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Filosofia - Descartes e Hume 11o ano

Filosofia (Ensino Médio - Portugal)

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Filosofia
Ordem de conhecimento (Natureza)

Conhecimento a posteriori (Empirismo): conhecimento adquirido através dos


sentidos, também chamado de conhecimento empírico. Este termo significa o mesmo
que decorrente da experiência. A experiência é a informação que obtemos a partir de
sentimentos. Ex: A chuva molha. / Existem elefantes em Lisboa.

Conhecimento a priori (Racionalismo): conhecimento adquirido independentemente


dos sentidos, isto é, por intermédio do pensamento ou razão. Ex: O quadrado tem 4
lados. / 2+2=4

VS

Conhecimento inato (Racionalismo): Inato é apenas uma noção temporal que se


refere a certos conceitos, crenças ou capacidades que são possuídos à nascença.
Ex: Respirar / Chorar

Racionalismo: (“A origem do conhecimento é a razão”) O racionalismo é uma teoria


filosófica que afirma que a fonte do conhecimento é o pensamento e a razão.

• Os racionalistas enfatizam o papel da razão, afirmando que esta só por si e sem


auxílio da experiência, garante a aquisição e a justificação do conhecimento.
• Estes desprezam o papel dos sentidos, e defendem que o conhecimento deve
satisfazer dois critérios: necessidade lógica e universalidade.

Descartes e o Racionalismo

(“A razão por si só constrói um conhecimento universalmente válido”)

Rene Descartes acredita e afirma que a razão é a única fonte capaz de garantir o
conhecimento, conhecimento esse capaz de resistir a qualquer dúvida.

A influência do Contexto Histórico

Época de Descartes: incerteza e confusão

O filósofo vivia na crise do seu tempo, onde descobertas científicas contradiziam a física
conduzindo a uma separação entre a física e a ciência. Exemplo disso, foi a destruição
do modelo geocêntrico que deixou marcas profundas e gerou a dúvida, levando o
ceticismo a reinar.

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Objetivo da Filosofia Cartesiana

Descartes parte de certo modo de uma atitude cética, rejeitou toda a informação com
base nos sentidos pois eles são enganadores, rejeitou o conhecimento racional e
rejeitou também tudo o que até aí havia entrado na sua mente.

 O objetivo de Descartes é a pesquisa de um método adaptado à conquista do saber,


que tem como objetivo a clareza e a distinção, ou seja, com isso quer ser imparcial,
quer fundamentar seu pensamento em verdades claras e distintas.

As razões para duvidar – Características da dúvida cartesiana

A dúvida funciona como instrumento de trabalho na busca de verdades indubitáveis


sobre as quais seja possível fundar um edifício de conhecimento seguro.

Metódica: meio para descobrir o absolutamente certo, é a ferramenta da razão que


permite evitar o erro.

Provisória: meio para descobrir certezas e evidências que resistam à dúvida, pois o
objetivo é reconstruir o saber e não permanecer na dúvida.

Universal: nada pode escapar à dúvida, incide não só sobre o conhecimento em geral,
como também sobre os seus fundamentos e as suas raízes.

Hiperbólica: o certo será apenas e só o indubitável, por isso rejeita como se fosse falso
tudo aquilo em que se note a mínima suspeita de incerteza.

O primeiro princípio “Cogito”

A dúvida atua sobre todos os objetos do conhecimento, mas não pode atuar sobre a
existência do sujeito que assim duvida. “Penso, logo existo” (Com a certeza que
está a duvidar e, consequentemente, a pensar e, por isso, existe)

O Cogito é um princípio evidente e indubitável, uma certeza inabalável, obtém-se por


intuição de modo inteiramente racional e a priori e serve de modelo do conhecimento,
é assim uma verdade clara e distinta.

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Critério de verdade

 As ideias são claras e distintas.

É verdadeiro aquilo que é evidente, ou seja, aquilo que é claro e distinto. A Clareza diz
respeito à presença da ideia ao entendimento. A distinção significa separação de uma
ideia relativamente a outras, de tal modo que a ela não estejam associados elementos
que não lhe pertencem.

Os diversos tipos de ideias

Inatas – Com quais nascemos e não são produto da experiência. São ideias
constitutivas da própria razão, são claras e distintas, por isso, verdadeiras e imutáveis,
completamente independentes da experiência. Ex: as ideias de perfeição, pensamento,
existência, todas as ideias da matemática, etc.

Factícias – Com origem da imaginação, são ilusórias. A elas não corresponde nenhuma
realidade física nem inteligível. Podem ser criadas pela junção de duas ou mais ideias.
Ex: sereias, unicórnios, vampiros, etc.

Adventícias – Surgem do mundo exterior, através da experiência e dos sentidos.


Ex: sinto calor

A existência de Deus e o seu Papel

Descartes admite que muitas vezes se engana e que, por isso, não é perfeito, logo ao
ter em mente a afirmação de imperfeição, traz a ideia de perfeição. Esta ideia que só
pode ter sido colocada nele por um ser perfeito: Deus.

• Descartes afirma deste modo, que se Deus é perfeito têm de existir, pois a existência
decorre necessariamente da perfeição.
• Se Deus existe e é perfeito, não o pode querer enganar (pois a bondade é uma
característica da perfeição), o que garante a verdade das ideias claras e distintas.

Existência do Mundo Com Deus como garantia e suporte, Descartes pode deduzir
a existência de outras verdades, como a existência do Mundo.

Deus: garante do conhecimento / Mundo: o que o pensamento descobre como evidente

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Críticas à Filosofia de Descartes

Exclusivista: Descartes afirma que a única fonte de conhecimento é a razão, visto que
as impressões sensíveis e a experiência não são fidedignas. (“Poderá uma mente vazia
da experiência ser ponto de partida para o conhecimento?”)

Dogmático: Descartes pretende que, unicamente a partir do primeiro princípio- cogito,


seja possível construir um conhecimento seguro. Ao considerar-se a razão como fonte
do conhecimento e ao admitir a possibilidade de se poder conhecer a realidade por via
racional, tende-se a cair no dogmatismo.

Circular: Para saber que as ideias claras e distintas são verdadeiras, Descartes tem de
saber que Deus existe e é perfeito e assim vice-versa, é, portanto, acusado da petição
de princípio.

Afirma a existência como predicado: Descartes deduz a sua existência a partir de


Deus, mas Kant considera este argumento falso, visto que, a “existência” não é uma
qualidade. Ou seja, há uma passagem da ordem lógica para ontológica.

Empirismo: (“A origem do conhecimento é a experiência.”) O empirismo é uma teoria


filosófica que afirma que todo o conhecimento se baseia ou deriva da experiência
sensível.

• A experiência sensível é o critério para o conhecimento e a sua justificação.


• Nada está na razão que não tenha estado previamente nos sentidos.
• Não existem ideias inatas.

A perceção

Os primeiros dados do conhecimento são impressões sensíveis sob a forma de


perceções ou representações. As perceções correspondem a qualquer conteúdo da
experiência e ocorrem quando o individuo observa, sente, recorda ou imagina.

 Impressões: são sensações imediatas que correspondem da


experiência, são perceções mais fortes, claras e pormenorizadas.
 Ideias: são sensações mediatas, isto é, uma representação mental das
impressões. Estas são menos intensas e vivas, são produto da memória ou da
imaginação, são “cópias” ou imagens enfraquecidas das impressões no
pensamento e no raciocínio.

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• Ideias simples: são ideias que não podem ser decompostas, derivam de
impressões simples. Ex: peixe, morcego, chifre
• Ideias complexas: são combinações de ideias simples. Ex: peixe+mulher= sereia,
morcego+homem=vampiro, chifre+cavalo=unicórnio

Conhecimento por associação de ideias

 O nosso raciocínio funciona por associação de ideias.

Quando pensamos, fazemo-lo associando ideias. Segundo Hume, temos algumas leis
e princípios para o fazer:

Semelhança: esta lei dirige o conhecimento através do pensamento para uma


pessoa/objeto parecido. Ex: Uma mão pintada com riscas pretas e brancas remete-nos
para uma zebra.

Contiguidade no espaço e/ou tempo: esta lei dirige o conhecimento ao idealizar um


objeto característico associamo-lo rapidamente ao seu lugar de origem.
Ex: pirâmides – Egito, Torre Eiffel – França, Grutas – Mira de Aire

Causa ou efeito: com esta lei, ao pensarmos num acontecimento idealizamos o efeito
que o causou. Ex: paisagem com lava fria, ao pensarmos no assunto vamos chegar à
conclusão que o efeito que o causou foi uma erupção vulcânica

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