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Gastronomia Molecular
Gastronomia Molecular
O cloreto de cálcio, por outro lado, é formado por íons de cálcio e de cloro.
Comumente utilizado na confecção de “anti mofos” caseiros, apresenta fórmula
molecular CaCl2.
Quando uma solução de alginato de sódio é misturado com uma solução aquosa
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de cloreto de cálcio, observa-se que o cátion de sódio (Na ) dissocia-se da cadeia de
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alginato de sódio, unindo-se ao ânion de cloro (Cl ) dissociado da molécula de CaCl2.
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Ocupando o antigo lugar do sódio, o cátion Ca consegue unir duas cadeias de alginato,
formando uma película. Essa reação é irreversível.
Figura 2. Alginato de sódio (esquerda) e alginato de cálcio (direita). Sendo capaz de unir duas cadeis de
alginato de sódio, o cálcio cria uma película responsável pelo efeito de gel. Quanto maior a concentração
de CaCl2, mais “sólida” ficará a solução. Disponível em <https://goo.gl/kX1E2H >
O método da esferificação tem como base essa reação. Seu procedimento clássico
é dissolver o cloreto de cálcio no líquido que se espera esferificar e o alginato em água. As
proporções de soluto indicadas são 0,5% para as duas substâncias. Preparadas as
soluções, basta banhar a mistura de alginato na de CaCl 2. Para que o formato final fique
mais atrativo, recomenda-se usar uma seringa ou colheres esféricas dependendo do
tamanho desejado. O site internacional “Molecular Recipes”, reconhecido em especial,
pela Harvard, compartilhou algumas dicas para a manutenção da estética.
Inicialmente, o nome dado para este modal foi “gastronomia física e molecular”.
Foi em 1998, com a morte de Kurti, que sua designação passou a ser “gastronomia
molecular”
Em 1992, um workshop internacional de mesmo nome foi organizado pelos
cientistas na Itália e contou com grande número de chefes. O sucesso desse primeiro
encontro fez com que ele acontecesse de dois em dois anos. Em 1996, Hervé
apresentou, no Colégio da França, seu primeiro PhD sobre o assunto. Neste ponto, sua
pesquisa em conjunto com Kurti tinha 5 objetivos: coletar e investigar superstições
sobre culinária, introduzir novas ferramentas, produtos e métodos para cozinhar,
inventar novos pratos usando o conhecimento adquirido nos passos anteriores e usar
comida para promover a ciência.
Com o tempo, a mídia passou a se interessar cada vez mais pela modalidade,
iniciando uma cadeia de mal-entendidos em relação aos termos usados pelos
pesquisadores e à real ambição da gastronomia molecular. Muitos, por exemplo,
2 This define esta modalidade como “cozinhando com novas ferramentas, ingredientes e métodos”.
por último mas não menos importante, talvez possamos convencer a
sociedade enxergar o ato de comer como algo prazeroso ao invés de
uma mera necessidade. (THIS, 2006)
Figura 6. Ingredientes: 90mL de iogurte Grego, 500mL de água, cloreto de cálcio e alginato de sódio.
THIS, Hervé. Food for tomorrow? How the scientific discipline of molecular
gastronomy could change the way we eat. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1679779/>. Acesso em: 24 set. 2018,
19:15.
THIS, Hervé. Modelling dishes and exploring culinary ‘precisions’: the two issues of
molecular gastronomy. Disponível em:
<pdfs.semanticscholar.org/199e/3045a3f3eafe4db9c92af2d7ea703254e240.pdf>.
Acesso em: 6 out. 2018, 13:22.
UBBINK, Job; VEGA, César. Molecular gastronomy: a food fad
or science
supporting innovative cuisine? Disponível em:
<https://eclass.duth.gr/modules/document/file.php/ALEX01150/Molecular%20Gastrono
my/Vega%20and%20Ubbink%202008.pdf>. Acesso em: 15 set. 2018, 11:26.