODO OBJETO
POSSÍVEL, INTERNO E EXTERNO.
2. Metafísica em Kant
IDÉIA DA ALMA, IDÉIA DO MUNDO, IDÉIA DE DEUS
 condições a priori unificadoras da experiência.
 tem como única função UNIR JUIZOS, não podendo se
referir efetivamente a nada.
 Elas não são conceitos, mas são FORMAS SEM
CONTEÚDO, não possuindo VALOR CONSTITUTIVO!
 Elas não são como os conceitos do entendimento, capazes
de CONSTITUIR OBJETOS.
2. Metafísica em Kant

IDÉIA DA ALMA, IDÉIA DO MUNDO, IDÉIA DE DEUS

 elas são meros ideais regulativos, diretivos .

 sua função é indicar uma direção, um ponto de


convergência hipotético, problemático, para o qual tendem
todos os raciocínios.
2. Metafísica em Kant
IDÉIA DA ALMA, IDÉIA DO MUNDO, IDÉIA DE DEUS
 Por não atentar para isso a mente humana foi levada a produzir
inúmeros argumentos no sentido de provar que as idéias da razão se
referem a COISAS EM SI ou a FENÔMENOS, tratando-as como
conceitos ordinários,
 Isso constitui aquilo que se entende por metafísica :
Ou seja, investigações sobre a
 Existência da ALMA,
 Existência e natureza de DEUS,
 ou sobre as origens do MUNDO.
2. Metafísica em Kant
IDÉIA DA ALMA, IDÉIA DO MUNDO, IDÉIA DE DEUS

 Tais argumentos, quando se referem a ALMA e a DEUS,


são ERRÔNEOS e chamados por Kant de
PARALOGISMOS.
 Já quando se referem ao MUNDO eles são
INCONCLUDENTES e chamados por Kant de
ANTINOMIAS.
2. Metafísica em Kant
IDÉIA DA ALMA, IDÉIA DO MUNDO, IDÉIA DE DEUS

 Tais argumentos, quando se referem a ALMA e a DEUS,


são ERRÔNEOS e chamados por Kant de
PARALOGISMOS.
 Já quando se referem ao MUNDO eles são
INCONCLUDENTES e chamados por Kant de
ANTINOMIAS.
2. Metafísica em Kant
IDÉIA DA ALMA, IDÉIA DO MUNDO, IDÉIA DE DEUS
 As idéias da razão são NORMAS QUE IMPELEM NOSSAS MENTES
A PROCURAR UMA UNIDADE SEMPRE MAIS COMPLETA, UMA
SÍNTESE SEMPRE MAIS VASTA DA EXPERIÊNCIA. Elas são
IDEAIS INATINGÍVEIS, mas ORIENTADORES.
 Embora a razão humana seja dotada de IDÉIAS A PRIORI da ALMA-
MUNDO-DEUS, ela não pode dar-lhes CONTEÚDO, pois sendo essas
coisas COISAS EM SI, elas são INCOGNOSCÍVEIS.
 Além disso a METAFÍSICA como conhecimento das COISAS EM SI é
IMPOSSÍVEL.
 A METAFÍSICA só é possível como ESTUDO DAS FORMAS A PRIORI DA
RAZÃO (o que a dialética faz).
3. Metafísica depois de Kant

No século XIX os críticos do kantismo tomaram duas vias opostas:

idealismo e positivismo
 Negou a crítica de Kant nas suas explicações
à metafísica transcendental e rechaçaram o
conceito de "coisa em si mesma";
 Retomar a metafísica.
3.1.1. Hegel
 influenciado por Fichte, Schelling
 considerava incorreta a teoria de que a realidade
última não podia ser conhecida.
 O kantismo é um filosofia do finito e para Kant a
dialética é uma noção negativa que pretende
conhecer o infinito.
 Para Hegel a dialética é válida porque volta-se
para o INFINITO.
3.1.1. Hegel
 O conhecimento a priori de Kant é absurdo, seria “como
desejar nadar sem mergulhar na água”.

 O iluminismo exalta a razão separando-a da realidade, isto é,


do devir.

 Para Hegel, a realidade é o próprio vir a ser.


3.1.1. Hegel
 O conhecimento a priori de Kant é absurdo, seria “como
desejar nadar sem mergulhar na água”.

 O iluminismo exalta a razão separando-a da realidade, isto é,


do devir.

 Para Hegel, a realidade é o próprio vir a ser.


3.1.1. Hegel
1. A realidade enquanto tal é Espírito infinito ("Espírito" é
aquilo que reassume e supera tudo).
2. A estrutura (a vida do próprio Espírito): é o procedimento
no qual se desenvolve todo saber filosófico, é a dialética.
3. A dialética ("elemento especulativo"), possibilita
compreender a verdade não como substância fixa e imutável,
mas como sujeito, como Espírito, isto é, como atividade,
processo e auto-movimento.
3.1.1. Hegel
- O Espírito se autogera, gerando no tempo a própria
determinação e superando-a: o Espírito é infinito porque se
atua e se realiza sempre
como infinito que se autodetermina e, ao mesmo tempo, se
autosupera. É semelhante a um círculo, no qual o princípio e
o fim concidem de maneira dinâmica,
como um movimento espiral no qual o particular é sempre
posto e sempre dinamicamente dissolvido no universal.
3.1.1. Hegel
- O Espírito se autogera, gerando no tempo a própria
determinação e superando-a: o Espírito é infinito porque se
atua e se realiza sempre
como infinito que se autodetermina e, ao mesmo tempo, se
autosupera. É semelhante a um círculo, no qual o princípio e
o fim concidem de maneira dinâmica,
como um movimento espiral no qual o particular é sempre
posto e sempre dinamicamente dissolvido no universal.
3.1.1. Hegel
- O Espírito é sempre um figura totalmente outra.
- O Absoluto é identidade (o mesmo) que continuamente se
diferencia para reconstituir-se.
- Cada momento do real é momento necessário do absoluto,
o qual se faz e se realiza em algum e em todos deste
momento.
- O real é um processo se autocria enquanto percorre os seus
momentos sucessivos, no qual o positivo é o próprio
movimento como progressivo auto enriquecimento.
3.1.1. Hegel
- O movimento do Espírito é o refletir a si mesmo, uma
reflexão circular na qual se distingue três momentos:
a) O ser-em-si;
b) O ser-outro ou ser-fora-de-si;
c) O retorno a se ou ser-em si-e-para-si.
3.1.1. Hegel
- O movimento do

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