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Anotações

das Aulas
Direitos Humanos
Direitos Humanos
A Constituição Federal de 1988 e os Direitos Huma-
nos (DH)
l O Direito Internacional dos Direitos Humanos constitui um movimento extrema-
mente recente na história, surgindo, a partir do Pós-Guerra, como resposta às atro-
cidades cometidas durante o nazismo. É neste cenário que se desenha o esforço
de reconstrução dos direitos humanos, como paradigma e referencial ético a ori-
entar a ordem internacional contemporânea.
l Uma das principais preocupações desse movimento foi converter os direitos hu-
manos em tema de legítimo interesse da comunidade internacional, o que impli-
cou nos processos de universalização e internacionalização desses mesmos direi-
tos.
l Ao acolher o aparato internacional de proteção, bem como as obrigações interna-
cionais dele decorrentes, o Estado passa a aceitar o monitoramento internacional,
no que se refere ao modo pelo qual os direitos fundamentais são respeitados em
seu território. O Estado passa, assim, a consentir no controle e na fiscalização da
comunidade internacional quando, em casos de violação a direitos fundamentais,
a resposta das instituições nacionais se mostra insuficiente e falha, ou, por vezes,
inexistente. Enfatize-se, contudo, que a ação internacional é sempre uma ação su-
plementar, constituindo uma garantia adicional de proteção dos direitos humanos.
l Enfatize-se que a Constituição brasileira de 1988, como marco jurídico da instituci-
onalização dos direitos humanos e da transição democrática no país, ineditamente,
consagra o primado do respeito aos direitos humanos como paradigma propug-
nado para a ordem internacional.

1) Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) - 1948


l Maior referência da internacionalização dos direitos humanos > pós a segunda
guerra mundial.
l A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento criado
para estabelecer medidas que garantam direitos básicos para uma vida digna. O
objetivo da Declaração é que os direitos humanos sejam assegurados a todos os
cidadãos do mundo.

2) Precedentes Históricos do Direito Internacional


l Declaração de Direitos do Bom Povo da Virginia (1776) – Foco na liberdade, propri-
edade e segurança. A Declaração de Direitos de Virgínia é uma declaração de di-
reitos estadunidense de 1776, que se inscreve no contexto da luta pela indepen-
dência dos Estados Unidos da América. Precede a Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América e, como ela, é de nítida inspiração iluminista e con-
tratualista.

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l Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789) – Documento culminante
da Revolução Francesa, que define os direitos individuais e coletivos dos homens
como universais. Conservação dos direitos naturais (liberdade, propriedade, segu-
rança e resistência a opressão).
l Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado (1918) – Direitos sociais.
Tem foco na justiça social, fim da propriedade dos meios fundamentais de produ-
ção, tratando do comunitarismo. Visa suprimir a exploração do homem pelo ho-
mem, a abolir completamente a divisão da sociedade em classes, a esmagar im-
placavelmente todos os exploradores, a instalar a organização socialista da socie-
dade e a fazer triunfar o socialismo em todos os países. Visa a socialização do solo,
sendo extinta a propriedade privada da terra > todas as terras passam a ser patri-
mônio nacional e são confiadas aos trabalhadores sem nenhuma espécie de reem-
bolso, na base de uma repartição igualitária em usufruto.
l Direito Internacional Humanitário (Direito Internacional de Guerra) – Convenção de
Genebra de 1864, Segunda Convenção de Genebra de 1907, Terceira Convenção de
Genebra de 1929 e Quarta Convenção de Genebra de 1949.
l Liga das Nações – Relativização da soberania dos Estados > criado em 1920 para a
proteção das minorias após a Primeira Guerra.
l Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Criada após a 1ª Guerra Mundial, con-
temporânea à Liga das Nações (Hoje é uma agência especializada da ONU). Esta-
beleceu parâmetros normativos fundamentais para a proteção de determinados
direitos sociais.

3) Concepção Contemporânea
l A concepção atual de direitos humanos reproduz uma ideologia individualista do
ser humano, exclusivista, partindo deste pressuposto, percebe-se que o conceito
de direitos do homem se manifesta sob um viés antropocentrista que dificulta in-
clusive a efetivação e difusão desses direitos ao redor do mundo.

4) A Dignidade da Pessoa Humana e os Direitos Humanos


l A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, pela Assembleia
Geral das Nações Unidas, assinala o princípio da humanidade e da dignidade já no
seu preâmbulo: “Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a to-
dos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis constitui
o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo (…). Considerando que
as Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ho-
mem, na dignidade e valor da pessoa humana (…)”.
l A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969, estabelece, em seu art.
11, § 1º, que “Toda pessoa humana tem direito ao respeito de sua honra e ao reco-
nhecimento de sua dignidade”.
l A dignidade da pessoa humana abrange uma diversidade de valores existentes na
sociedade. Preceitua Ingo Wolfgang Sarlet ao conceituar a dignidade da pessoa
humana: “[...] temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e dis-
tintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e considera-
ção por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um com-
plexo de direitos e deveres fundamentais que asseguram a pessoa tanto contra

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todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe ga-
rantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar
e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria exis-
tência e da vida em comunhão com os demais seres humanos”.

Classificação e Conteúdo dos Direitos Humanos


1) Características dos Direitos Humanos

I) Historicidade - os direitos fundamentais apresentam natureza histórica, ad-


vindo do Cristianismo, superando diversas revoluções até chegarem aos dias
atuais;

II) Universalidade – alcançam a todos os seres humanos indistintamente;


nesse sentido fala-se em “Sistema Global de Proteção de Direitos Humanos”;

III) Inexauribilidade – são inesgotáveis no sentido de que podem ser expan-


didos, ampliados e a qualquer tempo podem surgir novos direitos (vide art. 5º,
§ 2º, CF);

IV) Essencialidade – os direitos humanos são inerentes ao ser humano, tendo


por base os valores supremos do homem e sua dignidade (aspecto material),
assumindo posição normativa de destaque (aspecto formal).

V) Imprescritibilidade – tais direitos não se perdem com o passar do tempo;

VI) Inalienabilidade – não existe possibilidade de transferência, a qualquer tí-


tulo, desses direitos;

VII) Irrenunciabilidade – deles não pode haver renúncia, pois ninguém pode
abrir mão da própria natureza;

VIII) Inviolabilidade – não podem ser violados por leis infraconstitucionais,


nem por atos administrativos de agente do Poder Público, sob pena de res-
ponsabilidade civil, penal e administrativa;

IX) Efetividade – A Administração Pública deve criar mecanismos coercitivos


aptos a efetivação dos direitos fundamentais;

X) Limitabilidade - os direitos não são absolutos, sofrendo restrições nos mo-


mentos constitucionais de crise (Estado de Sítio) e também frente a interesses
ou direitos que, acaso confrontados, sejam mais importantes (Princípio da
Ponderação);

XI) Complementaridade – os direitos fundamentais devem ser observados


não isoladamente, mas de forma conjunta e interativa com as demais normas,
princípios e objetivos estatuídos pelo constituinte;

XII) Concorrência – os direitos fundamentais podem ser exercidos de forma


acumulada, quando, por exemplo, um jornalista transmite uma notícia e ex-
põe sua opinião (liberdade de informação, comunicação e opinião).

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XIII) Vedação do retrocesso – os direitos humanos jamais podem ser diminu-
ídos ou reduzidos no seu aspecto de proteção (O Estado não pode proteger
menos do que já vem protegendo).

2) Dimensões/Gerações de Direitos Humanos


l Classicamente, os direitos humanos são classificados, segundo a Teoria Geracional,
em quatro gerações de direitos, a saber:
l Direitos humanos de 1ª GERAÇÃO são aqueles que dizem respeito aos direitos civis
e políticos, relacionando-se ao valor de liberdade.
l Direitos humanos de 2ª GERAÇÃO são aqueles que dizem respeito aos direitos so-
ciais, culturais e econômicos, relacionando-se, assim, com os valores de igualdade.
l Direitos humanos de 3ª GERAÇÃO são aqueles que dizem respeito aos direitos dos
povos, objetivando o respeito mútuo, o preservacionismo ambiental, uma distribui-
ção melhor da renda, por exemplo. Ou seja, fraternidade.
n Segundo LENZA (2008, p. 588), “os direitos de terceira geração emergiram do
fato de o ser humano estar inserido em uma coletividade e a partir daí ter direi-
tos de solidariedade.”
l Essas três primeiras gerações de direitos foram relacionadas respectivamente aos
ideais e princípios de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa.
l Já os direitos humanos de 4ª GERAÇÃO referem-se aos direitos decorrentes da en-
genharia genética.
l Além dessas quatro gerações de direitos humanos, há alguns autores que assina-
lam a existência de uma quinta geração, relacionada aos direitos da informática.
l A Teoria Geracional dos direitos humanos é bastante questionada e combatida
pela doutrina mais atual, pois o termo geração confere uma ideia de sucessão ou
substituição da geração anterior pela posterior.

Vigência e Eficácia das Dimensões de Direitos Huma-


nos
l Antes de entrarmos na análise da eficácia dos direitos fundamentais, é preciso sa-
bermos o que significa a expressão “eficácia.” Pois bem, eficácia pode ser definida
como algo que produz efeitos.
l De acordo, com o art. 5º, §1º, de nossa Carta Constitucional, as normas relativas às
garantias e aos direitos fundamentais, possuem eficácia plena e imediata. Isso sig-
nifica, que essas normas jurídicas não precisarão da atuação do legislador infra-
constitucional, para poderem ser efetivadas. Essas normas, portanto, não precisa-
rão receber regulamentação legal para serem eficazes. Assim, as mesmas poderão
ser aplicadas pelo intérprete imediatamente aos casos concretos.
l O STF consagrou na jurisprudência pátria a teoria da eficácia direta e imediata dos
direitos fundamentais nas relações privadas, ao admitir que as sociedades privadas
devem obediência aos direitos fundamentais, e quando quiserem excluir um sócio,
deverão obedecer os direitos fundamentais da ampla defesa, do contraditório e do
devido processo legal. Assim, a teoria da eficácia direta e imediata dos direitos fun-
damentais nas relações privadas é um importante instrumento de efetivação dos
direitos fundamentais.

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Tribunal Penal Internacional (TPI)
1) Estatuto de Roma
l O Estatuto de Roma é um tratado que estabeleceu a Corte Penal Internacional -
CPI (também conhecida como Tribunal Penal Internacional - TPI). O tratado foi
adotado em 17 de julho de 1998, em Roma, na Itália.
l Na oportunidade, 122 Estados assinaram o tratado.
l O Brasil, passou a ser signatário em 2002, quando o Congresso Nacional aprovou o
texto em junho de 2002 e promulgado pelo Presidente Fernando Henrique Car-
doso através do Decreto 4.388/02, em 25 de setembro 2002.
l A CPI começou oficialmente suas atividades em 11 de março de 2003.
l O Tribunal Penal Internacional (TPI) é uma corte permanente e independente, que
julga pessoas acusadas de crimes do mais sério interesse internacional, como ge-
nocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
l O TPI é uma corte de última instância. Ele não agirá se um caso foi ou estiver sendo
investigado ou julgado por um sistema jurídico nacional, a não ser que os procedi-
mentos desse país não forem genuínos, como no caso de terem caráter mera-
mente formal, a fim de proteger o acusado de sua possível responsabilidade jurí-
dica. Além disso, o TPI só julga casos que ele considerar extremamente graves.
l Em todas as suas atividades, o TPI observa os mais altos padrões de julgamento
justo, e suas atividades são estabelecidas pelo Estatuto de Roma.
l Embora não faça parte das Nações Unidas, ele mantém uma relação de coopera-
ção com a ONU. O Tribunal está sediado na Haia, Holanda, mas pode se reunir em
outros locais. Ele é composto por quatro órgãos: a Presidência, as divisões judiciais,
o escritório do promotor e o secretariado.

2) Precedentes do TPI
l Desde a 2ª Guerra Mundial, ocorreram cerca de 250 conflitos de caráter internaci-
onal e não-internacional, os quais produziram o que se estima serem 170 milhões
de vítimas > crescente indignação diante dos crimes decorrentes de conflitos béli-
cos e a busca por uma justiça penal supranacional, configurando a jurisdição inter-
nacional sobre pessoas físicas.
l 1947 – A assembléia-geral das nações unidas solicitou à comissão de direito inter-
nacional (cdi) que examinasse a possibilidade de se criar um órgão judiciário penal
para julgar os autores de genocídio e de outros crimes relevantes de sua compe-
tência.
l 1951 – CDI elaborou o primeiro projeto de Estatuto de um Tribunal Penal Internaci-
onal. Contudo, o contexto de divergências ideológicas da "Guerra Fria" dificultou a
formação de um consenso sobre os valores considerados fundamenais para a hu-
manidade.
l 1989 – Foi apenas com o fim da "Guerra Fria" que o anseio da criação de uma juris-
dição penal internacional destacou-se. Em uma sessão especial da ONU sobre trá-
fico de drogas, Trinidad e Tobago levantou a a sugestão de que um Tribunal Penal
Internacional fosse estabelecido para lidar com aquela questão, cnsiderando a atu-
ação global dos traficantes.

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l 1993 – A CDI reuniu-se e elaborou um amplo e sistemático projeto de artigos, o qual
foi enviado à Assembléia-Geral, que convidou os Estados a apresentarem suas ob-
servações por escrito. Frente à diversidade de propostas, foi necessária a criação de
um Comitê Preparatório (PrepCom).
l 1998 – Por fim, em Roma, foi realizada a “Conferência Diplomática das Nações Uni-
das de Plenipotenciários sobre o Estabelecimento de um Tribunal Penal Internaci-
onal” para a aprovação da proposta de Estatuto.

3) Características e Competências Material e Temporal


l O Tribunal pode exercer jurisdição sobre genocídio, crimes contra a humanidade e
crimes de guerra. Estes crimes estão definidos em detalhes no Estatuto de Roma.
O Tribunal possui jurisdição sobre os indivíduos acusados destes crimes (e não so-
bre seus Estados, como no caso da CIJ). Isto inclui aqueles diretamente responsá-
veis por cometer os crimes, como também aqueles que tiverem responsabilidade
indireta, por auxiliar ou ser cúmplice do crime. Este último grupo inclui também
oficiais do Exército ou outros comandantes cuja responsabilidade é definida pelo
Estatuto.
l O Tribunal não possui jurisdição universal. Ele só pode exercer sua jurisdição se:
n O acusado é um nacional de um Estado Parte ou de qualquer Estado que aceite
a jurisdição do Tribunal;
n O crime tiver ocorrido no território de um Estado Parte ou de qualquer Estado
que aceite a jurisdição do Tribunal;
n O Conselho de Segurança das Nações Unidas tenha apresentado a situação ao
Procurador, não importando a nacionalidade do acusado ou o local do crime;
n O crime tiver ocorrido após 1° de julho de 2002;
n Caso o país tenha aderido ao Tribunal após 1° de julho, o crime tiver ocorrido
depois de sua adesão, exceto no caso de um país que já tivesse aceito a jurisdi-
ção do Tribunal antes da sua entrada em vigor

4) Desafios Contemporâneos para afirmação da Justiça Penal


Internacional
l O objetivo do TPI é promover o Direito internacional, e seu mandato é de julgar os
indivíduos e não os Estados (tarefa do Tribunal Internacional de Justiça). Ela é com-
petente somente para os crimes mais graves cometidos por indivíduos: genocídios,
crimes de guerra, crimes contra a humanidade e os crimes de agressão.

5) Alguns casos julgados pelo Tribunal Penal Internacional


l Augustin Bizimungu (Ruanda): Acusado de genocídio pelo Tribunal Penal Interna-
cional para Ruanda (TPIR). Segundo ONU, 800 mil pessoas foram assassinadas em
Ruanda, em 1994, em sua maioria da etnia tutsi. Resultado: Condenado a 30 anos
de prisão em maio de 2011.
l Muammar Gaddafi (Líbia): Acusado por crimes contra a humanidade. Entre as acu-
sações estão o ataque a civis em vias públicas, disparos contra manifestantes com

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armas de fogo, uso de armamento pesado em funerais e uso de franco-atiradores
nos protestos.
l Ante Gotovina (Sérvia): Acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, co-
metidos em 1995 contra a população sérvia na Croácia. Segundo a acusação, eles
foram responsáveis pela morte de 324 civis ou soldados que entregaram armas e
pelo deslocamento forçado de 90.000 sérvios de Krajina. Gotovina foi quem co-
mandou a ofensiva militar "Operação Tempestade" que tentou reconquistar a re-
gião de Krajina, ao sul da Croácia, a última zona de resistência controlada pelos
sérvios na Croácia em 1995. Resultado: Foi condenado a 24 anos de prisão, em maio
de 2011, em um julgamento que durou mais de 303 dias.
l William Samoei Ruto, Henry Kiprono Kosgey e Joshua Arap Sang (Quênia): Acusa-
dos de crimes contra a humanidade, entre eles, assassinatos, incitação de violência
entre diferentes grupos e perseguições à população civil.
l Abu Garda (Sudão): Acusado de crimes de guerra e de comandar um ataque no
qual teriam morrido 12 soldados. Foi um dos primeiros acusados pelo Tribunal Pe-
nal a se entregar voluntariamente. Resultado: No julgamento, em 2010, a Corte de-
cidiu que não havia provas suficientes para condenar Abu Garda.

6) Tratado de Versalhes e os Crimes de Guerra


l O Tratado de Versalhes foi um tratado de paz, concluído, em grande parte, com
base nos princípios entabulados durante a 2ª Convenção de Paz de Haia, em 1907,
tendo como objetivo principal encerrar a Primeira Guerra Mundial, onde estimou-
se conservadoramente que pelo menos 10 milhões de soldados haviam morrido e
20 milhões restaram feridos. As perdas civis pareciam incalculáveis, e havia grande
clamor público para punir os responsáveis pela agressão e as atrocidades cometi-
das em violação às leis da guerra.
l Ficou conhecido pela imposição de condições rigorosas à Alemanha. Nele, ingleses
e franceses impuseram os termos da rendição alemã no dia 28 de junho de 1919
após longos meses de deliberações.
l Por leis da guerra, entenda-se a Convenção de Genebra de 1864. Comparato explica
que em 1864 foi criada a Convenção de Genebra que tratava dos direitos dos civis
e militares durante as guerras. A Convenção proibia o mau tratamento de civis e
militares capturados, configurando-se como a “primeira introdução dos direitos
humanos em âmbito internacional”. Mas também é conhecida como um instru-
mento de direito humanitário, ou seja, a área do direito internacional que trata do
direito dos civis e militares em tempos de guerra, incluindo os refugiados e os asi-
lados.
l A intenção de punir os violadores do direito humanitário surgiu pelas Potências
Aliadas (EUA, França, Inglaterra, Itália e Japão) em 25 de janeiro de 1919, tendo por
inovador o conceito de responsabilização penal individual no âmbito do direito in-
ternacional, sendo estabelecido pela Comissão sobre as responsabilidades dos au-
tores da Guerra e sobre as execuções das punições.
l Elaborado por 15 membros, o relatório foi entregue em março de 1919, com conclu-
são feita pela referida comissão, estabelecendo a responsabilidade primária da Ale-
manha, haja vista que declarou guerra ao perseguir uma política de agressão, pla-
nejada secretamente em suas origens e que possui o caráter de uma conspiração
sombria contra a paz na Europa.

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l No entanto, na Conferência de Paz de Paris (1919) (Paris Peace Conference), houve
intenso debate, entre os Aliados, sobre as possibilidades de realizações de julga-
mentos por crimes contra humanidade previstos na Convenção de Genebra de
1864.
l Assinado em Versalhes, em 28 de junho de 1919, houve concordância quanto aos
termos de um Tratado de Paz entre os Aliados, os Poderes Associados e a Alema-
nha. O tratado previa, em seu artigo 227, a criação de um tribunal penal internaci-
onal ad hoc para julgar Kaiser Wilhelm II por haver dado início a guerra, bem como
em seus artigos 228 e 229, o julgamento dos militares alemães acusados de violar
as leis e costumes da guerra por tribunais militares dos aliados (Allied Military Tri-
bunals) ou cortes militares de qualquer dos aliados.

7) Tribunal Penal Internacional Ad Hoc


l Tribunais ou juízos instituídos excepcionalmente, com a finalidade de julgar crimes
específicos, posteriores ao fato ou até mesmo, em razão da pessoa e possuem um
caráter temporário.
l Nos anos 90, surgiram os Tribunais ad hoc, criados pelo Conselho de Segurança da
ONU, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPIY) e o Tribunal Penal
Internacional para Ruanda (TPIR) para julgar as violações do Direito Humanitário
ocorridas durante as guerras civis destes países.

Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos


l O sistema global de proteção dos direitos humanos, da ONU, contém normas de
alcance geral e de alcance especial. As normas de alcance geral e destinadas a to-
dos os indivíduos, genérica e abstratamente, são os Pactos Internacionais de Direi-
tos Civis e Políticos e o de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
l No sistema global, além do sistema de denúncias individuais, há também o sistema
de investigações e o de relatórios.
l Ao ratificar os tratados internacionais mencionados, o Brasil assumiu a obrigação
de enviar relatórios periódicos para os Comitês e de sujeitar-se a uma eventual in-
vestigação sobre a situação dos direitos humanos no seu território. Uma forma de
participação e de intervenção das organizações de direitos humanos no sistema da
ONU é o encaminhamento de relatórios próprios aos respectivos Comitês, para que
sejam analisados juntamente com os relatórios enviados pelos Estados.
l O sistema da ONU possui dois tipos de procedimento: os convencionais e os não
convencionais.
n O procedimento convencional requer a sua previsão expressa em tratados, pac-
tos e convenções internacionais, e é supervisionado pelos órgãos internacionais
de supervisão, os Comitês (através do sistema de denúncias, relatórios e investi-
gações).
n Os procedimentos não convencionais são mecanismos não previstos em trata-
dos que contribuem para a maior eficácia do sistema internacional de proteção.

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1) Tratados Internacionais de Direitos Humanos
l A Carta Internacional dos Direitos do Homem é constituída pela Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem, pelo Pacto Internacional sobre os Direitos Econó-
micos Sociais e Culturais e pelo Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políti-
cos e seu Protocolo Facultativo.
l Inicialmente, foram expressos diferentes pontos de vista acerca da forma que a
Carta deveria revestir. O Comité de Redacção decidiu elaborar dois documentos:
um, sob a forma de uma declaração que daria a conhecer princípios gerais ou nor-
mas de direitos humanos; o outro, sob a forma de um acordo que definiria direitos
específicos e as suas limitações.

2) A Constituição Federal de 1988 e os Tratados dos Direitos Hu-


manos
l A Carta Magna de 1988 acolhe o princípio da indivisibilidade e interdependência
dos direitos humanos, pelo qual o valor da liberdade se conjuga com o valor da
igualdade, não havendo como separar os direitos de igualdade dos direitos de li-
berdade.
l Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem apro-
vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
l Os tratados de direitos que vierem a ser incorporados no Brasil podem ter valor
constitucional, se seguirem o parágrafo 3º, do artigo 5º, da CF, inserido pela
Emenda Constitucional 45, que diz: "Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen-
tes às emendas constitucionais".
l Os tratados já vigentes no Brasil possuem valor supralegal.
l O Direito constitucional, depois de 1988, conta com relações diferenciadas frente
ao Direito Internacional dos Direitos Humanos. A visão da supralegalidade deste

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último encontra amparo em vários dispositivos constitucionais (CF, artigo 4º, artigo
5º, parágrafo 2º, e parágrafo 3º e 4º do mesmo artigo 5º).

3) Relação da CF/88 com os Tratados Internacionaise Direitos Hu-


manos
l Hierarquia
l Incorporação
l Impactos

Atualmente, temos 4 tratados internacionais de direitos humanos com status


equivalente ao de emenda constitucional:
l Convenção da ONU sobre o Direito das Pessoas com Deficiência;
l Protocolo adicional à Convenção da ONU sobre o Direito das Pessoa com Deficiên-
cia.
l Tratado de Marraqueche (tem por objetivo de facilitar o acesso a obras publicadas
às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para ter acesso
ao texto impresso).
l Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Cor-
relatas de Intolerância.

ATENÇÃO

Constituição Federal

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
b) direitos da pessoa humana;

4) Incorporação dos Tratados Internacionais de Direitos Huma-


nos – TIDH (CF/88, arts. 49, I, 84, VIII)
l Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
n I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
l Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
n VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional;
l A incorporação dos tratados internacionais por parte do ordenamento jurídico bra-
sileiro faz primeiro objeto de análise deste trabalho: da fase de negociação, pas-
sando pela aprovação parlamentar e chegando ao momento de ratificação desses
acordos internacionais.
l Já a análise do caso específico de tratados internacionais de conteúdo de Direitos
Humanos é vista na segunda parte deste estudo, pontuando a previsão legal no
que diz respeito à matéria: Direitos Humanos.
l Os tratados internacionais ingressam na ordem jurídica interna brasileira mediante
o preenchimento dos seguintes requisitos: (a) negociação pelo Estado brasileiro no

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plano internacional; (b) assinatura do instrumento pelo Estado brasileiro; (c) men-
sagem do Poder Executivo ao Congresso Nacional para discussão e aprovação do
instrumento; (d) aprovação parlamentar mediante decreto legislativo; (e) ratifica-
ção do instrumento; (f) promulgação do texto legal do tratado mediante decreto
presidencial.
l A promulgação e publicação incorporam os tratados internacionais ao Direito in-
terno, colocando-os, em regra, no mesmo nível das leis ordinárias, excepcionando-
se os tratados e convenções internacionais aprovados na forma do artigo 5º, pará-
grafo 3º da Constituição Federal após a EC 45/2004, que tratem sobre direitos hu-
manos e forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, os quais serão equiparados às
emendas constitucionais com hierarquia superior às leis ordinárias.

5) Natureza Jurídica dos TIDH


l Os Tratados Internacionais consubstanciam-se em regras de direito internacional,
segundo as quais, à luz do artigo 5º, § 2º da Constituição Federal de 1988, ingressam
no ordenamento jurídico interno, sem exclusão dos direitos e garantias expressos
em nossa Constituição Federal.
l A partir da emenda constitucional 45/2004, Tratados e Convenções Internacionais
deverão ser analisados sob os olhares do §§ 2º e 3º do artigo 5º da CF/88. Àqueles
sobre direitos humanos, deverão passar pelo crivo do § 3º da CF/88, tendo status de
norma constitucional se forem aprovados de acordo com regras gizadas no refe-
rido parágrafo, as mesmas para aprovação das emendas constitucionais. Já os que
versarem sobre direitos humanos, mas com aprovação que não tenha respeitado
os requisitos do § 3º, terão natureza jurídica de norma supralegal.

Sistemas Regionais de Proteção dos Direitos Huma-


nos
l Na atualidade, existem 3 sistemas regionais de proteção (interamericano, europeu
e africano) e um sistema universal (Nações Unidas).

1) Sistema Universal à Nações Unidas


l O sistema global de proteção dos direitos humanos, da ONU, contém normas de
alcance geral e de alcance especial. As normas de alcance geral e destinadas a to-
dos os indivíduos, genérica e abstratamente, são os Pactos Internacionais de Direi-
tos Civis e Políticos e o de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
l A ONU é uma organização internacional responsável por mediar conflitos entre pa-
íses, disseminar a cultura de paz entre as nações, defender o respeito aos direitos
humanos e promover o desenvolvimento sustentável e econômico dos países e a
cooperação entre eles.
l Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento humano sustentável, o cres-
cimento do país e o combate à pobreza, o Sistema das Nações Unidas no Brasil tem

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a constante missão de alinhar seus serviços às necessidades de um país dinâmico,
multifacetado e diversificado.

2) Sistemas Regionais de Proteção


l EUROPEU: O Sistema Europeu surgiu ao final da 2ª Guerra Mundial, contexto his-
tórico marcado por atrocidades e violações aos direitos humanos. Por ter sido o
primeiro sistema efetivamente instalado, é considerado como o de maior grau de
evolução e o influenciador dos demais Sistemas Regionais. No âmbito europeu, a
proteção dos direitos humanos é desempenhada, primordialmente, pela Corte Eu-
ropeia de Direitos Humanos (CEDH), criada a partir da Convenção Europeia dos Di-
reitos Humanos, de 1950. Todos os direitos protegidos por este sistema estão con-
tidos em uma Convenção e nos Protocolos Adicionais, dos quais os mais importan-
tes são os de número 11 e 14.
l AFRICANO: A Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos ou Carta de Ban-
jul é o principal instrumento normativo do Sistema Regional Africano, e foi adotada
em 1981 pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Organização da
Unidade Africana (atual União Africana), entrando em vigor apenas em 1986.
l INTERAMERICANO: O sistema interamericano de proteção dos direitos humanos é
o sistema regional aplicável ao Estado brasileiro e é composto pela Comissão Inte-
ramericana de Direitos Humanos e pela Corte Interamericana de Direitos Huma-
nos, órgãos de monitoramento da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Trata-se de um único órgão, com diferentes atribuições no âmbito da OEA e da
Convenção Americana. Foi instalada em 1960 e atua estimulando a consciência dos
direitos humanos nos países da América. Composição: sete membros, de alta au-
toridade moral e reconhecido saber em matéria de direitos humanos (artigo 34 da
CADH). Entre suas diversas funções, cabe à Comissão inquirir, garantir e promover
os direitos humanos, onde os Estados-membros ao desrespeitarem os atos pres-
critos na Carta da OEA, se responsabilizaram pelos demais Estados-membros.

1948 1959 1969 1979

•OEA – •Comissão •Convenção •Corte


Declaração Interamericana Americana Interamericana
Americana dos de Direitos sobre Direitos de Direitos
Direitos e Humanos Humanos Humanos
Deveres do
Homem

l Meios de proteção: 2 órgãos, integrados, cada um, por 7 membros de alta respeita-
bilidade moral e conhecimento.
n Comissão Interamericana: Órgão político, quase judicial que aprecia petições.
n Corte Interamericana: Órgão jurisdicional com competência contenciosa (ela-
bora sentenças) e consultiva (profere pareceres).

CASOS CONTRA O BRASIL PERANTE A COMISSÃO INTERAMERICANA DE


DIREITOS HUMANOS
l Detenção arbitrária, tortura e assassinato cometidos durante o regime militar
n Ex.: Guerrilha do Araguaia (Brasil condenado na Corte), Vladimir Herzog.
l Violação dos direitos dos povos indígenas Violência rural
l Violência policial

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l Violação dos direitos de crianças e adolescentes
l Violência contra a mulher
l Discriminação racial
l Violência contra defensores de Direitos Humanos
l Violação de direitos sociais

CORTE INTERAMERICANA E CONTROLE DA CONVENCIONALIDADE


l Violações que refletem o legado do regime autoritário ditatorial
l Violações que refletem questões da justiça de transição (transitional justice)
l Violações que refletem desafios acerca do fortalecimento de instituições e da con-
solidação do Estado de Direito (rule of law)
l Violações de direitos de grupos vulneráveis
l Violações a direitos sociais
l Violação a Direitos da Agenda Contemporânea

BRASIL, NO ÂMBITO DA OEA, NÃO RATIFICOU NEM ASSINOU:


l Convenção interamericana de discriminação e Intolerância
l Convenção Interamericana Sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos

3) Direitos Fundamentais
l Os direitos fundamentais sociais, na sua grande maioria, estão expressamente pre-
vistos no art. 6º, da CRFB/88.
n Art. 6. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mo-
radia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
l Além disso, várias medidas foram previstas no texto constitucional para conferir
uma eficácia maior a esses direitos sociais, como, por exemplo, percentuais míni-
mos para a saúde e educação (arts. 198, §2º e 212 da CRFB/88).
l Os direitos fundamentais podem ser identificados sob o ponto de vista formal e
material.
l Sob o prisma do art. 5º, §2º da CRFB/88, o princípio da dignidade da pessoa humana
é um excelente critério material para a identificação dos direitos fundamentais.
Nessa perspectiva, MENDES (2008, p. 227) arremata que “os direitos e garantias
fundamentais, em sentido material, são, pois, pretensões que, em cada momento
histórico, se descobrem a partir da perspectiva do valor da dignidade da pessoa
humana.”
l Segundo CANOTILHO (2003), os direitos fundamentais podem ser classificados em
dois grupos: direitos de defesa e direitos a prestações. Enquanto os direitos funda-
mentais de defesa exigem que o Estado se abstenha de praticar condutas contrá-
rias a tais direitos, os direitos fundamentais a prestações exigem do Estado a reali-
zação de certas prestações positivas, por exemplo, saúde e educação
l Apesar da diferenciação feita entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais em
relação à sua incidência, o conteúdo deles seria o mesmo, significa dizer que são
direitos inerentes a toda e qualquer pessoa, decorrentes da dignidade da pessoa
humana e que atuam como limitação as ações e omissões do Estado e nas relações
dos próprios indivíduos, inclusive nas relações de trabalho.

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4) Federalização de Inquéritos/Processos que envolvem violação
de Direitos Humanos (EC 45/2004)

Ar. 109, V e §5º CF/88 à mudança de competência do inquérito/processo da


Justiça Local (Estadual) para a Justiça Federal.

Art. 109, V, CF/88. Aos juízes federais compete processar e julgar as causas
relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral


da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qual-
quer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competên-
cia para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
l Requisitos:
n Verificar a existência de um TIDH que o Brasil faça parte.
n Verificar a existência de grave violação de um direito lá previsto.
n Verificar se a Justiça Local está inerte ou viciada
l Procedimento: Só o PGR poderá propor um Incidente de Deslocamento de Com-
petência no STJ.

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