Você está na página 1de 23

FILOSOFIA

MODERNA E CONTEMPORÂNEA
RACIONALISMO
E
EMPIRISMO

Prof. Clodoaldo Alves Moreira


Filosofia
A Revolução Científica (Séc. XVII)

*O que é possível conhecer?

*Qual a origem do conhecimento?

*Qual é o critério de certeza para


saber se o conhecimento é verdadeiro?

RACIONALISMO: do latim (ratio – razão). O racionalismo defende a tese de que todo conhecimento é
proveniente da razão. Que os sentidos enganam, por esse motivo não são confiáveis.

EMPIRISMO: do grego ( empeiria – experiência). O empirismo defende a tese de que o conhecimento é


adquirido a partir das experiências sensoriais provenientes dos cinco sentidos: audição, visão, tato, olfato,
paladar. O empirismo não acredita em ideias inatas.
Racionalismo Empirismo

Conhecer é dar razões. Conhecer é comparar dados.


O mundo é racional. O real das O mundo é capitado pelos sentidos. Real é
coisas é a forma. a matéria.
O modelo do conhecimento é a O modelo do conhecimento é a
matemática. experiência.
As verdades fundamentais o são As verdades fundamentais vem pelo pelos
por evidência lógica. sentidos.
As ideias e verdades são inatas. As ideias e verdades vem da
O conhecimento existe a “priori”. aprendizagem.
O conhecimento existe a “posteriori”.
Priori: anterior, de antes;
Posteriori: depois da; posterior a;
René Descartes (1596-1650). Filósofo,
Físico, Matemático.

Nasceu na França, viveu em um período


difícil, marcado pela cisão da igreja e por
perseguições a filósofos e cientistas.

Inaugurou o Racionalismo Moderno ao


fazer do sujeito do conhecimento o
fundamento de toda verdade.
Na história da Filosofia, o exemplo mais célebre de intuição intelectual é conhecido
como o Cogito Cartesiano, isto é, a afirmação de Descartes: “Cogito, ergo sum.” Penso, logo existo.

Descartes tratou de temas como: Deus, a alma, o mundo


e o pensamento.
A continuidade com os temas medievais revelava seus
esforços em conciliar a fé cristã com os princípios da
ciência nascente.
As teorias de René Descartes.
O objetivo fundamental de Descartes era
criar um sistema de pensamento que
possibilitasse uma certeza segura sobre a
compreensão. Suas questões
metodológicas da produção do
pensamento são discutidas e tratadas nas
obras: Meditações Metafísicas; O método cartesiano, baseado no rigor da matemática e na
Discurso do Método; Regras para a organização racional, orienta-se por quatro regras:
Direção do Espírito. da evidência; da análise, da síntese, do desmembramento.

O eixo central do método cartesiano de Evidência: não se deve aceitar nada como verdadeiro.
pensar foi a dúvida, daí a denominação Análise: orienta que as dificuldades devem ser divididas.
do seu método de dúvida metódica. Em Síntese: ensina que os pensamentos devem partir dos mais
função do fato de que era necessário simples aos mais complexos.
duvidar de todas as certezas existentes, Desmembramento: orienta para a necessidade de
até atingir uma que fosse indubitável. enumeração das partes, a fim de evitar qualquer tipo de
esquecimento.
Para Descartes, são três os tipos de idéias que o ser humano pode possuir:
As idéias adventícias: que vêm de fora e não possuem nenhuma garantia de verdade
objetiva (“vir de fora” quer dizer “de fora do sujeito que conhece”).
As idéias fictícias: encontradas ou elaboradas por nós mesmos a partir das adventícias.
As idéias inatas: que nascem naturalmente com o intelecto de cada um dos seres
humanos.

Somente a ideia Inata tem a garantia de certeza, das quais podem ser deduzidos princípios
verdadeiros. Estas são idéias claras e distintas. Deus é que garante a infalibilidade dessas
idéias inatas. O ser humano pode produzir julgamentos, por sua livre vontade, sobre
objetos que não sejam racionalmente evidentes. O erro proveniente de tais julgamentos
não pode ser imputado a Deus, mas sim ao ser humano.

A ideia de Deus é uma ideia evidente por si mesma. Desde que há a certeza de que o
homem pode conhecer racionalmente, de forma indubitável, o seu pensamento da
existência de um ser perfeito comprova a sua existência. Não seria possível pensar um ser
perfeito sem a existência, então, ele existe. Esta é uma ideia inata, clara e distinta.
A doutrina de Descartes rejeitou todo tipo de autoridade, com
exceção da autoridade da razão.
Sua filosofia ganhou conotações gnoseológicas, pois voltou-se
para o pensar e para o conhecer, com isto, ele tornou-se um
ferrenho inimigo da Escolástica, apesar das suas profundas
convicções religiosas.

Outros pensadores que seguiram o pensamento racionalista de


Descartes foram:
Malebranche, Espinosa, Leibnitz.

“Cogito, ergo sum”


Penso, logo existo
Principais Pensadores do Empirismo:

Francis Bacon (1561 a 1626)


John Locke (1632 a 1704)
David Hume (1711 a 1776)
Francis Bacon acreditava que o saber daria ao homem
as possibilidades de ação e dominação; assim, ele não se
referia a um saber abstrato, mas prático e construído a
partir da própria realidade.

Elaborou um método eficaz, o qual ele identificou como


indução experimental (método indutivo). Esse novo instrumento de investigação
tinha por fim a descoberta de novas verdades e não apenas a
demonstração das verdades já existentes, como acontecia com
o critério da dedução.

A indução preocupava-se com a verdade, com a essência das coisas e por isso o seu
processo dava-se de forma lenta, criteriosa, analisando todos os passos gradualmente.
Nesta perseguição da verdade, Bacon construiu quase uma teoria do erro ao analisar
todas as fontes do mesmo, ou, como ele chamou, os ídolos.

Identificou quatro tipos de ídolos: idola tribos; idola specus; idola fori; idola theatri;
idola tribos: que deriva da natureza da mente humana.

idola specus: decorrente dos preconceitos da formação da mente.

idola fori: que deriva da vida social.

idola theatri: que são decorrentes das influências das teorias.


Os idola dos quais nos fala Bacon são manifestações não verdadeiras do
conhecimento, contra os quais o pesquisador deve estar alerta.
Era preciso evitar o erro para se obter o conhecimento seguro e verdadeiro,
pois que ele garantiria poder.

Bacon diz que “conhecer é poder”, na medida em que um conhecimento certo


e seguro fundamenta uma ação, também, certa e segura.

Obra: Novum Organon


Na sua obra, Ensaios sobre o Entendimento Humano, desenvolveu uma séria crítica
à teoria das ideias inatas, por acreditar que a mesma levava ao dogmatismo individual
e não se constituía em um princípio universal.
Partindo da certeza da inexistência de idéias inatas “a priori” na mente humana, afirma
que elas provêm: “...da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado e, dela
deriva fundamentalmente o próprio conhecimento”.

Para Locke, existem duas categorias de idéias, as simples, adquiridas através de experiências concretas,
e as compostas, formadas por um processo de associações destas primeiras. Assim, não existem idéias
falsas nem verdadeiras, e conhecer consiste em perceber o acordo ou desacordo entre as idéias.
Desse modo, o conhecimento se constitui ou pela percepção simples ou associação das percepções,
John Locke formando as idéias complexas.

Locke defende a ideia de que o ser humano


nasce como uma “folha em branco” e uma “tábula rasa”.
Para Hume, as ideias eram frutos da experiência sensível e nossa consciência
“um feixe de representações”, desta forma, “...se ocorre que, por defeito de um
órgão, um homem não é susceptível de determinada espécie de sensação, sempre
descobrimos que é igualmente incapaz de ter ideias correspondentes”.

A experiência sensível ou percepções, para ele, fonte de todo conhecimento, era


formada de impressões, das quais as ideias são apenas cópias.
David Hume Os conceitos matemáticos eram os únicos válidos de forma “a priori”,
independentemente das impressões.

Percepções: Tudo aquilo que se apresenta à mente


humana e constitui seu conteúdo.
Impressões: Ideias:
Percepções originárias que se apresentam Imagens enfraquecidas que a
com maior força e vivacidade. memória produz a partir das
impressões.
Hume chegou ao ceticismo a respeito da possibilidade do conhecimento, especialmente das verdades ditas
universalmente válidas. Não se podem demonstrar nem refutar convicções íntimas e imediatas nas quais o ser
humano se move. O conhecimento não é, aqui, conhecimento das coisas mesmas, porém percepções sensíveis das
mesmas.

Hume propõe três princípios de associação inerentes a mente: semelhança; contiguidade; causa e efeito.

Semelhança: ideias parecidas ( exemplo: retrato a pessoa retratada).


Contiguidade: as duas coisas no mesmo espaço ( exemplo: levantar âncora e partida do navio).
Causa e efeito: atuação da mente por causa e efeito (exemplo: onde há fogo há também fumaça ou vice-versa)

Obras: Investigação sobre o entendimento humano


Tratado da natureza humana
Idealismo Alemão
Filosoficamente, refere-se ao conjunto de
doutrinas que, por caminhos diversos,
afirmam a precedência da consciência sobre
o ser, ou da realidade ideal sobre a realidade
material.

Kant; Ficht; Schelling; Hegel


Immanuel Kant (1724-1804).
Criticismo
O criticismo caracterizou-se como um método
que, partindo do princípio de que o
conhecimento era possível, de que era possível
atingir a verdade.
Buscou examinar as afirmações da razão, seus
recursos e suas possibilidades.

"O homem não é nada A conclusão de Kant em sua Crítica da Razão Pura foi de
além daquilo que a que tanto o racionalismo quanto o empirismo tinham o
educação faz dele." (Kant) seu quê de verdadeiro, que merecia ser reconhecido, mas
que também, justamente por isso, nenhum dos dois podia
ser admitido sem ressalvas ou ser absolutizado.

Kant diz ter despertado de seu “sonho dogmático” a partir


das críticas de Hume às questões do conhecimento.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831)

Hegel formulou um sistema filosófico que representa uma síntese


do idealismo alemão e é comumente chamada de idealismo
absoluto. Para Hegel é a nossa consciência que da significado
para tudo. A percepção de que a realidade é constituída pelas
nossas ideias.

As formas de pensar seriam também as formas do ser: "o que é


racional é real e o que é real, é racional".

Espírito para Hegel é a mentalidade ou consciência que as pessoas


O espírito se realiza a si mesmo, no
tem a respeito do mundo, onde ele se desenvolve em três fases:
mundo externo, num processo dialético
Espírito subjetivo: consciência de si mesmo.
de superação de contradições,
Espírito objetivo: consciência de que vivemos em sociedade.
integrado por três fases: tese, antítese
Espírito absoluto: a consciência de que existe algo maior acima de
ou negação, e síntese, ou negação da
todos os indivíduos. Para Hegel, o Espírito absoluto é o estado.
negação. Os sucessivos processos
dialéticos conduziriam o espírito à
Cada época tem um espírito próprio.
perfeição.
ZEITGEIST: espírito da época.

Obras: Enciclopédia das Ciências Filosóficas; Fenomenologia do Espírito; Ciência da Lógica


O Positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na
França no início do século XIX.
Ela defende a ideia de que o conhecimento científico seria
a única forma de conhecimento verdadeiro.
A partir desse saber, pode-se explicar coisas práticas
como das leis da física, das relações sociais e da ética.
É notável, no positivismo, duas orientações:
•a orientação científica, que busca efetivar uma divisão
das ciências;
•a orientação psicológica, uma linha teórica da sociologia,
a qual investiga toda a natureza humana verificável.
O termo positivismo foi utilizado como conceito pela
primeira vez para designar o cientificismo enquanto
método, pelo filósofo francês, Claude-Henri de Rouvroy,
Conde de Saint-Simon (1760-1825).
Porém, Auguste Comte (1798-1857), seu discípulo,
quem irá se apropriar do termo para denominar sua
corrente filosófica. O mesmo é considerado o fundador do
positivismo assim como o pai da sociologia.

Enquanto doutrina filosófica, sociológica e política, o


positivismo tem a Matemática, a Física, a Astronomia, a
Química, a Biologia e também a Sociologia como modelos
científicos. Isso porque estas se destacam segundo seus
valores cumulativos e transculturais.

Obra: Curso de Filosofia Positiva


Marxismo é o conjunto de ideias
filosóficas, econômicas, políticas e
sociais elaborado a partir dos escritos
dos alemães Karl Marx (1818-1883) e
Friedrich Engels (1820-1895).

Filosofos Niilistas:
O Niilismo é uma concepção filosófica baseada na ideia
Friedrich Schlegel (1772-1829)
de não haver nada ou nenhuma certeza que possa servir
Friedrich Hegel (1770-1831)
como base o conhecimento. Ou seja, nada existe de fato.
Friedrich Nietzsche (1844-1900)
Assim, em sua extensão para o existencialismo, o niilismo
Martin Heidegger (1889-1976)
é a compreensão de que a vida não possui nenhum
Ernst Jünger (1895-1998)
sentido ou finalidade.
Arthur Schopenhauer (1788-1860)
Do latim, o termo “nihil” significa “nada”. Trata-se, Jürgen Habermas (1929-)
portanto, de uma filosofia, que apoiada ao ceticismo
radical, é destituída de normas indo contra os ideais das
escolas materialistas e positivistas.
O existencialismo foi uma doutrina filosófica e um
movimento intelectual surgido na Europa, no final do Filósofos Existencialistas:
século XIX, mas ganhou notoriedade no século XX, a
partir do desenvolvimento do existencialismo francês. •Søren Kierkegaard (1813-1855)
•Martin Heidegger (1889-1976) ...
Para os existencialistas, a vida humana é baseada na
•Friedrich Nieztsche (1844-1900) ...
angústia, no absurdo e na náusea causada pela vida não
•Albert Camus (1913-1960) ...
possuir um sentido para além da própria existência.
•Jean-Paul Sartre (1905-1980) ...
•Simone de Beauvoir (1908-1986)
A partir da autonomia moral e existencial, fazemos
escolhas na vida e traçamos caminhos e planos. Nesse
caso, toda escolha implicará numa perda ou em várias,
dentre muitas possibilidades que nos são postas.

Assim, para os existencialistas, a liberdade de escolha é


o elemento gerador, no qual ninguém e nem nada pode
ser responsável pelos encaminhamentos da vida. Os
indivíduos são seres "para-si", livres e plenamente
responsáveis.

Você também pode gostar