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DIREITOS

HUMANOS
Profa. Dra. Mônica L. Defilippi Hobeika
monica.defilippi@hotmail.com
1) TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS

CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DD.HH.


O QUE SÃO OS DIREITOS HUMANOS?

Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os


seres humanos, independentemente de raça, sexo,
nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra
condição.

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Os direitos humanos incluem o direito à vida e à


liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o
direito ao trabalho, aos direitos trabalhistas, à
educação, à saúde, à moradia, entre muitos outros.
CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS

“Os direitos humanos são um conjunto de


prerrogativas e garantias inerentes ao homem, cuja
finalidade básica é o respeito à sua dignidade,
tutelando-o contra os excessos do Estado,
estabelecendo um mínimo de condições de vida. São
direitos indissociáveis da condição humana.”
(Alexandre de Moraes)
CARACTERÍSTICAS DOS DD.HH.

 Historicidade/Princípio da Vedação de Retrocesso


 Universalidade/Relativismo Cultural
 Irrenunciabilidade
 Inalienabilidade
 Imprescritibilidade
 Unidade, Indivisibilidade e Interdependência
1 - HISTORICIDADE
“A historicidade é a mais marcante característica” (...)
“Em segundo lugar, os direitos do homem constituem uma classe
variável, como a história desses últimos séculos demonstra
suficientemente. O elenco dos direitos do homem se modificou e
continua a se modificar, com a mudança das condições históricas, ou
seja, dos carecimentos e dos interesses, das classes no poder, dos
meios disponíveis para a realização dos mesmos, das transformações
técnicas, etc. (...)
Não é difícil prever que, no futuro, poderão emergir novas pretensões
que no momento nem sequer podemos imaginar, como o direito a não
portar armas contra a própria vontade, ou o direito de respeitar a vida
também dos animais e não só dos homens. O que parece fundamental
numa época histórica e numa determinada civilização não é
fundamental em outras épocas e em outras culturas.”
(Bobbio, Norberto. “A Era dos Direitos”, Rio de Janeiro: Elsevier,
2004, p. 18/19).
#BLACKLIVESMATTER
#VIDASNEGRASIMPORTAM

Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi criaram o Black Lives Matter
em 2013 — e em pouco tempo o movimento se tornou uma causa global.
NO BRASIL:
HTTPS://VIDASNEGRAS.NACOESUNIDAS.ORG/
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE
RETROCESSO
 Também conhecido como Princípio da Proibição de Evolução
Reacionária e Proibição de Efeito Cliquet.

 Consiste na vedação da eliminação da concretização já alcançada


na proteção de algum direito.

 Outra expressão utilizada pela doutrina é o entrenchment ou


entrincheiramento, que consiste na preservação do mínimo já
concretizado dos direitos fundamentais, impedindo o retrocesso,
que poderia ser realizado pela supressão normativa ou ainda pelo
amesquinhamento ou diminuição de suas prestações à coletividade.
VEDAÇÃO DE RETROCESSO E O STF
ADPF N. 651 (JULGADA EM 28/04/2022)

• O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o restabelecimento


da composição do conselho deliberativo do Fundo Nacional do
Meio Ambiente (FNMA), do Conselho Nacional da Amazônia
Legal e do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (voltando os
percentuais da participação popular). Por maioria de votos, o
Plenário declarou inconstitucionais três decretos presidenciais que
alteravam a composição desses órgãos.

• No julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito


Fundamental (ADPF) 651, o colegiado concluiu que as mudanças
promovidas pelas normas afrontam o princípio da vedação do
retrocesso institucional em matéria ambiental e da participação da
sociedade civil na formulação de políticas públicas ambientais.
2 – UNIVERSALIDADE
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DD.HH.

A ASSEMBLÉIA GERAL proclama A PRESENTE DECLARAÇÃO


UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS como o ideal comum a
ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em
mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação,
por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção
de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e
efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
RELATIVISMO CULTURAL
 O embate entre relativismo cultural e universalidade passa pela
dificuldade de afirmar uma concepção de sociedade que seja
universal, com os mesmos padrões culturais, ainda que mínimos,
eis que cada sociedade apresenta suas idiossincrasias, e isto há de
ser respeitado, observando-se a autodeterminação dos povos.
 A questão central é definir até que ponto o relativismo cultural
pode justificar práticas internas que, sob a ótica internacional,
sejam lesivas aos direitos humanos. Em linhas gerais, prevalece a
ideia de forte proteção aos direitos humanos e fraco relativismo
cultural, no sentido de que variações culturais não justificam a
violação de direitos humanos.
RELATIVISMO CULTURAL

PROIBIDOS
LEI FRANCESA DE 2010.
• Em setembro de 2010, por quase unanimidade de votos (264 a 1), aprovou-
se o projeto de lei que proíbe o uso dos véus integrais (burca e niqab) pela
Loi nº 2010-1192 du 11 octobre 2010.

• Naquele momento, estipulou-se um prazo de 6 meses para adaptação à lei,


e após isso seria concebido como crime a não obediência de tal lei, na qual
a mulher — francesa ou estrangeira — estaria sujeita a pagar uma multa
de 150 euros, além de ser obrigada a enfrentar aulas de “reeducação e
cidadania”. Além disso, a pena se agrava para aquele que forçasse qualquer
mulher a usar o véu, com uma multa de 30 mil euros, podendo pegar até 1
ano de prisão. De forma análoga, vale lembrar que tal ação estatal não é
restrita apenas ao caso francês; países como Bélgica, Itália, Dinamarca,
Espanha Áustria, Holanda e Suíça possuem ou planejam ter legislações
similares.
DECISÃO DA CORTE EUROPEIA
DE DIREITOS HUMANOS (2014)
• Um dos casos julgados pela Corte Europeia de Direitos Humanos é o da jovem S.A.S.32,
francesa, residente na França e praticante da fé muçulmana. Diante da entrada em vigor
da lei, ela levou o caso a Corte questionando se a citada lei não estaria indo contra a
Convenção Europeia dos Direitos Humanos.
• A Corte, baseada nos argumentos de “Segurança Pública” e “proteção dos direitos e
liberdades de outrem” considerou as questões quanto às infrações da citada Convenção
injustificáveis, considerando assim não haver nenhuma violação.
• Na maioria de suas decisões, a Corte Europeia dos Direitos Humanos usou termos como
“segurança pública”, “ordem pública”, “justificativas razoáveis” que são termos
subjetivos, além de não se ater em explicar o que foi usado como base de aplicação
desses termos. Parece-nos também que a justificativa genérica do séc. XX é ir contra a
segurança nacional ou contra a ordem pública, justificativa criada e desenvolvida na
declaração estadunidense de “Guerra ao Terror”
INFANTICÍDIO INDÍGENA
• No Brasil, há a etnia Suruwahá que se localiza na bacia do
rio Purus, sudoeste do Amazonas.

• Entre os Suruwahá, o nascimento de uma criança que


apresenta alguma anomalia física, bem como o de filhos
considerados ilegítimos e o de gêmeos, é considerado uma
maldição e uma ameaça ao bem estar de toda a tribo. Assim,
há a prática do infanticídio entre eles quando ocorre um
caso desse tipo.
INFANTICÍDIO INDÍGENA
• Neste caso, há um impasse entre direitos humanos universais
e diversidade cultual.
• Como devem ser pensados os direitos dos Suruwahá no que
tange à manutenção da prática do infanticídio como prática
cultural tradicional em relação ao direito à vida, como
direito universal? Como os indivíduos, membros dessa etnia,
que pedem mudanças em relação a essa prática podem ter
esse direito respeitado? E de que forma?
• Houve um PL 119/2015 (antigo PL 1057/2007) sobre a
matéria (responsabilizando criminalmente os autores das
práticas), mas foi arquivado no Senado Federal sem
nenhuma votação.
3-
IRRENUNCIABILIDADE
 As pessoas não tem poder de dispor sobre a proteção à sua
dignidade, não possuindo a faculdade de renunciar à proteção
inerente à dignidade humana.

 Da irrenunciabilidade decorre que eventual manifestação de


vontade da pessoa em abdicar de sua dignidade não terá valor
jurídico, sendo reputada nula.
3-
IRRENUNCIABILIDADE
 Exemplo: O arremesso de anões.
IRRENUNCIABILIDADE
REALITY SHOW
• Decorre da liberdade de expressão, a chamada liberdade de
programação, espécie que fundamenta a criação e exibição do gênero
televisivo reality show.
• Durante o confinamento, os participantes têm seu direito à liberdade
restringido, e o direito a privacidade ou intimidade mitigado. Esses
direitos fundamentais são colocados de lado em prol da atração,
porém de forma autônoma pelo participante. O que ocorre é a
disposição voluntária do exercício do próprio direito através de um
contrato entre o participante e a emissora.
• Assim tem-se a relativização de um direito fundamental: o direito a
privacidade e/ou intimidade. Os participantes têm não só suas
imagens expostas, como também suas sensações, intimidades e
segredos, inclusive, anteriores à entrada no reality.
REALITY SHOW
• A privacidade e intimidade durante o programa praticamente deixa de
existir em prol da atração, mas seus integrantes ainda são titulares
desses direitos, chamados pelo Novo Código Civil de 2002
(NCC/2002) como direitos de personalidade.
• No decorrer do programa, os integrantes passam por diversas provas,
dentre as quais, as chamadas provas de resistência física, em que o
participante deve ficar maior tempo realizando uma atividade ou em
uma determinada posição, sem poder se alimentar, ir ao banheiro ou
dormir – temporariamente em situação que pode atingir negativamente
a dignidade humana. Ímpar ressaltar a característica da
irrenunciabilidade ou indisponibilidade dos direitos fundamentais, a
qual dispõe que os direitos fundamentais não podem ser renunciados
por disposição da própria vontade do titular, “o que pode ocorrer é o
seu não exercício, mas nunca a sua renunciabilidade.”
• Assim, não se renunciaria o direito em si, mas tão somente seu
exercício, e, ainda assim, de forma pontual.
4 - INALIENABILIDADE

 Os direitos humanos não são objeto de comércio e portanto não


podem ser alienados.

 Você venderia seu direito de voto? Sabe de alguém que faz isto?
Absurdo, não?
4 - INALIENABILIDADE
“Todo ano, centenas de milhares de bebês são
trazidos ao mundo por mães viciadas em
drogas. Alguns já nascem viciados também e
muitos sofrerão abusos ou serão abandonados.
Barbara Harris, fundadora da organização
caritativa Project Prevention, sediada na
Carolina do Norte, tem para o problema uma
solução: oferecer as mães viciadas US$ 300 se
aceitarem ser esterilizadas ou se submeter
constantemente ao controle de natalidade.
Mais de três mil mulheres aceitaram a
proposta desde o lançamento do programa em
1997 (até 2011).” (p. 45)
5-
IMPRESCRITIBILIDADE

• O decurso de tempo não atinge a pretensão de respeito aos direitos


humanos. A pretensão de respeito e concretização de direitos
humanos não se esgota pelo passar dos anos, podendo ser exigida a
qualquer momento.
5-
IMPRESCRITIBILIDADE

Vladimir Herzog
6 – UNIDADE, INDIVISIBILIDADE
E INTERDEPENDÊNCIA

• Os direitos humanos devem ser compreendidos como um conjunto,


como um bloco único, indivisível e interdependes de direitos.

• Esta compreensão afasta a ideia de que haveria hierarquia entre os


direitos, como se uns fossem superiores aos outros e propõe que
todos os direitos são exigíveis, por serem todos importantes para a
materialização da dignidade humana. *
QUESTÃO

• Os direitos fundamentais aplicam-se a todos os indivíduos,


independentemente de sua nacionalidade, sexo, raça, credo
ou convicção político-filosófica. Tal afirmação versa sobre a
relação entre Direitos Humanos e Estado, consolidando o
Princípio da:

a) Imprescritibilidade
b) Proporcionalidade
c) Universalidade
d) Razoabilidade
QUESTÃO

• Os direitos fundamentais aplicam-se a todos os indivíduos,


independentemente de sua nacionalidade, sexo, raça, credo
ou convicção político-filosófica. Tal afirmação versa sobre a
relação entre Direitos Humanos e Estado, consolidando o
Princípio da:

a) Imprescritibilidade
b) Proporcionalidade
c) Universalidade
d) Razoabilidade
QUESTÃO
Os Direitos Humanos possuem características intrínsecas que demonstram e garantem a sua
importância ao longo de sua evolução. Sobre os Direitos Humanos e suas características, analise
as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) Os Direitos Humanos são fruto do desenvolvimento histórico e social dos povos. São direitos
considerados universais, tendo em vista não ser possível eleger categorias de indivíduos a serem
merecedores da tutela desses direitos. Eles são, pois, inerentes à condição de pessoa humana.
( ) A universalidade dos Direitos Humanos exclui a possibilidade de existência de direitos
especiais, destinados a pessoas específicas e que os substituam, como por exemplo, direitos
específicos destinados às pessoas portadoras de deficiência.
( ) Os Direitos Humanos são irrenunciáveis, inalienáveis e imprescritíveis, o que quer dizer que
esses direitos não podem ser objeto de comércio; que as pessoas não podem dispor sobre a
proteção da dignidade humana; e, que os direitos humanos não podem ser atingidos pelo
decurso do tempo, respectivamente.
( ) Os Direitos Humanos são unos e indivisíveis. Não há que falar em hierarquia entre os
direitos, todos conjuntamente compõem um conjunto de direitos essenciais à efetividade da
dignidade da pessoa humana.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.


C
V-F-V-F
D
V-V-F-F

QUESTÃO
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para
baixo:

a) F – F – F – V
b) V – F – F – V
c) V – F – V – F
d) V – V – F – F
C
V-F-V-F
D
V-V-F-F

QUESTÃO
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para
baixo:

a) F – F – F – V
b) V – F – F – V
c) V – F – V – F
d) V – V – F – F
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS D.H.

1ª DIMENSÃO

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2ª DIMENSÃO

3ª DIMENSÃO
TEORIA DAS GERAÇÕES

Karel Vasak
DIMENSÕES DE D.H.

1) Quais os direitos afirmados?


2) Quais suas características?
3) Quais seus marcos históricos?
4) Quais seus marcos filosóficos?
5) Quais seus marcos jurídicos?
1ª DIMENSÃO DE D.H.

1) Quais os direitos afirmados? Direitos Civis e Políticos.


2) Quais suas características? Liberdade, prestações negativas.
3) Quais seus marcos históricos? Revolução Gloriosa na Inglaterra;
Processo de Independência Americano e Revolução Francesa.
4) Quais seus marcos Filosóficos? John Locke (com a obra:
Segundo Tratado sobre o Governo Civil - 1689) e Jean-Jacques
Rousseau (com a obra: Do Contrato Social - 1762)
5) Quais seus marcos Jurídicos? Declaração de Direitos da
Inglaterra (Bill of Rights - 1689); Constituição Americana (1789) e
Declaração de Direitos Americana (Bill of Rights – 10 Emendas –
1791) e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França
– 1789)
2ª DIMENSÃO DE D.H.
1) Quais os direitos afirmados? Direitos Sociais, Econômicos e
Culturais.
2) Quais suas características? Igualdade, prestações positivas.
3) Quais seus marcos históricos? Revolução Industrial; Revolução
Mexicana (1910 – 1917?); Revolução Russa (1917) e Criação da
República de Weimar (1919)
4) Quais seus marcos Filosóficos? Manifesto do Partido Comunista
(1848) de Karl Marx e Friedrich Engels e Encíclica Rerum Novarum
(1891), do Papa Leão XIII.
5) Quais seus marcos Jurídicos? Constituição Mexicana (1917);
Constituição Alemã de Weimar (1919) e Tratado de Versalhes
(1919).
3ª DIMENSÃO DE D.H.

1) Quais os direitos afirmados? Direitos à paz, à assistência


humanitária, direitos coletivos, direitos difusos, de solidariedade,
direito ao desenvolvimento, direito ao meio ambiente, etc.
2) Quais suas características? Fraternidade, solidariedade. O ser
humano precisa de proteção apenas por ser humano.
3) Qual seu marco histórico? 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945)
4) Quais seus marcos Filosóficos? Mohandas Karamchand
Gandhi (1869 –1948); Hannah Arendt (1906 – 1975) e Norberto
Bobbio (1909 — 2004).
5) Quais seus marcos Jurídicos? Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948)
QUESTÃO

A teoria das gerações ou dimensões dos direitos humanos expõe perspectivas desses direitos
em que se incluem em cada geração ou dimensão determinados direitos e princípios.
Conforme essa divisão clássica da doutrina, é correto afirmar:

a) os direitos de segunda geração ou dimensão se referem aos direitos civis e políticos,


compreendendo os direitos de liberdade, englobando as liberdades clássicas, negativas ou
formais.
b) os direitos de quarta geração ou dimensão se caracterizam por condensar os direitos e
liberdades civis, políticas, econômicas, sociais e culturais.
c) os direitos de terceira geração ou dimensão consubstanciam como titulares a coletividade,
consagrando o princípio da solidariedade e incluindo direitos como o da paz, ao
desenvolvimento, ao meio ambiente equilibrado.
d) os direitos de primeira geração ou dimensão são aqueles relativos aos direitos econômicos,
sociais e culturais, em que se acentua o princípio da igualdade.
QUESTÃO

A teoria das gerações ou dimensões dos direitos humanos expõe perspectivas desses direitos
em que se incluem em cada geração ou dimensão determinados direitos e princípios.
Conforme essa divisão clássica da doutrina, é correto afirmar:

a) os direitos de segunda geração ou dimensão se referem aos direitos civis e políticos,


compreendendo os direitos de liberdade, englobando as liberdades clássicas, negativas ou
formais.
b) os direitos de quarta geração ou dimensão se caracterizam por condensar os direitos e
liberdades civis, políticas, econômicas, sociais e culturais.
c) os direitos de terceira geração ou dimensão consubstanciam como titulares a coletividade,
consagrando o princípio da solidariedade e incluindo direitos como o da paz, ao
desenvolvimento, ao meio ambiente equilibrado.
d) os direitos de primeira geração ou dimensão são aqueles relativos aos direitos econômicos,
sociais e culturais, em que se acentua o princípio da igualdade.
2) A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
E OS DIREITOS HUMANOS

1) INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO
BRASILEIRA

2) OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO
BRASILEIRA
INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana;


INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa


do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações


internacionais pelos seguintes princípios:

II - prevalência dos direitos humanos;


ADPF N. 101, DO S.T.F.

Grandes Julgamentos do STF - Importação de Pneus - parte 1


(26/09/11):

• https://www.youtube.com/watch?v=TLCc9nr3oAI&t=351s
INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Art. 5º.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta


Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO
BRASILEIRA

Art. 5º.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal


Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão.
TRIBUNAL PENAL
INTERNACIONAL
• Criado pelo Estatuto de Roma, de 17/07/1998.
• Posto em funcionamento em 2002.
• Sediado em Haia.
• É um Tribunal Criminal instituído pela Comunidade Internacional
para julgar pessoas acusadas de praticar crimes graves contra a
humanidade.
• O TPI julga pessoas e não Estados.
TRIBUNAL PENAL
INTERNACIONAL
Crimes:
Artigo 5º (Estatuto de Roma):
A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves,
que afetam a comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos
do presente Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar os
seguintes crimes:
a) O crime de genocídio;
b) Crimes contra a humanidade;
c) Crimes de guerra;
d) O crime de agressão.
TRIBUNAL PENAL
INTERNACIONAL
Artigo 77 (Estatuto de Roma)
Penas Aplicáveis

1. Sem prejuízo do disposto no artigo 110, o Tribunal pode impor à


pessoa condenada por um dos crimes previstos no artigo 5 o do
presente Estatuto uma das seguintes penas:
a) Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite
máximo de 30 anos; ou
b) Pena de prisão perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e
as condições pessoais do condenado o justificarem,
TRIBUNAL PENAL
INTERNACIONAL

Artigo 120: (Estatuto de Roma)

Reservas

Não são admitidas reservas a este Estatuto.


INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Incidente de Deslocamento de Competência (IDC)

Art. 109:
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte,
poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.
INCIDENTE DE DESLOCAMENTO
DE COMPETÊNCIA PARA JUSTIÇA
FEDERAL
Federalização das graves violações de Direitos Humanos.

IDC n. 01 - Dorothy Mae Stang, freira norte-americana,


naturalizada brasileira, morta 2005, no Pará, a mando de grileiros e
madeireiros da região.(Julgado improcedente)

IDC n. 24 – Marielle Franco e Anderson Gomes – também julgado


improcedente.
QUESTÃO

Na disciplina constitucional brasileira sobre o Incidente de Deslocamento


de Competência, também conhecido como Incidente de “federalização dos
crimes contra os direitos humanos”, há previsão expressa de que:

a) apenas o Procurador-Geral da República é legitimado para a propositura


do incidente.
b) somente é admitido o incidente durante o curso do inquérito policial.
c) o incidente pode ser proposto em toda e qualquer hipótese de violação
de direitos humanos.
d) a competência para o julgamento do incidente é do Supremo Tribunal
Federal.
QUESTÃO

Na disciplina constitucional brasileira sobre o Incidente de Deslocamento


de Competência, também conhecido como Incidente de “federalização dos
crimes contra os direitos humanos”, há previsão expressa de que:

a) apenas o Procurador-Geral da República é legitimado para a propositura


do incidente.
b) somente é admitido o incidente durante o curso do inquérito policial.
c) o incidente pode ser proposto em toda e qualquer hipótese de violação
de direitos humanos.
d) a competência para o julgamento do incidente é do Supremo Tribunal
Federal.
INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Art. 60 (Cláusulas pétreas)

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a


abolir:

IV - os direitos e garantias individuais.


A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E
OS DIREITOS HUMANOS

1) INOVAÇÕES DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

2) OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS


HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
Tratados Internacionais de DH

• 1ª) A partir de qual momento eu posso dar aplicação/efetividade


aos Tratados de Direitos Humanos?

• 2ª) Quando o Tratado de DH é aplicado no ordenamento com qual


status normativo ele é aplicado?
Processualística dos Tratados
Internacionais

• Convenção de Viena sobre o Direito dos


Tratados (1969)

• No Brasil, aprovada pelo Decreto nº 7.030, de 14/12/2009.


Processualística dos Tratados
Internacionais

• 1ª) Assinatura
• 2ª) Aprovação Interna - Aprovação do Decreto Legislativo – art.
49, I, da CF.
• 3ª) Ratificação ou Adesão
• 4ª) Promulgação Interna – Decreto n. (...)
• 5ª) Registro do Tratado no Secretariado da ONU.
TEORIAS SOBRE
VIGÊNCIA
• 1) Teoria Monista – Monismo

• 2) Teoria Dualista - Dualismo


MONISMO E DUALISMO

• 1ª) Assinatura
• 2ª) Aprovação Interna - Aprovação do Decreto Legislativo – art.
49, I, da CF.
• 3ª) Ratificação ou Adesão - * MONISMO
• 4ª) Promulgação Interna - * DUALISMO
• 5ª) Registro do Tratado no Secretariado da ONU.
Respondendo à 1ª Pergunta:

• 1ª) A partir de qual momento eu posso dar


aplicação/efetividade aos Tratados de Direitos Humanos?

• A partir da Promulgação Interna


(Decreto expedido pelo Presidente da República)
2ª Pergunta:

• 2ª) Quando o Tratado de DH é aplicado no ordenamento com


qual status normativo ele é aplicado?
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 5º, § 3º: (E.C. 45/04)

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos


humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
CRONOLOGIA:

CF/88 E.C. 45/04


§ 3º, do art. 5º

Tratados = L.O. Tratamento Diferenciado


aos Tratados de
Direitos Humanos
RE 466.343 (STF)

EMENTA: PRISÃO CIVIL. Depósito. Depositário infiel. Alienação


fiduciária. Decretação da medida coercitiva. Inadmissibilidade absoluta.
Insubsistência da previsão constitucional e das normas subalternas.
Interpretação do art. 5º, inc. LXVII e §§ 1º, 2º e 3º, da CF, à luz do art. 7º,
§ 7, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da
Costa Rica). Recurso improvido. Julgamento conjunto do RE nº 349.703 e
dos HCs nº 87.585 e nº 92.566. E ilícita a prisão civil de depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade do depósito.

S.V. 25 do STF:
“É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL,
QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE DO DEPÓSITO.”
TESE DA SUPRALEGALIDADE

Constitucionais
T.D.H. com o § 3º, do
Art. 5º.

Supralegais T. D. H. sem o § 3º, do


Art. 5º

Legais Tratados em Geral


TRATADOS APROVADOS COM O § 3º, DO
ART. 5º, DA CF.
 1) Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em
30 de março de 2007. (Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009)

 2) Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras


Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com Outras
Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, firmado em
Marraqueche, em 27 de junho de 2013. (Decreto nº 9.522, de 8 de
outubro de 2018)

 3) Convenção Interamericana contra o Racismo e Discriminação


Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Assinatura pelo Brasil em
2013, aprovação pelo Congresso como o §3º, do art. 5º, da CF em
2021. (Decreto 10932, de 10 de janeiro de 2022)
QUESTÃO

O Presidente da República, representando a República Federativa do Brasil, assinou um tratado


internacional de proteção aos Direitos Humanos. Ao tomar conhecimento desse fato, Maria, estudante
de Direito, questionou seu professor a respeito da posição do referido tratado em relação à ordem
constitucional brasileira. O professor respondeu corretamente que, nas circunstâncias indicadas,

a) todos os tratados de Direitos Humanos, que venham a ser aprovados em cada casa do Congresso
Nacional, terão a natureza jurídica equivalente à de lei ordinária.
b) todos os tratados de Direitos Humanos, uma vez assinados pelo Presidente da República, produzem
efeitos imediatos no território brasileiro, tendo natureza jurídica equivalente à de lei ordinária.
c) todos os tratados de Direitos Humanos, uma vez assinados pelo Presidente da República, produzem
efeitos imediatos no território brasileiro, tendo a natureza jurídica equivalente à de emenda
constitucional.
d) os tratados de Direitos Humanos que venham a ser aprovados em cada casa do Congresso Nacional,
em dois turnos de votação, por uma maioria qualificada de três quintos dos votos dos respectivos
membros, terão natureza jurídica equivalente à de emenda constitucional.
QUESTÃO

O Presidente da República, representando a República Federativa do Brasil, assinou um tratado


internacional de proteção aos Direitos Humanos. Ao tomar conhecimento desse fato, Maria, estudante
de Direito, questionou seu professor a respeito da posição do referido tratado em relação à ordem
constitucional brasileira. O professor respondeu corretamente que, nas circunstâncias indicadas,

a) todos os tratados de Direitos Humanos, que venham a ser aprovados em cada casa do Congresso
Nacional, terão a natureza jurídica equivalente à de lei ordinária.
b) todos os tratados de Direitos Humanos, uma vez assinados pelo Presidente da República, produzem
efeitos imediatos no território brasileiro, tendo natureza jurídica equivalente à de lei ordinária.
c) todos os tratados de Direitos Humanos, uma vez assinados pelo Presidente da República, produzem
efeitos imediatos no território brasileiro, tendo a natureza jurídica equivalente à de emenda
constitucional.
d) os tratados de Direitos Humanos que venham a ser aprovados em cada casa do Congresso Nacional,
em dois turnos de votação, por uma maioria qualificada de três quintos dos votos dos respectivos
membros, terão natureza jurídica equivalente à de emenda constitucional.
3) DIREITO INTERNACIONAL
DOS DIREITOS HUMANOS

• SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO DOS


DIREITOS HUMANOS

• SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO


DOS DIREITOS HUMANOS
INSTRUMENTOS DE
FISCALIZAÇÃO DOS TRATADOS DE
D.H.

• 1) Comitês
• 2) Relatórios
• 3) Comunicações Interestatais
• 4) Petições ou Petições Individuais
SISTEMA GLOBAL

PIDCP

ONU DUDH + Tratados


Específicos
Comitês

Corte Internacional de Justiça PIDESC


COMITÊS

• Órgão administrativo do Tratado


• Mecanismo convencional de proteção dos Direitos Humanos
• É criado pelo próprio tratado como meio de supervisão de
seu cumprimento e apuração de denúncia de violação.
• Órgão especial instituído pela Convenção/Tratado para
verificar seu cumprimento pelos Estados partes.
TRATADO COMITÊ

Convenção sobre Eliminação de todas as Comitê pela Eliminação da


formas de Discriminação Racial (Decreto Discriminação Racial
65.810/69)

Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Comitê de Direitos Humanos


Políticos (Decreto 592/92)

Pacto Internacional sobre Direitos Comitê sobre Direitos Econômicos,


Econômicos, Sociais e Culturais (Decreto Sociais e Culturais
591/92)

Convenção sobre Eliminação de todas as Comitê pela Eliminação da


formas de Discriminação contra a Mulher Discriminação contra a Mulher
(Decreto 4377/02)
TRATADO COMITÊ

Convenção sobre os Direitos da Criança Comitê sobre os Direitos das


(Decreto 99710/90) Crianças

Convenção contra a Tortura e outros


Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Comitê contra a Tortura
Degradantes (Decreto 40/91)

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Comitê sobre os Direitos das
Deficiência (Decreto 6949/09) Pessoas com Deficiência

Convenção Internacional para a Proteção de Comitê para a Proteção de todas


todas as pessoas contra o Desaparecimento as pessoas contra
Forçado (Decreto 8767/16) Desaparecimento Forçado.
BRASIL E
A CORTE INTERNACIONAL JUSTIÇA
• Para que a CIJ possa solucionar um conflito entre Estados
não basta apenas que eles sejam membros da ONU. É
imprescindível que reconheçam previamente a competência
contenciosa da Corte, o que pode ser feito aderindo-se à
cláusula de jurisdição obrigatória prevista no artigo 36 § 2
do seu Estatuto.

• Apesar de ser um de seus membros originários e um dois


países que mais juízes elegeu para a Corte, o Brasil decidiu
colocar-se à margem do mais importante órgão judicial
internacional. Desde 1948, o país vem se recusando a aceitar
a competência contenciosa da Corte, negando-se
reiteradamente a aderir à cláusula de jurisdição obrigatória.
D.U.D.H.

 Resolução n. 217 da ONU


 É um soft law.
 Arts. 3º ao 21 – D. Civis e Políticos.
 Arts. 22 a 28 – D. Sociais, Econômicos e
Culturais.
DUDH (1948)
D.U.D.H
D.U.D.H
D.U.D.H
D.U.D.H
D.U.D.H
D.U.D.H
D.U.D.H
D.U.D.H
SISTEMA REGIONAL

OEA PSJCR + Tratados


Específicos
Comissão Interamericana
de Direitos Humanos Convenção Interamericana...
Corte Interamericana
de Direitos Humanos
SISTEMAS REGIONAIS
• Sistema Africano - Carta Africana dos Direitos Humanos e dos
Direitos dos Povos – 1981
• Sistema Europeu - Convenção Europeia para Proteção dos
Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais – 1950
• Sistema Árabe - Carta Árabe dos Direitos Humanos – 1994
• Sistema Interamericano - Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem, de 1948 e Convenção Americana de
Direitos Humanos, de 1969.
TRATADO
Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (Decreto 98.386/89)

Protocolo Adicional à Convenção Americana relativo à Abolição da Pena de Morte


(Decreto 2754/98, com reserva)

Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a


Mulher (Convenção de Belém do Pará) (Decreto 1973/96)

Convenção Interamericana sobre Tráfico Internacional de Menores (Decreto


2740/98)

Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas (Decreto


8766/16)
TRATADO
Convenção Interamericana contra a Corrupção (Decreto 4410/02, com reserva para
desenvolvimento progressivo)

Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de


Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (Decreto 3956/01)

Convenção Interamericana contra o Racismo e Discriminação Racial e Formas


Correlatas de Intolerância. Assinatura pelo Brasil em 2013, aprovação pelo
Congresso como o §3º, do art. 5º, da CF em 2021. (Decreto 10932/2022)

Convenção Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância.


Assinada pelo Brasil em 06/06/2013.

Convenção Interamericana sobre Proteção dos Direitos Humanos das Pessoas


Maiores de 60 anos. Assinatura pelo Brasil em 2015.
CONVENÇÃO AMERICANA DE
DIREITOS HUMANOS (1969)

• Chamado de Pacto de San José da Costa Rica


• No Brasil: Decreto 678/1992
• Só é permitida a países-membros da OEA
• Inúmeros direitos civis e políticos
• Só menção ao direitos sociais, econômicos e culturais (art. 26).
• Instituiu a COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS
HUMANOS e a CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS
HUMANOS.
CONVENÇÃO
AMERICANA DE DH
• Art. 4º - Direito à Vida - 1. Toda pessoa tem o direito de que se
respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em
geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado
da vida arbitrariamente.

• Art. 5º - Direito à Integridade Pessoal - 1. Toda pessoa tem o


direito de que se respeito sua integridade física, psíquica e moral.

• Art. 6º - Proibição da Escravidão e da Servidão - 1. Ninguém


pode ser submetido à escravidão ou a servidão, e tanto estas como
o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em
todas as formas.
CONVENÇÃO
AMERICANA DE DH

• Art. 7º - Direito à Liberdade Pessoal - 7. Ninguém deve ser


detido por dívida. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de
inadimplemento de obrigação alimentar.

• RE 466.343

• S.V. n. 25 STF.
COMISSÃO E CORTE
Órgãos Competentes
ARTIGO 33
São competentes para conhecer dos assuntos relacionados
com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos
Estados-Partes nesta Convenção:

a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos,


doravante denominada a Comissão; e
b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos,
doravante denominada a Corte.
CORTE INTERAMERICANA
DE DIREITOS HUMANOS
• É o órgão jurisdicional do Sistema Regional de Proteção Americano
• Funciona via petição de algum Estado-parte ou da Comissão:

ARTIGO 61
1. Somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito de submeter
caso à decisão da Corte.
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é necessário que
sejam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a 50.
CASOS DO BRASIL NA CORTE
INTERAMERICANA DE
DIREITOS HUMANOS
CASO 12.237:
DAMIÃO
XIMENES LOPES X
BRASIL

1) DECISÃO: 04/07/2006
2) Responsabilidade
internacional
reconhecida.
3) Objeto: Morte de uma
pessoa com deficiência
mental por maus tratos
em clínica privada.
• Damião Ximenes Lopes tinha 30 anos, em
1999.
• Um psiquiatra deu o diagnóstico de “quadro
psicótico”.
• Ele foi internado uma primeira vez na Casa
de Repouso Guararapes, na cidade de Sobral,
no Ceará, em 1995.
• Ao sair tinha feridas nos joelhos e tornozelos
e um funcionário da Clínica disse que ele
mesmo se autoflagelou.
• Em 01/10/1999, Damião foi internado
novamente na mesma Casa de Repouso,
porque se recusava a tomar a medicação e se
alimentar.
• Em 04/10/1999, a mãe de Damião chegou a
clínica para visitá-lo e o encontrou
sangrando, com hematomas, a roupa rasgada,
com as mãos amarradas por trás das costas,
com dificuldade para respirar, agonizando.
CASO 12.058:
GILSON NOGUEIRA DE
CARVALHO X BRASIL

1) Decisão: 28/11/2009
2) Não foi reconhecida a
responsabilidade
internacional.
3) Objeto: Morte de
advogado defensor de
direitos humanos
• Gilson Nogueira de Carvalho era um advogado
ativista de Direitos Humanos que denunciava os
crimes cometidos pelos meninos de ouro, que eram
um esquadrão da morte, composto por 18 policiais
de elite da Polícia do Rio Grande do Norte.
• Em 19/10/1996, três sujeitos fecharam seu
caminho e atiraram contra ele com escopeta e um
rifle.
• A investigação sobre o homicídio de Gilson foi
arquivada por ordem judicial em 19/06/1997, sem
que nenhum responsável fosse punido mesmo com
inúmeras falhas na investigação.
• Em 24/09/1998, a Justiça reabriu as investigações,
tendo em vista o esforço de um amigo de Gilson
de Carvalho – Sr. Antonio Lopes, que procedeu
uma investigação particular chegando a um
policial aposentado que estava na ativa quando do
homicídio.
• Este policial foi preso e levado a Júri Popular e
ficou demonstrado através de exame de balística
realizado em 1999, que uma das balas utilizadas
para matar Gilson Nogueira pertencia à espingarda
calibre 12 encontrada em uma granja de
propriedade de Otávio Ernesto.
• Apesar das numerosas provas contra o réu, o Júri
composto por sete jurados decidiu absolvê-lo.
CASO 12353:
ARLEY JOSÉ ESCHER
E OUTROS X BRASIL

1) DECISÃO:
06/07/2009
2) Responsabilidade
Internacional
reconhecida.
3) Objeto: Interceptação
telefônica.
• Tratou-se de uma
interceptação telefônica
ilegal feita por um Major da
Polícia Militar do Paraná.

• Havia ordem judicial para


apenas uma linha, mas
foram interceptadas outras
linhas que não constavam da
ordem.

• Brasil foi condenado a pagar


20.000 dólares para cada
vítima.
CASO 12.478:
SÉTIMO GARIBALDI
X BRASIL

1) DECISÃO: 23/09/2009
2) Responsabilidade
Internacional
Reconhecida
3) Objeto: Morte ocorrida
durante operação
extrajudicial de
desapropriação de terras.
• Em 27/11/1998, de madrugada,
ocorreu uma operação violenta
de despejo, levada a cabo por
um grupo armado civil,
composto de 20 homens,
encapuzados e contratados por
fazendeiros.

• A morte de Sétimo Garibadi, de


52 anos, casado, ocorreu em
consequência de uma ferida
causada por um projétil calibre
12, que o atingiu na coxa
esquerda causando hemorragia.
CASO 11552:
JULIA GOMES LUND
(GUILHERME) E
OUTROS X BRASIL

1) DECISÃO: 24/10/2010
2) Responsabilidade
Internacional Reconhecida
3) Objeto: Detenção arbitrária,
tortura e desaparecimento
forçado de membros da
Guerrilha do Araguaia.
CASO 12066:
TRABALHADORES
DA FAZENDA BRASIL
VERDE X BRASIL

1) DECISÃO:
20/10/2016
2) Responsabilidade
Internacional
Reconhecida
3) Objeto: Trabalho em
condições análogas à
escravidão.
CASO 11566:
FAVELA NOVA
BRASÍLIA X
BRASIL

1) DECISÃO:
16/02/2017
2) Responsabilidade
Internacional
Reconhecida
3) Objeto: Violência
Policial
• O caso diz respeito às
execuções extrajudiciais de 26
pessoas – incluindo 6 crianças
– no âmbito das incursões
policiais feitas pela Polícia
Civil do Rio de Janeiro em
18/10/1994 e 08/05/1995 na
Favela Nova Brasília.
• Duas crianças de 15 e 16 anos
e uma jovem de 19 anos foram
vítimas de tortura e atos de
violência sexual por parte dos
agentes policiais.
• Foi a primeira vez que o Brasil
foi julgado e responsabilizado
na Corte por um caso de
violência policial.
CASO 12728:
POVO INDÍGENA
XUCURU X
BRASIL

1) DECISÃO:
05/02/2018
2) Responsabilidade
Internacional
Reconhecida
3) Objeto: Propriedade
Coletiva de terras
indígenas.
• O caso está relacionado com a
violação do direito à propriedade
coletiva do povo indígena Xucuru
devido à lentidão do processo judicial
para devolver-lhes suas terras.
• A demora de mais de 16 anos, entre
1996 e 2005, no processo
administrativo de reconhecimento,
titulação, demarcação e delimitação.
Embora o processo tenha terminado, a
Corte reconhece na decisão que até o
dia de hoje não há segurança jurídica
sobre os seus direitos na totalidade do
território.
• O Brasil foi condenado a garantir de
maneira imediata e efetiva o direito de
propriedade do Povo Xucuru de modo
que não sofram nenhuma intrusão,
interferência ou afetação por parte de
terceiros ou agentes do Estado.
• Também foi condenado a pagar
indenizações por melhorias e os
prejuízos imateriais da comunidade.
CASO 12879:
VLADIMIR
HERZOG X
BRASIL

1) DECISÃO: 15/03/2018
2) Responsabilidade
Internacional Recohecida
3) Objeto: Detenção
arbitrária, tortura e morte
de jornalista durante a
ditadura militar.
• A Corte, em 04/07/2018, condenou o
Brasil a reabrir a investigação sobre a
morte de Vladimir Herzog. O Estado
brasileiro deve identificar e punir os
responsáveis pela tortura e morte.
• Herzog foi morto depois de se apresentar
espontaneamente para prestar
esclarecimentos sobre uma ligação com
o Partido Comunista Brasileiro.
• A versão divulgada pelo regime militar é
que o jornalista teria cometido suicídio
ao se enforcar com um cinto, o que seria
impossível devido à altura da grade da
cela.
CASO 12.428:
EMPREGADOS DA
FÁBRICA DE FOGOS DE
ARTIFÍCIO X BRASIL

1) DECISÃO: 15/07/2020
2) Responsabilidade
Internacional
Reconhecida
3) Objeto: Explosão de
uma fábrica de fogos de
artifícios.
 Em 11 de dezembro de 1998, a
explosão de uma fábrica de fogos
de artifício em Santo Antônio de
Jesus, Estado da Bahia, Brasil,
deixou 64 pessoas mortas e seis
gravemente feridas. A fábrica
funcionava clandestinamente,
guardava material proibido e
operava sem as condições mínimas
de segurança. Após a tragédia,
interpuseram-se ações penais, civis
e trabalhistas, que foram
ineficazes.
 A explosão atingiu 70 pessoas e
matou 64 delas. Entre as vítimas
estavam 22 crianças que
trabalhavam na fábrica de fogos,
que consistia em um conjunto de
tendas, localizadas em uma área de
pasto, com algumas mesas de
CASO 12.263: MARCIA
BARBOSA DE SOUZA
X BRASIL

1) DECISÃO: 07/09/2021
2) Responsabilidade
Internacional
Reconhecida
3) Objeto: Imunidade
Parlamentar
 Márcia morava no interior da Paraíba e
se mudou para a capital, João Pessoa,
em 1998, com a promessa feita pelo
deputado Aécio Pereira de Lima, de 54
anos e casado, de que trabalharia em
uma fábrica de sapatos.
 Poucos dias depois de sua chegada à
capital paraibana, em 17 junho de
1998, seu corpo foi encontrado com
sinais de espancamento e asfixia. Um
conjunto de provas levava ao nome do
deputado.
 Ele foi condenado em 2007, a 16 anos
de prisão, mas morreu um ano depois e
não chegou a ser preso. Foi velado no
salão nobre da Assembleia Legislativa
do estado, que decretou luto de três
dias em sua homenagem.
 Esta decisão se apresenta
paradigmática em diversos aspectos.
Foi a primeira condenação da corte ao
estado brasileiro concernente
integralmente à temática de violência
CASO 12.675:
GABRIEL SALES
PIMENTA X
BRASIL

1) DECISÃO:
04/10/2022
2) Responsabilidade
Internacional
Reconhecida
3) Objeto: Morte de
Defensor de
Trabalhadores Rurais.
• Gabriel Sales Pimenta defendia o direito à
terra de pequenos produtores da comunidade
de Pau Seco, uma área pública no estado do
Pará que fica a maior reserva de castanha-
do-Pará do Brasil à época.
• A terra – mais de um milhão de hectares –
era reservada para assentar famílias de
agricultores. No entanto, os madeireiros
Manoel Cardoso Neto, o Nelito, e José
Pereira da Nóbrega, o Marinheiro,
obtiveram, em 1980, o domínio útil de
imóveis na região. Começou aí um conflito
fundiário.
• Com um pedido feito à Vara Penal de
Marabá, os madeireiros conseguiram uma
liminar de reintegração de posse e
expulsaram os posseiros da região. Gabriel
Sales Pimenta, então, entrou com um
mandado de segurança contra a decisão, sob
o argumento de que os moradores não
tinham sido ouvidos e, portanto, a medida
era ilegal. O recurso foi aceito e os
trabalhadores voltaram à área.
 Poucas semanas depois, ao sair de
um bar em Marabá, o advogado foi
morto com três tiros nas costas, à
queima-roupa.
 A Corte considerou que, ao se
omitir de cumprir sua obrigação de
investigar, processar e punir os
autores do crime, o Estado
brasileiro violou os direitos às
garantias judiciais, à proteção
judicial, à verdade e à integridade
pessoal, previstos na Convenção
Americana de Direitos Humanos.
CASO 12.479:
JOSÉ AIRTON
HONORATO E
OUTROS X BRASIL

• DECISÃO:
PENDENTE DE
JULGAMENTO
(Audiências ocorridas
em 08 e 09/02/2023)
• OBJETO: Premeditação
de mortes de integrantes
do PCC.
• Em 5 de março de 2002, em
Sorocaba, São Paulo, a Polícia
Militar realizou a operação
“Castelinho“ contra o PCC. Ex-
presos informantes enganaram
o PCC sobre a existência de um
avião com dinheiro que
chegaria ao aeroporto de
Sorocaba.
• A Polícia Militar cercou o lugar
com aproximadamente cem
policiais e, sem a presença de
testemunhas que pudessem
questionar a versão oficial,
promoveu um tiroteio,
justificado como um ato de
resistência a um grupo que
viajava em um ônibus. Como
resultado da operação, na qual
foram realizados mais de 700
disparos, foi ferido um policial
com lesões leves e morreram
as doze vítimas do presente
caso.
CASO: 12.570
MANOEL LUIZ DA
SILVA X BRASIL
 O caso se refere à responsabilidade
internacional do Estado pela falta da
devida diligência na investigação do
assassinato do trabalhador rural e
membro do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra,
ocorrido em 1997 no município de São
Miguel de Taipu, na Paraíba.
• Alega-se que houve impunidade,
apesar de inúmeras provas apontarem
para os autores do crime, inclusive ao
mandante. A investigação e o processo
penal duram mais de 22 anos sem
resposta à família, o que, segundo a
CIDH, constitui violação do prazo
razoável e denegação de justiça.
CASO 12.571
NEUSA DOS SANTOS NASCIMENTO E GISELE
ANA FERREIRA X BRASIL

 Duas mulheres negras, Neusa dos


Santos Nascimento e Gisele Ana
Ferreira, alegam ter sido vítimas de
discriminação racial em um processo
seletivo de emprego na empresa
Nipomed, do ramo de saúde, em 1998.
 Segundo a denúncia, elas foram à
empresa, em São Paulo e
manifestaram interesse no trabalho,
sendo prontamente informadas pela
pessoa que as atendeu que as vagas já
estavam todas preenchidas. Horas
depois, uma mulher branca foi ao
mesmo local e, atendida pela mesma
pessoa, foi encaminhada ao recrutador,
que a contratou.
CASO 12.727
ANTÔNIO TAVARES
PEREIRA X BRASIL

 Representantes do MST pedem à Corte que


condene o Estado brasileiro por uma ação
policial que terminou com o assassinato do
agricultor Antônio Tavares Pereira e ferimento
de outros 185 militantes.
 Os fatos foram no ano 2000, quando um grupo
de aproximadamente 1,5 mil sem-terra seguia
de ônibus para um ato de reivindicação pela
reforma agrária em Curitiba. Conforme os
relatos, eles foram emboscados e atacados pela
Polícia Militar (PM) na BR-277, em Campo
Largo, na região metropolitana da capital
paranaense.
 O processo sobre a ação policial foi arquivado
tanto pela Justiça Militar quanto pela Justiça
Comum, sem nenhuma responsabilização.
CASO 12.569
COMUNIDADES
QUILOMBOLAS DE
ALCÂNTARA X BRASIL

 Comunidades quilombolas pedem a responsabilização


do Estado pela desapropriação de 52 mil hectares de
território tradicional para a construção do Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA), uma base aeroespacial
pertencente à Agência Espacial Brasileira, na costa
do Maranhão.
 Segundo os quilombolas, 152 comunidades foram
prejudicadas. Eles alegam que não conseguiram obter
titulação das suas terras ali localizadas, que não houve
consulta e anuência prévia para instalação da base
aeroespacial, que a expropriação das terras tradicionais é
ilegal e que não houve possibilidade judicial de reparar a
situação.
 Segundo a denúncia, 32 comunidades foram
reassentadas em sete agrovilas, enquanto as demais
ficaram em seus territórios tradicionais.
CASO 13.691
CRISTIANE LEITE DE
SOUZA E OUTROS X
BRASIL
 O caso é sobre o desaparecimento forçado de dez
pessoas, algumas das quais vítimas de violência
sexual, e a falta de diligência na investigação e
punição do assassinato de Edméa da Silva Euzébio
e Sheila da Conceição. Há um grupo de mães
chamado “Mães de Acari”.
 As dez vítimas foram sequestradas em 1990 no
município de Magé pela polícia civil e militar –
algumas delas sofreram violência sexual – e foram
assassinadas e jogadas no Rio Estrela. A
investigação policial foi arquivada após vários
anos devido à prescrição e à falta de provas
materiais do crime, uma vez que os corpos nunca
foram encontrados.
 O caso também se refere ao assassinato da Sra.
Edméa da Silva Euzébio e da Sra. Sheila da
Conceição, familiares de uma das vítimas, que
ocorreu depois que a Sra. Da Silva testemunhou em
tribunal sobre o envolvimento de policiais nos
desaparecimentos.
CASO 13.713
DENISE PERES CRISPIM,
EDUARDO COLLEN LEITE E
OUTROS X BRASIL
 Eduardo Collen Leite, também conhecido como Bacuri,
foi um importante militante político contra a ditadura.
Ele foi preso em 21 de agosto de 1970 e ficou sob a
custódia do Estado por mais de 100 dias, período em que
sofreu inúmeras e incessantes torturas, até sua morte,
falsamente noticiada como decorrente de um tiroteio.
 Denise Peres Crispim, militante política e companheira
de Bacuri, foi presa em 23 de julho de 1970, quando
estava grávida de seis meses. Durante sua prisão, foi
submetida a diversas torturas e deu à luz ainda sob
custódia estatal e sob forte escolta, em um Hospital e
Maternidade de propriedade de um militar. Após o
nascimento de sua filha, Denise teve autorização para
sair das instalações prisionais, mas ainda tinha a
obrigação de se apresentar periodicamente aos militares
e continuava sofrendo perseguições. Diante disso,
solicitou asilo diplomático ao Chile cerca de 9 meses
após sua liberação, e ficou retida com sua filha na
embaixada do país no Brasil por 11 meses. Após o golpe
de Estado no Chile, Denise solicitou refúgio na Itália,
CASO 13.056
ALMIR MUNIZ DA Líder camponês desaparecido há 16 anos
SILVA X BRASIL é lembrado em missa (02/07/2018)

 O trabalhador rural Almir Muniz da Silva


desapareceu em junho de 2002, quando tinha 40
anos. O trator em que ele trabalhou naquele dia foi
encontrado com marcas de tiros em Itambé, cidade
na divisa entre Paraíba e Pernambuco, conhecida
como “fronteira da morte” por causa do alto número
de assassinatos de trabalhadores.
 No dia seguinte, a família fez o registro de
ocorrência. Em abril de 2009, o caso foi arquivado,
e os parentes ficaram sem explicação.
 Engajado na luta pela terra, Almir alertou, em 2001,
a Assembleia Legislativa da Paraíba sobre a
formação de milícias que contavam com o
conhecimento de agentes do Estado.
CASO 12.835
MAURICIO
HERNÁNDEZ
NORAMBUENA X
BRASIL

 O Caso diz que a suposta vítima foi


privada de liberdade sob um regime de
reclusão caracterizado pelo isolamento e
incomunicabilidade, nas penitenciárias de
Taubaté e Presidente Bernardes, em São
Paulo. Alega que esse regime disciplinar
diferenciado tem sido continuamente
aplicado à suposta vítima por mais de 8
anos e que as condições de detenção às
quais tem sido submetido violam seus
direitos à integridade pessoal, à igualdade
perante a lei, à não-discriminação e o
direito à proteção judicial.
BOA SORTE!!!

SUCESSO!!!

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