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Racionalismo

De acordo com o racionalismo, a razão (entendimento) é a fonte ou a origem principal do


conhecimento, defendendo que só através da razão se encontra um conhecimento seguro e
totalmente independente da experiência (conhecimento a priori).
Este conhecimento é obtido por intuição e raciocínio e a justificação que ele envolve não
depende da experiência. (conhecimento metafisico e moral).

Os racionalistas não negam o conhecimento a posteriori, esse conhecimento existe, mas é na razão
que se encontra o fundamento.

Inatismo Algum do nosso conhecimento é inato, possuímo-lo à nascença


exemplos Matemática básica; noções morais universais, leis da lógica;
noção de espaço e tempo e instinto de sobrevivência

Empirismo

Opondo-se ao racionalismo, o empirismo é uma teoria que considera a experiência a principal


fonte de conhecimento, negando a existência de ideias e conhecimentos e princípios inatos.
Nesse sentido todo o conhecimento do mundo tem de ser adquirido através da experiência.
Os empiristas aceitam que há verdades a priori, mas que estas são desinteressantes e nada nos
dizem acerca do mundo.

enfatiza que nossas crenças se baseiam no que vivenciamos


Empirismo
através dos nossos sentidos.
Descartes, a resposta racionalista

Descartes foi um filósofo racionalista que respondeu ao desafio dos céticos, ele considerava a
razão a fonte do conhecimento.
Procurou na razão o fundamento do conhecimento, encontrando esse fundamento será
possível superar os argumentos dos céticos (não existe conhecimento).

Método
O método- cujas regras são designadas por evidencia, análise, síntese e enumeração e revisão,
deverá guiar o espírito humano no exercício de duas operações fundamentais da razão, operações
que se encontram na base do conhecimento, que nos permite conhecer as coisas sem medo de errar,
a dedução e a intuição.

Representação da mente pura e atenta, tão fácil e distinta que


Intuição
nenhuma duvida nos fica acerca do que compreendemos

Encadeamento continuo de intuições, implicando de um


Dedução
movimento do pensamento, desde ideias simples até às
consequências necessárias
Dúvida Metódica
Descartes acreditava que deveríamos duvidar de todas as nossas crenças, a menos que fossem
indiscutíveis e certas. Ele usou a dúvida como um método para encontrar conhecimento sólido.

Da dúvida ao cogito
Verdade incontestável- a afirmação da minha existência

O cogito é uma afirmação evidente, uma certeza inabalável, obtida por intuição, de modo
inteiramente racional e a priori, sendo a primeira verdade a quem conduz os pensamentos por
ordem.
O cogito fornece assim o critério de verdade, que consiste na clareza e distinção de ideias.
Todas as crenças que sejam claras e distintas são verdadeiras.
Ideias claras e distintas são ideias evidentes para a razão.

O cogito impõe uma exceção a universalidade da dúvida, há pelo menos uma realidade da qual
não posso duvidar, a minha existência.

Características do cogito
Teste 2

Intuição e Dedução

A intuição, para ele, era a capacidade inata que todos nós possuímos para
Intuição compreender verdades evidentes e fundamentais sem depender da experiência
sensorial. Era a capacidade de perceber diretamente a verdade sem a
necessidade de um processo lógico ou argumentativo.

Exemplo: quando vemos duas maçãs e sabemos que são duas sem precisar contar.

Por outro lado, a dedução era um processo lógico e racional que envolvia a
aplicação de regras e princípios para chegar a conclusões a partir de premissas
Dedução iniciais. Descartes via a dedução como uma ferramenta poderosa para construir
conhecimento a partir de verdades fundamentais e indubitáveis, utilizando a
lógica para chegar a novas conclusões.

Exemplo: um exemplo clássico de dedução em Descartes é o método que ele usou


para chegar à afirmação "Penso, logo existo".

Do cogito a Deus
“Penso, logo existo” é uma certeza subjetiva, uma crença do sujeito acerca de si próprio.
O cogito não é suficiente para garantir que temos corpo ou que existe um mundo exterior e
independente do nosso pensamento.

Incapaz de garantir a verdade objetiva daquilo


Sujeito pensante, limitado e imperfeito
que pensou com clareza e distinção.

Prova da existência de Deus


1) Argumento ontológico: A propriedade de existir é algo que um ser perfeito tem.
Se algo não existe então não é perfeito.
Portanto, Deus tem de existir.

2) Argumento da Marca Impressa: Deus é a causa de termos a ideia de um ser perfeito.

3) Deus criou-nos: Enquanto seres imperfeitos, não nos podemos criar a nós próprios.
Existência do mundo exterior
Descartes usou a crença na existência de Deus como uma garantia de que o mundo externo existe
de facto. Ele argumentava que Deus, como um ser perfeito, não permitiria que todas as nossas
perceções sobre o mundo exterior fossem completamente falsas.

Três tipos de substâncias

Substância Pensante Res cogitans - alma ou espírito.

Substância Extensa Res extensa – é a matéria.

Substância Divina Res divina – é Deus.

Dualismo Cartesiano
O ser humano constitui uma união de duas substâncias, a união alma e o corpo, o dualismo
cartesiano trata-se, portanto, de um dualismo substancial.
Tipos de ideias

Ideias Adventícias São ideias que não dependem da sua vontade e


parecem ser causadas por objetos físicos exteriores à
mente.

Ideias Factícias São ideias inventadas pela sua vontade e imaginação


a partir de outras ideias.

São ideias que não parecem ser causadas por objetos


Ideias Inatas físicos exteriores à sua mente, nem dependem apenas
na nossa capacidade de pensar, ou seja, correspondem
a conceitos matemáticos e a conceitos metafísicos.
Fundacionalismo Cartesiano
Para Descartes o fundamento do conhecimento encontra-se no cogito, enquanto crença básica
ou fundacional e primeira verdade, e noutras ideias claras e distintas da razão, obtidas de modo
intuitivo. Trata-se de um fundacionalismo racionalista.
Só Deus é que permite construir o edifício do conhecimento visto que só ele, sendo o princípio de
toda a realidade e a origem da razão, pode ser garantia de verdade, ao mesmo tempo que é o
criador das ideias inatas, claras e distintas.

Críticas a Descartes

Descartes apenas poderia ter intuído a existência do


Objeção ao cogito
pensamento e não de um ser pensante.

Objeção ao círculo cartesiano Argumento Circular ou petição de princípio, só


podemos saber que as nossas ideias são claras e
distintas são verdadeiras se primeiro soubermos que
Deus existe, mas só podemos provar a existência de
Deus utilizando ideias claras e distintas.

Negar a ideia da natureza de Deus, podemos tê-la


Objeção à ideia de ser perfeito
formado por oposição à ideia de ser limitado, infinito
e imperfeito ou Descartes pode estar a ser enganado
pelo génio Maligno ao tentar mostrar a existência de
Deus.

Torna difícil explicar a interação dessas duas


Objeção ao dualismo substâncias. “Como é que o fantasma faz mover a
máquina?”
Hume, a resposta empirista

Impressões e Ideias

Impressões Dados da nossa experiência


imediata
Perceções
Cópias enfraquecidas das
Ideias
impressões

Ideias simples Ideias complexas

As ideias complexas são combinações de ideias que podem ter origem na memória.

Questões de facto e relações de ideias

Hume reduz todo o conhecimento humano a dois tipos: relação de ideias e questões de factos.

Relações de ideias Conhecimento obtido apenas mediante a análise do


significado dos conceitos. (a priori).

Conhecimento obtido diretamente através das


Questões de factos
impressões. (conhecimento a posteriori).

Segundo Hume apenas o conhecimento sobre questões de facto nos dá informações acerca do
mundo, e além disso Hume reconhece que todo o conhecimento de questões de factos tem de se
basear na experiência.
Problema da indução
O problema da indução, proposto por Hume, questiona como podemos justificar racionalmente a
ideia de que o futuro será como o passado só porque eventos semelhantes aconteceram no
passado.
Exemplo: se vemos o sol nascer todos os dias, presumimos que ele nascerá amanhã também.
No entanto, Hume argumenta que não há uma razão lógica para assumir isso, já que não podemos
provar que o futuro será sempre como o passado.
Isso desafia a validade da indução como um método de prever o que acontecerá, já que não há
uma base lógica sólida para essa suposição.

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