características intrínsecas a concepções (universalistas e relativistas)
UNIVERSALISTAS: Para os universalistas o fundamento dos direitos humanos
é a dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, qualquer afronta ao chamado “mínimo ético irredutível” que comprometa a dignidade humana, ainda que em nome da cultura, importará em violação a direitos humanos. Para os universalistas, a posição relativista revela o esforço de justificar graves casos de violação de direitos humanos. Na ótica universalista o ponto de partida é o indivíduo, sua liberdade e autonomia, para que, então, se avance na percepção dos grupos e das coletividades.
RELATIVISTAS: Para os relativistas, a noção de direito está estritamente
relacionada ao sistema político, econômico, cultural, social e moral vigente em determinada sociedade. Sob esse prisma, cada sociedade possui seu próprio discurso sobre os direitos fundamentais. Na ótica relativista o ponto de partida é a coletividade, e o indivíduo é percebido como parte integrante da sociedade. O relativismo cultural sustenta: a) Que as regras sobre a moral variam de lugar para lugar; b) Que a forma de compreensão dessa diversidade é colocar-se no contexto cultural em que ela se apresenta; c) Que as reivindicações morais derivam de um contexto cultural, que em si mesmo é a fonte de sua validade. O relativismo cultural dos Direitos Humanos consiste no fato de que cada cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua de forma distinta o que são os Direitos Humanos para a cultura X em relação à cultura Y; a dignidade humana por exemplo, pode ter um significado diferente para essas duas. Conclusão: não há moral universal, já que a história do mundo é a história de uma pluralidade de culturas e, nesse sentido, buscar uma universalidade, como critério da moralidade, é uma versão imperialista de tentar fazer com que valores de uma determinada cultura sejam gerais. A pretensão de universalidade de direitos humanos simboliza a arrogância do imperialismo cultural do mundo ocidental, que tenta universalizar suas próprias crenças. DUDH – Declaração Universal dos Direitos Humanos:
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização
das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. As principais características doutrinárias atribuídas aos Direitos Humanos fundamentais são:
(1) Historicidade. São históricos como qualquer direito. Nascem, modificam-se
e desaparecem. Eles apareceram com a revolução burguesa e evoluem, ampliam-se, com o correr dos tempos; (2) Inalienabilidade. São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não são de conteúdo econômico-patrimonial. Se a ordem constitucional os confere a todos, deles não se pode desfazer, porque são indisponíveis; (3) Imprescritibilidade. O exercício de boa parte dos direitos fundamentais ocorre só no fato de existirem reconhecidos na ordem jurídica (...). Se são sempre exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal de não exercício que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição; (4) Irrenunciabilidade. Não se renunciam direitos fundamentais. Alguns deles podem até não ser exercidos, pode-se deixar de exercê-los, mas não se admite sejam renunciados. Vê-se, portanto, que é completamente contrária às características dos direitos humanos a ideia de uma raça humana superior.
Órgãos da ONU e suas competências:
I- A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É lá
que todos os Estados-Membros da Organização (193 países) se reúnem para discutir os assuntos que afetam a vida de todos os habitantes do planeta. Na Assembleia Geral, todos os países têm direito a um voto, ou seja, existe total igualdade entre todos seus membros.
Assuntos em pauta: paz e segurança, aprovação de novos membros, questões
de orçamento, desarmamento, cooperação internacional em todas as áreas, direitos humanos, etc. As resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como recomendações e não são obrigatórias.
Resoluções da Assembleia Geral:
Não possuem caráter vinculativo.
Os estados não estão obrigados a obedecer. Tem apenas um efeito moral. Não tem força de tratado e sim de uma recomendação
II- Corte Internacional de Justiça (CIJ):
É o Órgão Judiciário das Nações Unidas, responsável pelo processo e
julgamento de todas as lides entre Estados membros das Nações Unidas. Se ela é a responsável por processar e julgar as causas técnicas entre Estados, o certo é que o Estado tem que manifestar o seu aceite para ser parte perante a corte. Então por regra deve-se incluir cláusula no tratado aceitando, de antemão, ser demandado pelo outro Estado na Corte Internacional de Justiça. Jamais ela julgará pessoa física. Tem sede em Haia.
III- Conselho Econômico e Social:
Tem competência para promover a cooperação em questões econômicas,
sociais e culturais incluindo direitos humanos. Faz recomendações para a promoção da defesa de direitos humanos. Composto por 54 membros.
IV- Conselho de tutela:
Praticamente se extinguiu em 1.994 – com as atuações da ONU no Timor Leste
(quando a ONU consegue implantar a ideia de independência em países que ainda se submetiam a tutela internacional).
O ideal que é o país seja independente.
O conselho de tutela tinha por objetivo o desenvolvimento nos territórios desse
espírito de independência (o ideal é que nenhum país seja dependente de outro).
Convenção Interamericana Contra o Racismo, a Discriminação Racial e
Formas correlatas de Intolerância (2013):
foi ratificada pelo Presidente da República em maio de 2021, o que gerou a
eficácia para o Brasil no âmbito internacional, mas, ainda, sem efeitos internos, porque faltava a promulgação pelo decreto presidencial, o que somente ocorreu em janeiro de 2022.
No que tange ao tema do Processo de Internacionalização dos Direitos
Humanos, é preciso lembrar dos PRECEDENTES.
A. PRIMEIRO PRECEDENTE
Direito Internacional Humanitário – Século XIX
‘’Cruz vermelha internacional’’ – tratar do ser humano e não o cidadão de país x
ou y;
Ligar à Convenção de Genebra
B. SEGUNDO PRECEDENTE
Liga das Nações – Século XX
Crise em relação à refugiados russos – os russos vagavam sem passaporte –
Ideia de Passaporte de Nansen (o passaporte dava a perspectiva de trânsito entre os países, logo, forja a ideia de proteção à pessoa humana), criado por Fridtjof Nansen
C. TERCEIRO PRECEDENTE
OIT – Organização Internacional do Trabalho – Século XX
Melhores condições de vida e de trabalho para obreiros em todo o mundo
Ficar ligado ao contexto do Tratado de Versalhes
Com relação a afirmação histórica dos direitos humanos:
A Carta Política mexicana de 1917 foi a primeira a atribuir aos direitos
trabalhistas a qualidade de direitos fundamentais, juntamente com as liberdades individuais e os direitos políticos (arts. 5º e 123).
Revolução Francesa foi o período de convulsão política vivido na França entre
1789 e 1815.
O Bill of Rights (Lista de Direitos) foi uma carta de direitos, criada e
aprovada pelo Parlamento da Inglaterra em 1689. Ele foi um importante avanço democrático na Inglaterra, em pleno século XVII, como também na questão dos direitos individuais. O Bill of Rigths foi criado no contexto do fim da Revolução Gloriosa (1688 – 1689), que limitou o poder do rei na Inglaterra, aumentando o poder do Parlamento.
Na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) fixou-se, no
campo penal, que não há crime sem lei anterior que o define, nem pena que não seja fixada em lei.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (em francês:
Déclaration des Droits de l'Homme et du Citoyen) é um documento culminante da Revolução Francesa, que define os direitos individuais e coletivos dos homens (tomada, teoricamente, a palavra na acepção de "seres humanos") como universais.
Inspirada na declaração da independência americana de 1776 e no espírito
filosófico do século XVII, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão marca o fim do Antigo Regime e o início de uma nova era. Elaborado durante a Revolução Francesa de 1789, e que iria refletir a partir de sua divulgação, um ideal de âmbito universal, ou seja, o de liberdade, igualde e fraternidade humanas, acima dos interesses de qualquer particular.
Uma pesquisa bibliográfica e histórica devido a importância da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 para o mundo ocidental no que se refere aos direitos individuais e coletivos dos homens como direitos universais.
Lançada em 1791, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, de
autoria de Olympe de Gouges, foi uma resposta à conhecida Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, produzida no contexto das rupturas sociais, culturais e políticas no período da Revolução Francesa. Com um apelo fervoroso pela emancipação feminina, a obra é considera um divisor de águas e um texto-referência da história das mulheres.