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Adriá trabalhou com o irmão desde os 14 anos, tentou carreira no futebol, serviu ao
exército e foi parar na cozinha de um grande restaurante lavando pratos com a única
pretensão de juntar dinheiro para passar férias em Ibiza. Sem nenhum conhecimento
prévio ou mesmo aquelas tradicionais histórias de inspiração familiar, ele foi se descobrindo
aos poucos e, com maestria, conseguiu revolucionar a culinária moderna com conceitos que
renderam muitos títulos e prêmios ao longo da carreira.
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13/08/2018 Desconstruir para reconstruir
“A partir dessa nova perspectiva, pode-se observar inspirações que estão fora do que era
diretamente ligado ao alimento. A cozinha modernista observa uma receita clássica e a
decompõe em seus elementos básicos, utilizando os mesmos sabores para a construção de
uma nova receita que em essência é a mesma, mas com novas características”, pontua.
Formado na primeira turma de gastronomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Carnevale atua como cozinheiro no AC Hotel – Porto Maravilha e, ao contrário do
mestre Adriá, gosta de cozinhar e participa dos processos culinários da família desde a
infância. “Venho de uma família italiana e sempre estive inserido na realidade da cozinha,
vendo minha avó cozinhar”, relata.
O jovem acredita que trabalhar com desconstrução dos pratos exige muitos estudos e
testes, além de uma aceitação das mudanças do preparo clássico. “Para obter sucesso
nesse ramo, é primordial ter total conhecimento dos ingredientes e das aplicações corretas
e precisas das técnicas”, ressalta.
Embora Carnevale tenha consciência de que o público precisa estar disposto à aceitação de
uma nova leitura das preparações, ele acredita que as técnicas da cozinha modernista dão
um ar renovado à gastronomia clássica e influenciam cada vez mais a cozinha brasileira
contemporânea, que se apropria de suas técnicas para a confecção de pratos. Ao contrário
do que muitos chefs vanguardistas defendem, ele acredita que, por mais moderna que a
técnica possa ser, as receitas tradicionais não perdem seu lugar. “Aqueles pratos habituais
continuam tendo espaço, seja sendo expostos de maneira desconstruída ou remontados –
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13/08/2018 Desconstruir para reconstruir
A chef acredita que um dos maiores desafios para quem atua com desconstrução é manter
a criatividade em alta, cuidando sempre para apresentar pratos inéditos, sem copiar outros
profissionais. “A criatividade é um fator primordial. É preciso apresentar os pratos de uma
forma diferente e inovadora mantendo o sabor e, ao mesmo tempo, emocionando os
comensais”, diz.
Além disso, Ana Paula reforça que, para quem pretende se aventurar na área, é importante
manter-se atento às novidades da gastronomia, identificar novas tendências, estudar e se
dedicar a criar – sem plagiar outros colegas de profissão. No máximo, inspirando-se em
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13/08/2018 Desconstruir para reconstruir
Para a profissional, muitas novidades que estão surgindo nessa vertente são interessantes
tanto para os profissionais da área quanto para o público que aprecia uma boa comida.
“Além das elaborações, do minimalismo e do cuidado com a apresentação dos pratos, o
surgimento de chefs importantes que valorizam o ingrediente regional em suas preparações
tem revolucionado a gastronomia no mundo inteiro”, destaca. “Ao misturar texturas e
temperaturas, é possível provocar sensações únicas que fazem de um jantar uma noite
inesquecível em todos os sentidos que a gastronomia pode proporcionar”, finaliza.
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