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Colégio da Trofa

Filosofia

DIREITOS HUMANOS
E GLOBALIZAÇÃO
Trabalho elaborado por:

10.º
ÍNDICE

Índice............................................................................................................. 1
Introdução..................................................................................................... 2
Etimologia dos Vocábulos.............................................................................. 3
O que são os Direitos Humanos?............................................................. 3
O que é a globalização?.......................................................................... 4
Contextualização dos Direitos Humanos....................................................... 4
Proliferação dos Direitos
Humanos…………………………………………………………………………... 5
Importância dos Direitos Humanos para a globalização..................................6
Factores positivos e negativos da Globalização..............................................7
Conclusão........................................................................................................8
Bibliografia..................................................................................................... 9
Anexos
………………………………………………………………………………………………………
……………… 10

Só saberemos que a Globalização está de facto a promover a inclusão a e


permitir que todos partilhem as oportunidades que oferece, quando os homens,

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mulheres e crianças comuns das cidades e aldeias do mundo inteiro puderem
melhorar a sua vida. E é essa a chave para eliminar a pobreza do mundo.
Kofi Annan

INTRODUÇÃO

No âmbito da disciplina de Filosofia foi-nos proposto a elaboração de um


trabalho sobre Os Direitos Humanos e a Globalização.
Embora seja um trabalho desafiador pela extensão do que pode ser dito,
o facto é que, não podemos falar da Globalização sem mencionarmos a
importância da aprovação de leis que deram privilégios e direitos ao Homem.
Por isso mesmo, tentaremos falar de ambos os temas de uma forma
criativa e com uma abordagem conciliadora de opiniões e definições, a partir
da construção de um texto coerente dividido em subtemas como demonstra o
nosso índice.
É patente que os temas estão intimamente relacionados, na medida em
que, o mundo está cada vez mais próximo da “aldeia global”, onde todas as
culturas se fundirão numa só. Porém, o caminho até essa utopia será longo,
pelo menos enquanto não se alterarem as mentalidades de muitos seres
humanos.
Existe uma Declaração Universal dos Direitos do Homem (encontra-se
em anexo), no entanto, embora seja universal, nem todos os países a
cumprem. Nessa declaração é dito que: Todos os homens são iguais, são uma
única espécie, uma única essência. Apesar de tudo, muitos países e muitas
mentalidades obtusos teimam em negar esse direito à igualdade e ao respeito
pela vida.
No presente trabalho, abordaremos a criação e definição dos Direitos
Humanos, ainda a sua aceitação ou não por parte de alguns governos.
Falaremos da definição de globalização e da sua importância na actualidade.

ETIMOLOGIA DOS VOCÁBULOS

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O QUE SÃO OS DIREITOS HUMANOS?

Os Direitos Humanos são um conjunto de leis, vantagens e prerrogativas


que devem ser reconhecidas como essências pelo indivíduo para que este
possa ter uma vida digna, ou seja, que não seja inferior ou superior aos outros
porque é de um sexo diferente, porque pertencem a uma etnia diferente, ou
religião, ou até mesmo por pertencerem a um determinado grupo social. São
importantes para que se tenha uma convivência em paz.
São também um conjunto de regras pelas quais não só o Estado deve
seguir e respeitar, como também todos os cidadãos a ele pertencentes.
A função dos Direitos Humanos é proteger os indivíduos das
arbitrariedades, do autoritarismo, da prepotência e dos abusos de poder.
Representam a liberdade dos seres humanos. O seu nascimento está ligado
ao individualismo das sociedades que se foi criando ao longo dos tempos, e
que levou à necessidade de limitar o poder do Estado sobre os indivíduos,
fazendo com que estes fossem respeitados, bem como os seus interesses.
Desta forma, estão associados a uma ideia de civilização, de democracia, que
em conjunto reflectem uma ideia de igualdade e de dignidade para todos os
seres humanos.
Valores como a dignidade humana, a igualdade perante a lei, a
liberdade de pensamento, e de um governo democrático são hoje
considerados os princípios básicos da ética política e social, pois estes valores,
de origem judaico-cristã, representam os ideais político-júridicos e filosóficos
duma sociedade que se está a transformar e a transformar o mundo.
A II Guerra Mundial foi um acontecimento até o qual muitos dos direitos
Humanos não foram respeitados, e foi quando houve, como que uma revolta
para que esses direitos fossem aplicados a todos os indivíduos a quem não
tinham sido aplicados até então. Após este acontecimento foi criada uma
declaração (Declaração Universal dos Direitos do Homem), em 1948, cujo
objectivo é estabelecer a paz entre as nações e o consenso entre os povos.

O QUE É A GLOBALIZAÇÃO?

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A Globalização é a interacção directa entre grupos e pessoas através das
fronteiras, sem que isso envolva necessariamente os Estados. Os diferentes
Estados reconhecem, hoje em dia, que são atribuídas mais oportunidades às
pessoas se as suas energias criadoras forem soltas, em vez de se atribuir um
espaço mais confinado para o desenvolvimento das suas capacidades,
promovendo, assim, a internacionalização dos seus cidadãos. Também as
novas tecnologias fomentam esta internacionalização.

CONTEXTUALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Os Direitos Humanos são os conjuntos de valores indispensáveis para


vivermos e existirmos como pessoas. Assim, a dignidade da pessoa é o
fundamento de todos os Direitos, porque ela é o primeiro de todos os valores.
Mas nem sempre existiram direitos aprovados universalmente, embora ao
longo da História fossem criadas as bases para o que existe actualmente.
Actualmente sabemos que a luta pelo reconhecimento da dignidade
humana começou cedo na História do Homem. O código de Hamurabi é a mais
antiga legislação escrita que se conhece. Data de cerca do séc. XVIII a.C.
Posteriormente, temos as legislações dos Sábios gregos, a lei das Doze
Tábuas, a Magna Carta, que são alguns dos documentos históricos que
indicam como a pessoa humana se apercebe da dignidade e reivindica esses
direitos.
Foi, porém, a partir da Revolução Francesa que surgiram e se sucederam
as Declarações Universais dos Direitos do Homem: a primeira a americana
(1776), depois a francesa (1789) e, posteriormente, nos diversos países, elas
foram surgindo como fundamento das respectivas constituições.
O texto hoje vigente (sucessivamente enriquecido por múltiplos outros
documentos internacionais) foi solenemente proclamado pela Assembleia
Geral das Nações Unidas em 1948: ele goza, portanto, de reconhecimento
universal.

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PROLIFERAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Na maioria das nações, tal como acontece em Portugal, os textos


constitucionais estabelecem as protecções mínimas que possibilitam ao
indivíduo viver uma vida digna, ou seja, consta um conjunto dos direitos
essências que todas as autoridades devem respeitar. Assenta-se assim um
princípio de legitimação para que o cidadão tenha um reconhecimento jurídico
junto das instituições sociais.
No que diz respeito a outros países, podemos afirmar que actualmente
existe uma grande unanimidade no que diz respeito ao reconhecimento dos
Direitos Humanos. Porém, nem sempre assim foi, pois nos países ditos
civilizados, o processo de reconhecimento dos direitos humanos não foi
pacífico nem isento de conflitos. Só muito lentamente esses Estados foram
reconhecendo a dignidade que todos os cidadãos merecem,
independentemente do país, raça, cor, etc.
No entanto, em países que seguem uma religião cujas regras estão bem
definidas e veiculadas à aniquilação da liberdade individual, ainda é difícil o
reconhecimento destes direitos, pois esses países seguem, de certo modo, o
fundamentalismo (regresso à pureza das tradições de uma cultura, à origem,
àquilo que suporta a identidade cultural ameaçada, etc.).
Assim, deparamo-nos em muitas regiões do planeta o não cumprimento
dos direitos do Homem, pois estes vão contra a tradição, a religião e o
comportamento social, o que impede os indivíduos de obterem o que lhes é
devido, pondo em causa a validade universal destes mesmos direitos.
Na verdade, o que foi decretado na Declaração Universal dos Direitos do
Homem não é praticado não passando, assim, de frases escritas em papel.
Podemos comprovar isso com os constantes casos de torturas, prisões,
invasões de domicílio, etc.; em países que supostamente respeitam os
Direitos do Homem.

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IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS HUMANOS PARA A GLOBALIZAÇÃO

Os Direitos Humanos estão directamente ligados à Globalização, porque


sem eles a globalização não seria possível, visto que, o Homem não seria livre
e a maioria dos países mundiais não teriam governos democráticos e liberais.
A tecnologia também foi fundamental para a globalização, pois ela não
evoluiria sem a liberdade de criação dada pelos Direitos Humanos.
Esses mesmos direitos foram essenciais para a evolução tecnológica e
social que se deu a partir da metade do século XX. Apenas a abertura ao
desconhecido e a valorização do ser humano como ser individual e digno de
respeito por parte de outros, independentemente da sua raça, credo ou cor,
tornou possível uma partilha global de conhecimentos.
A globalização tornou possível o intercâmbio cultural, político e religioso.
A aceitação das diferenças tornou possível a abertura das fronteiras para uma
troca global de bens, serviços e ideias.
Além disso, os Media têm um factor muito importante para o despertar da
consciência cívica e política internacional pela denúncia de casos de violação
dos direitos humanos.

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FACTORES POSITIVOS E NEGATIVOS DA GLOBALIZAÇÃO

Não podemos negar que este fenómeno mudou radicalmente a vida de


todos os seres humanos, aproximou povos e culturas de uma forma nunca
antes presenciada em toda a História da Humanidade.
Do ponto de vista dos direitos humanos, um aspecto positivo é a força
de comunicação global. Muitos dos casos de violação dos direitos humanos
são hoje resolvidos graças à denúncia mediática. A comunicação social tem,
aqui, um lugar de relevo, pois pode ser o factor de maior pressão a nível
governamental na tentativa de correcção ou intervenção em situações de
ameaça desses mesmos direitos.
É importante referir também que a globalização nem sempre é sinónimo
de progresso social. Do ponto de vista cultural, a partilha de informação é
melhorada; no entanto, a “aldeia global” pode produzir um impacto negativo,
pois poderá verificar-se uma massificação e uniformização do mundo. Culturas
perder-se-ão em prol de uma cultura homogénea.
Para além disso, existem ainda zonas do mundo onde as novas
tecnologias ainda não estão ao alcance de toda a população, o que as torna
desfavorecidas em relação aos restantes.
Outro aspecto negativo da globalização é a dependência que a maioria
dos países tem de países mais evoluídos e com maior poder económico. Assim
uma crise económica em países mais poderosos fará uma crise mundial de
proporções trágicas que levarão a um empobrecimento massivo.
Outro aspecto negativo é a abertura do mercado económico a produtos
de custo mais baixo que poderão acabar com a economia de países com
produção dos mesmos produtos mas mais caros. Os produtos baratos são de
fraca qualidade e são produzidos por pessoas a quem lhes são negados os
seus direitos humanos. Como é exemplo, a China e a Indonésia, com a sua
mão-de-obra infantil e pagamento de salários muito baixos.

CONCLUSÃO

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Os Direitos Humanos surgiram devido à necessidade de protecção da
população perante a acção e a prepotência do Estado sobre eles, ou seja, era
uma maneira de afirmar a estabilidade e a segurança perante os abusos de
poder, sendo estes direitos designados por “direitos de”.
A globalização apenas se tornou possível graças à tecnologia e ao
respeito pelos direitos humanos que originaram a tolerância e o respeito por
todos.
Tornámo-nos cidadãos do mundo e abolimos fronteiras físicas e
psicológicas. Abraçamos uma cultura mundial e até elegemos uma língua de
referência para a troca de ideias entre pessoas com língua diferente, o inglês.
Mas ainda existem culturas resistentes à globalização e à aceitação de
outros credos e outras formas de encarar o mundo. Há ainda muitos regimes
políticos que não respeitam os direitos humanos e dia após dia apenas
oferecem medo e preconceito aos seus súbditos, tornando difícil acabar com
todas as guerras que teimam em existir.
Em suma, a globalização tanto pode promover os Homens, a sua
dominação, o esgotamento da diferença e a uniformização cultural, como
aproximar os Homens e as culturas entre si.

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BIBLIOGRAFIA

• DICIOPÉDIA 2002 (2001). Porto: Porto Editora Multimédia.


• Abrunhosa, Maria Antónia; Leitão, Miguel: UM OUTRO OLHAR SOBRE O
MUNDO – FILOSOFIA – 10.º ANO (2004). 2.ª edição, 2.ª tiragem. Edições Asa.
Porto, Portugal.
• Albergaria, Maria Florinda; Aguiar, M. Isabel Chorão: Introdução à
Filosofia 10 (1996), Edições Areal Editores, Portugal.
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o
• http://orbita.starmedia.com/achouhp/geografia/globalizacao.htm
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos
• http://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara
%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_Humanos

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ANEXOS

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Os Direitos Humanos
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM (1948)

Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui
o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem
conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e
que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e
de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta
inspiração do Homem;
Considerando que é essencial a protecção dos direitos do Homem através de
um regime de direito, para que o Homem não seja compelido, em supremo
recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações
amistosas entre as nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de
novo, a sua fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valor
da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se
declaram resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores
condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;

Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em


cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e
efectivo dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais;
Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da
mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembleia Geral
Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como ideal
comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os

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indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no
espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito
desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de
ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação
universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados
membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.
Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em
espírito de fraternidade.
Artigo 2.º
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades
proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente
de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de
origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra
situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto
político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da
pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou
sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3.º
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4.º
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o
trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
Artigo 5.º
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
Artigo 6.º
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da
sua personalidade jurídica.
Artigo 7.º

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Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção
da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que
viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8.º
Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais
competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais
reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo 9.º
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10.º
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja
equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial
que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação
em matéria penal que contra ela seja deduzida.
Artigo 11.º
1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até
que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo
público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam
asseguradas.
2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da
sua prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou
internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a
que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.
Artigo 12.º
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família,
no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e
reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a
protecção da lei.
Artigo 13.º
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua
residência no interior de um Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra,
incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

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Artigo 14.º
1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de
beneficiar de asilo em outros países.
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo
realmente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias
aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 15.º
1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do
direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16.º
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de
constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião.
Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos
iguais.
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento
dos futuros esposos.
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito
à protecção desta e do Estado.
Artigo 17.º
1. Toda a pessoa, individual ou colectiva, tem direito à propriedade.
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 18.º
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção,
assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em
comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo
culto e pelos ritos.
Artigo 19.º
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar,
receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por
qualquer meio de expressão.

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Artigo 20.º
1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação
pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21.º
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios
públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de
representantes livremente escolhidos.
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às
funções públicas do seu país.
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos;
e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por
sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente
que salvaguarde a liberdade de voto.
Artigo 22.º
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e
pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e
culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação
internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.
Artigo 23.º
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a
condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o
desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por
trabalho igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória,
que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade
humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção
social.
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e
de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
Artigo 24.º

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Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma
limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.
Artigo 25.º
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe
assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda
quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no
desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos
de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua
vontade.
2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais.
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma
protecção social.
Artigo 26.º
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita,
pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino
elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado;
o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena
igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao
reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve
favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e
todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das
actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
Artigo 27.º
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural
da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos
benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados
a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28.º

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Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano
internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e
as liberdades enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29.º
1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é
possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
2. No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está
sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a
promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e
a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-
estar numa sociedade democrática.
3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos
contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 30.º
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de
maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito
de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a
destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.

Proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 10


de Dezembro de 1948.

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