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DIOGO HENRIQUE DE SÁ

HISTÓRIA DA FILOSOFIA II:


QUESTIONÁRIO SOBRE FILOSOFIA MODERNA:
EMPIRISMO E RACIONALISMO

Trabalho apresentado em cumprimento


às exigências da Matéria: História da
Filosofia II, ministrada pelo Reverendo
Donizete Ladeia, do curso Bacharel em
Teologia.

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


REV. JOSÉ MANUEL DA CONCEIÇÃO
São Paulo
1º Semestre de 2019
Questionário sobre Filosofia Moderna: Empirismo e Racionalismo.
1. Em que discordavam idealistas (racionalismo) e realistas (empirismo) na
discussão sobre o processo de conhecimento que marcou o pensamento da
Idade Moderna?
R: Para os empiristas, o mundo está nas percepções. É claro que isso não quer dizer
que o empirista é realista. Os sentidos é que demonstram a realidade. Assim sendo,
eles não conhecem o objeto em si, e sim a percepção que eles têm do objeto,
percepção essa adquirida por intermédio dos sentidos.
Já para os racionalistas, a percepção é inata, pois o ser humano, conforme
acreditam, está ligada a uma mente que epistemologicamente lhe apresenta a
realidade. Ou seja, a realidade não é aquilo que é definido externamente e sim
aquilo que é definido na mente do indivíduo.

2. Para Hume, um cego de nascimento jamais poderia ter uma ideia de cor.
Explique essa impossibilidade a partir da teoria humeana do conhecimento.
R: Hume, seguindo o modelo empirista, dividiu tudo aquilo que podemos perceber
do mundo duas categorias: impressões e ideias. As impressões se referem aos dados
fornecidos pelos sentidos; as ideias se referem as representações mentais derivadas
da impressão. Seguindo esses conceitos, um cego jamais poderia ter uma ideia de
cor, pois o único sentido que poderia lhe fornecer a percepção do que seria a cor,
lhe é ausente.

3. Segundo Kant:
a) Por que o juízo sintético a posteriori não expressa um conhecimento
necessário e universal e o juízo sintético a priori sim? Encontre um novo
exemplo para cada um.
R: O juízo sintético a posteriori, segundo Kant, somente ampliava o conhecimento
que se poderia ter sobre o sujeito, porém sua validade está sempre condicionada ao
tempo e ao espaço em que se dá a experiencia. Um exemplo disso é dizer que sou
seminarista, não é uma verdade sempre, eu não o era a dois anos atrás, e espero não
mais ser, daqui a quatro anos. O juízo a meu respeito foi sintético a posteriori,
confirmável pela investigação, mas não se aplica a mim em todos os momentos e
em todas as circunstâncias.
Já o juízo sintético a priori, não está condicionado a circunstância. Trata-se de uma
verdade em todos os sentidos sempre, ou seja, não está limitado pela experiência.
Na verdade, esse juízo independe de qualquer dado dos sentidos, sendo assim,
anterior à experiência. Por exemplo, a equação “2+2=4” é verdade em todos os
aspectos, em todos os sentidos e em todo e qualquer ambiente. Outro exemplo
podemos citar a biologia (embora essa ciência originalmente não estivesse na mente
de Kant), pois biologicamente, quando um espermatozoide de cromossomo “Y”
fecunda um óvulo, em todas as ocasiões, essa união dará origem a um menino, caso
o espermatozoide possua o cromossomo “X” dará origem a uma menina.

b) Por que o juízo analítico não conduz a conhecimentos novos? Dê um novo


exemplo.
R: Porque esse tipo de juízo só serve para qualificar o sujeito, ele serve apenas para
elucidar ou explicar aquilo que já se sabe do sujeito. Por exemplo, ao afirmar: “os
animais mamíferos bebem leite”, o “bebem leite” é uma característica inerente aos
animais mamíferos.

4. Não podemos conhecer o ser em si, apenas o ser para nós. Justifique essa
afirmação.
R: Para Kant o conhecimento seria o resultado de uma interação entre o sujeito que
conhece (de acordo com suas próprias estruturas a priori) e o objeto conhecido. Isso
significa que não podemos conhecer as coisas em si mesmas (o ser em sua essência),
ou seja, como elas são independentes de nós. Só conhecemos as coisas tal como a
percebemos (o ser para nós), os fenômenos (as coisas), segundo Kant, só são
conhecidos de acordo com as nossas próprias estruturas cognitivas. Para ele,
conhecer o ser em si, ultrapassaria o campo da experiência e entraria na metafísica.

5. Em que sentido a revolução causada por Kant no âmbito da filosofia pode


ser comparada à causada por Copérnico na astronomia.
R: Para Kant, da mesma forma como Copérnico resolveu os impasses da astronomia
de sua época, ao propor que a Terra não era o centro do universo, ele (Kant),
resolveu os impasses entre racionalistas e empiristas ao inverter a questão
tradicional do conhecimento, quando propôs que os objetos são regulados pelo
nosso conhecimento.

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