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Será que somos totalmente livres de emigrar?

A liberdade de emigrar é um tema fundamental


na filosofia política e moral, que questiona se as pessoas devem ter o direito de escolher onde
viver e trabalhar, e se as restrições impostas à emigração são justificáveis ou não. O tema dos
direitos de deslocamento é bastante amplo e complexo, envolvendo questões éticas, políticas,
jurídicas e econômicas.

Em primeiro lugar, é importante destacar que a emigração é um fenômeno complexo que


envolve muitos fatores, como a busca por melhores condições de vida, a reunificação familiar, a
concentração política ou religiosa, entre outros. Esses fatores devem ser considerados quando
se avalia a justiça da restrição à emigração.

Infelizmente, mesmo que a liberdade de emigrar seja um direito humano fundamental


reconhecido pela maioria dos países, ainda existem muitas barreiras que limitam essa
liberdade na prática.

Essas barreiras podem incluir políticas migratórias restritivas, como a exigência de vistos e
autorizações de trabalho, restrições impostas a certos grupos de pessoas, como refugiados ou
imigrantes ilegais, e fatores psicológicos, sociais e culturais que tornam difícil ou impossível
para algumas pessoas emigrar.

Embora alguns países tenham adotado políticas mais abertas e inclusivas em relação à
imigração, muitos outros ainda enfrentam desafios para promover a liberdade de emigrar de
forma justa e equitativa

A migração internacional foi subordinada aos sistemas jurídicos internos dos Estados, e os
Estados estabeleceram as condições de entrada (e saída) de seu território de forma ampla e
sob o pretexto de autodeterminação e soberania. No entanto, é impossível se mudar apenas
para um país sem se mudar de outro, ou se mudar de um país para outro, portanto a migração
internacional é um fenômeno jurídico complexo que envolve necessariamente pelo menos
duas jurisdições nacionais diferentes e um direito humano. Portanto, as leis nacionais não
podem regular a migração internacional devido às limitações territoriais da jurisdição nacional,
mas apenas afetam a parte da imigração que está relacionada aos seus efeitos internos
(imigração ou emigração). Considerando que os Estados estão vinculados pela cidadania a seus
cidadãos em termos de direitos e responsabilidades mútuos, o fato mais grave é que a
migração internacional significa uma falha na proteção dos direitos humanos dos migrantes
(não cidadãos) sob a jurisdição do destino. Este ensaio não só analisa a migração internacional
à luz do direito internacional; não apenas em relação ao movimento físico de pessoas através
das fronteiras nacionais, mas também em relação à proteção dos direitos humanos após a
mudança para outra jurisdição até o momento em que o migrante deixa de ser um migrante e
se torna essencialmente parte da comunidade de destino. Vale ressaltar que a migração
internacional é vista como movimento, aceitação e integração. Nesse contexto, é óbvio que o
direito humano à imigração é um direito secundário frequentemente violado pelos Estados. O
direito de imigração, cuja origem está relacionada com o direito natural, é o direito de cada
pessoa de circular livremente, inclusive para além das fronteiras nacionais, de se deslocar para
um local que proporcione melhores condições de vida e de se integrar plenamente nesta
sociedade. Os países têm o direito de restringir a circulação de pessoas através das fronteiras?
Seria legal proibir a imigração sob o pretexto de proteger empregos ou identidade nacional? O
fato de os países reconhecerem o direito de imigrar afeta sua soberania? Se admitirmos que
toda pessoa tem o direito de emigrar e esse direito é aplicável ao país de destino, isso significa
uma redução no controle das fronteiras nacionais? Uma pessoa poderia viver para sempre em
uma determinada sociedade sem exercer plenamente seus direitos em igualdade de condições
com os cidadãos do país? Estas são algumas das questões que devem ser enfrentadas.
Argumenta-se que, embora frequentemente violado pelos Estados, o direito humano à
imigração existe e é composto por três pilares: a liberdade de livre circulação de pessoas, a
proibição de discriminação e o direito de mudar de nacionalidade. Esses três elementos estão
unidos em tratados internacionais, decisões de tribunais internacionais e até mesmo na
legislação nacional. O reconhecimento da lei de migração pode ser um passo importante para a
descriminalização da migração internacional não autorizada.

A questão ética em relação à liberdade de deslocar-se diz respeito ao equilíbrio entre o direito
individual de ir e vir e as obrigações e responsabilidades coletivas em relação à segurança e
bem-estar da sociedade como um todo.

Por um lado, a liberdade de deslocar-se é um direito humano fundamental reconhecido pela


maioria das sociedades democráticas, e esse direito pode ser considerado uma violação das
liberdades individuais e dos direitos humanos.

Por exemplo, é preciso considerar se as restrições à liberdade de deslocar-se são fornecidas e


necessárias para atender a um objetivo legítimo, como a proteção da saúde pública durante
uma pandemia.

Em resumo, a questão ética em relação à liberdade de deslocar-se diz respeito a encontrar um


equilíbrio entre o direito individual à liberdade de movimento e as obrigações e
responsabilidades coletivas em relação à segurança e bem-estar da sociedade como um todo.

A liberdade de emigrar é um direito humano fundamental que tem sido reconhecido há muito
tempo pela tanto pela política como pela filosofia. Desde a antiguidade, pensadores como
Sócrates e Platão defendem o direito de os indivíduos escolherem livremente onde viver. Mais
recentemente, filósofos como John Locke e Jean-Jacques Rousseau argumentaram que a
liberdade de emigrar era uma extensão natural da liberdade individual e da propriedade
privada.

Muitos filósofos concordam com o pensamento tanto de John Locke como de Jean-Jacques
Rousseau, sendo que na minha opinião o pensamento que representa a minha perspetiva
sobre a emigração foi fundador do racionalismo moderno, o filósofo René Descartes (1596-
1650) associa a liberdade ao conceito de livre-arbítrio, sendo assim, o homem é livre na
medida em que pode escolher se quer ou não fazer algo sem ser coagido pela força externa. Na
visão cartesiana, liberdade é o ato de saber avaliar bem e racionalmente todas as alternativas
disponíveis antes de tomar uma decisão. Para ele, age com mais liberdade quem melhor
entende as alternativas que antecedem a escolha.

Em resumo, o direito de deslocar-se livremente é um direito humano fundamental que pode


ser justificado de várias maneiras. No entanto, é preciso considerar as circunstâncias
específicas em que esse direito é exercido e garantir que ele não prejudique outros direitos ou
interesses.

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