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Dicionário Filosófico

Gabriel Ibeas, n3, 11º LHB


A
A posteriori – Algo que podemos adquirir pela experiência.

Argumento da Ilusão dos Sentidos

A priori – Algo que podemos adquirir recorrendo apenas ao pensamento,


independentemente da experiência.

Argumento da Causa da Existência – A causa de um ser pensante e


imperfeito não pode ser ele mesmo, senão teria atribuído-lhe as perfeições de
que tem ideia.

Argumento da Divergência de Opiniões - Se fosse possível justificar crenças


então não existiriam divergências de opinião.

Argumento da Ilusão dos Sentidos - Como os sentidos enganam, eles não


podem ser usados como uma fonte segura de conhecimento.

Argumento da Marca Impressa – A perfeição não se encontra em nós, então a


ideia de ser perfeito origina, necessariamente, de Deus, que possui todas as
perfeições deste conceito.

Argumento da Regressão Infinita - Qualquer crença é justificada a partir de


outras crenças, havendo assim uma regressão infinita. Isto significa que as
nossas crenças não estão devidamente justificadas.

Argumento Ontológico – A existência de Deus está compreendida na própria


ideia de ser perfeito. Um ser perfeito possui todas as perfeições, incluindo a
perfeição da existência, então Deus existe.
C
Ceticismo Radical ou Absoluto – A crença de que o conhecimento não é
possível, pois não existem justificações suficientes para as nossas crenças,
recorrendo ao argumento da divergência de opiniões, ao argumento da ilusão
dos sentidos e ao argumento da regressão infinita da justificação para justificar
a suspensão do juízo.

Ceticismo Moderado ou Mitigado – A crença de que é impossível chegar a


um saber rigoroso, de que não se pode tomar uma crença como verdadeira, mas
sim como provável.

Ceticismo Metódico - Mostra desconfiança de soluções apresentadas e busca


novas soluções com o objetivo de alcançar a verdade.

Ceticismo Sistemático – Define a dúvida como finalidade definitiva.

Clareza – Forma como a ideia se apresenta ao espírito.

Cogito – A primeira e principal crença básica a que Descartes obtém, dado que
resulta do próprio ato de duvidar: ao duvidar, está a pensar e, ao pensar, tem de
claramente existir («Penso, logo existo»).

É racional e a priori, descoberta através da intuição racional, não da dedução.

Conhecimento Proposicional – A ideia, de Platão, que existem três condições


necessárias para o conhecimento: crença, verdade e justificação. As três
condições são, conjuntamente, suficientes para o conhecimento.

Crenças Básicas / Fundacionais – Crenças certas, seguras e indubitáveis que


se autojustificam.
Crenças Não Básicas – Crenças justificadas por outras crenças.
D
David Hume – Filósofo empirista que fundamentou o conhecimento na
experiência e afirmou a noção de que todas as ideias têm uma base empírica.

Dedução – Uma cadeia de intuições que chega a uma consequência com base
em princípios evidentes.

Descartes – Filósofo racionalista que fundamentou o conhecimento na razão


numa tentativa de superar os argumentos dos céticos radicais da sua época.

Deus – Ser perfeito que possuí todas as perfeições concebíveis – garante a


verdade das ideias claras e distintas e a correspondência do pensamento com a
realidade, originou o ser, é conservador do cogito e prova a existência do mundo
exterior pondo um fim aos argumentos dos céticos radicais.

Distinção – Separação de uma ideia relativamente a outras.

Dúvida Metódica – Método de origem racional e inspirado na matemática por


Descartes que examina todos os conhecimentos, considerando como falso tudo
aquilo de que se possa duvidar. Com o auxílio da intuição e da dedução e dos
argumentos da ilusão dos sentidos, do sonho e da hipótese do génio maligno,
encontra crenças indubitáveis e fundacionais.

É metódica, porque serve de meio para a obtenção de um conhecimento certo e


indubitável, e também provisória, já que é abandonada assim que este
conhecimento é obtido. É universal, todas as crenças (a posteriori e a priori)
são submetidas a si, e é exagerada, supõe tudo o que possa ser duvidado como
falso, ou seja, é hiperbólica.

Dogmatismo – O sujeito é capaz de conhecer o objeto. O conhecimento é


possível.

E
Empirismo - A crença na experiência como principal fonte de conhecimento –
a posteriori. Afirma que todas as ideias, mesmo as mais complexas, têm uma
base empírica e rejeita as ideias inatas comparando o entendimento com uma
página em branco. O objeto impõe-se e define a realidade do sujeito.

F
Fundacionalismo – Perspetiva em que o conhecimento deve ser baseado em
crenças básicas e não em crenças não básicas, de modo a não correr o risco da
regressão infinita da justificação. Este conhecimento pode encontrar-se através
da razão (racionalismo) ou da experiência (empirismo).

H
Hipótese do Génio Maligno – Uma experiência mental na qual Descartes
imagina uma espécie de deus enganador capaz de manipular os nossos
pensamentos. Deste modo, as crenças a priori não passam do teste da verdade,
porque o génio maligno poderia fazer-nos acreditar que estas proposições sejam
verdadeiras, mesmo que sejam falsas.
I
Ideias Adventícias – Originam da experiência/sentidos (ideia de árvore, ideia
de mesa).

Ideias Factícias – São produtos da imaginação (ideia de grifo, ideia de sereia).

Ideias Inatas – Inerentes à própria razão (ser perfeito, ideias matemáticas).

Ideias (pensamentos) – São representações das impressões e são,


consequentemente, menos vívidas (memória de um tom de azul).
Impressões – São as perceções mais vívidas e fortes, como a experiência
sensível e as emoções (sensação visual de um tom de azul).

Intuição – A compreensão direta e imediata de noções simples e evidentes.

O
Objeto – Aquilo que é conhecido pelo sujeito.

Otimismo Racionalista – Toda a realidade pode ser conhecida, dado que existe
uma correspondência entre a realidade e o pensamento.
R
Racionalismo – A crença na razão como fonte principal de conhecimento e
totalmente a priori, nas ideias inatas, na formulação de ideias a partir da
intuição e da dedução, na desconfiança dos sentidos e no otimismo racionalista.
O sujeito impõe a sua realidade, crenças e princípios, ao objeto.
S
Sujeito - Aquele que conhece o objeto.

Substância Pensante (res cogitans) – A alma ou sujeito pensante imperfeito,


finito e dependente.

Substância Extensa (res extensa) – Matéria ou corpo que não pensa, é extensa,
imperfeita, finita e dependente.

Substância Divina (res divina) – Deus eterno, perfeito, infinito, que pensa e é
independente.

Suspensão do Juízo / Epoché - Envolve esperar por toda a informação e fatos


relevantes antes de tomar um julgamento. Isto leva a um estado de neutralidade,
num ponto de vista cético, em que nada é aceite ou negado já que é impossível
obter o conhecimento necessário.
T
Teoria do Erro - Erramos quando ocorre uma precipitação da vontade e é dado
consentimento a um juízo que não é evidente.

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