Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
!2
Sous vide
Cozinha a vácuo e a baixa temperatura
Michelle Cailleaux
!4
Agradecimentos
Este livro é o resultado de muita pesquisa, experimentação, inspiração e apoio. Sem a
ajuda e participação de algumas pessoas esse projeto não teria sido possível. Gostaria de
agradecer a Pablo Llopis Benito pelo apoio, compreensão e paciência durante toda a
jornada de elaboração desse livro. Agradeço a minha família e amigos, sempre dispostos
feedback contínuo, a Aline Fidelman pela revisão de texto, a Lex Blagus pela elaboração
Castino, Alan Souza, Alessandro Prates, Aline Cardoso, Aline Fidelman, Andréa Kalil,
Catarina Jahnel de Oliveira, Celia C Moraes, Cláudio Scherer Júnior, David Mota, Diego
Ambrosini, Diego Benini Silva, Diether Petzel, Edmária Mota Souza Mônaco, Eleniza
Mota de Souza Cailleaux, Erli Nishio, Fabrícia Rodrigues Amaral Borda, Fabricia Santos,
Fernanda Frazão Serra, Fernanda Zacarias, Flávio Araújo Frazão, Françoise Frazão
Candido, Guilherme Rodrigues, Gustavo Barbosa, Irmão Carlos, Jean Claude Cailleaux,
José Carlos Alves Gallindo Júnior, José Claudio Mota de Souza, Juliana Frazão Campos,
Juliana Pedrosa, Juliana Rezende, Júlio Pablo Rocha, Laura Wortmann, Leila Pinheiro,
Leonardo Cantalino, Leonardo Moraes, Letícia Melro Bentes, Liana Neil Salhes Pereira
Nunes, Lúcia Cabral Jahnel, Lúcia Porto, Marie Christine Cailleaux, Marcelle
Mascarenhas, Marcos Carioba, Maria de Fátima Araújo Frazão, Mobi Yabiku, Mônica
Macedo dos Santos Lameza, Osvaldo Dalben Júnior, Pablo Llopis Benito, Patrícia
Iamamoto, Priscila Teixeira, Raquel Amaral, Ricardo Bruns, Rodrigo Schlabitz, Sandra
!7
Wainer, Sheilla Furman, Tiago Dórea Rocha Sousa, Victor Frazão Barreto Alves e Vinicius
Frazão Barreto Alves. Através da ajuda de vocês foi possível elaborar, fotografar e editar
as receitas do livro!
Finalizando, mesmo sem contato direto com livro, obrigada a equipe do curso Science
and Cooking da Edx Harvard, a Hervé This, a Joan Roca, a Nathan Myhrvold, a Harald
humanidade.
Obrigada! :)
!8
1. Introdução ......................................................10
2. O que é sous vide ............................................11
3.Características Principais ...............................12
3.1 Cozinhar com temperaturas inferiores a 100˚C .......................................................12
3.2 Cozinhando em água ou a vapor .............................................................................12
3.3 Cozinhar alimentos embalados ................................................................................13
4. Vantagens .......................................................14
4.1 Ajuste preciso da temperatura de cocção em função das características do alimento
e do resultado desejado. ..................................................................................................14
4.2 Cozinhar pasteurizando ............................................................................................15
4.3 Redução da oxidação de alguns alimentos ..............................................................15
4.4 Alimentos mais saborosos, suculentos e nutritivos ................................................. 16
4.5 Economia: maior volume do produto final ..............................................................16
4.6 Organização e logística ..............................................................................................17
4.7 Padronização de processos: constância e melhorias no sistema de trabalho diário ...
17
1. Introdução
Nos últimos anos o sous vide ganhou destaque no ramo da alimentação. Muitos chefs
reconhecidos mundialmente fazem uso dessa técnica para obter alimentos muito mais
técnica.
técnica e popularizaram ainda mais o sous vide, que passou também a ser utilizado nas
Motivada pela falta de literatura em português sob o tema e pelo valor elevado dos livros
importados, pretendo esclarecer neste livro em que consiste o sous vide, seus benefícios e
conseguimos desencadear uma serie de alterações no alimento que o torna mais fácil de
Ainda que o nome da técnica faça referência a forma de embalar o produto, a grande
“mágica” do sous vide é poder cozinhar o alimento a uma temperatura exata e constante.
3.Características Principais
queremos que o alimento atinja (Keller, 2008), ainda que, normalmente, muitas das
As temperaturas de cocção no sous vide são relativamente mais baixas do que nos
em água ou num ambiente úmido, como um forno a vapor. Dessa forma conseguimos
meio. A água transfere calor de uma maneira muito mais eficaz que o ar. Se
demoraria muito mais tempo em ficar pronto. Sob as mesmas circunstâncias quanto mais
úmido for o ambiente, mais estável será a temperatura do meio, ou seja, a temperatura de
um banho maria tende a oscilar menos do que a de um forno a vapor. É importante que a
água do banho maria circule por todo o alimento para uma cocção uniforme.
!13
Produtos elaborados sous vide normalmente são isolados do meio de cocção com a
4. Vantagens
As características do método de cocção sous vide oferecem pontos positivos e negativos
O sous vide permite ajustar essa temperatura numa exatidão e constância nunca antes
alterações ocorrem nos alimentos durante o preparo. Como consequência, o sous vide nos
permite obter alimentos mais suculentos, cocções mais uniformes e, em alguns produtos,
resultados diferentes, não alcançáveis com métodos tradicionais. Oferece também maior
Ao utilizar temperaturas mais baixas que a cozinha tradicional, o sous vide permite
térmico, aumentando seu prazo de validade. Dessa forma, os produtos podem manter-se
desprotegidos de suas peles ou cascas, sofrem alterações de cor e sabor como podemos
observar na banana, maçã, pera, alcachofra, abacate e entre outros. Ao cortar esses
alimentos são liberadas enzimas que reagem com o ar ocasionando esse indesejado
solução para evitar a oxidação. Como as enzimas responsáveis pelo escurecimento podem
Os óleos e gorduras também se oxidam em contato com o ar, produzindo sabores ranços.
aromas voláteis, sabor e nutrientes para o meio em que se cozinha. Alimentos cozidos
Uma grande vantagem econômica de cozinhar sous vide, comparada aos métodos de
Joan Roca compara em seu livro Cocina al Vacío (2004) uma peça de Roast-Beef cozida
80°C. Ambas carnes são seladas na panela e cozidas até o interior do alimento chegar a
52°C. A carne cozida de maneira tradicional perde 33% do seu peso inicial e a cozida a
Alimentos embalados a vácuo são mais fáceis de transportar, estocar e oferecem menor
risco de contaminação.
Um dos maiores padrões de qualidade que pode ter uma oferta gastronômica é oferecer
curto, o necessário para que o alimento atinja uma determinada temperatura no seu
interior. Muito usada para cozinhar carnes macias, pescados e alguns frutos do mar.
cocções longas, nas quais também pasteurizamos. Após cozinhar o alimento, o mesmo
deve ser esfriado rapidamente e mantido sob refrigeração, ou congelado, até o momento
de ser consumido. Carnes ricas em colágeno, semi-conservas e a maioria dos vegetais são
6.Técnicas complementares
Alguns alimentos quando cozidos a vácuo já estão prontos para o consumo. Outros
apresentam aspecto pouco apetitoso nessas circunstâncias. Isso acontece porque a cocção
a vácuo não proporciona cores, sabores, aromas e texturas típicas das reações de Maillard
alimentos. Para enriquecer os produtos cozidos dessa forma, muitas vezes submetemos o
alimento a uma segunda cocção, que possibilite desencadear tais reações como selado,
Outra técnica complementar que pode ser utilizada em alimentos cozidos sous vide é o
pode ser escaldado diretamente na água ou embalado a vácuo. Essa técnica contribui
para fixar a cor de algumas verduras e pode melhorar a forma de alguns cortes de carne.
Reações de Maillard
responsáveis pela cor, sabor e aroma da carne grelhada, crosta do pão, chocolate,
temperatura.
apenas açúcares.
!21
resultados.
acontece com alguns de seus elementos químicos sob circunstâncias diversas. A ideia é
alimentos protéicos. Isso ocorre porque as proteínas são muito sensíveis ao calor.
Por esse motivo, uma maior ênfase será dada a estas macro moléculas. Outros elementos
7.1 Proteínas
As proteínas são grandes cadeias formadas por moléculas menores, os aminoácidos. Estas
varia de acordo com uma infinidade de fatores como o tipo de proteína, características do
Alguns exemplos de proteínas são a miosina, actina e colágeno presentes nas carnes; a
Desnaturação de proteínas
As estruturas das proteínas são responsáveis por suas funções biológicas. O processo
cor, textura e aroma; perder solubilidade; levar à formação de géis; entre outras
possibilidades.
A imagem ilustra a
solidificação da clara do
ovo através do aumento
de temperatura a nível
macroscópico (acima) e
microscópico (abaixo). A
albumina, uma das
proteínas da clara, muda
de estrutura ao ser
desnaturada formando
um gel que retém a água
da clara do ovo. O que
antes era um líquido
translúcido solúvel torna-
se um sólido opaco
insolúvel.
!24
7.1.1 Carnes
A carne é um alimento protéico. Sua estrutura está composta maioritariamente por água,
fibras musculares, tecido conjuntivo (ou conectivo) e gordura. As fibras musculares estão
formadas basicamente por duas proteínas: actina e miosina. São responsáveis pelo
"carne". Essas fibras são longas, finas e possuem uma grande porcentagem de água. Estão
pelos animais normalmente possuem mais tecido conjuntivo e portanto são mais firmes
Quando pensamos em carnes vermelhas, maciez e suculência são características que vem
basicamente da quantidade e qualidade de seu tecido conectivo. Esse tecido pode ser
amaciado através de uma cocção adequada. A suculência da carne, por outro lado,
colágeno.
Miosina e actina são as proteínas mais abundantes das fibras musculares. A partir dos
sucos da carne. Perceba que a carne crua não é suculenta. A partir dos 63-66°C a actina
também começa a desnaturar e a carne vai gradualmente ficando mais seca devido a
amaciar as carnes duras. Tem início a partir dos 55°C, mas não é uma reação imediata,
hidrólise. Em outras palavras, quanto mais baixa a temperatura de cocção maior o tempo
Para decidir em que temperaturas cozinhamos a carne é preciso primeiro entender com
cozinha-se esses tipos de carne a temperaturas muito altas durante um curto intervalo de
tempo, o necessário para que o interior do alimento chegue ao ponto desejado. Nesse tipo
acontece normalmente a partir dos 50-60°C (Potter, 2010). Desnaturando essa proteína
liberamos sucos presentes no seu interior e assim a carne se torna suculenta. A actina
!26
desnatura entre 66-73°C (Potter, 2010), então se ultrapassamos os 65°C a carne começará
alguns casos, em peças grandes, podemos utilizar temperaturas mais altas com a
hidrólise. Por isso muitas vezes as carnes ricas em tecido conjuntivo se cozinham em
panelas de pressão, que podem alcançar temperaturas de até 120°C. No entanto, a partir
Através do sous vide podemos controlar que a temperatura de cozimento das carnes seja
a necessária para dissolver o colágeno e não ultrapasse o ponto onde essa perde seus
!27
sucos. Como o colágeno começa a hidrolisar-se a partir de 55°C (This, 2006) essa é a
mínima temperatura de cocção para cozinhar carnes com tecido conectivo abundante. Se
cozida por tempo suficiente o resultado será uma carne macia, gelatinosa e suculenta
(This, 2006)
7.1.2 Aves
Como as carnes vermelhas, a carne das aves são músculos de maior ou menor esforço e
conectivo, como o peito, são mais macias do que as carnes com mais tecido conjuntivo,
como as coxas. No entanto, o tecido conectivo presente na carne das aves é muito mais
Por uma questão de segurança alimentar, as aves pequenas são cozidas tradicionalmente
carne seca e pouco suculenta. É possível no entanto, através da cocção a vácuo, cozinhar a
carne desses animais de uma maneira segura, evitando a excessiva desnaturação de suas
de segurança alimentar.
!28
7.1.3 Pescados
A estrutura muscular dos peixes é geralmente muito mais delicada que a dos animais
conectivo e uma musculatura resistente. Essa fragilidade é um dos motivos pelos quais a
uma temperatura muito mais baixa, faz com que os pescados cozidos sous vide fiquem
função do tipo de peixe e textura desejada. A miosina dos peixes se desnatura a partir dos
A temperatura de cocção dos pescados para uma textura óptima se dá por volta dos
interna desejada. Por esse motivo é recomendado estar muito atento ao tema de
segurança alimentar. Os pescados cozidos nesses términos devem ser tratados como
peixes crus, uma vez que a quantidade de calor e tempo não são suficientes para matar os
não devem ser ministrados a grupos de sistema imunitário baixo como crianças, idosos,
ser utilizado. Peixes gordurosos necessitam mais tempo para cozinhar e pasteurizar que
tecido conectivo. Necessitam, por tanto, uma temperatura de cocção um pouco mais alta
A carne desses animais é menos delicada que a dos pescados pois seu tecido conectivo é
mais abundante e mais resistente ao calor. Esses animais possuem enzimas em seu
aparelho digestivo que, quando o animal morre, atacam o próprio tubo digestivo,
submetido a temperaturas bem superiores a estas o mais rápido possível para desativar
essas enzimas, ou pode ser cozido exatamente nessa zona de temperatura e servido
hidrolisa e dissolve. Por isso as lulas estão tenras quando pouco cozidas (colágeno nativo)
ou muito cozidos (colágeno hidrolisado) e estão duros quando estão meio cozidos
(colágeno desnaturado) (POTTER, 2010). O polvo tem o colágeno mais resistente que a
!30
lula e precisa de mais energia para hidrolisar essa proteína. Costuma-se cozinhar polvos a
A carne desses animais é tão macia e delicada que pode ser consumida crua. Essa
podem ser cozidos em suas conchas e em seguida resfriados sem perder seus sucos, que
permanecem guardados na embalagem. Vieiras e ostras geralmente são cozidas sem suas
conchas.
7.1.7 Ovos
onde 1°C a mais ou a menos pode levar a diferentes texturas. Isso acontece porque os ovos
enlaces, que dão origem a uma rede que retém água, formando um gel. A consistência
desse gel é dada pela quantidade de água retida pela rede, que depende da quantidade e
nos ovos. Elaborações que levam ovos crus ou pouco cozidos podem oferecer risco de
ovos inteiros com pouca mudança de textura e propriedades do alimento. A clara se torna
um pouco mais leitosa e demora um pouco mais de tempo para montar se comparada ao
7.2 Carboidratos
como amilose, amilopectina, celulose, etc e como açúcares mais simples: glucose, frutose
e outros. De uma maneira muito simplificada, podemos dizer que o calor amacia as fibras
comparadas as da cocção das carnes. Isso acontece porque estes são menos sensíveis a
baixas pois sua estrutura é mais delicada e menos fibrosa. Vegetais cozidos sous vide
nessa faixa de temperatura apresentam melhor textura, estrutura e sabor mais acentuado.
Para elaborar purês de frutas, verduras ou tubérculos podemos utilizar 95˚C já que nos
7.2.1 Amido
(ARAÚJO et al., 2014). Cru é um a estrutura semi cristalina que pode ser parcialmente
digerida pelo corpo humano. Através do calor o amido se dissolve, absorve água, incha e
tipos de amido, que por sua vez gelatinizam a diferentes temperaturas, dependendo da
A porcentagem de amido também pode variar num mesmo vegetal. A batata, por
exemplo, existe em inúmeras variedades e cada uma delas contém uma porcentagem
pode fazer com que uma cenoura transforme parte do seu amido em açúcar para evitar
seu congelamento. Por isso algumas cenouras são mais doces em climas frios.
Tubérculos como batata, mandioca, inhame, batata doce, são alimentos ricos em amido.
Também são os cereais como arroz, grão de bico, lentilha, trigo, milho. Ao cozinhar
alimentos ricos em amido sous vide é importante verificar que enquanto alguns desses
alimentos podem cozinhar-se em seu próprio suco outros necessitam hidratação para
gelatinizar o amido.
!34
Retrogradação do amido
Alguns vegetais e grãos ricos em amido quando mantidos a temperatura de 55-60°C por
ao calor (MCGEE, 2004). Essa nova característica dificulta que esses vegetais se desfaçam
ao serem novamente cozidos, mesmo com temperaturas mais altas. Esse fenômeno pode
ser utilizado para assegurar os grãos al dente de um risotto ou evitar que as verduras de
um ragout se desfaçam.
São carboidratos presentes nas paredes celulares das plantas e proporcionam estrutura. A
vegetal mais macia. Cozinhar um alimento em água fervendo extrai parte da pectina e
cálcio das células das paredes das plantas. A cocção a vácuo diminui essa perda. Isso pode
outro a vácuo. As frutas são alimentos ricos em pectina. Algumas verduras como
pimentão, tomate e berinjela são frutas, do ponto de vista botânico, e também são ricas
em pectina.
!35
7.3 Lipídios
As gorduras e óleos estão presente de diversas formas nos alimentos. Na cocção a vácuo
utilizamos os lipídios normalmente para dissolver aromas, aportar sabor ou como meio
de cocção (confitar).
Muitas das moléculas aromáticas são lipossolúveis e portanto os óleos são excelentes
condutores de aromas. Alguns óleos vegetais e lácteos ricos em gordura são utilizados
como base para macerar alimentos diversos como condimentos, especiarias e tantos
Também é possível utilizar óleos ricos em aromas em cocções curtas como azeite de
oliva, óleo de gergelim, argan, entre outros. Nesse caso a temperatura de cocção também
aromatizar com azeite deve ser evitado pois é possível que o mesmo se degrade. Existem
relatos de que períodos de cozimento prolongados alteram o sabor do azeite de oliva extra
virgem que passa a ter notas metálicas (BALDWIN, 2008). Isso poderia ser explicado por
uma possível desintegração que se dá a temperatura baixa por intervalo de tempo alto.
importantes, restando apenas o sabor a azeite de oliva. Na dúvida, numa cocção longa,
alinhe com azeite de oliva cru depois da cocção. Azeites decompostos podem ser tóxicos.
sabor ao alimento cozido. Diferente do que se pensa a gordura não aporta suculência a
Outra forma de utilizar a gordura é confitando, ou seja, usando-a como meio de cocção. A
confitado.
!37
8. O Tempo de cocção
O tempo é outro ponto importante da cocção a baixa temperatura. Como em qualquer
outra técnica de cozinha as alterações sofridas pelos alimentos não depende somente da
que a cozinha tradicional, os tempos utilizados para cozinhar a vácuo serão, como
tempo.
Ao cozinhar a vácuo podemos considerar 3 fatores para definir o tempo de cocção dos
alimentos: tempo necessário para que o interior do produto atinja uma determinada
pasteurização.
por todo o produto. O calor vai penetrando no alimento durante um determinado espaço
de tempo, que pode ser maior ou menor em função de muitos fatores: a composição do
demoram muito tempo para chegar ao interior do produto. Para acelerar a cocção de
cálculo exato do tempo de cocção é importantíssimo para não cozinhar o alimento além
do desejado.
Alguns autores afirmam que é possível cozinhar um alimento a vácuo por tempo quase
interior do produto. Acontece que, muitos alimentos, quando cozidos por um tempo
atingir uma determinada temperatura. Essas reações precisam de tempo para acontecer.
Imagine que cozinhamos uma carne rica em colágeno a 55°C durante 48h, por exemplo. A
princípio o colágeno está em sua forma nativa, com o calor se desnatura e com o passar
parar a cocção em 24 horas, mesmo que o interior do alimento tenha atingido 55°C essa
carne ainda estará dura. Isso acontece porque o colágeno não se hidrolisou por completo
9. Segurança alimentar
Para utilizar a cozinha a vácuo é muito importante conhecer e entender alguns aspectos
perigosos para a saúde presentes nos alimentos, como reduzi-los a níveis aceitáveis e,
principalmente, como evitar sua multiplicação. Do contrário o alimento pode não estar
A maioria das bactérias são encontradas no exterior do alimento (KELLER, 2008), com
carne moída, por exemplo, estará mais suscetível a contaminação do que a mesma peça
temperatura, não só adiciona sabores e aromas, torna-o mais seguro. Também é possível
diminuir as bactérias em sua superfície, contrai algumas das proteínas exteriores dando-
temperaturas baixas ou altas (KELLER, 2008), limitando seu tempo de exposição a zona
de risco. Define-se como zona de risco as temperaturas entre 4 aos 60°C e os alimentos
dos 60°C.
Douglas Baldwin, em Guia Prático Sous Vide, afirma que a zona de risco é um mito e nos
proporciona uma margem um pouco maior para trabalhar a baixa temperatura, onde
tempo que varia em função da espessura e tipo de alimento. Segundo Baldwin, o mito da
zona de risco de 4°C a 60°C é absurdo e reforça que os patógenos alimentares podem se
Para diminuir o número de bactérias presente nos alimentos, torná-lo mais seguro e
temperatura de 50°C, o tempo entre que ele deixa a geladeira, é cozido e servido não pode
superar 4h. Esse tempo é mais que suficiente, já que os pescados dificilmente se
determinado, conseguimos que os alimentos não precisem ser refrigerados para serem
conservados.
As bactérias mais preocupantes para alimentos cozidos sous vide são: Salmonella,
(Keller, 2008).
9.3.1 Salmonella
alimento.
perigosa para nossa saúde, já que pode produzir uma neurotoxina letal no ser humano.
Botulinum, os alimentos cozidos a vácuo que serão conservados devem ser resfriados
Vive habitualmente nos intestinos de mamíferos e sua transmissão ocorre via fecal-oral
ambientes com baixa atividade de água (ASSIS, 2013). Especialmente perigosa para
9.4 Parasitas
Alguns alimentos possuem parasitas que podem se hospedar nos seres humanos como é o
mesmos tenham sido congelados anteriormente por tempo suficiente para matar seus
parasitas. A ANVISA orienta congelar os pescados a – 20ºC por 7 dias ou -35ºC por 15
10. Pasteurização
É o tratamento térmico dado ao alimento com a finalidade de reduzir a presença de
Para pasteurizar um alimento via sous vide é necessário cozinhá-lo a uma temperatura
contidos nesse produto. Esses valores de temperatura e tempo estão relacionados entre si
Para os alimentos que serão conservados faz-se necessário resfriá-los o mais rápido
possível após a cocção para evitar que o número de bactérias volte a crescer. A
térmico.
função de sua espessura retirados do guia prático Sous vide de Douglas Baldwin. A
Tabelas de pasteurização:
Espessura Tempo a 55°C Tempo a 56°C Tempo a 57°C Tempo a 58°C Tempo a 59°C Tempo a 60°C
15 mm 2¾ hr 2 hr 1½ hr 1¼ hr 55 min 50 min
20 mm 3 hr 2¼ hr 1¾ hr 1½ hr 1¼ hr 60 min
25 mm 3¼ hr 2½ hr 2 hr 1¾ hr 1½ hr 1¼ hr
30 mm 3¾ hr 3 hr 2½ hr 2 hr 1¾ hr 1¾ hr
35 mm 4 hr 3¼ hr 2¾ hr 2½ hr 2¼ hr 2 hr
40 mm 4½ hr 3¾ hr 3 hr 2¾ hr 2½ hr 2¼ hr
45 mm 4¾ hr 4 hr 3½ hr 3¼ hr 2¾ hr 2½ hr
50 mm 5¼ hr 4½ hr 4 hr 3½ hr 3¼ hr 3 hr
55 mm 5¾ hr 5 hr 4½ hr 4 hr 3¾ hr 3½ hr
60 mm 6¼ hr 5½ hr 5 hr 4½ hr 4 hr 3¾ hr
65 mm 7 hr 6 hr 5½ hr 5 hr 4½ hr 4¼ hr
70 mm 7½ hr 6¾ hr 6 hr 5½ hr 5 hr 4¾ hr
!47
# 1.2 Tabela de pasteurização para pescados ricos em gordura. Fonte Baldwin, 2008
Espessura Tempo a 55°C Tempo a 56°C Tempo a 57°C Tempo a 58°C Tempo a 59°C Tempo a 60°C
5 mm 4¼ hr 3 hr 2 hr 1½ hr 60 min 40 min
10 mm 4¼ hr 3 hr 2 hr 1½ hr 1¼ hr 50 min
15 mm 4½ hr 3¼ hr 2¼ hr 1¾ hr 1¼ hr 60 min
20 mm 4¾ hr 3½ hr 2½ hr 2 hr 1½ hr 1¼ hr
25 mm 5 hr 3¾ hr 2¾ hr 2¼ hr 1¾ hr 1½ hr
30 mm 5¼ hr 4 hr 3¼ hr 2½ hr 2¼ hr 2 hr
35 mm 5½ hr 4¼ hr 3½ hr 3 hr 2½ hr 2¼ hr
40 mm 6 hr 4¾ hr 4 hr 3¼ hr 3 hr 2½ hr
45 mm 6½ hr 5¼ hr 4¼ hr 3¾ hr 3¼ hr 3 hr
50 mm 7 hr 5¾ hr 4¾ hr 4¼ hr 3¾ hr 3¼ hr
55 mm 7½ hr 6¼ hr 5¼ hr 4¾ hr 4¼ hr 3¾ hr
60 mm 8 hr 6¾ hr 5¾ hr 5¼ hr 4¾ hr 4¼ hr
65 mm 8½ hr 7¼ hr 6¼ hr 5¾ hr 5¼ hr 4¾ hr
70 mm 9¼ hr 8 hr 7 hr 6¼ hr 5¾ hr 5¼ hr
um nível seguro, não reduz o risco de HAV ou norovirus de mariscos. Para a redução de
Espessura Tempo a 57°C Tempo a 58°C Tempo a 59°C Tempo a 60°C Tempo a 61°C Tempo a 62°C Tempo a 63°C Tempo a 64°C Tempo a 65°C
25 mm 3 hr 2¼ hr 2 hr 1½ hr 1½ hr 1¼ hr 1¼ hr 60 min 55 min
30 mm 3¼ hr 2¾ hr 2¼ hr 2 hr 1¾ hr 1½ hr 1½ hr 1¼ hr 1¼ hr
35 mm 3¾ hr 3 hr 2½ hr 2¼ hr 2 hr 1¾ hr 1¾ hr 1½ hr 1½ hr
40 mm 4 hr 3¼ hr 2¾ hr 2½ hr 2¼ hr 2 hr 2 hr 1¾ hr 1¾ hr
45 mm 4½ hr 3¾ hr 3¼ hr 3 hr 2¾ hr 2½ hr 2¼ hr 2 hr 2 hr
50 mm 4¾ hr 4¼ hr 3¾ hr 3¼ hr 3 hr 2¾ hr 2½ hr 2½ hr 2¼ hr
55 mm 5¼ hr 4½ hr 4 hr 3¾ hr 3½ hr 3¼ hr 3 hr 2¾ hr 2¾ hr
60 mm 5¾ hr 5 hr 4½ hr 4¼ hr 3¾ hr 3½ hr 3¼ hr 3¼ hr 3 hr
65 mm 6¼ hr 5½ hr 5 hr 4½ hr 4¼ hr 4 hr 3¾ hr 3½ hr 3¼ hr
70 mm 7 hr 6 hr 5½ hr 5 hr 4¾ hr 4½ hr 4¼ hr 4 hr 3¾ hr
Tabela 2.1: Tempo requerido para uma redução de pelo menos 1 milhão para 1 de
Listeria e de 10 milhões para 1 de Salmonella em aves.
!49
# 3.1 Tabela de pasteurização para carne vermelha (vaca, porco e carneiro). Fonte
Baldwin, 2008.
Espessura Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a Tempo a
55°C 56°C 57°C 58°C 59°C 60°C 61°C 62°C 63°C 64°C 65°C
25 mm 2¾ hr 2¼ hr 2 hr 1¾ hr 1½ hr 1½ hr 1¼ hr 1¼ hr 1¼ hr 60 min 55 min
30 mm 3 hr 2½ hr 2 hr 2 hr 1¾ hr 1½ hr 1½ hr 1½ hr 1¼ hr 1¼ hr 1¼ hr
35 mm 3¼ hr 2¾ hr 2¼ hr 2 hr 2 hr 1¾ hr 1¾ hr 1½ hr 1½ hr 1½ hr 1¼ hr
40 mm 3½ hr 3 hr 2½ hr 2¼ hr 2¼ hr 2 hr 1¾ hr 1¾ hr 1¾ hr 1½ hr 1½ hr
45 mm 4 hr 3¼ hr 3 hr 2¾ hr 2½ hr 2¼ hr 2¼ hr 2 hr 2 hr 1¾ hr 1¾ hr
50 mm 4½ hr 3¾ hr 3¼ hr 3 hr 2¾ hr 2½ hr 2½ hr 2¼ hr 2¼ hr 2 hr 2 hr
55 mm 5 hr 4¼ hr 3¾ hr 3½ hr 3 hr 3 hr 2¾ hr 2¾ hr 2½ hr 2½ hr 2¼ hr
60 mm 5¼ hr 4¾ hr 4¼ hr 3¾ hr 3½ hr 3¼ hr 3 hr 3 hr 2¾ hr 2¾ hr 2½ hr
65 mm 6 hr 5¼ hr 4¾ hr 4¼ hr 4 hr 3¾ hr 3½ hr 3¼ hr 3¼ hr 3 hr 3 hr
70 mm 6½ hr 5¾ hr 5¼ hr 4¾ hr 4¼ hr 4 hr 3¾ hr 3¾ hr 3½ hr 3¼ hr 3¼ hr
Tabela 3.1: Tempo requerido para uma redução de 1.000.000 para 1 de Listeria,
3.000.000 para 1 de Salmonella, e, ao menos 100.000 para 1 de E.Coli.
!50
pasteurizado. Em qualquer caso não deve superar 3-4 semanas. Para uma conservação
uma redução de 100 vezes. Uma redução de 6D corresponde a 1.000.000 vezes menos
!51
• Água com abundante gelo para resfriar o alimento para consumo futuro*
não deverá ser consumido depois de 48h se mantido refrigerado. Caso deseje utilizar o
11.1. Equipamentos
Essas são as formas mais utilizadas para controlar a temperatura do banho de cocção.
São máquinas específicas para cozinhar sous vide, se auto denominam “forno de água”.
Funcionam com uma panela elétrica que controla a temperatura da água em seu interior.
Panelas elétricas e máquinas de cozinhar arroz são comuns em muitos países. São
interior através do calor emitido por uma resistência elétrica sem controle preciso de
temperatura. PID para sous vide é uma máquina que se acopla a esses eletrodomésticos
baixo.
porcionados.
Extremamente popular nos EUA se tornou a confecção de máquinas sous vide por
Para embalar o alimento e isolá-lo do meio de cocção podemos utilizar material específico
para tal ou improvisar com elementos alternativos. É muito importante que o material a
ser utilizado não se deteriore com o calor do banho. Como alguns plásticos liberam
As seladoras domésticas normalmente são pequenas, leves, tem custo relativamente baixo
realizada normalmente por uma bomba de pistão que aspira dentro do interior da bolsa
empresas que fabricam essas máquinas domésticas muitas vezes recomendam bolsas de
Uma forma mais econômica de envasar o alimento é evitar o uso de máquinas de embalar
a vácuo. Para isso podemos utilizar sacos de plástico ou outros tipos de material, como o
vidro, para cozinhar nossos alimentos. A escolha depende das características do alimento.
Alguns fabricantes desenvolveram sacos de plástico com fecho hermético específicos para
cozinhar sous vide. O ar pode ser retirado comprimindo a bolsa ou através de uma
espécie de seringa proporcionada pelo fabricante. Funciona bem com líquidos e alimentos
Vidro
Alimentos líquidos e semilíquidos podem ser cozidos através de envases de vidro, como
IMPORTANTE
precisas e nem estáveis como as das máquinas profissionais podendo oscilar em zonas
circunstâncias. Por esse motivo não é recomendável conservar o alimento cozidos sous
11.2 Cozinhando
Uma vez reunidos os requisitos para cozinhar seu alimento sous vide, os passos a seguir
4) Corte os alimentos em porções quando possível. Dessa forma a cocção será muito mais
rápida e uniforme;
O próximo passo depende da decisão consumir o alimento como está, de adicionar uma
9B) Abra o envase, retire o produto e aplique a técnica complementar desejada, como por
9C) Submeta o envase a um banho maria invertido com água e muito gelo. Somente
quando o produto estiver a 3 graus guarde-o na parte mais fria da geladeira ou congele-o.
!58
Escolha de fornecedores
as temperaturas e tempos de cocção dos alimentos. Algumas cocções muito ajustadas não
outro ponto de vista, pasteurizar esses alimentos pode não ser interessante para
textura de muitos produtos. O sous vide está implantado em diferentes tipos de ofertas
gastronômicas, mas a escolha dos alimentos, das temperaturas e dos tempos de cocção
Infra estrutura
Formação
público alvo. Estes são, na maioria dos casos, o que conhecemos como boas práticas de
gastronômica.
Receitas
Esse capítulo descreve as etapas técnicas para trabalhar com alimentos que serão cozidos
a vácuo. Alguns desses processos são próprios da técnica como embalar a vácuo e
etc.
!62
12.1.1. Pré-elaborações
da técnica de cocção. No sous vide, ao trabalhar com temperaturas muito baixas e longos
Higiene
É necessário dar a devida atenção à limpeza e higiene dos alimentos, com a finalidade de
final.
Porcionamento
Muitos dos alimentos elaborados a vácuo são cozidos já porcionados. Dessa forma a
Salmoura e marinada
Sabe-se que salmourar carnes vermelhas e brancas ajuda a dissolver parte do tecido
Geralmente se utiliza uma solução de 30 a 100 gramas de sal por litro de água para
Salmourar os pescados com uma solução de 10% de sal em agua durante 15 minutos antes
de cozinha-los desnatura a albumina, uma inapetente proteína branca que sai de alguns
pescados cozidos.
Sazonar
podem ser demasiado potencializadas em uma larga cocção. Para dominar os aromáticas
aromatizados e utilizá-los para perfumar o alimento após a cocção. Esses azeites podem
a cocção o álcool se transforma em gás dentro da bolsa o que faz com que o alimento não
solução.
!64
Pré-cocções
temperatura, seja para fixar sua cor, como os vegetais verdes; para melhorar sua forma,
patógenos em sua superfície. Esses alimentos podem ser escaldados já embalados a vácuo
Outra pré-cocção utilizada é selar o alimento em panela ou chapa bem quente antes de
cozinhá-lo. Dessa forma enriquecemos o alimento com aromas e sabores típicos das
reações de Maillard. Selar antes de cozinhar é comum nas carnes de tecido conectivo
Embalar a vácuo na cocção sous vide consiste em inserir o alimento em uma bolsa de
plástico apta para cocção e eliminar o ar contido nessa embalagem. É realizado por
pressão, exercida por uma bomba. Em seguida, as máquinas selam as embalagens, para
que não volte a entrar ar. Por esse motivo são conhecidas como seladoras.
exercida pela bomba e a velocidade com que essa pressão é exercida. Existem muitas
máquinas onde pode-se controlar a porcentagem de vácuo máxima exercida pela bomba,
alimentos, no entanto, são demasiadamente delicados e tem sua forma e/ou textura
• Acrescentar algum líquido aromático na bolsa (azeite de oliva, molho, caldo) antes
de envasar.
!66
A maioria dos alimentos deve estar refrigerada para ser embalada a vácuo, do contrário a
qualidade do envasado pode não ser adequado para cozinhar. Caso o produto a ser
embalado tenha passado uma cocção complementar, necessita ser esfriado antes de ser
envasado.
Vale a pena ressaltar que estamos usando o vácuo apenas para eliminar o ar em contato
com o alimento. Em nenhuma hipótese tratamos de uma cocção a vácuo constante, como
Como veremos mais adiante, é possível cozinhar a baixa temperatura sem embalar os
alimentos. Alguns produtos, como os ovos, são cozidos diretamente na água ou vapor.
!67
pode ser medido analisando a pressão dessa região. O vácuo ideal ou perfeito teria
pressão. Esse sistema utiliza uma escala de 0 a 30 inHg, onde 30 seria o vácuo perfeito.
!68
mar somos pressionados pela a atmosfera acima de nossas cabeças. Quanto mais alto
original e se estende num espaço mais amplo. Fazendo uma analogia bastante
seria um líquido. Dessa forma “alegórica” podemos entender como a pressão influencia
numa mesma temperatura, uma matéria poderá estar em estado sólido, líquido ou
!69
quer dizer que a pressão onde está o alimento se torna menor do que a pressão
muda do estado líquido para o gasoso. Por isso, ao colocar líquidos numa seladora,
câmara.
embalado estiver a uma temperatura igual ou superior a 20°C, parte da água contida em
sua superfície vai evaporar durante a queda de pressão. Por esse motivo é necessário
funcionamento da seladora.
Uma vez finalizado o processo de embalagem, a câmara se abre e sua pressão é re-
pressão ambiente. Nesse caso, conforme o alimento vai perdendo umidade a pressão
Alguns autores afirmam que a maior parte dos alimentos funcionam melhor envasados a
uma pressão de 30-50 mbar e que uma pressão menor não traz benefícios ao alimento
possível quase sempre para que o produto seja cozido de maneira mais uniforme e
!70
A escolha da pressão utilizada deve ser feita em função da delicadeza do alimento, bem
como do tipo de cocção a ser utilizada, onde cocções para conservação tiram proveito
Alimentos muito delicados podem ser embalados com outros gases, como o nitrogênio
e dióxido de carbono para não serem esmagados pela pressão da bolsa. No entanto,
!71
Consiste em depositar o alimento, embalado ou não, no local onde ele vai ser cozido, seja
forno a vapor ou banho maria, pelo tempo previsto. Ainda que aparentemente simples
algumas precauções devem ser tomadas para evitar erros bastante comuns:
• Não saturar o banho maria ou forno com um volume excessivo de bolsas de alimentos.
Deve existir espaço entre as mesmas, não podendo estar amontoadas, para que a água
evitar que a cuba tenha menos água do que o indicado pela máquina utilizada.
confundir as mesmas.
• Não permitir que as bolsas de plástico flutuem, colocando um peso em cima quando
necessário.
As etapas que vem após a cocção estão relacionadas ao consumo imediato ou posterior
dos alimentos. Produtos que serão conservados devem obedecer as etapas seguintes. Para
12.1.4. Conservação
A conservação dos alimentos cozidos a vácuo deve ser feita em temperaturas inferiores a
não segura.
Resfriamento
temperatura máxima de 3°C no interior do produto. Esse resfriamento deve ser feito o
mais rápido possível e nunca ultrapassar 90 minutos. Isso pode ser complicado se
tratando de peças grandes pois um alimento que demora para cozinhar também demora
para esfriar.
Alimentos que tiveram uma cocção complementar anterior ao embalado também deverão
invertido com água com gelo. É necessário estar atento a que o resfriamento seja
uniforme, evitando que partes das bolsas estejam em zonas mais quentes que outras. Para
mínimo de tempo possível à zona de temperatura de risco. Essa prática além manter
do produto.
!73
alimentos.
Congelamento
Os alimentos cozidos a vácuo também podem ser conservados congelados para aumentar
seu tempo de vida. É uma forma excelente de conservar alimentos cozidos em grandes
quantidades.
Da mesma forma que o resfriamento, o congelamento deve ser efetuado de maneira mais
rápida possível. Quanto mais lento for o congelamento do alimento, mais cristais de gelo
Para congelar alimentos não muito grandes ou pequenos lotes de produtos cozidos pode-
se utilizar um banho maria com água, gelo e sal. Uma salmoura com 23% de sal e gelo é
capaz de atingir temperaturas de até -20°C. Essa forma de congelamento é muito mais
O uso de nitrogênio líquido para congelar não é recomendável, pois o frio excessivo
Etiquetado
Todo alimento cozido deve receber uma etiqueta de manipulação de alimentos, conforme
12.1.5. Finalização
É o momento em que o alimento cozido sous vide será servido ao consumidor. No caso do
temperatura de serviço. Caso o alimento tenha acabado de ser cozido será servido
Regeneração
cocção anterior, de haver uma cocção complementar e do tipo de serviço oferecido pelo
estabelecimento.
De uma maneira geral o alimento pode ser regenerado de 2 formas: embalado ou fora da
de calor mais conveniente ao cozinheiro como uma panela com água fervendo, micro-
máxima suportada pela bolsa) ou, em função de uma característica concreta do alimento
que não possa sofrer um golpe de calor muito alto, submetemos a bolsa em um banho
maria de temperatura controlada. Após ter sua temperatura regenerada o alimento pode
ser servido ou sofrer uma cocção complementar. Outra forma de regenerar o alimento
seria abrir a bolsa onde o mesmo se encontra e aumentar sua temperatura através de
complementar.
!75
Alguns alimentos muito delicados, como o foie gras, podem ser regenerados diretamente
coção
servir
complementar
abrir
esquentar
não
em sistema abrir
abrir
conveniente*
max 100°C
coção servir
complementar
* O Sistema utilizado não pode ultrapassar a temperatura máxima aguentada pela bolsa
Cocções complementares
Não existe um melhor equipamento para cozinhar sous vide. A escolha da maquinaria
Termo-circulador de imersão
possuem uma resistência e um termostato que ficam submergidos na água e que estão
Essas máquinas geralmente tem a capacidade para esquentar entre 20 e 50 litros de água,
desse modo, para cozinhar grandes quantidades de alimento será necessário utilizar outro
meio de cocção.
!77
Fornos combinados
Resultados bastante semelhantes aos termo- circuladores podem ser obtidos através
interior através de uma resistência e um termostato. Nesses banhos, pode ou não haver
mais uniforme.
!78
12.2.2 Vácuo
aptas para temperaturas de cocção. Para retirar o ar do interior das bolsas utilizamos
supermercados, etc. São normalmente grandes, pesadas e de custo bastante elevado. Tem
aproximadamente.
de uma bomba de pressão e em seguida uma barra térmica sela o plástico, não permitindo
da bolsa.
sistemas de retirada progressiva de ar, que pode ser muito útil para embalar alimentos
delicados.
!79
processo de embalagem.
algumas desvantagens, como: a perda de aromas e sabor ao meio onde se cozinha, maior
Os equipamentos utilizados para cozinhar a baixa temperatura sem vácuo são os mesmos
O forno combinado funciona melhor com temperaturas relativamente altas e utiliza vapor
para cozinhar.
contaminação cruzada entre os mesmos. Algumas considerações devem ser feitas para
maneira apropriada.
Cozinhar a baixa temperatura implica um aumento do tempo cocção dos alimentos. Esse
incremento de tempo permite uma maior relação do alimento com o meio de cocção
quando o produto não está embalado e isso influencia diretamente no sabor e na textura
do mesmo.
Pode ser interessante para alimentos de sabor muito pronunciado, onde perder um pouco
de potência pode ser uma vantagem. Também é muito eficaz para cozinhar alimentos que
oferecem uma proteção natural ao meio, como os ovos. Para alimentos de sabor e textura
Permite a troca de sabores entre o alimento e o meio, assim o produto pode ser
cozinhar, o que muitas vezes a torna essa forma de preparação economicamente inviável.
O mesmo resultado pode ser conseguido envasando o alimento com um pouco de caldo e
cozinhando em água.
!81
Utilizado para confitar. É necessário uma grande quantidade de óleo para cozinhar dessa
forma. O mesmo resultado pode ser conseguido envasando o alimento com um pouco de
“recipientes”.
Marinadas a vácuo são mais funcionais: além de mais rápidas, ocupam menos espaço
cozinha muito interessantes. Outras técnicas já existentes podem ser aceleradas através
14.2.1 Compressão
É uma técnica muito utilizada pelos Chefs para mudar a textura e aspecto visual de alguns
Os vegetais possuem em seu tecido algumas células chamadas vacúolos que funcionam
como bolsas onde se armazena ar, água ou outras substâncias. Ao submeter o vegetal a
uma queda de pressão, ocasionada pela máquina de vácuo, esses vacúolos incham como
balões e muitas vezes explodem, perdendo o conteúdo do seu interior. O resultado é uma
14.2.2 Impregnação
pressão junto com um liquido sápido, como um chá, suco ou álcool. É uma espécie de
maceração instantânea.
!84
líquido junto com um sólido de sabor pronunciado. Assim, buscamos que o líquido
15. Receitas
As receitas a seguir foram elaboradas utilizando um termo-circulador de imersão para
ajuda de um termômetro.Para cocções mais longas não é recomendado esse método pois
Novas receitas poderão ser encontradas na minha página pessoal no link: http://
michelleclx.wixsite.com/experimenta
!86
!87
Ingredientes
Modo de preparo
GAZPACHO
Triture no liquidificador o tomate, polpa de açaí e água, Passe por uma peneira e volte
ao liquidificador. Bata com o vinagre, sal e açúcar. Acrescente o azeite de oliva pouco
a pouco sem parar de bater. Pare, prove e retifique de sal, acidez e dulçor.
CAMARÃO
Embale os camarões e o azeite de oliva a vácuo e cozinhe a uma temperatura de
58˚C por 10 min (o tempo pode variar dependendo do tamanho do camarão
utilizado). Resfrie num banho maria de água e gelo. Corte cada camarão em 3 e
salgue.
TAPIOCA:
Peneire a tapioca numa frigideira espalhando bem, sem formar montes. Leve ao fogo
até que a goma se una formando uma rede. Dê a volta. Leve ao forno a 150˚C até
desidratar e ficar crocante.
Montagem
Ingredientes
Modo de preparo
POLVO
Escalde o polvo em água fervendo durante 5 minutos. Retire da água e dê um
choque térmico submergindo o polvo em um banho maria invertido de água com
gelo até resfriá-lo. Corte os tentáculos e embale a vácuo. Cozinhe em um banho
maria a 93˚C durante 90 minutos. Uma vez cozido, resfrie as bolsas num banho maria
invertido de água e gelo. Reserve.
BATATAS
Cozinhe as batatas em água com sal. Descasque as batatas e corte em quadrados
de 2,5cm x 2.5cm. Alinhe com páprica defumada e azeite de oliva.
Montagem
Ingredientes
FOIE Outros
1 foie-gras de 600g Fatias de brioche
30ml cachaça envelhecida em Flor de sal
amburana
1 semente de amburana ralada
sal
COBERTURA DE OURO
açúcar de confeiteiro
corante alimentar ouro em pó
Modo de preparo
FOIE
Tempere o foie gras com o sal, a amburana e a cachaça. Embale a vácuo e deixe
descansar durante 30 minutos. Cozinhe em banho maria a temperatura de 65˚C
durante 35 minutos. Passe o foie-gras por uma peneira para retirar as veias e
emulsione ainda quente com um mixer até ficar homogêneo. Verta a mistura em
moldes retangulares de silicone. Leve ao congelador.
COBERTURA DE OURO
Misture o ouro em pó com o açúcar de confeiteiro
Montagem
Ingredientes
Ingredientes
VIEIRAS MANTEIGA DE COUVE FLOR
VIEIRAS MANTEIGA DE COUVE FLOR
4 vieiras médias 200g de couve-flor
4 vieiras médias 200g de couve-flor
200g manteiga sem sal
200g manteiga sem sal
sal
sal
PICLES DE COUVE FLOR
PICLES DE COUVE FLOR
16 floretes de couve-flor OUTROS
16 floretes de couve-flor OUTROS
150g vinagre de arroz Anis estrelado
150g vinagre de arroz Anis estrelado
75g água Brotos de coentro
75g água Brotos de coentro
20g açúcar Flor de sal
20g açúcar Flor de sal
1 pitada de sal
1 pitada de sal
Modo de preparo
Modo de preparo
VIEIRAS
VIEIRAS
Embale as vieiras a vácuo com muidado para não deformá-las. O ideal é utilizar um
Embale as vieiras a vácuo com cuidado para não deformá-las. O ideal é utilizar um
sistema de retirada de ar delicado. Cozinhe num banho maria a 55˚C durante 20
sistema de retirada de ar delicado. Cozinhe num banho maria a 55˚C durante 20
minutos. Finalizado a cocção abra a bolsa e coloque as vieiras sobre um papel
minutos. Finalizado a cocção abra a bolsa e coloque as vieiras sobre um papel
absorvente.
absorvente.
PICLES DE COUVE FLOR
PICLES DE COUVE FLOR
Ferva o vinagre, água, sal e açúcar até dissolver os sólidos.
Ferva o vinagre, água, sal e açúcar até dissolver os sólidos.
Incorpote os floretes de couve flor à mistura agridoce e apague o fogo. Deixe esfriar
Incorpote os floretes de couve flor à mistura agridoce e apague o fogo. Deixe esfriar
naturalmente e guarde resfriado.
naturalmente.
MANTEIGA DE COUVE FLOR:
MANTEIGA DE COUVE FLOR:
Cozinhe a couve-flor ao vapor até ficar macia. Adicione a manteiga e triture até obter
Cozinhe a couve-flor ao vapor até ficar macia. Adicione a manteiga e triture até obter
uma pasta cremosa. Corrija o sal.
uma pasta cremosa. Corrija o sal.
Montagem
Montagem
Marque as vieiras numa panela bem quente por apenas um lado. Com uma espátula
Marque as vieiras numa panela bem quente por apenas um lado. Com uma espátula
pinte o prato com a manteiga de couve-flor. Disponha as vieiras, os floretes de couve
pinte o prato com a manteiga de couve-flor. Disponha as vieiras, os floretes de couve
flor e os brotos de coentro. Rale um pouco de anis estrelado sobre o prato. Finalize
flor e os brotos de coentro. Rale um pouco de anis estrelado sobre o prato. Finalize
com flor de sal sobre as vieiras.
com flor de sal sobre as vieiras.
!94
!95
Ingredientes
Ingredientes
TARTAR OUTROS
TARTAR OUTROS
100g de filet mignon Torradas para acompanhar
100g de filet mignon Torradas para acompanhar
30g alcaparras
30g alcaparras
30g picles de pepino
30g picles de pepino
30g cebolinhas em conserva
30g cebolinhas em conserva
GEL DE GEMA
GEL DE GEMA
3 gemas
3 gemas
1 colher de chá de shoyo
1 colher de chá de shoyo
1 colher de chá de mostarda Dijon
1 colher de chá de mostarda Dijon
óleo de gergelim
óleo de gergelim
molho ingles
molho inglês
Modo de preparo
Modo de preparo
GEL DE GEMA
GEL DE GEMA
Num bowl, misture as gemas com uma colher. Embale a vácuo e cozinhe por 35
Num bowl, misture as gemas com uma colher. Embale a vácuo e cozinhe por 35
minutos num banho maria a 63˚C. Resfrie num banho baria com gelo. Abra a bolsa e
minutos num banho maria a 63˚C. Resfrie num banho maria invertido de água com
alinhe o gel de gema com shoyo, mostarda, umas gotas de oleo de gergelim e outras
gelo. Abra a bolsa e alinhe o gel de gema com shoyo, mostarda, umas gotas de óleo
de molho ingles.
de gergelim e outras de molho inglês.
TARTAR
TARTAR
Corte a carne em cubos bem pequenos. Pique as alcaparras. Corte o pepino e a
Corte a carne em cubos bem pequenos. Pique as alcaparras. Corte o pepino e a
cebola em brunoise bem fina, reservando meia cebolinha para decorar. Misture os
cebola em brunoise bem fina, reservando meia cebolinha para decorar. Misture os
ingredientes e alinhe com o gel de gema. Prove e corrija de sal.
ingredientes e alinhe com o gel de gema. Prove e corrija de sal.
Montagem
Montagem
Escorra o excesso de líquido do tartar. Separe as capas da cebolinha reservada.
Escorra o excesso de líquido do tartar. Separe as capas da cebolinha reservada.
Monte o tartar em um prato, decore com a cebola e o gel de gema. Sirva com
Monte o tartar em um prato, decore com a cebola e o gel de gema. Sirva com
torradas bem fininhas.
torradas bem fininhas.
!96
Ingredientes
ASPÁRGOS
6 aspárgos verdes
10g de manteiga
OVOS
2 ovos caipiras
OUTROS
4 fatias de Jamón Serrano
escamas de sal
pão
Modo de preparo
ASPÁRGOS
Derreta a manteiga numa frigideira, acrescente os aspárgos. Tampe e cozinhar lenta-
mente tampado ao fogo baixo.
OVO
Cozinhe os ovos num banho maria a temperatura de 62,5˚C durante 45 minutos.
Montagem
OBSERVAÇÃO
Se desejar cozinhar os aspárgos a baixa temperatura embale-os a vácuo junto com
a manteiga e cozinhe num banho maria a 85˚C durante 10 minutos.
!98
!99
Ingredientes
PANCETTA TAPIOCA
500g de barriga de porco 200g de tapioca hidratada
MARINADA OUTROS
100g shoyo Kimchi
200g sake Brotos de coentro
200g mirin
100g açúcar
2 dentes de alho
20g gengibre
1 cebolinha
Modo de preparo
MARINADA
Faça uma marinada aquecendo em uma frigideira os líquidos com o açucar até
dissolvê-lo por completo. Amasse os dentes de alho com pele. Descasque o
gengibre e corte em rodelas. Corte a cebolinha em aros. Acrescente os sólidos ao
molho e deixe esfriar. Peneire.
PANCETA
Retire a pele e o excesso de gordura da barriga. Corte em retângulos. Embale os
cortes de pancetta a vácuo com a metade da marinada e deixe descansar por 2h na
geladeira.
Cozinhe em banho maria a 65˚C durante 36h. Resfrie num banho maria invertido de
água com gelo e reserve em frio. Reduza a outra metade marinada até a espessura
de uma demi-glace e reserve.
Montagem
Ingredientes
Modo de preparo
PEITO DE PATO
Tempere o peito de pato com sal e pimenta e embale a vácuo. Cozinhe a 55˚C por
20 minutos. Uma vez finalizada a cocção abra a bolsa e faça leves cortes na
gordura do peito de pato formando um xadrez.
TROUXINHA DE SHIMEJI
Refogue na manteiga a cebola, o alho poró, o gengibre e o shimeji, nessa ordem.
Acrecente o shoyo e deixe evaporar todo líquido. Verifique e corrija o sal.
Montagem
Marque o peito de pato pelo lado da gordura numa frigideira bem quente. Dê a
volta e marque o outro lado. Deixe descansar 3 minutos e fatie.
Hidrate as folhas de papel de arroz em água fria. Seque em um pano e recheie com
o shimeji.
Sirva com com os germinados de rabanete.
!102
!103
Ingredientes
ATUM TORTILHAS
150 de atum cortado em 2 retângulos 2 tortilhas de milho
8g de tinta de lula (2 envelopes de 4g) 200ml de oleo de girassol
sal
GUACAMOLE
1 abacate pequeno
suco de ½ limão tahiti
sal
pimenta tabasco
Modo de preparo
ATUM
Salgue e embale a vácuo os retângulos de atum individualmente, com 1 bolsa de
tinta de lula cada. Cozinhe a 50˚C durante 8 minutos.
GUACAMOLE
Retire a casca e a semente do abacate e triture a polpa com o suco de limão.
Acrescente o sal e o tabasco.
TORTILHAS
Corte as tortilhas de milho em 8 pedaços cada uma e frite em óleo de girassol.
Montagem
Ingredientes
GEMA ESPUMA:
2
1ovo
ovos 200g mandioquinha
escamas
Escamas de sal 50g manteiga
água de hidratação dos cogumelos
COGUMELOS: sal e pimenta
14g
7g de
decogumelos
cogumelosYanomami
Yanomamisecos 1 carga de oxido nitroso
secos
1 dente de alho
água
50g manteiga
mineral
1 dente de alho
50g manteiga
Modo de preparo
GEMA
AGEMA
Cozinhe os
o ovo
ovos
emem
banho
um banho
maria maria
a temperatura
a temperatura
de 64˚C
dedurante
64˚C durante
60 minutos.
45 minutos.
Esfrie
Resfrie
num banho
num maria
banhocom
maria
gelo.
invertido de água e gelo.
COGUMELOS
Hidrate os cogumelos em 500 águamldurante
de água
2h.durante
Coe reservando
2h. Coe reservando
a água. Confite
a água.
os
cogumelos
Confite os cogulemos
em manteigaem com
manteiga
o dente
comdeo alho.
denteRetire
de alho
o alho,
com pele amassado.
e pique o interior
Retire
do
o alho,
mesmopeleeejunte
piqueaos
o interior
cogumelos.
do mesmo e junte aos cogumelos.
ESPUMA:
Cozinhe a mandioquinha na água de hidratação dos cogumelos. Uma vez cozidas
faça um purê com a mandioquinha, um pouco da água de cozimento e a manteiga.
Coloque a ponto
ponto de de sal
sal.e Passe
pimenta.
porPasse
uma por
peneira
uma epeneira
coloque
e coloque
num sifão
numdesifão
500ml.
de
Carregue
500ml. Carregue
o sifão ocom
sifão1 com
carga
1 carga
de oxido
de oxido
nitroso.
nitroso.
DeixeDeixe
descansar
descansar
na geladeira
na geladeira
por
pelo
por pelo
menos
menos
12h.12h.
Montagem
Coloque o osovo
ovos
e oe sifão
o sifão
numnumbanho
banhomaria
maria
a temperatura
a temperatura
de de
60 60˚C
grauspor
até30
atingirem
minutos.
a
Esquente
temperatura os de
cogumelos.
serviço (uns
Retire
30 os
minutos).
ovos doEsquente
banho e os
separe
cogumelos.
as gemas,
Retire
dispensando
o ovo do
as
banho
claras.
e separe
Em cada
a gema,prato
dispensando
coloque a aespuma
clara. Num
de prato
mandioquinha,
coloque a espuma
a gema de sobre
man-
a
espuma
dioquinha,e os cogumelos
a gema sobre ao lado. Adicione
a espuma escamas de
e os cogumelos aosal sobre
lado. a gema.
Adicione escamas de
sal sobre a gema.
!106
!107
Ingredientes
Modo de preparo
CUSCUZ DE TAPIOCA
Num bolw adicione a tapioca e uma pitada de sal. Acrescente 100ml de leite de côco
aromatizado frio e deixe descansar na geladeira por 6h.
VINAGRETE DE ABOBRINHA
Corte a abobrinha em cubos pequenos desprezando as sementes. Adicione o suco
de limão e deixe macerar por 10 minutos. Coe. Pique as folhas e separe as flores do
manjericão. Misture com a abobrinha e coloque a ponto de sal.
Montagem
Esquente o cuscuz de tapioca levemente numa cuscuzeira (ao vapor).
Marque as vieiras numa frigideira bem quente.
Aqueça o resto do leite de côco aromatizado e coloque a ponto de sal.
Num prato fundo disponha a vieira, o cuscuz e a vinagrete. Sirva o leite de côco
numa molheira.
!108
!109
Ingredientes
CALDO FIDEUÁ
1 cabeça e espinhas de peixe 1 cebola pequena
2 cabeças de lagostim 1 tomate ralado
1 alho poró (parte verde) 130g de macarrão cabelo de anjo grano
1 cebola duro curto
1/2 cenoura azeite de oliva
1/4 ramo de salsão óleo de girassol
água sal
1 colher se chá de páprica defumada
LAGOSTIM: 2 bolsas de tinta de lula
6 lagostins médios limpos
10 g de azeite de oliva EMULSÃO DE LAGOSTIM:
4 cabeças de lagostim
OUTROS: 100g de óleo de girassol
Folhas e flores de manjericão 1 clara de ovo
1 limão tahití
Modo de preparo
CALDO
Coloque todos os ingredientes numa panela grande, cubra com água e cozinhe por
60min, retirando toda a espuma que formar na superfície. Coe e reserve o caldo.
FIDEUÁ
Frite o macarrão em óleo de girassol até dourar. Retire o excesso de óleo. Refogue a
cebola no azeite de oliva, adicione o tomate. Quando toda a água do tomate tiver
evaporado acrescente a páprica. Junte o macarrão, o caldo e o sal. Cozinhe por 3
minutos. Acrescente a tinta de lula diluída em um pouco do caldo e deixe cozinhar
mais 1 minuto. Apague o fogo e cubra com um pano de prato.
LAGOSTIM:
Doure os lagostins ligeiramente numa frigideira. Tempere com sal.
EMULSÃO DE LAGOSTIM:
Confite as cabeças de lagostim em óleo de girassol a 90˚C durante 30 minutos. Coe
e espere o óleo esfriar. Monte uma emulsão triturando a clara com umas gotas de
limão tahití. Acrescente sal e vá adicionando o óleo do confitado pouco a pouco sem
parar de bater. Prove e retifique de sal e acidez.
Montagem
Ingredientes
BACALHAU
2 pedaços altos de lombo de bacalhau dessalgado e com pele, de 140g
20ml de azeite de oliva extra virgem
OUTROS
2 dentes de alho negro
Sal
Azeite de oliva
Modo de preparo
BACALHAU
Embale o bacalhau a vácuo com o azeite de oliva. Cozinhe em um banho maria a
50˚C por 15 min. Uma vez finalizada a cocção abra as bolsas e separe os lombos do
líquido desprendido. Esse líquido é rico em gelatina e será utilizado no purê de
couve-flor.
Montagem
Sele o bacalhau pelo lado da pele numa frigideira bem quente com um pouco de
azeite de oliva.
Corte cada dente de alho negro ao meio no sentido longitudinal.
Coloque no prato o purê de couve-flor, o bacalhau e o alho negro cortado ao meio.
!112
!113
Ingredientes
CIOBA MOQUECA
2 filets de Cioba de 140g cada 200ml de caldo de peixe
10ml de azeite de oliva 200ml Leite de côco
20ml de azeite de dendê
CALDO DE PEIXE 2 tomates bem maduros
Cabeça e espinhas de peixe 1 cebola média
1L água
1 cebola TALHARIN
talos de coetro 1 côco verde
OUTROS
Coentro
Cebolinha
Modo de preparo
CIOBA
Retire os filets da Cioba e corte em pedaços de 140g. Embale a vácuo com o azeite
de oliva e reserve resfriado.
CALDO DE PEIXE
Cozinhe a cabeça, espinhas, cebola, talo de coentro e água por 45 minutos a fogo
baixo, retirando a espuma formada na superficie. Coe. Reserve 200ml.
MUQUECA
Pique o tomate e a cebola grosseiramente. Cozinhe no caldo de peixe até a cebola
ficar macia. Triture, peneire e acrescente o leite de côco e o azeite de dendê. Se esti-
ver muito espesso retifique com caldo de peixe. Se estiver muito líquido deixe reduzir.
Ajuste o sal.
TALHARIN
Abra o côco e retire a polpa com a ajuda de uma colher. Corte em formato de
talharim.
Montagem
Ingredientes
COSTELINHA ROTKRAUT
1 costelinha de porco 1 Repolho roxo
sal 1 maçã fuji
pimenta 1 cebola
30g manteiga
OUTROS 100ml de vinho tinto
Brotos de beterraba 1 pau de canela
Azeite de oliva 1 pitada de cominho em pó
2 cravos
pimenta do reino
suco de 1 limão siciliano
20ml de vinagre de maçã
30g de açúcar
sal
Modo de preparo
COSTELINHA
Tempere a costelinha com sal e pimenta. Embale a vácuo e cozinhe a temperatura de
65 °C durante 36h. Resfrie em água e gelo e conserve.
ROTKRAUT
Corte o repolho ao meio, retire o centro e corte em fatias bem fininhas. Descasque a
maçã e corte em fatias finas. Corte a cebola em juienne fina. Salteie a cebola na
manteiga até dourar. Acrescente o repolho e a maçã e deixe dourar um pouco.
Acrescente o açúcar e deixe caramelizar. Desglace com o vinho, o vinagre e o suco
de limão. Acrescente as especiarias, sal e deixe cozinhar até evaporar o líquido.
Retire os cravos e corrija o sal. Se necessário, corrija a acidez ou dulçor
acrescentando mais vinagre ou açúcar.
Montagem
Ingredientes
FRANGO 7 GRÃOS
1 peito de frango de 150g 100g de mix de 7 cereais de sua
15ml de azeite de oliva preferência
1 ramo de tomilho limão 20g de azeitonas azapas
sal e pimenta do reino 20g de tomates secos
20g de tomates cherry
CREME ÁCIDO 15ml de azeite de oliva
30g de iogurte
30g de creme de leite fresco OUTROS
suco de 1/2 limão tahití raspas de limão siciliano
sal raspas de limão tahití
flores de erva doce
brotos de alfafa
Modo de preparo
FRANGO
Tempere o frango com sal e pimenta. Embale a vácuo com o azeite de oliva e o
tomilho. Cozinhe a uma temperatura de 90˚C por aproximadamente 15 minutos. O
tempo depende da espessura do filet, o interior precisa chegar a 70˚C.
7 GRÃOS
Cozinhe o mix de grãos em água. Pique os tomate secos e as azeitonas. Corte os
tomates cherry em quartos. Alinhe com azeite de oliva e misture aos grãos.
CREME ÁCIDO
Misture o creme de leite ao suco de limão. Espere 5 minutos para que o creme de
leite espesse com a acidez do limão. Acrescente o iogurte e o sal.
Montagem
Marque o peito de frango numa frigideira bem quente por ambos lados. Em um prato
coloque o creme ácido, o mix de grãos e o peito de frango. Rale um pouco de pele
de limão tahití e siciliano em cima do filé. Decore com brotos de alfafa e flores de erva
doce.
IMPORTANTE
Nesse tipo de cocção não se aplica calor por tempo suficiente para pasteurizar o
peito de frango. Por esse motivo não é aconselhável guardá-lo refrigerado após
cozido.
!118
!119
Ingredientes
Modo de preparo
LÍNGUA
Corte as verduras em pedaços grandes.
Lave bem a língua e cozinhe por aproximadamente 50 minutos na panela de pressão
com água, sal e as verduras. Uma vez cozida, pele a língua ainda tíbia e deixe esfriar.
Quando a língua estiver fria, corte em retângulos. Guarde as aparas para um outra
elaboração (como um risotto ou uns bolinhos).
Coe o caldo de cocção. Reduza até obter uma demi-glace.
PICLES
Ferva o vinagre, água, sal e açúcar até dissolver os sólidos.
Corte os minichuchus com a mandolina e incorpote à mistura agridoce ainda quente.
Resfrie e reserve.
PURÊ DE ABÓBORA
Descasque a abóbora e corte em cubos. Embale a vácuo com a manteiga e cozinhe
num banho maria a 90˚C durante 30 minutos. Triture a abóbora e a manteiga ainda
quente com a metade do creme de leite. Tempere com sal e corrija de espessura
adicionando mais creme de leite se necessáro.
Montagem
Ingredientes
200g gema
200g açúcar cristal
1000 ml creme de leite fresco
2 sementes de amburana
Outros
açúcar cristal para finalizar
Modo de preparo
Embale a vácuo e cozinhe sous vide a 84˚C durante 20 minutos. Agite energicamente
a bolsa para emulsionar o creme. Abra a bolsa e colque o creme em ramequins. Leve
a geladeira até esfriar completamente.
Finalização
Ingredientes
IOGURTE
500 ml leite integral
100g de iogurte integral a temperatura ambiente
OUTROS
Mel de alecrim
Flores de alecrim
Modo de preparo
IOGURTE
Aqueça o leite a 90˚C numa panela e mexa para evitar a formação de nata. Transfira
o leite a um bolwl e deixe esfriar. Cuando o leite estiver na temperatura de 46˚C junte
o iogurte, misture e embale a vácuo. Cozinhe ao banho maria a 46˚C durante 4h.
Resfrie por pelo menos 2h. Descarte o soro do iogurte para a elaboração da panna
cotta.
PANNA COTTA
Hidrate a gelatina em água gelada. Ferva o creme de leite com o açúcar, apague o
fogo e adicione o alecrim. Infusione por 3 minutos e passe por uma peneira,
despresando o alecrim. Adicione a gelatina prehidratada e mexa até dissolve-la por
completo. Incorpore o iogurte e misture. Coloque em forminhas e resfrie.
Montagem
Desenforme as panna cottas e sirva com uma generosa colher de mel. Decore com
flores de alecrim.
!124
!125
Ingredientes
200g gema
200g açúcar
500ml leite
500ml creme de leite
1 fava de baunilha
Modo de preparo
Misture a gema com o açúcar. Adicione o creme de leite, o leite e misture. Retire as
sementes da fava de baunilha e incorpore.
Embale a vácuo e cozinhe sous vide a 84˚C durante 20 minutos. Agite
energicamente a bolsa para emulsionar o creme (as vezes se separa um pouco) e
esfrie imediatamente num banho maria de água com gelo.
Coloque a mistura na sorveteira e deixe a máquina trabalhar até que o creme tenha
a consistência desejada. Coloque num recipie e deixe descansar no congelador
durante 60 a 90 minutos.
Azeite de alho
Ingredientes
2 cabeças de alho
400ml azeite de oliva
Modo de preparo
Corte cada cabeça de alho ao meio, no sentido transversal. Coloque o alho numa
bolsa, adicione o azeite de oliva e embale a vácuo. Cozinhe a 85˚C durante 30
minutos.
Manteiga de sálvia
Ingredientes
10 folhas de sálvia
200g de manteiga
Modo de preparo
16. Bibliografia
ARNOLD, David. Part I. Introduction to Low-Temperature Cooking and Sous vide.
Cooking issues: The International Culinary Center’s Tech’N Stuff Blog. Disponível em
de 2015.
issues: The International Culinary Center’s Tech’N Stuff Blog. Disponível em <http://
ASSIS, Luana de. Alimentos seguros: Ferramentas para gestão e controle de produção
BARHAM, Petter. A Ciência da Culinária. Tradução por Dra. Maria Helena Villar. São
Hansen, T. B., Knøchel, S., Juncher, D., Bertelsen, G. Storage characteristics of Sous
vide cooked roast beef. International Journal of Food Science and Technology 30,
365–378,1995.
and slow heating in Sous vide cooked beef. Letters in Applied Microbiology 22, 425–428,
1996
KELLER, Thomas. Under Pressure: Cooking Sous Vide. New York: Artisan, 2008.
MCGEE, Harold. On food and cooking: The science and lore of the kitchen. 1. ed. New
MONTEBELLO, N. de P.; ARAÚJO, W.M.C. Carne & Cia. Brasilia: Editora Senac-DF,
2006
MYHRVOLD, N; YOUNG, C.; BILET, M. Modernist Cuisine: The art and science of
O. Peter Snyder, Jr. Food safety hazards and controls for the home food
ROCA, J.; BRUGUES, S. La cocina al vacío. Barcelona: Montagud editores S.A., 2004.
Schuman, J.D., Sheldon, B.W., Vandepopuliere, J.M., & Ball, H.R., Jr. Immersion heat
treatments for inactivation of Salmonella enteritidis with intact eggs. Journal of Applied
POTTER, Jeff. Cooking for Geeks: Real Science, Great Hacks, and Good Food.
THIS, Hervé. Molecular Gatronomy: Exploring the science of flavor. New York: