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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

ocidental moderna, mas existem ao menos duas posturas principais mais.


DIREITOS HUMANOS Alguns afirmam que todas as culturas possuem visões de dignidade que se
Conceitos de Direitos Humanos. Evolução dos Direitos Humanos. são uma forma de direitos humanos, e fazem referência a proclamações
Princípios e Características dos Direitos Humanos. como a Carta de Mandén, de 1222, declaração fundacional do Império de
Direitos Humanos e Ordenamento Jurídico brasileiro. Mali. Não obstante, nem em japonês nem em sânscrito clássico, por
Constituição da Republica Federativa do Brasil: Art. 5º ao 7º e Art. exemplo, existiu o termo "direito" até que se produziram contatos com a
14. cultura ocidental, já que culturas orientais colocaram tradicionalmente um
Carta das Nações Unidas (26/06/1945). peso nos deveres. Existe também quem considere que o Ocidente não
criou a idéia nem o conceito do direitos humanos, ainda que tenha
Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948).
encontrado uma maneira concreta de sistematizá-los, através de uma
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (16/12/1966). discussão progressiva e com base no projeto de uma filosofia dos direitos
Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, humanos.
Desumanos ou Degradantes (10/12/1984). Estatuto de Roma
(17/07/1998). As teorias que defendem o universalismo dos direitos humanos se
contrapõem ao relativismo cultural, que afirma a validez de todos os
Os Direitos Humanos e a Segurança Pública.
sistemas culturais e a impossibilidade de qualquer valorização absoluta
desde um marco externo, que, neste caso, seriam os direitos humanos
universais. Entre essas duas posturas extremas situa-se uma gama de
Direitos humanos
posições intermediárias. Muitas declarações de direitos humanos emitidas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. por organizações internacionais regionais põem um acento maior ou menor
no aspecto cultural e dão mais importância a determinados direitos de
acordo com sua trajetória histórica. A Organização da Unidade
Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de Direitos Humanos e de
Povos[4], que reconhecia princípios da Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948 e adicionava outros que tradicionalmente se tinham
negado na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos
Estados de eliminar todas as formas de exploração econômica estrangeira.
Mais tarde, os Estados africanos que acordaram a Declaração de Túnez,
em 6 de novembro de 1992, afirmaram que não se pode prescrever um
modelo determinado a nível universal, já que não podem se desvincular as
realidades históricas e culturais de cada nação e as tradições, normas e
valores de cada povo. Em uma linha similar se pronunciam a Declaração de
Bangkok, emitida por países asiáticos em 23 de abril de 1993, e de Cairo,
firmada pela Organização da Conferência Islâmica em 5 de
agosto de 1990.
Também a visão ocidental-capitalista dos direitos humanos, centrada
nos direitos civis e políticos, se opôs um pouco durante a Guerra Fria,
destacando no seio dasNações Unidas, ao do bloco socialista, que
privilegiava os direitos econômicos, sociais e culturais e a satisfação das
necessidades elementais.
História
Os direitos humanos ou coletivos são aqueles adquiridos em
decorrência do resultado de uma longa história, foram debatidos ao longo
dos séculos por filósofos e juristas .
O início desta caminhada, remete-nos para a área da religião, quando
Direitos do homem e da mulher - Pintura mural em Saint-Josse- o Cristianismo, durante a Idade Média, é a afirmação da defesa da
ten-Noode (Bélgica). O texto resume os artigos 18 e 19 da Declaração igualdade todos os homens numa mesma dignidade, foi também durante
Universal dos Direitos Humanos. esta época que os matemáticos cristãos recolheram e desenvolveram a
teoria do direito natural, em que o indivíduo está no centro de uma ordem
Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos
social e jurídica justa, mas a lei divina tem prevalência sobre o direito laico
os seres humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a
tal como é definido pelo imperador, o rei ou o príncipe. Logo foram criadas
ideia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a igualdade
muitas coisas no decorrer do tempo.
perante a lei.
Com a idade moderna, os racionalistas dos séculos XVII e XVIII,
A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das
reformulam as teorias do direito natural, deixando de estar submetido a
Nações Unidas afirma que :
uma ordem divina. Para os racionalistas todos os homens são por natureza
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em di- livres e têm certos direitos inatos de que não podem ser despojados
reitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os quando entram em sociedade. Foi esta corrente de pensamento que
outros em espírito de fraternidade. – Artigo1º 1) acabou por inspirar o atual sistema internacional de proteção dos direitos
do homem.
As ideias de direitos humanos tem origem no
conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos A evolução destas correntes veio a dar frutos pela primeira vez
por Deus; [2]alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os em Inglaterra, e depois nos Estados Unidos. A Magna Carta (1215) deu
direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura garantias contra a arbitrariedade da Coroa, e influenciou diversos
etiquetas para uma mesma ideia. Outros argumentam ser necessário documentos, como por exemplo o Ato Habeas Corpus (1679), que foi a
manter termos separados para eliminar a associação com características primeira tentativa para impedir as detenções ilegais. A Declaração
normalmente relacionadas com os direitos naturais.,[3] sendo John Americana da Independência surgiu a 4 de Julho de 1776, onde constavam
Searl talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.[2] os direitos naturais do ser humano que o poder político deve respeitar, esta
declaração teve como base a Declaração de Virgínia proclamada a 12 de
Existe um importante debate sobre a origem cultural dos direitos Junho de 1776, onde estava expressa a noção de direitos individuais.
humanos. Geralmente se considera que tenham sua raiz na cultura

Direitos Humanos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada Antecedentes remotos
na França em 1789, e as reivindicações ao longo dos séculos XIV e XV em
prol das liberdades, alargou o campo dos direitos humanos e definiu os
direitos econômicos e sociais.
Mas o momento mais importante, na história dos Direitos do Homem, é
durante 1945-1948. Em 1945, os Estados tomam consciência das tragédias
e atrocidades vividas durante a 2ª Guerra Mundial, o que os levou a criar
a Organização das Nações Unidas (ONU) em prol de estabelecer e manter
a paz no mundo. Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada a 20
de Junho de 1945, que os povos exprimiram a sua determinação « em
preservar as gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos
direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da pessoa humana,
na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das O Cilindro de Ciro hoje no British Museum, a primeira declaração
nações, grande e pequenas; em promover o progresso social e instaurar dos direitos humanos.
melhores condições de vida numa maior liberdade.». A criação das Nações
Unidas simboliza a necessidade de um mundo de tolerância, de paz, de Um dos documentos mais antigos que vinculou os direitos humanos é
solidariedade entre as nações, que faça avançar o progresso social e o Cilindro de Ciro, que contêm uma declaração do rei persa (antigo Irã) Ciro
económico de todos os povos. II depois de sua conquista da Babilônia em 539 aC. Foi descoberto
em 1879 e a ONU o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais. Pode
Os principais objetivos das Nações Unidas, passam por manter a paz, ser resultado de uma tradição mesopotâmica centrada na figura do rei
a segurança internacional, desenvolver relações amigáveis entre as justo, cujo primeiro exemplo conhecido é o rei Urukagina, de Lagash, que
nações, realizar a cooperação internacional resolvendo problemas reinou durante o século XXIV aC, e de onde cabe destacar
internacionais do cariz econômico, social, intelectual e humanitário, também Hammurabi da Babilônia e seu famoso Código de Hammurabi, que
desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas data do século XVIII aC. O Cilindro de Ciro apresentava características
liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção. inovadoras, especialmente em relação à religião. Nele era declarada a
liberdade de religião e abolição da escravatura. Tem sido valorizado
Assim, a 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações
positivamente por seu sentido humanista e inclusive foi descrito como a
Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
primeira declaração de direitos humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é fundamental na nossa
Documentos muito posteriores, como a Carta Magna da Inglaterra,
Sociedade, quase todos os documentos relativos aos direitos humanos tem
de 1215, e a Carta de Mandén, de 1222, se tem associado também aos
como referência esta Declaração, e alguns Estados fazem referência direta
direitos humanos. Na Roma antiga havia o conceito de direito na cidadania
nas suas constituições nacionais.
romana a todos romanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos ganhou uma importância
Confirmação do conceito
extraordinária, contudo não obriga juridicamente que todos os Estados a
respeitem e, devido a isso, a partir do momento em que foi promulgada, foi A conquista da América no século XVI pelos espanhóis resultou em um
necessário a preparação de inúmeros documentos que especificassem os debate pelos direitos humanos na Espanha. Isto marcou a primeira vez que
direitos presentes na declaração e assim força-se os Estados a cumpri-la. se discutiu o assunto na Europa.
Foi nesse contexto que, no período entre 1945-1966 nasceram vários
documentos. Durante a Revolução inglesa, a burguesia conseguiu satisfazer suas
exigências de ter alguma classe de seguridade contra os abusos da coroa e
Assim, a junção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os limitou o poder dos reis sobre seus súditos, proclamando a Lei de Habeas
dois pactos efetuados em 1966, nomeadamente O Pacto Internacional dos corpus em 1679, em 1689 o Parlamento impôs a Guilhermo III da Inglaterra
Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, na Carta de Direitos (ou Declaração de direitos) uma série de princípios
Sociais e Culturais, bem como os dois protocolos facultativos do Pacto dos sobre os quais os monarcas não podiam legislar ou decidir.
Direitos Civis e Políticos ( que em 1989 aboliu a pena de morte), constituem
A Carta Internacional dos Direitos do Homem.
Evolução histórica
Muitos filósofos e historiadores do Direito consideram que não se pode
falar de direitos humanos até a modernidade no Ocidente. Até então, as
normas da comunidade, concebidas na relação com a ordem cósmica, não
deixavam espaço para o ser humano como sujeito singular, concebendo-se
o direito primariamente como a ordem objetiva da sociedade. A sociedade
estamental tem seu centro em grupos como a família, a linhagem ou as
corporações profissionais ou laborais, o que implica que não se concebem
faculdades próprias do ser humano enquanto tal. Pelo contrário, se entende
que toda faculdade atribuível ao indivíduo deriva de um duplo status: o do
sujeito no seio da família e o desta na sociedade."Fora do Estado não há
direitos".
A existência dos direitos subjetivos, tal e como se pensam na
atualidade, será objeto de debate durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o
que é relevante porque habitualmente se diz que os direitos humanos são
produto da afirmação progressiva da individualidade e que, de acordo com
ele, a idéia de direitos do homem apareceu pela primeira vez durante a luta
burguesa contra o sistema do Antigo Regime. Sendo esta a consideração
mais estendida, outros autores consideram que os direitos humanos são
uma constante na História e tem suas raízes no mundo clássico; também
sua origem se encontra na afirmação do cristianismo da dignidade moral do Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789
homem enquanto pessoa.
No século XVII e XVIII, filósofos europeus, destacando-se John Locke,
desenvolveram o conceito do direito natural. Os direitos naturais, para

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Locke, não dependiam da cidadania nem das leis de um Estado, nem ↑ Carta Africana de Direitos Humanos e de Povos
estavam necessariamente limitadas a um grupo étnico, cultural ou religioso ↑ Aproximaciones a los Derechos Humanos de Cuarta Generación
em particular. A teoria do contrato social, de acordo com seus três ↑ Os Direitos Humanos na Idade Moderna e conteporânea
principais formuladores, o já citado Locke, Thomas Hobbes e Jean-Jacques ↑ Direitos Humanos de 4ª Geração
Rousseau, se baseia em que os direitos do indivíduo são naturais e que, no ↑ A Quinta Geração de Direitos Fundamentais
estado de natureza, todos os homens são titulares de todos os direitos.
A primeira declaração dos direitos humanos da época moderna é Declaração dos Direitos Humanos
a Declaração dos Direitos da Virgínia de 12 de junho de 1776, escrita por
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
George Mason e proclamada pela Convenção da Virgínia. Esta grande
básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados
medida influenciou Thomas Jeffersonna declaração dos direitos humanos
os direitos que todos os seres humanos possuem.
que se existe na Declaração da Independência dos Estados Unidos da
América de 4 de julho de 1776, assim como também influenciou a Preâmbulo
Assembléia Nacional francesa em sua declaração, a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 esta última definia o direito Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
individual. membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
A noção de direitos humanos não experimentou grandes mudanças até
o século seguinte com o início das lutas operárias, surgiram novos direitos Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos
que pretendiam dar solução a determinados problemas sociais através da resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade
intervenção do Estado. Neste processo são importantes a Revolução e que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de
Russa e a Revolução Mexicana. palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da neces-
sidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
Desde o nascimento da Organização das Nações Unidas em 1945, o
conceito de direitos humanos se tem universalizado, alcançando uma Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegi-
grande importância na cultura jurídica internacional. Em 10 de dos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como
dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em sua Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações
Resolução 217 A (III), como resposta aos horrores da Segunda Guerra amistosas entre as nações,
Mundial e como intento de sentar as bases da nova ordem internacional
que surgia atrás do armistício. Coincidência ou não, foi proclamada no Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Car-
mesmo ano da proclamação do estado de Israel. ta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no
valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e
Posteriormente foram aprovados numerosos tratados internacionais que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida
sobre a matéria, entre os quais se destacam os Pactos Internacionais de em uma liberdade mais ampla,
Direitos Humanos de1966, e foram criados numerosos dispositivos para
sua promoção e garantia. hg Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promo-
ver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direi-
Classificação tos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e
Em 1979, em uma conferência do Instituto Internacional de Direitos liberdades,
Humanos, Karel Vasak propôs uma classificação dos direitos humanos em Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liber-
gerações,inspirado no lema da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, dades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse com-
fraternidade).[5] promisso, agora portanto,
Assim, os direitos humanos de primeira geração seriam os direitos de A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos
liberdade, compreendendo os direitos civis, políticos e as liberdades Direitos Humanos
clássicas. Os direitos humanos de segunda geração ou direitos de
igualdade, constituiriam os direitos econômicos, sociais e culturais. Já como como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as na-
direitos humanos de terceira geração, chamados direitos de fraternidade, ções, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade,
estariam o direito ao meio ambiente equilibrado, uma saudável qualidade tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e
de vida, progresso, paz, autodeterminação dos povos e outros direitos da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
difusos.[6] adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva,
Posteriormente, com os avanços da tecnologia e com a Declaração dos tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos
Direitos do Homem e do Genoma Humano feita pela UNESCO, a doutrina dos territórios sob sua jurisdição.
estabeleceu a quarta geração de direitos como sendo os direitos
tecnológicos, tais como o direito de informação e biodireito.[7] Artigo I.

O jurista brasileiro Paulo Bonavides, defende que o direito à paz, que Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direi-
segundo Karel Vasak seria um direito de terceira geração, merece uma tos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos
maior visibilidade, motivo pelo qual constituiria a quinta geração de direitos outros com espírito de fraternidade.
humanos.[8] Artigo II.
Dia Nacional dos Direitos Humanos (Portugal) 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liber-
A Assembleia da República de Portugal, reconhecendo a importância dades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovou em 1998 uma seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra nature-
Resolução na qual institui que o dia 10 de Dezembro passa a ser za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
considerado o Dia Nacional dos Direitos Humanos. condição.

Referências 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição polí-
↑ Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, adoptada e tica, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma
proclamada pela Resolução 217A (III) da Assembléia Geral das Nações pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem gover-
Unidas, em 10 de dezembro de 1948. no próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
↑ a b Natural rights. The Columbia Electronic Encyclopedia, 2005. Artigo III.
↑ Peter Jones. Rights. Palgrave Macmillan, 1994, p. 73

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Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo XVI.
Artigo IV. 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de
raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. duração e sua dissolução.
Artigo V. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consenti-
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, mento dos nubentes.
desumano ou degradante. 3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito
Artigo VI. à proteção da sociedade e do Estado.
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconheci- Artigo XVII.
do como pessoa perante a lei. 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade
Artigo VII. com outros.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer Artigo XVIII.
discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamen-
to a tal discriminação. Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
Artigo VIII. liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais compe- pelo culto e pela observância, em público ou em particular.
tentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais Artigo XIX.
que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este
Artigo IX. direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e indepen-
dentemente de fronteiras.
Artigo X.
Artigo XX.
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e públi-
ca audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação
sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação pacífica.
criminal contra ele. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XI. Artigo XXI.
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser 1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu pa-
presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de ís diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido assegura-
das todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do
seu país.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta von-
Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento tade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio univer-
da prática, era aplicável ao ato delituoso. sal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de
voto.
Artigo XII.
Artigo XXII.
Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua famí-
lia, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à seguran-
reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interfe- ça social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional
rências ou ataques. e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
Artigo XIII. desenvolvimento da sua personalidade.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência Artigo XXIII.
dentro das fronteiras de cada Estado.
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de empre-
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o go, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o de-
próprio, e a este regressar. semprego.
Artigo XIV. 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remu-
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e neração por igual trabalho.
de gozar asilo em outros países. 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legiti- e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
mamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se neces-
objetivos e princípios das Nações Unidas. sário, outros meios de proteção social.
Artigo XV. 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingres-
sar para proteção de seus interesses.
1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
Artigo XXIV.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito de mudar de nacionalidade. Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação
razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Direitos Humanos 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Artigo XXV. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter-
mos desta Constituição;
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegu-
rar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito senão em virtude de lei;
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou <p
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
seu controle. degradante;
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência es- IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonima-
peciais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão to;
da mesma proteção social. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Artigo XXVI. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo asse-
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, gurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência reli-
bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos huma- ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
nos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreen- obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati-
são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou va, fixada em lei;
religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manu- IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
tenção da paz. de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
que será ministrada a seus filhos. moral decorrente de sua violação;
Artigo XXVII. XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe-
netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultu-
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
ral da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico
judicial;
e de seus benefícios.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações te-
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e ma- legráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
teriais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
qual seja autor. de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296,
de 1996)
Artigo XXVIII.
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, a-
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em tendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
ser plenamente realizados. sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Artigo XXIX. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, po-
dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o li- sair com seus bens;
vre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais a-
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará bertos ao público, independentemente de autorização, desde que não
sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local,
fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberda- sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
des de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. caráter paramilitar;
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser e- XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
xercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
Artigo XXX. XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de primeiro caso, o trânsito em julgado;
exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,
Direitos Humanos e Ordenamento Jurídico brasileiro. têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmen-
Constituição da Republica Federativa do Brasil: te;
Art. 5º ao 7º e Art. 14. XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
TÍTULO II
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
CAPÍTULO I
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Constituição;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indeni-
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
zação ulterior, se houver dano;
propriedade, nos termos seguintes:

Direitos Humanos 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que a) privação ou restrição da liberdade;
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de b) perda de bens;
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os c) multa;
meios de financiar o seu desenvolvimento;
d) prestação social alternativa;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publica-
ção ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo e) suspensão ou interdição de direitos;
que a lei fixar; XLVII - não haverá penas:
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à re- 84, XIX;
produção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) de caráter perpétuo;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras c) de trabalhos forçados;
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às d) de banimento;
respectivas representações sindicais e associativas; e) cruéis;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a-
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, cordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e mo-
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnoló- ral;
gico e econômico do País;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
XXX - é garantido o direito de herança; permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será re- LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso
gulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; lei;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão ou de opinião;
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autori-
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do dade competente;
Estado; (Regulamento)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi-
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento do processo legal;
de taxas:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
contra ilegalidade ou abuso de poder; meios e recursos a ela inerentes;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilí-
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; citos;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
ameaça a direito; sentença penal condenatória;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação
e a coisa julgada; criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que não for intentada no prazo legal;
lhe der a lei, assegurados: LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
a) a plenitude de defesa; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
b) o sigilo das votações; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem es-
c) a soberania dos veredictos; crita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
prévia cominação legal; comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; pessoa por ele indicada;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e li- LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
berdades fundamentais; permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade ju-
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon- diciária;
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omiti- LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
rem; admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De- inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
mocrático; depositário infiel;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
o limite do valor do patrimônio transferido; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito lí-
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre ou- quido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quan-
tras, as seguintes: do o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Direitos Humanos 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do traba-
a) partido político com representação no Congresso Nacional; lho;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou a-
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos cordo coletivo;
interesses de seus membros ou associados; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que perce-
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de bem remuneração variável;
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania valor da aposentadoria;
e à cidadania; IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa ção dolosa;
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune-
governamentais ou de caráter público; ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro- definido em lei;
cesso sigiloso, judicial ou administrativo; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o nº 20, de 1998)
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de traba-
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos lho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
que comprovarem insuficiência de recursos; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos inin-
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim terruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
lei: cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
a) o registro civil de nascimento; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço
b) a certidão de óbito; a mais do que o salário normal;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadani- a duração de cento e vinte dias;
a. (Regulamento) XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de específicos, nos termos da lei;
sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais de trinta dias, nos termos da lei;
têm aplicação imediata. XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não exclu- de saúde, higiene e segurança;
em outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalu-
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. bres ou perigosas, na forma da lei;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos XXIV - aposentadoria;
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci-
lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº mento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação
45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo) dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de traba-
a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitu- lho;
cional nº 45, de 2004) XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
</p XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
CAPÍTULO II sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em
DOS DIREITOS SOCIAIS dolo ou culpa;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra- XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de traba-
balho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à lho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de traba-
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010) lho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de ou- a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
tros que visem à melhoria de sua condição social: 25/05/2000)
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização 25/05/2000)
compensatória, dentre outros direitos; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e cri-
térios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com mora- XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelec-
dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e tual ou entre os profissionais respectivos;
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno-
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo

Direitos Humanos 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigi-
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) das aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empre- um ano ininterrupto e idoneidade moral;
gatício permanente e o trabalhador avulso b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repúbli-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores do- ca Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem conde-
mésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, nação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimen- § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se hou-
to das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da rela- ver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
ção de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constitui-
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência soci- ção.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
al. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013) § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o se- naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
guinte: § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
III - de Presidente do Senado Federal;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou emprega- V - da carreira diplomática;
dores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; VI - de oficial das Forças Armadas.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitu-
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; cional nº 23, de 1999)
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da de atividade nociva ao interesse nacional;
contribuição prevista em lei; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindica- Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
to; a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangei-
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações cole- ra; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
tivas de trabalho; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasilei-
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organi- ro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em
zações sindicais; seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do re- Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
gistro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federati-
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se va do Brasil.
cometer falta grave nos termos da lei. § 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organiza- hino, as armas e o selo nacionais.
ção de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condi- § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter sím-
ções que a lei estabelecer. bolos próprios.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores CAPÍTULO IV
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam DOS DIREITOS POLÍTICOS
por meio dele defender.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá so- pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
bre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. mediante:
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. I - plebiscito;
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregado- II - referendo;
res nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissio-
III - iniciativa popular.
nais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegu-
rada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. II - facultativos para:
CAPÍTULO III a) os analfabetos;
DA NACIONALIDADE b) os maiores de setenta anos;
Art. 12. São brasileiros: c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
I - natos: § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, I - a nacionalidade brasileira;
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do II - o pleno exercício dos direitos políticos;
Brasil;
III - o alistamento eleitoral;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira,
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou ve-
nham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer V - a filiação partidária; Regulamento
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasilei- VI - a idade mínima de:
ra; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República
II - naturalizados: e Senador;

Direitos Humanos 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do 1956 (registo n.º 3155), estando publicada na United Nations Treaty Series,
Distrito Federal; vol. 229, página 3, de 1958.
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Entrada em vigor para Portugal: 21 de Fevereiro de 1956.
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador. Publicação: o texto da Carta das Nações Unidas foi publicado no Diário da
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. República I Série-A, n.º 117/91, mediante o aviso n.º 66/91, de 22 de Maio
de 1991.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no Estados partes: todos os membros das Nações Unidas. Para lista actuali-
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subse- zada, consulte o website da ONU .
quente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Nós, os povos das Nações Unidas, decididos:
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que por duas
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e humanidade;
os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do a reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas;
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição. a estabelecer as condições necessárias à manutenção da justiça e do
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: respeito das obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do
direito internacional;
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da ati-
vidade; a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de um
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autori- conceito mais amplo de liberdade;
dade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diploma-
e para tais fins:
ção, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e a praticar a tolerância e a viver em paz, uns com os outros, como bons
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a vizinhos;
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
a unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais;
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a
na administração direta ou indireta.(Redação dada pela Emenda Constitu- força armada não será usada, a não ser no interesse comum;
cional de Revisão nº 4, de 1994)
a empregar mecanismos internacionais para promover o progresso econó-
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleito- mico e social de todos os povos;
ral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com
provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. Resolvemos conjugar os nossos esforços para a consecução desses objec-
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de tivos.
justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta Em vista disso, os nossos respectivos governos, por intermédio dos seus
má-fé. representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem os
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou sus- seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, adopta-
pensão só se dará nos casos de: ram a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela,
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; uma organização internacional que será conhecida pelo nome de Nações
II - incapacidade civil absoluta; Unidas.
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem CAPÍTULO I
seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alter- Objectivos e princípios
nativa, nos termos do art. 5º, VIII; Artigo 1.º
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Os objectivos das Nações Unidas são:
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da 1) Manter a paz e a segurança internacionais e para esse fim: tomar medi-
data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de das colectivas eficazes para prevenir e afastar ameaças à paz e reprimir os
1993) actos de agressão, ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios
pacíficos, e em conformidade com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajustamento ou solução das controvérsias ou situações
Carta das Nações Unidas (26/06/1945). internacionais que possam levar a uma perturbação da paz;
2) Desenvolver relações de amizade entre as nações baseadas no respeito
Carta das Nações Unidas do princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, e
tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal;
Assinada em São Francisco a 26 de Junho de 1945.
3) Realizar a cooperação internacional, resolvendo os problemas interna-
Entrada em vigor na ordem internacional: 24 de Outubro de 1945 (de acor- cionais de carácter económico, social, cultural ou humanitário, promovendo
do com o artigo 110.º). e estimulando o respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fun-
damentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião;
Aceitação por Portugal das obrigações constantes da Carta: Portugal foi
admitido como membro das Nações Unidas em sessão especial da Assem- 4) Ser um centro destinado a harmonizar a acção das nações para a con-
bleia Geral realizada a 14 de Dezembro de 1955, no âmbito de um acordo secução desses objectivos comuns.
entre os EUA e a então União Soviética (resolução 995 (X) da Assembleia
Geral). A declaração de aceitação por Portugal das obrigações constantes Artigo 2.º
da Carta foi depositada junto do Secretário-Geral a 21 de Fevereiro de A Organização e os seus membros, para a realização dos objectivos men-
cionados no artigo 1, agirão de acordo com os seguintes princípios:
Direitos Humanos 9 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1) A Organização é baseada no princípio da igualdade soberana de todos 2 - Poderão ser criados, de acordo com a presente Carta, os órgãos subsi-
os seus membros; diários considerados necessários.
2) Os membros da Organização, a fim de assegurarem a todos em geral os Artigo 8.º
direitos e vantagens resultantes da sua qualidade de membros, deverão
cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas em conformidade com As Nações Unidas não farão restrições quanto ao acesso de homens e
a presente carta; mulheres, em condições de igualdade, a qualquer função nos seus órgãos
principais e subsidiários.
3) Os membros da Organização deverão resolver as suas controvérsias
internacionais por meios pacíficos, de modo a que a paz e a segurança CAPITULO IV
internacionais, bem como a justiça, não sejam ameaçadas; Assembleia Geral
4) Os membros deverão abster-se nas suas relações internacionais de Composição
recorrer à ameaça ou ao uso da força, quer que seja contra a integridade
territorial ou a independência política de um Estado, quer seja de qualquer Artigo 9.º
outro modo incompatível com os objectivos das Nações Unidas; 1 - A Assembleia Geral será constituída por todos os membros das Nações
5) Os membros da Organização dar-lhe-ão toda a assistência em qualquer Unidas.
acção que ela empreender em conformidade com a presente Carta e se 2 - Nenhum membro deverá ter mais de cinco representantes na Assem-
absterão de dar assistência a qualquer Estado contra o qual ela agir de bleia Geral.
modo preventivo ou coercitivo;
Funções e poderes
6) A Organização fará com que os Estados que não são membros das
Nações Unidas ajam de acordo com esses princípios em tudo quanto for Artigo 10.º
necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais;
A Assembleia Geral poderá discutir quaisquer questões ou assuntos que
7) Nenhuma disposição da presente Carta autorizará as Nações Unidas a estiverem dentro das finalidades da presente Carta ou que se relacionarem
intervir em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição interna de com os poderes e funções de qualquer dos órgãos nela previstos, e, com
qualquer Estado, ou obrigará os membros a submeterem tais assuntos a excepção do estipulado no artigo 12, poderá fazer recomendações aos
uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não membros das Nações Unidas ou ao Conselho de Segurança, ou a este e
prejudicará a aplicação das medidas coercitivas do capítulo VII. àqueles, conjuntamente, com a referência a quaisquer daquelas questões
ou assuntos
CAPÍTULO II
Artigo 11.º
Membros
1 - A Assembleia Geral poderá considerar os princípios gerais de coopera-
Artigo 3.º ção na manutenção da paz e da segurança internacionais, inclusive os
Os membros originários das Nações Unidas serão os Estados que, tendo princípios que disponham sobre o desarmamento e a regulamentação dos
participado na Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Inter- armamentos, e poderá fazer recomendações relativas a tais princípios aos
nacional, realizada em São Francisco, ou, tendo assinado previamente a membros ou ao Conselho de Segurança, ou a este e àqueles conjuntamen-
Declaração das Nações Unidas, de 1 de Janeiro de 1942, assinaram a te.
presente Carta e a ratificaram, de acordo com o artigo 110. 2 - A Assembleia Geral poderá discutir quaisquer questões relativas à
Artigo 4.º manutenção da paz e da segurança internacionais, que lhe forem submeti-
das por qualquer membro das Nações Unidas, ou pelo Conselho de Segu-
1 - A admissão como membro das Nações Unidas fica aberta a todos os rança, ou por um Estado que não seja membro das Nações Unidas, de
outros Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na acordo com o artigo 35, n.º 2, e, com excepção do que fica estipulado no
presente carta e que, a juízo da Organização, estiverem aptos e dispostos artigo 12, poderá fazer recomendações relativas a quaisquer destas ques-
a cumprir tais obrigações. tões ao Estado ou Estados interessados ou ao Conselho de Segurança ou
2 - A admissão de qualquer desses Estados como membros das Nações a este e àqueles. Qualquer destas questões, para cuja solução seja neces-
Unidas será efectuada por decisão da Assembleia Geral, mediante reco- sária uma acção, será submetida ao Conselho de Segurança pela Assem-
mendação do Conselho de Segurança. bleia Geral, antes ou depois da discussão

Artigo 5.º 3 - A Assembleia Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segu-


rança para situações que possam constituir ameaça à paz e à segurança
O membro das Nações Unidas contra o qual for levada a eleito qualquer internacionais.
acção preventiva ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança poderá
ser suspenso do exercício dos direitos e privilégios de membro pela As- 4 - Os poderes da Assembleia Geral enumerados neste artigo não limitarão
sembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. O o alcance geral do artigo 10.
exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo Conse- Artigo 12.º
lho de Segurança.
1 - Enquanto o Conselho de Segurança estiver a exercer, em relação a
Artigo 6.º qualquer controvérsia ou situação, as funções que lhe são atribuídas na
O membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os presente Carta, a Assembleia Geral não fará nenhuma recomendação a
princípios contidos na presente Carta poderá ser expulso da Organização respeito dessa controvérsia ou situação, a menos que o Conselho de
pela Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Seguran- Segurança o solicite.
ça. 2 - O Secretário-Geral, com o consentimento do Conselho de Segurança,
CAPITULO III comunicará à Assembleia Geral, em cada sessão, quaisquer assuntos
relativos à manutenção da paz e da segurança internacionais que estive-
Órgãos rem a ser tratados pelo Conselho de Segurança, e da mesma maneira dará
conhecimento de tais assuntos à Assembleia Geral, ou aos membros das
Artigo 7.º Nações Unidas se a Assembleia não estiver em sessão, logo que o Conse-
1 - Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma lho de Segurança terminar o exame dos referidos assuntos
Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Económico e Artigo 13.º
Social, um Conselho de Tutela, um Tribunal (*) Internacional de Justiça e
um secretariado.

Direitos Humanos 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 - A Assembleia Geral promoverá estudos e fará recomendações, tendo provado que a falta de pagamento é devida a circunstâncias alheias à sua
em vista: vontade.
a) Fomentar a cooperação internacional no plano político e incentivar o Procedimento
desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação;
Artigo 20.º
b) Fomentar a cooperação internacional no domínio económico, social,
cultural, educacional e da saúde e favorecer o pleno gozo dos direitos do A Assembleia Geral reunir-se-á em sessões anuais ordinárias e em ses-
homem e das liberdades fundamentais, por parte de todos os povos, sem sões extraordinárias sempre que as circunstâncias o exigirem. As sessões
distinção de raça, sexo, língua ou religião. extraordinárias serão convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Con-
selho de Segurança ou da maioria dos membros das Nações Unidas.
2 - As demais responsabilidades, funções e poderes da Assembleia Geral
em relação aos assuntos acima mencionados, no n· 1, alínea b), estão Artigo 21.º
enumerados nos capítulos IX e X. A Assembleia Geral adoptará o seu próprio regulamento e elegerá o seu
Artigo 14.º presidente para cada sessão.

A Assembleia Geral, com ressalva das disposições do artigo 12, poderá Artigo 22º
recomendar medidas para a solução pacifica de qualquer situação, qual- A Assembleia Geral poderá estabelecer os órgãos subsidiários que julgar
quer que seja a sua origem, que julgue prejudicial ao bem-estar geral ou as necessários ao desempenho das funções.
relações amistosas entre nações, inclusive as situações que resultem da
violação das disposições da presente Carta que estabelecem os objectivos CAPÍTULO V
e princípios das Nações Unidas. Conselho de Segurança
Artigo 15º Composição
1 - A Assembleia Geral receberá e examinará os relatórios anuais e especi- Artigo 23.º
ais do Conselho de Segurança. Esses relatórios incluirão uma relação das
medidas que o Conselho de Segurança lenha adoptado ou aplicado a fim 1 - Conselho de Segurança será constituído por 15 membros das Nações
de manter a paz e a segurança internacionais. Unidas. A República da China, a França, a União das Repúblicas Socialis-
tas Soviéticas, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e os
2 - A Assembleia Geral receberá e examinará os relatórios dos outros Estados Unidos da América serão membros permanentes do Conselho de
órgãos das Nações Unidas. Segurança. A Assembleia Geral elegerá 10 outros membros das Nações
Artigo 16º Unidas para membros não permanentes do Conselho de Segurança, tendo
especialmente em vista, em primeiro lugar, a contribuição dos membros das
A Assembleia Geral desempenhará, em relação ao regime internacional de Nações Unidas para a manutenção da paz e da segurança internacionais e
tutela, as funções que lhe são atribuídas nos capítulos XII e XIII, inclusive para outros objectivos da Organização e também uma distribuição geográ-
as de aprovação de acordos de tutela referentes às zonas não designadas fica equitativa.
como estratégicas.
2 - Os membros não permanentes do Conselho de Segurança serão eleitos
Artigo 17.º por um período de dois anos. Na primeira eleição dos membros não per-
1 - A Assembleia Geral apreciará e aprovará o orçamento da Organização. manentes, depois do aumento do número de membros do Conselho de
Segurança de 11 para 15, dois dos quatro membros adicionais serão elei-
2 - As despesas da Organização serão custeadas pelos membros segundo tos por um período de um ano. Nenhum membro que termine o seu manda-
quotas fixadas pela Assembleia Geral. to poderá ser reeleito para o período imediato.
3 - A Assembleia Geral apreciará e aprovará quaisquer ajustes financeiros 3 - Cada membro do Conselho de Segurança terá um representante.
e orçamentais com as organizações especializadas, a que se refere o artigo
57, e examinará os orçamentos administrativos das referidas instituições Funções e poderes
especializadas, com o fim de lhes fazer recomendações Artigo 24.º
Votação 1 - A fim de assegurar uma acção pronta e eficaz por parte das Nações
Artigo 18.º Unidas, os seus membros conferem ao Conselho de Segurança a principal
responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais e
1 - Cada membro da Assembleia Geral terá um voto. concordam em que, no cumprimento dos deveres impostos por essa res-
ponsabilidade, o Conselho de Segurança aja em nome deles.
2 - As decisões da Assembleia Geral sobre questões importantes serão
tomadas por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. 2 - No cumprimento desses deveres, o Conselho de Segurança agirá de
Essas questões compreenderão as recomendações relativas à manutenção acordo com os objectivos e os princípios das Nações Unidas. Os poderes
da paz e da segurança internacionais, a eleição dos membros não perma- específicos conferidos ao Conselho de Segurança para o cumprimento dos
nentes do Conselho de Segurança, a eleição dos membros do Conselho referidos deveres estão definidos nos capítulos VI, VII, VIII e XII.
Económico e Social, a eleição dos membros do Conselho de Tutela de
acordo com o n.º 1, alínea c), do artigo 86, a admissão de novos membros 3 - O Conselho de Segurança submeterá à apreciação da Assembleia
das Nações Unidas, a suspensão dos direitos e privilégios de membros, a Geral relatórios anuais e, quando necessário, relatórios especiais.
expulsão de membros, as questões referentes ao funcionamento do regime Artigo 25.º
de tutela e questões orçamentais.
Os membros das Nações Unidas concordam em aceitar e aplicar as deci-
3 - As decisões sobre outras questões, inclusive a determinação de catego- sões do Conselho de Segurança, de acordo com a presente Carta.
rias adicionais de assuntos a serem debatidos por maioria de dois terços,
serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes. Artigo 26 .º

Artigo 19.º A fim de promover o estabelecimento e a manutenção da paz e da segu-


rança internacionais, desviando para armamentos o mínimo possível dos
O membro das Nações Unidas em atraso no pagamento da sua contribui- recursos humanos económicos do mundo, o conselho de Segurança terá o
ção financeira à Organização não terá voto na Assembleia Geral, se o total encargo de elaborar, com a assistência da Comissão de Estado-Maior a
das suas contribuições atrasadas igualar ou exceder a soma das contribui- que se refere o artigo 47, os planos, a serem submetidos aos membros das
ções correspondentes aos dois anos anteriores completos. A Assembleia Nações Unidas, tendo em vista estabelecer um sistema de regulamentação
Geral poderá, entretanto, permitir que o referido membro vote, se ficar dos armamentos.

Direitos Humanos 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Votação 1 - Qualquer membro das Nações Unidas poderá chamar a atenção do
Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral para qualquer controvér-
Artigo 27.º sia ou qualquer situação da natureza das que se acham previstas no artigo
1 - Cada membro do Conselho de Segurança terá um voto. 34
2 - As decisões do Conselho de Segurança, em questões de procedimento, 2 - Um Estado que não seja membro das Nações Unidas poderá chamar a
serão tomadas por um voto afirmativo de nove membros. atenção do Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral para qualquer
controvérsia em que seja parte, uma vez que aceite previamente, em
3 - As decisões do Conselho de Segurança sobre quaisquer outros assun- relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacifica previstas na
tos serão tomadas por voto favorável de nove membros, incluindo os votos presente Carta.
de todos os membros permanentes, ficando entendido que, no que se
refere às decisões tomadas nos termos do capítulo, VI e do n.º 3 do artigo 3 - Os da Assembleia Geral a respeito dos assuntos submetidos à sua
52, aquele que for parte numa controvérsia se absterá de votar. atenção, de acordo com este artigo, estarão sujeitos a disposições dos
artigos 11 e 12.
Procedimento
Artigo 36.º
Artigo 28.º
1 - O Conselho de Segurança poderá, em qualquer fase de uma controvér-
1 - O Conselho de Segurança será organizado de maneira que possa sia da natureza daquelas a que se refere o artigo 33, ou de uma situação
funcionar continuamente. Cada membro do Conselho de Segurança estará, de natureza semelhante, recomendar os procedimentos ou métodos de
para tal fim, em todos os momentos, representado na sede da Organiza- solução apropriados.
ção.
2 - O Conselho de Segurança deverá tomar em consideração quaisquer
2 - O Conselho de Segurança terá reuniões periódicas, nas quais cada um procedimentos para a solução de uma controvérsia que já tenham sido
dos seus membros poderá, se assim o desejar, ser representado por um adoptados pelas partes.
membro do governo ou por outro representante especialmente designado.
3 - Ao fazer recomendações, de acordo com este artigo, o Conselho de
3 - O Conselho de Segurança poderá reunir-se em outros lugares fora da Segurança deverá também tomar em consideração que as controvérsias de
sede da Organização, que julgue mais apropriados para facilitar o seu carácter jurídico devem, em regra, ser submetidas pelas partes ao Tribunal
trabalho. (*) Internacional de Justiça, de acordo com as disposições do Estatuto do
Artigo 29.º Tribunal (*).

O Conselho de Segurança poderá estabelecer os órgãos subsidiários que Artigo 37.º


julgar necessários para o desempenho das suas funções. 1 - Se as partes numa controvérsia da natureza daquelas a que se refere o
Artigo 30.º artigo 33 não conseguirem resolvê-la pelos meios indicados no mesmo
artigo, deverão submetê-la ao Conselho de Segurança.
O Conselho de Segurança adoptará o seu próprio regulamento, que incluirá
o modo de designação do seu presidente 2 - Se o Conselho de Segurança julgar que a continuação dessa controvér-
sia pode, de facto, constituir uma ameaça à manutenção da paz e da segu-
Artigo 31.º rança internacionais, decidirá se deve agir de acordo com o artigo 36 ou
recomendar os termos de solução que julgue adequados.
Qualquer membros das Nações Unidas que seja membro do Conselho de
Segurança poderá participar, sem direito a voto, na discussão de qualquer Artigo 38.º
questão submetida ao Conselho de Segurança, sempre que este considere
que os interesses do referido membro estão especialmente cm jogo. 1 - Sem prejuízo das disposições dos artigos 33 a 37, o Conselho de Segu-
rança poderá, se todas as partes numa controvérsia assim o solicitarem,
Artigo 32 .º fazer recomendações às partes, tendo em vista uma solução pacífica da
controvérsia.
Qualquer membro das Nações Unidas que não seja membro do Conselho
de Segurança ou qualquer Estado que não seja membro das Nações CAPÍTULO VII
Unidas será convidado, desde que seja parte numa controvérsia submetida
ao Conselho de Segurança, a participar, sem direito voto, na discussão Acção em caso de ameaça à paz, ruptura da paz e acto de agressão
dessa controvérsia. O Conselho de Segurança determinará as condições Artigo 39.º
que lhe parecerem justas para a participação de um Estado que não se
seja membro das Nações Unidas. O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à
paz, ruptura da paz ou acto de agressão e fará recomendações ou decidirá
CAPITULO VI que medidas deverão ser tomadas de acordo com os artigos 41 e 42, a fim
Solução pacífica de controvérsias de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.

Artigo 33.º Artigo 40.º

1 - As partes numa controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à A fim de evitar que a situação se agrave, o Conselho de Segurança poderá,
paz e à segurança internacionais procurarão, antes de tudo, chegar a uma antes de fazer/cr as recomendações ou decidir a respeito das medidas
solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, via previstas no artigo 39, instar as partes interessadas a aceitar as medidas
judicial, recurso a organizações ou acordos regionais, ou qualquer meio provisórias que lhe pareçam necessárias ou aconselháveis. Tais medidas
pacifico à sua escolha. provisórias não prejudicarão os direitos ou pretensões nem a situação das
partes interessadas. O Conselho de Segurança tomará devida nota do não
2 - O Conselho de Segurança convidará, se o julgar necessário, as referi- cumprimento dessas medidas.
das partes a resolver por tais meios as suas controvérsias.
Artigo 41.º
Artigo 34.º
O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o
O Conselho de Segurança poderá investigar sobre qualquer controvérsia emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efectivas as
ou situação susceptível de provoca atritos entre as Nações ou de dar suas decisões e poderá instar os membros das Nações Unidas a aplicarem
origem a uma controvérsia, a fim de determinar se a continuação de tal tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das
controvérsia ou situação pode constituir ameaça à manutenção da paz e da relações económicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos,
segurança internacionais. aéreos, postais, telegráficos, radioeléctricos, ou de outra qualquer espécie,
e o rompimento das relações diplomáticas.
Artigo 35.º
Direitos Humanos 12 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 42.º 1 - A acção necessária ao cumprimento das decisões do Conselho de
Segurança para a manutenção da paz e da segurança internacionais será
Se o Conselho de Segurança considerar que as medidas previstas no levada a efeito por todos os membros das Nações Unidas ou por alguns
artigo 41 seriam ou demonstraram ser inadequadas, poderá levar a efeito, deles, conforme seja determinado pelo Conselho de Segurança.
por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a acção que julgar neces-
sária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal 2 - Essas decisões serão executadas pelos membros das Nações Unidas
acção poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, directamente e mediante a sua acção nos organismos internacionais apro-
por parte das forças áreas, navais ou terrestres dos membros da Nações priados de que façam parte.
Unidas.
Artigo 49.º
Artigo 43.º
Os membros das Nações Unidas associar-se-ão para a prestação de
1 - Todos os membros das Nações Unidas se comprometem, a fim de assistência mútua na execução das medidas determinadas pelo Conselho
contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais, a de Segurança.
proporcionar ao Conselho de Segurança, a seu pedido e em conformidade
com um acordo ou acordos especiais, forças armadas, assistência e facili- Artigo 50.º
dades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da paz e Se um Estado for objecto de Medidas preventivas ou coercivas tomadas
da segurança internacionais. pelo Conselho de Segurança, qualquer outro Estado, quer seja ou não
2 - Tal ou tais acordos determinarão o número e tipos das forças, o seu membro das Nações Unidas, que enfrente dificuldades económicas especi-
grau de preparação e a sua localização geral, bem como a natureza das ais resultantes da execução daquelas medidas terá o direito de consultar o
facilidades e da assistência a serem proporcionadas. Conselho de Segurança no que respeita à solução de tais dificuldades.

3 - Os acordos serão negociados o mais cedo possível, por iniciativa do Artigo 51.º
Conselho de Segurança. Serão concluídos entre o Conselho de Segurança Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa
e membros da Organização ou entre o Conselho de Segurança e grupos de individual ou colectiva, no caso de ocorrer um ataque armado contra um
membros e submetidos à ratificação, pelos Estados signatários, em con- membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha
formidade com os respectivos procedimentos constitucionais. tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança
Artigo 44.º internacionais. As medidas tomadas pelos membros no exercício desse
direito de legítima defesa serão comunicadas imediatamente ao Conselho
Quando o Conselho de Segurança decidir recorrer ao uso da força, deverá, de Segurança e não deverão, de modo algum, atingir a autoridade e a
antes de solicitar a um membro nele não representado o fornecimento de responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a
forças armadas cm cumprimento das obrigações assumidas cm virtude do efeito, em qualquer momento, a acção que julgar necessária à manutenção
artigo 43, convidar o referido membro, se este assim o desejar, a participar ou ao restabelecimento da paz e da segurança internacionais.
nas decisões do Conselho de Segurança relativas ao emprego de contin-
gentes das forças armadas do dito membro. Artigo 52.º

Artigo 45.º Acordos regionais

A fim de habilitar as Nações Unidas a tomar medidas militares urgentes, os 1 - Nada na presente Carta impede a existência de acordos ou de organi-
membros das Nações Unidas deverão manter, imediatamente utilizáveis, zações regionais destinados a tratar dos assuntos relativos à manutenção
contingentes das forças aéreas nacionais para a execução combinada de da paz e da segurança internacionais que forem susceptíveis de uma acção
uma acção coercitiva internacional. A potência e o grau de preparação regional, desde que tais acordos ou organizações regionais e suas activi-
desses contingentes, bem como os planos de acção combinada, serão dades sejam compatíveis com os objectivos e princípios das Nações Uni-
determinados pelo Conselho de Segurança com a assistência da Comissão das.
de Estado-Maior, dentro dos limites estabelecidos no acordo ou acordos 2 - Os membros das Nações Unidas que forem parte em tais acordos ou
especiais a que se refere o artigo 43. que constituírem tais organizações empregarão todos os esforços para
Artigo 46.º chegar a uma solução pacífica das controvérsias locais por meio desses
acordos e organizações regionais, antes de as submeter ao Conselho de
Os planos para a utilização da força armada serão elaborados pelo Conse- Segurança.
lho de Segurança com a assistência da Comissão de Estado-Maior.
3 - O Conselho de Segurança estimulará o desenvolvimento da solução
Artigo 47.º pacífica de controvérsias locais mediante os referidos acordos ou organiza-
ções regionais, por iniciativa dos Estados interessados ou a instâncias do
1 - Será estabelecida uma Comissão de Estado-Maior destinada a orientar próprio Conselho de Segurança.
e assistir o Conselho de Segurança, em todas as questões relativas às
exigências militares do mesmo Conselho, para a manutenção da paz e da 4 - Este artigo não prejudica de modo algum a aplicação dos artigos 34 e
segurança internacionais, utilização e comando das forças colocadas à sua 35.
disposição, regulamentação de armamentos e possível desarmamento.
Artigo 53.º
2 - A Comissão de Estado-Maior será composta pelos chefes de estado-
maior dos membros permanentes do Conselho de Segurança ou pelos 1 - O Conselho de Segurança utilizará, quando for caso, tais acordos e
seus representantes. Qualquer membro das Nações Unidas que não estiver organizações regionais para uma acção coercitiva sob a sua própria autori-
permanentemente representado na Comissão será por esta convidado a dade. Nenhuma acção coercitiva será, no entanto levada a efeito em con-
tomar parte nos seus trabalhos, sempre que a sua participação for neces- formidade com acordos ou organizações regionais sem autorização do
sária ao eficiente cumprimento das responsabilidades da Comissão. Conselho de Segurança, com excepção das medidas contra, um Estado
inimigo, como está definido no n.º 2 deste artigo, que forem determinadas
3 - A Comissão de Estado-Maior será responsável, sob a autoridade do em consequência do artigo 107 ou em acordos regionais destinados a
Conselho de Segurança, pela direcção estratégica de todas as forças impedir a renovação de uma política agressiva por parte de qualquer des-
armadas postas à disposição do dito Conselho. As questões relativas ao ses Estados, até ao momento em que a Organização possa, a pedido dos
comando dessas forças serão resolvidas ulteriormente. Governos interessados, ser incumbida de impedir qualquer nova agressão
por parte de tal Estado.
4 - A Comissão de Estado-Maior, com a autorização do Conselho de Segu-
rança e depois de consultar os organismos regionais adequados, poderá 2 - O termo «Estado inimigo», usado no n.º 1 deste artigo, aplica-se a
estabelecer subcomissões regionais. qualquer Estado que, durante a 2.ª Guerra Mundial, tenha sido inimigo de
qualquer signatário da presente Carta.
Artigo 48.º

Direitos Humanos 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 54.º que expirará ao fim de dois anos, de acordo com disposições adoptadas
pela Assembleia Geral.
O Conselho de Segurança será sempre informado de toda a acção empre-
endida ou projectada em conformidade com os acordos ou organizações 4 - Cada membro do Conselho Económico e Social terá um representante.
regionais para a manutenção da paz e da segurança internacionais.
Função e poderes
CAPÍTULO IX
Artigo 62.º
Cooperação económica e social internacional
1 - O Conselho Económico e Social poderá fazer ou iniciar estudos e relató-
Artigo 55.º rios a respeito de assuntos internacionais de carácter económico social
cultural educacional de saúde e conexos e poderá fazer recomendações a
Com o fim de criar condições de estabilidade e bem-estar, necessárias às respeito de tais assuntos à Assembleia Geral aos membros das Nações
relações pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito do Unidas e às organizações especializadas interessadas.
princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, as
Nações Unidas promoverão: 2 - Poderá fazer recomendações destinadas a assegurar o respeito efectivo
dos direitos do homem e das liberdades fundamentais para todos.
a) A elevação dos níveis de vida, o pleno emprego e condições de progres-
so e desenvolvimento económico e social; 3 - Poderá preparar sobre assuntos da sua competência projectos de
convenções a serem submetidos à Assembleia Geral.
b) A solução dos problemas internacionais económico, sociais, de saúde e
conexos, bem como a cooperação internacional, de carácter cultural e 4 - Poderá convocar de acordo com as regras estipuladas pelas Nações
educacional; Unidas conferências internacionais sobre assuntos da sua competência.
c) O respeito universal e efectivo dos direitos do homem das liberdades Artigo 63.º
fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
1 - O Conselho Económico e Social poderá estabelecer acordos com qual-
Artigo 56.º quer das organizações a que se refere o artigo 57 a fim de determinar as
condições em que a organização interessada será vinculada às Nações
Para a realização dos objectivos enumerados no artigo 55, todos os mem- Unidas. Tais acordos serão submetidos à aprovação da Assembleia Geral.
bros da Organização se comprometem a agir em cooperação com esta, em
conjunto ou separadamente. 2 - Poderá coordenar as actividades das organizações especializadas por
meio de consultas e recomendações às mesmas e de recomendações à
Artigo 57.º Assembleia Geral e aos membros das Nações Unidas.
1 - As várias organizações especializadas, criadas por acordos intergover- Artigo 64.º
namentais e com amplas responsabilidades internacionais, definidas nos
seus estatutos, nos campos económico, social, cultural, educacional, de 1 - O Conselho Económico e Social poderá tomar as medidas adequadas a
saúde e conexos, serão vinculadas às Nações Unidas, em conformidade fim de obter relatórios regulares das organizações especializadas. Poderá
com as disposições do artigo 63. entrar em entendimento com os membros das Nações Unidas e com as
organizações especializadas a fim de obter relatórios sobre as medidas
2 - Tais organizações assim vinculadas às Nações Unidas serão designa- tomadas para cumprimento das suas próprias recomendações e das que
das, daqui em diante, como organizações especializadas. forem feitas pela Assembleia Geral sobre assuntos da competência do
Artigo 58.º Conselho.
A Organização fará recomendações para coordenação dos programas e 2 - Poderá comunicar à Assembleia Geral as suas observações a respeito
actividades das organizações especializadas. desses relatórios.
Artigo 59.º Artigo 65.º
A Organização, quando for o caso, iniciará negociações entre os Estados O Conselho Económico e Social poderá fornecer informações ao Conselho
interessados para a criação de novas organizações especializadas que de Segurança e à pedido deste, prestar-lhe assistência.
forem necessárias ao cumprimento dos objectivos enumerados no artigo Artigo 66.º
55.
1 - O Conselho Económico e Social desempenhará as funções que forem
Artigo 60.º da sua competência em cumprimento das recomendações da Assembleia
A Assembleia Geral e, sob a sua autoridade, o Conselho Económico e Geral.
Social, que dispõe, para esse efeito, da competência que lhe é atribuída no 2 - Poderá mediante aprovação da Assembleia Geral prestar os serviços
CAPITULO X, são incumbidos de exercer as funções da Organização que lhe forem solicitados pelos membros das Nações Unidas e pelas orga-
estipuladas no presente CAPITULO. nizações especializadas.
CAPÍTULO X 3 - Desempenhara as demais funções especificadas em outras partes da
Conselho Económico e Social presente Carta ou as que lhe forem atribuídas pela Assembleia Geral.
Composição Votação
Artigo 61.º Artigo 67.º
1 - O Conselho Económico e Social será composto por 54 membros das 1 - Cada membro do Conselho Económico e Social terá um voto.
Nações Unidas eleitos pela Assembleia Geral. 2 - As decisões do Conselho Económico e Social serão tomadas por maio-
2 - Com ressalva do disposto no n.º 3, serão eleitos cada ano, para um ria dos membros presentes e volantes.
período de três anos, 18 membros do Conselho Económico e Social. Um Procedimento
membro cessante pode ser reeleito para o período imediato.
Artigo 68.º
3 - Na primeira eleição a realizar-se depois de elevado o número de 27 para
54 membros, 27 membros adicionais serão eleitos, além dos membros O Conselho Económico e Social criará comissões para os assuntos eco-
eleitos para a substituição dos nove membros cujo mandato expira ao fim nómicos e sociais e para a protecção dos direitos do homem, assim como
daquele ano. Desses 27 membros adicionais, nove serão eleitos para um outras comissões necessárias ao desempenho das suas funções.
mandato que expirará ao fim de um ano, e nove outros para um mandato

Direitos Humanos 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 69.º Regime internacional de tutela
O Conselho Económico convidará qualquer membro das Nações Unidas a Artigo 75.º
tomar parte, sem voto, nas deliberações sobre qualquer assunto que inte-
resse particularmente a esse membro. As Nações Unidas estabelecerão sob a sua autoridade um regime interna-
cional de tutela para a administração e fiscalização dos territórios que
Artigo 70.º possam ser colocados sob esse regime cm consequência de futuros acor-
dos individuais. Esses territórios serão, daqui em diante, designados como
O Conselho Económico e Social poderá entrar em para que representantes territórios sob tutela.
das organizações especializadas tomem parte, sem voto, nas suas delibe-
rações e nas das comissões por ele criadas e para que os seus próprios Artigo 76.º
representantes tomem parte nas deliberações das organizações especiali-
zadas. As finalidades básicas do regime de tutela de acordo com os objectivos das
Nações Unidas enumerados no artigo 1 da presente Carta serão:
Artigo 71.º
a) Consolidar a paz e a segurança internacionais;
O Conselho Económico e Social poderá entrar em entendimentos conveni-
entes para a consulta com organizações não governamentais que se ocu- b) Fomentar o programa político, económico e social e educacional dos
pem de assuntos no âmbito da sua própria competência. Tais entendimen- habitantes dos territórios sob tutela e o seu desenvolvimento progressivo
tos poderão ser feitos com organizações internacionais e, quando for o para alcançar governo próprio ou independência como mais convenha às
caso, com organizações nacionais, depois de efectuadas consultas com o circunstâncias particulares de cada território e dos seus habitantes e aos
membro das Nações Unidas interessado no caso. desejos livremente expressos dos povos interessados e como for previsto
nos termos de cada acordo de tutela;
Artigo 72.º
e) Encorajar o respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades funda-
1 - O Conselho Económico e Social adoptará o seu, próprio regulamento, mentais para todos sem distinção de raça sexo, língua ou religião, e favore-
que incluirá o método de escolha do seu presidente. cer o reconhecimento da interdependência de todos os povos;
2 - O Conselho Económico e Social reunir-se-á quando necessário, de d) Assegurar igualdade de tratamento nos domínios social, económico e
acordo com o seu regulamento, que deverá incluir disposições referentes à comercial a todos os membros das Nações Unidas e seus nacionais e a
convocação de reuniões a pedido da maioria dos seus membros. estes últimos igual tratamento na administração da justiça sem prejuízo dos
objectivos acima expostos e sob reserva das disposições do artigo 80.
CAPÍTULO XI
Artigo 77.º
Declaração relativa a territórios não autónomos
1 - O regime de tutela será aplicado aos territórios das categorias seguintes
Artigo 73.º que venham a ser colocados sob esse regime por meio de acordos de
Os membros das Nações Unidas que assumiram ou assumam responsabi- tutela:
lidades pela administração de territórios cujos povos ainda não se gover- a) Territórios actualmente sob mandato;
nem completamente a si mesmos reconhecem o princípio do primado dos
interesses dos habitantes desses territórios e aceitam, como missão sagra- b) Territórios que possam ser separados de Estados inimigos em conse-
da, a obrigação de promover no mais alto grau, dentro do sistema, de paz e quência da 2.ªGuerra Mundial;
segurança internacionais estabelecido na presente Carta, o bem-estar dos
habitantes desses territórios, e, para tal fim: e) Territórios colocados sob esse regime por Estados responsáveis pela
sua administração;
a) Assegurar, com o devido respeito pela cultura dos povos interessados, o
seu progresso político, económico, social e educacional, o seu tratamento 2 - Será objecto de acordo ulterior a determinação dos territórios das cate-
equitativo e a sua protecção contra qualquer abuso; gorias acima mencionadas a serem colocados sob o regime de tutela e das
condições em que o serão.
b) Promover seu governo próprio, ter na devida conta as aspirações políti-
cas dos povos e auxiliá-los no desenvolvimento progressivo das suas Artigo 78.º
instituições políticas livres, de acordo com as circunstâncias peculiares a 1 - O regime de tutela não será aplicado a territórios que se tenham tornado
cada território e seus habitantes, e os diferentes graus do seu adiantamen- membros das Nações Unidas cujas relações mútuas deverão basear-se no
to; respeito pelo princípio da igualdade soberana.
c) Consolidar a paz e a segurança internacionais; Artigo 79.º
d) Favorecer medidas construtivas de desenvolvimento, estimular pesqui- As condições de tutela em que cada território será colocado sob este regi-
sas, cooperar entre si e, quando e onde for caso, com organizações inter- me bem como qualquer alteração ou emenda serão determinadas por
nacionais especializadas, tendo cm vista a realização prática dos objectivos acordo entre os Estados directamente interessados inclusive a potência
de ordem social, económica e científica enumerados neste artigo; mandatária no caso de território sob mandato de um membro das Nações
e) Transmitir ao Secretário-Geral, para fins de informação, sujeitas às Unidas e serão aprovadas em conformidade com as disposições dos arti-
reservas impostas por considerações de segurança e de ordem constitu- gos 83 e 85.
cional, informações estatísticas ou de outro carácter técnico relativas às Artigo 80.º
condições económicas, sociais e educacionais dos territórios pelos quais
são respectivamente responsáveis e que não estejam compreendidos entre 1 - Salvo o que for estabelecido em acordos individuais de tutela feitos em
aqueles a que se referem os capítulos XII e XIII. conformidade com os artigos 77 79 e 81 pelos quais se coloque cada
território sob este regime e até que tais acordos tenham sido concluídos
Artigo 74.º nada neste capítulo será interpretado como alteração de qualquer espécie
Os membros das Nações Unidas concordam também em que a sua política nos direitos de qualquer Estado ou povo ou nos termos dos actos interna-
relativa aos territórios a que se aplica o presente CAPITULO deve ser cionais vigentes em que os membros das Nações Unidas forem partes.
baseada, do mesmo modo que a política seguida nos respectivos territórios 2 - O n.º 1 deste artigo não será interpretado como motivo para demora ou
metropolitanos, no princípio geral de boa vizinhança, tendo na devida conta adiamento da negociação e conclusão de acordos destinados a colocar
os interesses e o bem-estar do resto, do mundo no que se refere às ques- territórios sob o regime de tutela, conforme as disposições do artigo 77.
tões sociais, económicas e comerciais
Artigo 81.º
CAPÍTULO XII

Direitos Humanos 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O acordo de tutela deverá, em cada caso, incluir as condições sob as quais a) Examinar os relatórios que lhes tenham sido submetidos pela autoridade
o território sob tutela será administrado e designar a autoridade que exerce- administrante;
rá essa administração. Tal autoridade, daqui cm diante designada como
autoridade administrante, poderá ser um ou mais Estados ou a própria b) Receber petições e examiná-las, em consulta com a autoridade adminis-
Organização. trante;

Artigo 82.º c) Providenciar sobre visitas periódicas aos territórios sob tutela em datas
fixadas de acordo com a autoridade administrante;
Poderão designar-se, em qualquer acordo de tutela, uma ou várias zonas
estratégicas que compreendam parte ou a totalidade do território sob tutela d) Tomar estas e outras medidas em conformidade com os termos dos
a que o mesmo se aplique, sem prejuízo de qualquer acordo ou acordos acordos de tutela.
especiais feitos em conformidade com o artigo 43. Artigo 88.º
Artigo 83.º O Conselho de Tutela formulará um questionário sobre o desenvolvimento
1 - Todas as funções atribuídas às Nações Unidas relativamente às zonas político, económico, social e educacional dos habitantes de cada território
estratégicas, inclusive a aprovação das condições dos acordos de tutela, sob tutela e a autoridade administrante de cada um desses territórios,
assim como da sua alteração ou emendas, serão exercidas pelo Conselho submetidos à competência da Assembleia Geral, fará um relatório anual
de Segurança. Assembleia, baseado no referido questionário.

2 - As finalidades básicas enumeradas do artigo 76 serão aplicáveis às Votação


populações de cada zona estratégica. Artigo 89.º
3 - O Conselho do Segurança, ressalvadas as disposições dos acordos de 1 - Cada membro do Conselho do Tutela terá um voto.
tutela, e sem prejuízo das exigências do segurança, poderá valer-se da
assistência do Conselho de Tutela para desempenhar as funções que 2 - As decisões do Conselho do Tutela serão tomadas por maioria dos
cabem às Nações Unidas pelo regime de tutela, relativamente a matérias membros presentes e votantes.
políticas, económicas, sociais ou educacionais dentro das zonas estratégi- Procedimento
cas.
Artigo 90.º
Artigo 84.º
1 - O Conselho de Tutela adoptará o seu próprio regulamento que incluirá o
A autoridade administrante terá o dever de assegurar que o território sob método escolha do seu presidente.
tutela preste a sua colaboração à manutenção da paz e da segurança
internacionais. Para tal fim, a autoridade administrante poderá fazer uso de 2 - Conselho de Tutela reunir-se-à quando for necessário de acordo com o
forças voluntárias, de facilidades e de ajuda do território sob tutela para o seu regulamento que incluirá uma disposição referente à convocação de
desempenho das obrigações por ela assumidas a este respeito perante o reuniões a pedido da maioria dos seus membros.
Conselho de Segurança, assim como para a defesa local e para a manu-
Artigo 91.º
tenção da lei e da ordem dentro do território.
O Conselho de Tutela valer-se-á quando for necessário, da colaboração do
Artigo 85.º
Conselho Económico e Social e das organizações especializadas, a respei-
1 - As funções das Nações Unidas relativas a acordos de tutela para todas to das matérias no âmbito das respectivas competências.
as zonas não designadas como estratégicas, inclusive a aprovação das
CAPÍTULO XIV
condições dos acordos de tutela e da sua alteração ou emenda, serão
exercidas pela Assembleia Geral. O Tribunal (*) Internacional de Justiça
2 - O Conselho de Tutela, que funcionará sob a autoridade da Assembleia Artigo 92.º
Geral, auxiliará esta no desempenho dessas atribuições.
O Tribunal (*) Internacional de Justiça será o principal órgão judicial das
CAPITULO XIII Nações Unidas. Funcionará de acordo com o Estatuto anexo que é basea-
do no Estatuto do Tribunal (*) Permanente de Justiça Internacional e forma
O Conselho de Tutela
parte integrante da presente Carta.
Composição
Artigo 93.º
Artigo 86.º
1 - Todos os membros das Nações Unidas são ipso facto partes no Estatu-
1 - O Conselho de Tutela será composto dos seguintes Membros das to do Tribunal (*) Internacional de Justiça.
Nações Unidas:
2 - Um Estado que não for membro das Nações Unidas poderá tornar-se
a) Os membros que administrem territórios sob tutela; parte no Estatuto do Tribunal (*) Internacional de Justiça em condições que
serão determinadas em cada caso pela Assembleia Geral mediante reco-
b) Aqueles de entre os membros mencionados nominalmente no artigo 23 mendação do Conselho de Segurança.
que não administrem sob tutela;
Artigo 94.º
c) Quantos outros membros eleitos por um período de três anos, pela
Assembleia Geral, sejam necessários para assegurar que o número total de 1 - Cada membro das Nações Unidas compromete-se a conformar-se com
membros do Conselho de Tutela fique igualmente dividido entre os mem- a decisão do Tribunal (*) Internacional de Justiça em qualquer caso em que
bros das Nações Unidas que administrem territórios sob tutela e aqueles for parte.
que não o fazem.
2 - Se uma das partes em determinado caso deixar de cumprir as obriga-
2 - Cada membro do Conselho do Tutela designará uma pessoa especial- ções que lhe incumbem em virtude de sentença pelo Tribunal (*) a outra
mente qualificada para representá-lo perante o Conselho. terá direito de recorrer ao Conselho de Segurança que poderá se o julgar
necessário fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem toma-
Funções e Poderes das para o cumprimento da sentença.
Artigo 87.º
A Assembleia Geral e, sob a sua autoridade, o Conselho do Tutela, no
desempenho das suas funções, poderão:

Direitos Humanos 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 95.º 2 - Nenhuma parte em qualquer tratado ou acordo internacional que não
lenha sido registado em conformidade com as disposições do n.º 1 deste
Nada na presente Carta impedirá os membros das Nações Unidas de artigo poderá invocar tal tratado ou acordo perante qualquer órgão das
confiarem a solução dos seus diferendos a outros tribunais, em virtude de Nações Unidas.
acordos já vigentes ou que possam ser concluídos no futuro.
Artigo 103.º
Artigo 96.º
No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas
1 - A Assembleia Geral ou Conselho de Segurança poderá solicitar parecer em virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro
consultivo ao Tribunal (*) Internacional de Justiça sobre qualquer questão acordo internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da
jurídica. presente Carta.
2 - Outros órgãos das Nações Unidas e organizações especializadas que Artigo 104.º
forem em qualquer momento devidamente autorizadas pela Assembleia
Geral, poderão lambem solicitar pareceres consultivos ao Tribunal (*) sobre A Organização gozará, no território de cada um dos seus membros, da
questões jurídicas surgidas dentro da esfera das suas actividades. capacidade jurídica necessária ao exercício das suas funções e à realiza-
ção dos seus objectivos.
CAPÍTULO XV
Artigo 105.º
O Secretariado
1 - A Organização gozará, no território de cada um dos seus membros, dos
Artigo 97.º privilégios e imunidade necessários à realização dos seus objectivos.
O Secretariado será composto por um Secretário-Geral e pelo pessoal 2 - Os representantes dos membros das Nações Unidas e os funcionários
exigido pela Organização. O Secretário-Geral será nomeado pela Assem- da Organização gozarão, igualmente, dos privilégios e imunidades neces-
bleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança. Será o sário ao exercício independente das suas funções relacionadas com a
principal funcionário administrativo da Organização. Organização.
Artigo 98.º 3 - A Assembleia Geral poderá fazer recomendações com o fim de determi-
O Secretário-Geral actuará nesta qualidade em todas as reuniões da As- nar os pormenores da aplicação dos n.º 1 e 2 deste artigo ou poderá propor
sembleia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Económico e aos membros das Nações Unidas convenções neste sentido.
Social e do Conselho de Tutela e desempenhará outras funções que lhe CAPITULO XVII
forem atribuídas por estes órgãos. O Secretário-Geral fará um relatório
anual à Assembleia Geral sobre os trabalhos da Organização. Disposições transitórias sobre segurança
Artigo 99.º Artigo 106.º
O Secretário-Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança Antes da entrada em vigor dos acordos especiais a que se refere o artigo
para qualquer assunto que em sua opinião possa ameaçar a manutenção 43, que, a juízo do Conselho de Segurança, o habilitem ao exercício das
da paz e da segurança internacionais. suas funções previstas no artigo 42, as partes na Declaração das Quatro
Nações, assinada em Moscovo a 30 de Outubro de 1943, e a França,
Artigo 100.º deverão, de acordo com as disposições do parágrafo 5 daquela Declara-
No cumprimento dos seus deveres, o Secretário-Geral e o pessoal do ção, concertar-se entre si e, sempre que a ocasião o exija, com outros
Secretariado não solicitarão nem receberão instruções de qualquer Gover- membros das Nações Unidas, a fim de ser levada a efeito, em nome da
no ou de qualquer autoridade estranha à Organização. Abster-se-ão de Organização, qualquer acção conjunta que se torne necessária à manuten-
qualquer acção que seja incompatível com a sua posição de funcionários ção da paz. e da segurança internacionais.
internacionais responsáveis somente perante a Organização. Artigo 107.º
2 - Cada membro das Nações Unidas compromete-se a respeitar o carácter Nada na presente Carta invalidará ou impedirá qualquer acção que, em
exclusivamente internacional das atribuições do Secretário-Geral e do relação a um Estado inimigo de qualquer dos signatários da presente Carta
pessoal do Secretariado e não procurará exercer qualquer influência sobre durante a 2.ª Guerra Mundial, for levada a efeito ou autorizada em conse-
eles no desempenho das suas funções. quência da dita guerra pelos governos responsáveis por tal acção.
Artigo 101.º CAPITULO XVIII
1 - O pessoal do Secretariado será nomeado pelo Secretário-Geral, de Emendas
acordo com regras estabelecidas pela Assembleia Geral.
Artigo 108.º
2 - Será também nomeado, com carácter permanente, o pessoal adequado
para o Conselho Económico e Social, para o Conselho de Tutela e, quando As emendas à presente Carta entrarão em vigor, para todos os membros
for necessário, para outros órgãos das Nações Unidas. Esses funcionários das Nações Unidas, quando forem adoptadas pelos votos de dois terços
farão parte do Secretariado. dos membros da Assembleia Geral e ratificadas, de acordo com os seus
respectivos métodos constitucionais, por dois terços dos membros das
3 - A consideração principal quem prevalecerá no recrutamento do pessoal Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho de
e na determinação das condições de serviço será a da necessidade de Segurança.
assegurar o mais alto grau de eficiência, competência e integridade. Deverá
ser levada na devida conta a importância de ser o recrutamento do pessoal Artigo 109.º
feito dentro do mais amplo critério geográfico possível.
1 - Uma Conferência Geral dos membros das Nações Unidas, destinada a
CAPÍTULO XVI rever a presente Carta, poderá reunir-se em data e lugar a serem fixados
pelo voto de dois terços dos membros da Assembleia Geral e de nove de
Disposições Diversas quaisquer membros do Conselho de Segurança. Cada membro das Nações
Artigo 102.º Unidas lerá um voto nessa Conferência.
1 - Todos os tratados e todos os acordos internacionais concluídos por 2 - Qualquer modificação à presente Carta que for recomendada por dois
qualquer membro das Nações Unidas depois da entrada em vigor da pre- terços dos votos da Conferência terá efeito depois de ratificada, de acordo
sente Carta deverão, dentro do mais breve prazo possível, ser registados e com as respectivas regras constitucionais, por dois terços dos membros
publicados pelo Secretariado. das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho
de Segurança.

Direitos Humanos 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 - Se essa Conferência não se realizar antes da 10.ª sessão anual da em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito univer-
Assembleia Geral que se seguir à entrada em vigor da presente Carta, a sal e efetivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;
proposta da sua convocação deverá figurar na agenda da referida sessão
da Assembleia Geral e Conferência será realizada, se assim for decidido Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é
por maioria de votos dos membros da Assembleia Geral e pelo voto de sete da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:
membros quaisquer do Conselho de Segurança.
A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos
CAPÍTULO XIX Direitos do Homem como ideal comum a atingir por todos os povos e
Ratificação e assinatura todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos
da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo
Artigo 110.º ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e
1 - A presente Carta deverá ser ratificada pelos Estados signatários, de liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem na-
acordo com as respectivas regras constitucionais. cional e internacional, o seu reconhecimento e aplicação universais e
efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros
2 - As ratificações serão depositadas junto do Governo dos Estados Unidos como entre as dos territórios colocados sob sua jurisdição
da América, que notificará de cada depósito todos os Estados signatários, Artigo 1 °
assim como o Secretário-Geral da Organização depois da sua nomeação. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direi-
tos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para os outros em
3 - A presente Carta entrará em vigor depois do depósito de ratificações
espírito de fraternidade.
pela República da China, França, União das Repúblicas Socialistas Soviéti-
Artigo 2 °
cas, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e Estados Unidos da
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades procla-
América e pela maioria dos outros Estados signatários. O Governo dos
mados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente, de
Estados Unidos da América organizará, cm seguida, um protocolo das
raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de
ratificações depositadas, o qual será comunicado, por meio de cópias, aos
origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento, ou de qualquer outra
Estados signatários.
situação.
4 - Os Estados signatários da presente Carta que a ratificaram depois da Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político,
sua entrada em vigor tornar-se-ão membros originários das Nações Unidas jurídico ou internacional do país ou do território independente, sob tutela ou
na data do depósito das suas ratificações respectivas. sujeito a alguma limitação de soberania.
Artigo 3 °
Artigo 111.º Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
A presente Carta, cujos textos em chinês, francês, russo, inglês e espanhol Artigo 4 °
fazem igualmente fé, ficará depositada nos arquivos do Governo dos Esta- Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão e o tráfico dos os
dos Unidos da América. Cópias da mesma, devidamente autenticadas, escravos, sob todas as formas, são proibidos.
serão transmitidas por este último Governo aos Governos dos outros Esta- Artigo 5 °
dos signatários. Ninguém será submetido a tortura nem a pena de morte ou a tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes.
Em fé do que os representantes dos Governos das Nações Unidas assina- Artigo 6 °
ram a presente Carta. Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da
Feita na cidade de São Francisco, aos 26 dias do mês de Junho de 1945 sua personalidade jurídica.
Artigo 7 °
Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948). Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção
da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que
DECLARAÇÃO UNIVERSAL viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discrimina-
DOS DIREITOS DO HOMEM ção.
Aprovada pela Assembleia Geral da ONU Artigo 8 °
10 de Dezembro de 1948 Toda a pessoa tem direito a recurso para as jurisdições nacionais compe-
tentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos
PREÂMBULO pela Constituição ou pela lei.
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os Artigo 9 °
membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis consti- Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.
tui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Artigo 10 °
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja
Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do ho- equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial
mem conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Huma- que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer
nidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam acusação em matéria penal que contra ele seja deduzida.
livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como Artigo 11 °
a mais alta inspiração do homem; 1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até
que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um pro-
Considerando que é essencial a protecção dos direitos do homem através cesso público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam
de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em su- asseguradas.
premo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
2. Ninguém será condenado por ações ou omissões que, no momento da
Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações sua prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou
amistosas entre as nações; internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que
a que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.
Considerando que, na carta os povos das Nações Unidas proclamam, de Artigo 12 º
novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua famí-
valor da pessoa humana, na igualdade de direitos do homem e das mulhe- lia, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra
res e se declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito
melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla; à protecção da lei.

Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover,

Direitos Humanos 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 13 º
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua 3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória,
residência no interior de um Estado. que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade
humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, social.
incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.
Artigo 14 º 4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e
1. Todo a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus interesses.
beneficiar de asilo em outros países. Artigo 24 º
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo real- uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.
mente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias Artigo 25 °
aos fins e aos princípios das Nações Unidas. 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente pare lhe assegu-
Artigo 15 º rar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimen-
1. Todo o indivíduo tem o direito a ter uma nacionalidade. tação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto
aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desempre-
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do go, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de
direito de mudar de nacionalidade. perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua
Artigo 16 º vontade.
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de
constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. 2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais.
Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mes-
iguais. ma proteção social.
Artigo 26 °
2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita,
dos futuros esposos. pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino
elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generali-
3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito zado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena
à protecção desta e do Estado. igualdade, em função do seu mérito.
Artigo 17 º
1. Toda a pessoa, individual ou coletivamente, tem direito à propriedade. 2. A educação deve visar a plena expansão da personalidade humana e ao
reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade. favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e
Artigo 18 ° todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das
Toda a pessoa tem direito de pensamento, de consciência e de religião; atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim
como a liberdade de manifestar em público como em privado, pelo ensino, 3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o gênero de educa-
pela prática, pelo culto e pelos ritos. ção a dar aos filhos.
Artigo 19 ° Artigo 27 °
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso cientifico e nos
receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por benefícios que deste resultam.
qualquer meio de expressão.
Artigo 20 ° 2. Todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a
1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacífi- qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.
cas. Artigo 28 °
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano interna-
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. cional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as
Artigo 21 ° liberdades enunciados na presente Declaração.
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios Artigo 29 °
públicos do seu país, quer diretamente, quer por intermédio de represen- 1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é
tantes livremente escolhidos. possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.

2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às 2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está
funções públicas do seu país. sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente
a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos; outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública
e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente e do bem-estar numa sociedade democrática.
por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo
equivalente que salvaguarde a liberdade de voto. 3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contra-
Artigo 22 ° riamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança Artigo 30 °
social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de
sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional à cooperação maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o
internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país. direito de se entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destina-
Artigo 23 ° do a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a
condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (16/12/1966).
desemprego.

2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho Carta Internacional dos Direitos Humanos
igual.

Direitos Humanos 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos SEGUNDA PARTE
Artigo 2.º
Adoptado e aberto à assinatura, ratificação e adesão pela resolução 2200A 1. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a respeitar e a
(XXI) da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 16 de Dezembro de garantir a todos os indivíduos que se encontrem nos seus territórios e
1966. estejam sujeitos à sua jurisdição os direitos reconhecidos no presente
Pacto, sem qualquer distinção, derivada, nomeadamente, de raça, de cor,
de sexo, de língua, de religião, de opinião política, ou de qualquer outra
Entrada em vigor na ordem internacional: 23 de Março de 1976, em con- opinião, de origem nacional ou social, de propriedade ou de nascimento, ou
formidade com o artigo 49.º. de outra situação.
2. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a adoptar, de
Portugal: acordo com os seus processos constitucionais e com as disposições do
presente Pacto, as medidas que permitam a adopção de decisões de
Assinatura: 7 de Outubro de 1976; ordem legislativa ou outra capazes de dar efeito aos direitos reconhecidos
no presente Pacto que ainda não estiverem em vigor.
3. Cada Estado Parte no presente Pacto compromete-se a:
Aprovação para ratificação: Lei n.º 29/78, de 12 de Junho, publicada a) Garantir que todas as pessoas cujos direitos e liberdades reconhecidos
no Diário da República, I Série A, n.º 133/78 (rectificada median- no presente Pacto forem violados disponham de recurso eficaz, mesmo no
te aviso de rectificação publicado no Diário da República n.º caso de a violação ter sido cometida por pessoas agindo no exercício das
153/78, de 6 de Julho); suas funções oficiais;
b) Garantir que a competente autoridade judiciária, adminis-trativa ou
Depósito do instrumento de ratificação junto do Secretário-Geral das legislativa, ou qualquer outra autoridade competente, segundo a legislação
Nações Unidas: 15 de Junho de 1978; do Estado, estatua sobre os direitos da pessoa que forma o recurso, e
desenvolver as possibilidades de recurso jurisdicional;
c) Garantir que as competentes autoridades façam cumprir os resultados de
Aviso do depósito do instrumento de ratificação: Aviso do Ministério
qualquer recurso que for reconhecido como justificado.
dos Negócios Estrangeiros publicado no Diário da República, I
Série, n.º 187/78, de 16 de Agosto;
Artigo 3.º
Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a assegurar o
Entrada em vigor na ordem jurídica portuguesa: 15 de Setembro de direito igual dos homens e das mulheres a usufruir de todos os direitos civis
1978. e políticos enunciados no presente Pacto.

Estados partes: (informação disponível no website do Alto Comissariado Artigo 4.º


para os Direitos Humanos das Nações Unidas) 1. Em tempo de uma emergência pública que ameaça a existência da
nação e cuja existência seja proclamada por um acto oficial, os Estados
Preâmbulo Partes no presente Pacto podem tomar, na estrita medida em que a situa-
Os Estados Partes no presente Pacto: ção o exigir, medidas que derroguem as obrigações previstas no presente
Considerando que, em conformidade com os princípios enunciados na Pacto, sob reserva de que essas medidas não sejam incompatíveis com
Carta das Nações Unidas, o reconhecimento da dignidade inerente a todos outras obrigações que lhes impõe o direito internacional e que elas não
os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis envolvam uma discriminação fundada unicamente sobre a raça, a cor, o
constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no Mundo; sexo, a língua, a religião ou a origem social.
Reconhecendo que estes direitos decorrem da dignidade inerente à pessoa 2. A disposição precedente não autoriza nenhuma derrogação aos artigos
humana; 6.º, 7.º, 8.º, parágrafos 1 e 2, 11.º, 15.º, 16.º e 18.º.
Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Universal dos 3. Os Estados Partes no presente Pacto que usam do direito de derrogação
Direitos do Homem, o ideal do ser humano livre, usufruindo das liberdades devem, por intermédio do secretário-geral da Organização das Nações
civis e políticas e liberto do medo e da miséria, não pode ser realizado a Unidas, informar imediatamente os outros Estados Partes acerca das
menos que sejam criadas condições que permitam a cada um gozar dos disposições derrogadas, bem como os motivos dessa derrogação. Uma
seus direitos civis e políticos, bem como dos seus direitos económicos, nova comunicação será feita pela mesma via na data em que se pôs fim a
sociais e culturais; essa derrogação.
Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a obri-
gação de promover o respeito universal e efectivo dos direitos e das liber- Artigo 5.º
dades do homem; 1. Nenhuma disposição do presente Pacto pode ser interpretada como
Tomando em consideração o facto de que o indivíduo tem deveres em implicando para um Estado, um grupo ou um indivíduo qualquer direito de
relação a outrem e em relação à colectividade a que pertence e tem a se dedicar a uma actividade ou de realizar um acto visando a destruição
responsabilidade de se esforçar a promover e respeitar os direitos reconhe- dos direitos e das liberdades reconhecidos no presente Pacto ou as suas
cidos no presente Pacto: limitações mais amplas que as previstas no dito Pacto.
Acordam o que segue: 2. Não pode ser admitida nenhuma restrição ou derrogação aos direitos
PRIMEIRA PARTE fundamentais do homem reconhecidos ou em vigor em todo o Estado Parte
Artigo 1.º no presente Pacto em aplicação de leis, de convenções, de regulamentos
1. Todos os povos têm o direito a dispor deles mesmos. Em virtude deste ou de costumes, sob pretexto de que o presente Pacto não os reconhece
direito, eles determinam livremente o seu estatuto político e dedicam-se ou reconhece-os em menor grau.
livremente ao seu desenvolvimento económico, social e cultural.
2. Para atingir os seus fins, todos os povos podem dispor livremente das TERCEIRA PARTE
suas riquezas e dos seus recursos naturais, sem prejuízo de quaisquer Artigo 6.º
obrigações que decorrem da cooperação económica internacional, fundada 1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deve ser prote-
sobre o princípio do interesse mútuo e do direito internacional. Em nenhum gido pela lei: ninguém pode ser arbitrariamente privado da vida.
caso pode um povo ser privado dos seus meios de subsistência. 2. Nos países em que a pena de morte não foi abolida, uma sentença de
3. Os Estados Partes no presente Pacto, incluindo aqueles que têm a morte só pode ser pronunciada para os crimes mais graves, em conformi-
responsabilidade de administrar territórios não autónomos e territórios sob dade com a legislação em vigor, no momento em que o crime foi cometido
tutela, são chamados a promover a realização do direito dos povos a dispo- e que não deve estar em contradição com as disposições do presente
rem de si mesmos e a respeitar esse direito, conforme às disposições da Pacto nem com a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de
Carta das Nações Unidas. Genocídio. Esta pena não pode ser aplicada senão em virtude de um juízo
definitivo pronunciado por um tribunal competente.

Direitos Humanos 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3. Quando a privação da vida constitui o crime de genocídio fica entendido a) Pessoas sob acusação serão, salvo circunstâncias excepcionais, sepa-
que nenhuma disposição do presente artigo autoriza um Estado Parte no radas dos condenados e submetidas a um regime distinto, apropriado à sua
presente Pacto a derrogar de alguma maneira qualquer obrigação assumi- condição de pessoas não condenadas;
da em virtude das disposições da Convenção para a Prevenção e a Re- b) Jovens sob detenção serão separados dos adultos e o seu caso será
pressão do Crime de Genocídio. decidido o mais rapidamente possível.
4. Qualquer indivíduo condenado à morte terá o direito de solicitar o perdão 3. O regime penitenciário comportará tratamento dos reclusos cujo fim
ou a comutação da pena. A amnistia, o perdão ou a comutação da pena de essencial é a sua emenda e a sua recuperação social. Delinquentes jovens
morte podem ser concedidos em todos os casos. serão separados dos adultos e submetidos a um regime apropriado à sua
5. Uma sentença de morte não pode ser pronunciada em casos de crimes idade e ao seu estatuto legal.
cometidos por pessoas de idade inferior a 18 anos e não pode ser executa-
da sobre mulheres grávidas. Artigo 11.º
6. Nenhuma disposição do presente artigo pode ser invocada para retardar Ninguém pode ser aprisionado pela única razão de que não está em situa-
ou impedir a abolição da pena capital por um Estado Parte no presente ção de executar uma obrigação contratual.
Pacto.
Artigo 12.º
Artigo 7.º 1. Todo o indivíduo legalmente no território de um Estado tem o direito de
Ninguém será submetido à tortura nem a pena ou a tratamentos cruéis, circular livremente e de aí escolher livremente a sua residência.
inumanos ou degradantes. Em particular, é interdito submeter uma pessoa 2. Todas as pessoas são livres de deixar qualquer país, incluindo o seu.
a uma experiência médica ou científica sem o seu livre consentimento. 3. Os direitos mencionados acima não podem ser objecto de restrições, a
não ser que estas estejam previstas na lei e sejam necessárias para prote-
Artigo 8.º ger a segurança nacional, a ordem pública, a saúde ou a moralidade públi-
1. Ninguém será submetido à escravidão; a escravidão e o tráfico de escra- cas ou os direitos e liberdades de outrem e sejam compatíveis com os
vos, sob todas as suas formas, são interditos. outros direitos reconhecidos pelo presente Pacto.
2. Ninguém será mantido em servidão. 4. Ninguém pode ser arbitrariamente privado do direito de entrar no seu
3: próprio país.
a) Ninguém será constrangido a realizar trabalho forçado ou obrigatório;
b) A alínea a) do presente parágrafo não pode ser interpretada no sentido Artigo 13.º
de proibir, em certos países onde crimes podem ser punidos de prisão Um estrangeiro que se encontre legalmente no território de um Estado
acompanhada de trabalhos forçados, o cumprimento de uma pena de Parte no presente Pacto não pode ser expulso, a não ser em cumprimento
trabalhos forçados, infligida por um tribunal competente; de uma decisão tomada em conformidade com a lei e, a menos que razões
c) Não é considerado como trabalho forçado ou obrigatório no sentido do imperiosas de segurança nacional a isso se oponham, deve ter a possibili-
presente parágrafo: dade de fazer valer as razões que militam contra a sua expulsão e de fazer
i) Todo o trabalho não referido na alínea b) normalmente exigido de um examinar o seu caso pela autoridade competente ou por uma ou várias
indivíduo que é detido em virtude de uma decisão judicial legítima ou que pessoas especialmente designadas pela dita autoridade, fazendo-se repre-
tendo sido objecto de uma tal decisão é libertado condicionalmente; sentar para esse fim.
ii) Todo o serviço de carácter militar e, nos países em que a objecção por
motivos de consciência é admitida, todo o serviço nacional exigido pela lei Artigo 14.º
dos objectores de consciência; 1. Todos são iguais perante os tribunais de justiça. Todas as pessoas têm
iii) Todo o serviço exigido nos casos de força maior ou de sinistros que direito a que a sua causa seja ouvida equitativa e publicamente por um
ameacem a vida ou o bem-estar da comunidade; tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido pela lei, que
iv) Todo o trabalho ou todo o serviço formando parte das obrigações cívicas decidirá quer do bem fundado de qualquer acusação em matéria penal
normais. dirigida contra elas, quer das contestações sobre os seus direitos e obriga-
ções de carácter civil. As audições à porta fechada podem ser determina-
Artigo 9.º das durante a totalidade ou uma parte do processo, seja no interesse dos
1. Todo o indivíduo tem direito à liberdade e à segurança da sua pessoa. bons costumes, da ordem pública ou da segurança nacional numa socieda-
Ninguém pode ser objecto de prisão ou detenção arbitrária. Ninguém pode de democrática, seja quando o interesse da vida privada das partes em
ser privado da sua liberdade a não ser por motivo e em conformidade com causa o exija, seja ainda na medida em que o tribunal o considerar absolu-
processos previstos na lei. tamente necessário, quando, por motivo das circunstâncias parti-culares do
2. Todo o indivíduo preso será informado, no momento da sua detenção, caso, a publicidade prejudicasse os interesses da justiça; todavia qualquer
das razões dessa detenção e receberá notificação imediata de todas as sentença pronunciada em matéria penal ou civil será publicada, salvo se o
acusações apresentadas contra ele. interesse de menores exigir que se proceda de outra forma ou se o proces-
3. Todo o indivíduo preso ou detido sob acusação de uma infracção penal so respeita a diferendos matrimoniais ou à tutela de crianças.
será prontamente conduzido perante um juiz ou uma outra autoridade 2. Qualquer pessoa acusada de infracção penal é de direito presumida
habilitada pela lei a exercer funções judiciárias e deverá ser julgado num inocente até que a sua culpabilidade tenha sido legalmente estabelecida.
prazo razoável ou libertado. A detenção prisional de pessoas aguardando 3. Qualquer pessoa acusada de uma infracção penal terá direito, em plena
julgamento não deve ser regra geral, mas a sua libertação pode ser subor- igualdade, pelo menos às seguintes garantias:
dinada a garantir que assegurem a presença do interessado no julgamento a) A ser prontamente informada, numa língua que ela com-preenda, de
em qualquer outra fase do processo e, se for caso disso, para execução da modo detalhado, acerca da natureza e dos motivos da acusação apresen-
sentença. tada contra ela;
4. Todo o indivíduo que se encontrar privado de liberdade por prisão ou b) A dispor do tempo e das facilidades necessárias para a preparação da
detenção terá o direito de intentar um recurso perante um tribunal, a fim de defesa e a comunicar com um advogado da sua escolha;
que este estatua sem demora sobre a legalidade da sua detenção e ordene c) A ser julgada sem demora excessiva;
a sua libertação se a detenção for ilegal. d) A estar presente no processo e a defender-se a si própria ou a ter a
5. Todo o indivíduo vítima de prisão ou de detenção ilegal terá direito a assistência de um defensor da sua escolha; se não tiver defensor, a ser
compensação. informada do seu direito de ter um e, sempre que o interesse da justiça o
exigir, a ser-lhe atribuído um defensor oficioso, a título gratuito no caso de
Artigo 10.º não ter meios para o remunerar;
1. Todos os indivíduos privados da sua liberdade devem ser tratados com e) A interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e a obter a
humanidade e com respeito da dignidade inerente à pessoa humana. comparência e o interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas
2: condições das testemunhas de acusação;
f) A fazer-se assistir gratuitamente de um intérprete, se não compreender
ou não falar a língua utilizada no tribunal;

Direitos Humanos 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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g) A não ser forçada a testemunhar contra si própria ou a confessar-se
culpada. Artigo 20.º
4. No processo aplicável às pessoas jovens a lei penal terá em conta a sua 1. Toda a propaganda em favor da guerra deve ser interditada pela lei.
idade e o interesse que apresenta a sua reabilitação. 2. Todo o apelo ao ódio nacional, racial e religioso que constitua uma
5. Qualquer pessoa declarada culpada de crime terá o direito de fazer incitação à discriminação, à hostilidade ou à violência deve ser interditado
examinar por uma jurisdição superior a declaração de culpabilidade e a pela lei.
sentença em conformidade com a lei.
6. Quando uma condenação penal definitiva é ulteriormente anulada ou Artigo 21.º
quando é concedido o indulto, porque um facto novo ou recentemente O direito de reunião pacífica é reconhecido. O exercício deste direito só
revelado prova concludentemente que se produziu um erro judiciário, a pode ser objecto de restrições impostas em conformidade com a lei e que
pessoa que cumpriu uma pena em virtude dessa condenação será indem- são necessárias numa sociedade democrática, no interesse da segurança
nizada, em conformidade com a lei, a menos que se prove que a não nacional, da segurança pública, da ordem pública ou para proteger a saúde
revelação em tempo útil do facto desconhecido lhe é imputável no todo ou e a moralidade públicas ou os direitos e as liberdades de outrem.
em parte.
7. Ninguém pode ser julgado ou punido novamente por motivo de uma Artigo 22.º
infracção da qual já foi absolvido ou pela qual já foi condenado por senten- 1. Toda e qualquer pessoa tem o direito de se associar livremente com
ça definitiva, em conformidade com a lei e o processo penal de cada país. outras, incluindo o direito de constituir sindicatos e de a eles aderir para a
protecção dos seus interesses.
Artigo 15.º 2. O exercício deste direito só pode ser objecto de restrições previstas na
1. Ninguém será condenado por actos ou omissões que não constituam um lei e que são necessárias numa sociedade democrática, no interesse da
acto delituoso, segundo o direito nacional ou internacional, no momento em segurança nacional, da segurança pública, da ordem pública e para prote-
que forem cometidos. Do mesmo modo não será aplicada nenhuma pena ger a saúde ou a moralidade públicas ou os direitos e as liberdades de
mais forte do que aquela que era aplicável no momento em que a infracção outrem. O presente artigo não impede de submeter a restrições legais o
foi cometida. Se posteriormente a esta infracção a lei prevê a aplicação de exercício deste direito por parte de membros das forças armadas e da
uma pena mais ligeira, o delinquente deve beneficiar da alteração. polícia.
2. Nada no presente artigo se opõe ao julgamento ou à condenação de 3. Nenhuma disposição do presente artigo permite aos Estados Partes na
qualquer indivíduo por motivo de actos ou omissões que no momento em Convenção de 1948 da Organização Internacional do Trabalho respeitante
que foram cometidos eram tidos por criminosos, segundo os princípios à liberdade sindical e à protecção do direito sindical tomar medidas legisla-
gerais de direito reconhecidos pela comunidade das nações. tivas que atentem ou aplicar a lei de modo a atentar contra as garantias
previstas na dita Convenção.
Artigo 16.º
Toda e qualquer pessoa tem direito ao reconhecimento, em qualquer lugar, Artigo 23.º
da sua personalidade jurídica. 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito
à protecção da sociedade e do Estado.
Artigo 17.º 2. O direito de se casar e de fundar uma família é reconhecido ao homem e
1. Ninguém será objecto de intervenções arbitrárias ou ilegais na sua vida à mulher a partir da idade núbil.
privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua corres-pondência, nem 3. Nenhum casamento pode ser concluído sem o livre e pleno consentimen-
de atentados ilegais à sua honra e à sua reputação. to dos futuros esposos.
2. Toda e qualquer pessoa tem direito à protecção da lei contra tais inter- 4. Os Estados Partes no presente Pacto tomarão as medidas necessárias
venções ou tais atentados. para assegurar a igualdade dos direitos e das responsabilidades dos espo-
sos em relação ao casamento, durante a constância do matrimónio e a-
Artigo 18.º quando da sua dissolução. Em caso de dissolução, serão tomadas disposi-
1. Toda e qualquer pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de ções a fim de assegurar aos filhos a protecção necessária.
consciência e de religião; este direito implica a liberdade de ter ou de adop-
tar uma religião ou uma convicção da sua escolha, bem como a liberdade Artigo 24.º
de manifestar a sua religião ou a sua convicção, individualmente ou conjun- 1. Qualquer criança, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo, lín-
tamente com outros, tanto em público como em privado, pelo culto, cum- gua, religião, origem nacional ou social, propriedade ou nascimento, tem
primento dos ritos, as práticas e o ensino. direito, da parte da sua família, da sociedade e do Estado, às medidas de
2. Ninguém será objecto de pressões que atentem à sua liberdade de ter ou protecção que exija a sua condição de menor.
de adoptar uma religião ou uma convicção da sua escolha. 2. Toda e qualquer criança deve ser registada imediatamente após o nas-
3. A liberdade de manifestar a sua religião ou as suas convicções só pode cimento e ter um nome.
ser objecto de restrições previstas na lei e que sejam necessárias à protec- 3. Toda e qualquer criança tem o direito de adquirir uma nacio-nalidade.
ção de segurança, da ordem e da saúde públicas ou da moral e das liber-
dades e direitos fundamentais de outrem. Artigo 25.º
4. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a Todo o cidadão tem o direito e a possibilidade, sem nenhuma das discrimi-
liberdade dos pais e, em caso disso, dos tutores legais a fazerem assegurar nações referidas no artigo 2.º e sem restrições excessivas:
a educação religiosa e moral dos seus filhos e pupilos, em conformidade a) De tomar parte na direcção dos negócios públicos, directa-mente ou por
com as suas próprias convicções. intermédio de representantes livremente eleitos;
b) De votar e ser eleito, em eleições periódicas, honestas, por sufrágio
Artigo 19.º universal e igual e por escrutínio secreto, assegurando a livre expressão da
1. Ninguém pode ser inquietado pelas suas opiniões. vontade dos eleitores;
2. Toda e qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão; este c) De aceder, em condições gerais de igualdade, às funções públicas do
direito compreende a liberdade de procurar, receber e expandir informações seu país.
e ideias de toda a espécie, sem consideração de fronteiras, sob forma oral
ou escrita, impressa ou artística, ou por qualquer outro meio à sua escolha. Artigo 26.º
3. O exercício das liberdades previstas no parágrafo 2 do presente artigo Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação,
comporta deveres e responsabilidades especiais. Pode, em conse-quência, a igual protecção da lei. A este respeito, a lei deve proibir todas as discrimi-
ser submetido a certas restrições, que devem, todavia, ser expressa-mente nações e garantir a todas as pessoas protecção igual e eficaz contra toda a
fixadas na lei e que são necessárias: espécie de discriminação, nomeadamente por motivos de raça, de cor, de
a) Ao respeito dos direitos ou da reputação de outrem; sexo, de língua, de religião, de opinião política ou de qualquer outra opini-
b) À salvaguarda da segurança nacional, da ordem pública, da saúde e da ão, de origem nacional ou social, de propriedade, de nascimento ou de
moralidade públicas. qualquer outra situação.

Direitos Humanos 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2. Em caso de morte ou de demissão de um membro do Comité, o presi-
Artigo 27.º dente informará imediatamente o secretário-geral das Nações Unidas, que
Nos Estados em que existam minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, as declarará o lugar vago a contar da data da morte ou daquela em que a
pessoas pertencentes a essas minorias não devem ser privadas do direito demissão produzir efeito.
de ter, em comum com os outros membros do seu grupo, a sua própria vida
cultural, de professar e de praticar a sua própria religião ou de empregar a Artigo 34.º
sua própria língua. 1. Quando uma vaga for declarada em conformidade com o artigo 33.º e se
o mandato do membro a substituir não expirar nos seis meses que seguem
QUARTA PARTE à data na qual a vaga foi declarada, o secretário-geral das Nações Unidas
Artigo 28.º avisará os Estados Partes no presente Pacto de que podem designar
1. É instituído um Comité dos Direitos do Homem (a seguir denominado candidatos num prazo de dois meses, em conformidade com as disposi-
Comité no presente Pacto). Este Comité é composto de dezoito membros e ções do artigo 29.º, com vista a prover a vaga.
tem as funções definidas a seguir. 2. O secretário-geral das Nações Unidas elaborará uma lista alfa-bética das
2. O Comité é composto de nacionais dos Estados Partes do presente pessoas assim apresentadas e comunicá-la-á aos Estados Partes no
Pacto, que devem ser personalidades de alta moralidade e possuidoras de presente Pacto. A eleição destinada a preencher a vaga terá então lugar,
reconhecida competência no domínio dos direitos do homem. Ter-se-á em em conformidade com as relevantes disposições desta parte do presente
conta o interesse, que se verifique, da participação nos trabalhos do Comité Pacto.
de algumas pessoas que tenham experiência jurídica. 3. Um membro do Comité eleito para um lugar declarado vago, em confor-
3. Os membros do Comité são eleitos e exercem funções a título pessoal. midade com o artigo 33.°, faz parte do Comité até à data normal de expira-
ção do mandato do membro cujo lugar ficou vago no Comité, em conformi-
Artigo 29.º dade com as disposições do referido artigo.
1. Os membros do Comité serão eleitos, por escrutínio secreto, de uma lista
de indivíduos com as habilitações previstas no artigo 28.° e nomeados para Artigo 35.º
o fim pelos Estados Partes no presente Pacto. Os membros do Comité recebem, com a aprovação da Assembleia Geral
2. Cada Estado Parte no presente Pacto pode nomear não mais de dois das Nações Unidas, emolumentos provenientes dos recursos financeiros
indivíduos, que serão seus nacionais. das Nações Unidas em termos e condições fixados pela Assembleia Geral,
3. Qualquer indivíduo será elegível à renomeação. tendo em vista a importância das funções do Comité.

Artigo 30.º Artigo 36.º


1. A primeira eleição terá lugar, o mais tardar, seis meses depois da data da O secretário-geral das Nações Unidas porá à disposição do Comité o
entrada em vigor do presente Pacto. pessoal e os meios materiais necessários para o desempenho eficaz das
2. Quatro meses antes, pelo menos, da data de qualquer eleição para o funções que lhe são confiadas em virtude do presente Pacto.
Comité, que não seja uma eleição em vista a preencher uma vaga declara-
da em conformidade com o artigo 34.°, o secretário-geral da Organização Artigo 37.º
das Nações Unidas convidará por escrito os Estados Partes no presente 1. O secretário-geral das Nações Unidas convocará a primeira reunião do
Pacto a designar, num prazo de três meses, os candidatos que eles pro- Comité, na sede da Organização.
põem como membros do Comité. 2. Depois da sua primeira reunião o Comité reunir-se-á em todas as ocasi-
3. O secretário-geral das Nações Unidas elaborará uma lista alfabética de ões previstas no seu regulamento interno.
todas as pessoas assim apresentadas, mencionando os Estados Partes 3. As reuniões do Comité terão normalmente lugar na sede da Organização
que as nomearam, e comunicá-la-á aos Estados Partes no presente Pacto das Nações Unidas ou no Departamento das Nações Unidas em Genebra.
o mais tardar um mês antes da data de cada eleição.
4. Os membros do Comité serão eleitos no decurso de uma reunião dos Artigo 38.º
Estados Partes no presente Pacto, convocada pelo secretário-geral das Todos os membros do Comité devem, antes de entrar em funções, tomar,
Nações Unidas na sede da Organização. Nesta reunião, em que o quórum em sessão pública, o compromisso solene de cumprir as suas funções com
é constituído por dois terços dos Estados Partes no presente Pacto, serão imparcialidade e com consciência.
eleitos membros do Comité os candidatos que obtiverem o maior número
de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes dos Estados Artigo 39.º
Partes presentes e votantes. 1. O Comité elegerá o seu secretariado por um período de dois anos. Os
membros do secretariado são reelegíveis.
Artigo 31.º 2. O Comité elaborará o seu próprio regulamento interno; este deve, toda-
1. O Comité não pode incluir mais de um nacional de um mesmo Estado. via, conter, entre outras, as seguintes disposições:
2. Nas eleições para o Comité ter-se-á em conta a repartição geográfica a) O quórum é de doze membros;
equitativa e a representação de diferentes tipos de civilização, bem como b) As decisões do Comité são tomadas por maioria dos membros presen-
dos principais sistemas jurídicos. tes.

Artigo 32.º Artigo 40.º


1. Os membros do Comité são eleitos por quatro anos. São reelegíveis no 1. Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a apresentar
caso de serem novamente propostos. Todavia, o mandato de nove mem- relatórios sobre as medidas que houverem tomado e dêem efeito aos
bros eleitos aquando da primeira votação terminará ao fim de dois anos; direitos nele consignados e sobre os progressos realizados no gozo destes
imediatamente depois da primeira eleição, os nomes destes nove membros direitos:
serão tirados à sorte pelo presidente da reunião referida no parágrafo 4 do a) Dentro de um ano a contar da data de entrada em vigor do presente
artigo 30.° Pacto, cada Estado Parte interessado;
2. À data da expiração do mandato, as eleições terão lugar em conformida- b) E ulteriormente, cada vez que o Comité o solicitar.
de com as disposições dos artigos precedentes da presente parte do Pacto. 2. Todos os relatórios serão dirigidos ao secretário-geral das Nações Uni-
das, que os transmitirá ao Comité para apreciação. Os relatórios deverão
Artigo 33.º indicar quaisquer factores e dificuldades que afectem a execução das
1. Se, na opinião unânime dos outros membros, um membro do Comité disposições do presente Pacto.
cessar de cumprir as suas funções por qualquer causa que não seja por 3. O secretário-geral das Nações Unidas pode, após consulta ao Comité,
motivo de uma ausência temporária, o presidente do Comité informará o enviar às agências especializadas interessadas cópia das partes do relató-
secretário-geral das Nações Unidas, o qual declarará vago o lugar que rio que possam ter relação com o seu domínio de competência.
ocupava o dito membro. 4. O Comité estudará os relatórios apresentados pelos Estados Partes no
presente Pacto, e dirigirá aos Estados Partes os seus próprios relatórios,

Direitos Humanos 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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bem como todas as observações gerais que julgar apropriadas. O Comité outra comunicação de um Estado Parte será aceite após o secretário-geral
pode igualmente transmitir ao Conselho Económico e Social essas suas ter recebido notificação de ter sido retirada a declaração, a menos que o
observações acompanhadas de cópias dos relatórios que recebeu de Estado Parte interessado faça uma nova declaração.
Estados Partes no presente Pacto.
5. Os Estados Partes no presente Pacto podem apresentar ao Comité os Artigo 42.º
comentários sobre todas as observações feitas em virtude do parágrafo 4 1:
do presente artigo. a) Se uma questão submetida ao Comité em conformidade com o artigo
41.° não foi regulada satisfatoriamente para os Estados Partes, o Comité
Artigo 41.º pode, com o assentimento prévio dos Estados Partes interessados, desig-
1. Qualquer Estado Parte no presente Pacto pode, em virtude do presente nar uma comissão de conciliação ad hoc (a seguir denominada Comissão).
artigo, declarar, a todo o momento, que reconhece a competência do Comi- A Comissão põe os seus bons ofícios à disposição dos Estados Partes
té para receber e apreciar comunicações nas quais um Estado Parte pre- interessados a fim de chegar a uma solução amigável da questão, baseada
tende que um outro Estado Parte não cumpre as suas obrigações resultan- sobre o respeito do presente Pacto;
tes do presente Pacto. As comunicações apresentadas em virtude do b) A Comissão será composta de cinco membros nomeados com o acordo
presente artigo não podem ser recebidas e examinadas, a menos que dos Estados Partes interessados. Se os Estados Partes interessados não
emanem de um Estado Parte que fez uma declaração reconhecendo, no conseguirem chegar a um enten-dimento sobre toda ou parte da composi-
que lhe diz respeito, a competência do Comité. O Comité não receberá ção da Comissão no prazo de três meses, os membros da Comissão relati-
nenhuma comunicação que interesse a um Estado Parte que não fez uma vamente aos quais não chegaram a acordo serão eleitos por escrutínio
tal declaração. O processo abaixo indicado aplica-se em relação às comu- secreto de entre os membros do Comité, por maioria de dois terços dos
nicações recebidas em conformidade com o presente artigo: membros do Comité.
a) Se um Estado Parte no presente Pacto julgar que um outro Estado 2. Os membros da Comissão exercerão as suas funções a título pessoal.
igualmente Parte neste Pacto não aplica as respectivas disposições, pode Não devem ser naturais nem dos Estados Partes interessados nem de um
chamar, por comunicação escrita, a atenção desse Estado sobre a questão. Estado que não é parte no presente Pacto, nem de um Estado Parte que
Num prazo de três meses a contar da recepção da comunicação o Estado não fez a declaração prevista no artigo 41.°
destinatário apresentará ao Estado que lhe dirigiu a comunicação expli- 3. A Comissão elegerá o seu presidente e adoptará o seu regulamento
cações ou quaisquer outras declarações escritas elucidando a questão, que interno.
deverão incluir, na medida do possível e do útil, indicações sobre as regras 4. A Comissão realizará normalmente as suas sessões na sede da Organi-
de processo e sobre os meios de recurso, quer os já utilizados, quer os que zação das Nações Unidas ou no Departamento das Nações Unidas em
estão em instância, quer os que permanecem abertos; Genebra. Todavia, pode reunir-se em qualquer outro lugar apropriado, o
b) Se, num prazo de seis meses a contar da data de recepção da comuni- qual pode ser determinado pela Comissão em consulta com o secretário-
cação original pelo Estado destinatário, a questão não foi regulada satisfa- geral das Nações Unidas e os Estados Partes interessados.
toriamente para os dois Estados interes-sados, tanto um como o outro terão 5. O secretariado previsto no artigo 36.° presta igualmente os seus serviços
o direito de a submeter ao Comité, por meio de uma notificação feita ao às comissões designadas em virtude do presente artigo.
Comité bem como ao outro Estado interessado; 6. As informações obtidas e esquadrinhadas pelo Comité serão postas à
c) O Comité só tomará conhecimento de um assunto que lhe é submetido disposição da Comissão e a Comissão poderá pedir aos Estados Partes
depois de se ter assegurado de que todos os recursos internos disponíveis interessados que lhe forneçam quaisquer informações comple-mentares
foram utilizados e esgotados, em conformidade com os princípios de direito pertinentes.
internacional geralmente reconhecidos. Esta regra não se aplica nos casos 7. Depois de ter estudado a questão sob todos os seus aspectos, mas em
em que os processos de recurso excedem prazos razoáveis; todo o caso num prazo mínimo de doze meses após tê-la admitido, a Co-
d) O Comité realizará as suas audiências à porta fechada quando examinar missão submeterá um relatório ao presidente do Comité para transmissão
as comunicações previstas no presente artigo; aos Estados Partes interessados:
e) Sob reserva das disposições da alínea c), o Comité põe os seus bons a) Se a Comissão não puder acabar o exame da questão dentro de doze
ofícios à disposição dos Estados Partes interessados, a fim de chegar a meses, o seu relatório incluirá somente um breve apontamento indicando a
uma solução amigável da questão, fundamentando-se no respeito dos que ponto chegou o exame da questão;
direitos do homem e nas liberdades fundamentais, tais como os reconhece b) Se chegar a um entendimento amigável fundado sobre o respeito dos
o presente Pacto; direitos do homem reconhecido no presente Pacto, a Comissão limitar-se-á
f) Em todos os assuntos que lhe são submetidos o Comité pode pedir aos a indicar brevemente no seu relatório os factos e o entendimento a que se
Estados Partes interessados visados na alínea b) que lhe forneçam todas chegou;
as informações pertinentes; c) Se não se chegou a um entendimento no sentido da alínea b), a Comis-
g) Os Estados Partes interessados visados na alínea b) têm o direito de se são fará figurar no seu relatório as suas conclusões sobre todas as maté-
fazer representar, aquando do exame da questão pelo Comité, e de apre- rias de facto relativas à questão debatida entre os Estados Partes interes-
sentar observações oralmente e ou por escrito; sados, bem como a sua opinião sobre as possibilidades de uma solução
h) O Comité deverá apresentar um relatório num prazo de doze meses a amigável do caso. O relatório incluirá igualmente as observações escritas e
contar do dia em que recebeu a notificação referida na alínea b): um processo verbal das observações orais apresentadas pelos Estados
i) Se uma solução pôde ser encontrada em conformidade com as disposi- Partes interessados;
ções da alínea e), o Comité limitar-se-á no seu relatório a uma breve expo- d) Se o relatório da Comissão for submetido em conformidade com a alínea
sição dos factos e da solução encontrada; c), os Estados Partes interessados farão saber ao presidente do Comité,
ii) Se uma solução não pôde ser encontrada em conformidade com as num prazo de três meses após a recepção do relatório, se aceitam ou não
disposições da alínea e), o Comité limitar-se-á, no seu relatório, a uma os termos do relatório da Comissão.
breve exposição dos factos; o texto das observações escritas e o processo 8. As disposições do presente artigo devem ser entendidas sem prejuízo
verbal das observações orais apresentadas pelos Estados Partes interes- das atribuições do Comité previstas no artigo 41.°
sados são anexados ao relatório. 9. Todas as despesas dos membros da Comissão serão repartidas igual-
Em todos os casos o relatório será comunicado aos Estados Partes interes- mente entre os Estados Partes interessados, na base de estimativas forne-
sados. cidas pelo secretário-geral das Nações Unidas.
2. As disposições do presente artigo entrarão em vigor quando dez Estados 10. O secretário-geral das Nações Unidas está habilitado, se necessário, a
Partes no presente Pacto fizerem a declaração prevista no parágrafo 1 do prover às despesas dos membros da Comissão antes de o seu reembolso
presente artigo. A dita declaração será deposta pelo Estado Parte junto do ter sido efectuado pelos Estados Partes interessados, em conformidade
secretário-geral das Nações Unidas, que transmitirá cópia dela aos outros com o parágrafo 9 do presente artigo.
Estados Partes. Uma declaração pode ser retirada a todo o momento por
meio de uma notificação dirigida ao secretário-geral. O retirar de uma Artigo 43.º
comunicação não prejudica o exame de todas as questões que são objecto Os membros do Comité e os membros das comissões de conciliação ad
de uma comunicação já transmitida em virtude do presente artigo; nenhuma hoc que forem designados em conformidade com o artigo 42.º têm direito

Direitos Humanos 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
às facilidades, privilégios e imunidades reconhecidos aos peritos em mis- Unidas. Qualquer emenda adoptada pela maioria dos Estados presentes e
sões da Organização das Nações Unidas, conforme enunciados nas perti- votantes na conferência será submetida, para aprovação, à Assembleia
nentes secções da Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Geral das Nações Unidas.
Nações Unidas. 2. As emendas entrarão em vigor quando forem aprovadas pela Assem-
bleia Geral das Nações Unidas e aceites, em conformidade com as suas
Artigo 44.º respectivas leis constitucionais, por uma maioria de dois terços dos Estados
As disposições relativas à execução do presente Pacto aplicam-se, sem Partes no presente Pacto.
prejuízo dos processos instituídos em matéria de direitos do homem, nos 3. Quando as emendas entrarem em vigor, elas são obrigatórias para os
termos ou em virtude dos instrumentos constitutivos e das convenções da Estados Partes que as aceitaram, ficando os outros Estados Partes ligados
Organização das Nações Unidas e das agências especializadas e não pelas disposições do presente Pacto e por todas as emendas anteriores
impedem os Estados Partes de recorrer a outros processos para a solução que aceitaram.
de um diferendo, em conformidade com os acordos internacionais gerais ou
especiais que os ligam. Artigo 52.º
Independentemente das notificações previstas no parágrafo 5 do artigo
Artigo 45.º 48.°, o secretário-geral das Nações Unidas informará todos os Estados
O Comité apresentará cada ano à Assembleia Geral das Nações Unidas, referidos no parágrafo 1 do citado artigo:
por intermédio do Conselho Económico e Social, um relatório sobre os seus a) Acerca de assinaturas apostas no presente Pacto, acerca de instrumen-
trabalhos. tos de ratificação e de adesão depostos em conformidade com o artigo
48.°;
QUINTA PARTE b) Da data em que o presente Pacto entrará em vigor, em conformidade
Artigo 46.º com o artigo 49.º, e da data em que entrarão em vigor as emendas previs-
Nenhuma disposição do presente Pacto pode ser interpretada em sentido tas no artigo 51.º
limitativo das disposições da Carta das Nações Unidas e das constituições 1. O presente Pacto, cujos textos em inglês, chinês, espanhol, francês e
das agências especializadas que definem as respectivas responsabilidades russo fazem igualmente fé, será deposto nos arquivos da Organização das
dos diversos órgãos da Organização das Nações Unidas e das agências Nações Unidas.
especializadas no que respeita às questões tratadas no presente Pacto. 2. O secretário-geral das Nações Unidas transmitirá uma cópia certificada
do presente Pacto a todos os Estados visados no artigo 48.°
Artigo 47.º
Nenhuma disposição do presente Pacto será interpretada em sentido
limitativo do direito inerente a todos os povos de gozar e usar plenamente
Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
das suas riquezas e recursos naturais. Cruéis, Desumanos ou Degradantes (10/12/1984).
CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU
SEXTA PARTE PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES (1984)*
Artigo 48.º
1. O presente Pacto está aberto à assinatura de todos os Estados membros
da Organização das Nações Unidas ou membros de qualquer das suas
agências especializadas, de todos os Estados Partes no Estatuto do Tribu- Os Estados-partes na presente Convenção,
nal Internacional de Justiça, bem como de qualquer outro Estado convidado Considerando que, de acordo com os princípios proclamados pela Carta
pela Assembleia Geral das Nações Unidas a tornar-se parte no presente das Nações Unidas, o reconhecimento dos direitos iguais e inalienáveis de
Pacto. todos os membros da família humana é o fundamento da liberdade, da
2. O presente Pacto está sujeito a ratificação e os instrumentos de ratifica- justiça e da paz no mundo,
ção serão depositados junto do secretário-geral das Nações Unidas.
3. O presente Pacto será aberto à adesão de todos os Estados referidos no Reconhecendo que esses direitos emanam da dignidade inerente à pessoa
parágrafo 1 do presente artigo. humana,
4. A adesão far-se-á pelo depósito de um instrumento de adesão junto do Considerando a obrigação que incumbe aos Estados, em virtude da Carta,
secretário-geral das Nações Unidas. em particular do artigo 55, de promover o respeito universal e a observância
5. O secretário-geral das Nações Unidas informará todos os Estados que dos direitos humanos e das liberdades fundamentais,
assinaram o presente Pacto ou que a ele aderiram acerca do depósito de
cada instrumento de ratificação ou de adesão. Levando em conta o artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos do

Artigo 49.º Homem e o artigo 7º do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos,
1. O presente Pacto entrará em vigor três meses após a data do depósito que determinam que ninguém será sujeito a tortura ou a pena ou tratamen-
junto do secretário-geral das Nações Unidas do trigésimo quinto instrumen- to cruel, desumano ou degradante,
to de ratificação ou de adesão.
Levando também em conta a Declaração sobre a Proteção de Todas as
2. Para cada um dos Estados que ratificarem o presente Pacto ou a ele
Pessoas contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desuma-
aderirem, após o depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou
nos ou Degradantes, aprovada pela Assembléia Geral em 9 de dezembro
adesão, o dito Pacto entrará em vigor três meses depois da data do depósi-
de 1975,
to por parte desse Estado do seu instrumento de ratificação ou adesão.
Desejosos de tornar mais eficaz a luta contra a tortura e outros tratamentos
Artigo 50.º ou penas cruéis, desumanos ou degradantes em todo o mundo,
As disposições do presente Pacto aplicam-se sem limitação ou excepção
alguma a todas as unidades constitutivas dos Estados federais. Acordam o seguinte:

Artigo 51.º
1. Qualquer Estado Parte no presente Pacto pode propor uma emenda e PARTE I
depositar o respectivo texto junto do secretário-geral da Organização das
Nações Unidas. O secretário-geral transmitirá então quaisquer projectos de Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa
emenda aos Estados Partes no presente Pacto, pedindo-lhes para indicar qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais,
se desejam a convocação de uma conferência de Estados Partes para são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de
examinar estes projectos e submetê-los a votação. Se pelo menos um terço terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela
dos Estados se declararem a favor desta convenção, o secretário-geral ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de
convocará a conferência sob os auspícios da Organização das Nações intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo

Direitos Humanos 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou 4. Quando o Estado, em virtude deste artigo, houver detido uma pessoa,
sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no notificará imediatamente os Estados mencionados no artigo 5º, parágrafo
exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consen-
timento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou 1º, sobre tal detenção e sobre as circunstâncias que a justificam. O Estado
sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que proceder à investigação preliminar, a que se refere o parágrafo 2º do
que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
presente artigo, comunicará sem demora os resultados aos Estados antes
O presente artigo não será interpretado de maneira a restringir qualquer mencionados e indicará se pretende exercer sua jurisdição.
instrumento internacional ou legislação nacional que contenha ou possa
conter dispositivos de alcance mais amplo. Artigo 7º - 1. O Estado-parte no território sob a jurisdição do qual o suposto
autor de qualquer dos crimes mencionados no artigo 4º for encontrado, se
Artigo 2º - Cada Estado tomará medidas eficazes de caráter legislativo,
administrativo, judicial ou de outra natureza, a fim de impedir a prática de não o extraditar, obrigar-se-á, nos casos contemplados no artigo 5º, a
atos de tortura em qualquer território sob sua jurisdição. submeter o caso às suas autoridades competentes para o fim de ser o
mesmo processado.
2. Em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias excepcionais, como
ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer 2. As referidas autoridades tomarão sua decisão de acordo com as mesmas
outra emergência pública, como justificação para a tortura. normas aplicáveis a qualquer crime de natureza grave, conforme a legisla-
ção do referido Estado. Nos casos previstos no parágrafo 2º do artigo 5º,
Artigo 3º - 1. Nenhum Estado-parte procederá à expulsão, devolução ou
as regras sobre prova para fins de processo e condenação não poderão de
extradição de uma pessoa para outro Estado, quando houver razões subs- modo algum ser menos rigorosas do que as que se aplicarem aos casos
tanciais para crer que a mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura.
previstos no parágrafo 1º do artigo 5º.
2. A fim de determinar a existência de tais razões, as autoridades compe-
tentes levarão em conta todas as considerações pertinentes, inclusive, se 3. Qualquer pessoa processada por qualquer dos crimes previstos no artigo
for o caso, a existência, no Estado em questão, de um quadro de violações 4º receberá garantias de tratamento justo em todas as fases do processo.
sistemáticas, graves e maciças de direitos humanos.
Artigo 8º - 1. Os crimes a que se refere o artigo 4º serão considerados
Artigo 4º - Cada Estado-parte assegurará que todos os atos de tortura
como extraditáveis em qualquer tratado de extradição existente entre os
sejam considerados crimes segundo a sua legislação penal. O mesmo
Estados-partes. Os Estados-partes obrigar-se-ão a incluir tais crimes como
aplicar-se-á à tentativa de tortura e a todo ato de qualquer pessoa que
extraditáveis em todo tratado de extradição que vierem a concluir entre si.
constitua cumplicidade ou participação na tortura.
2. Se um Estado-parte que condiciona a extradição à existência de tratado
2. Cada Estado-parte punirá esses crimes com penas adequadas que
receber um pedido de extradição por parte de outro Estado-parte com o
levem em conta a sua gravidade.
qual não mantém tratado de extradição, poderá considerar a presente
Artigo 5º - 1. Cada Estado-parte tomará as medidas necessárias para Convenção como base legal para a extradição com respeito a tais crimes. A
extradição sujeitar-se-á às outras condições estabelecidas pela lei do
estabelecer sua jurisdição sobre os crimes previstos no artigo 4º, nos Estado que receber a solicitação.
seguintes casos: 3. Os Estados-partes que não condicionam a extradição à existência de um
a) quando os crimes tenham sido cometidos em qualquer território sob sua tratado reconhecerão, entre si, tais crimes como extraditáveis, dentro das
jurisdição ou a bordo de navio ou aeronave registrada no Estado em ques- condições estabelecidas pela lei do Estado que receber a solicitação.
tão; 4. O crime será considerado, para o fim de extradição entre os Estados-
b) quando o suposto autor for nacional do Estado em questão: partes, como se tivesse ocorrido não apenas no lugar em que ocorreu, mas
também nos territórios dos Estados chamados a estabelecerem sua jurisdi-
c) quando a vítima for nacional do Estado em questão e este o considerar
ção, de acordo com o parágrafo 1º do artigo 5º.
apropriado;
2. Cada Estado-parte tomará também as medidas necessárias para estabe- Artigo 9º - 1. Os Estados-partes prestarão entre si a maior assistência
lecer sua jurisdição sobre tais crimes, nos casos em que o suposto autor se possível, em relação aos procedimentos criminais instaurados relativamen-
encontre em qualquer território sob sua jurisdição e o Estado não o extradi-
te a qualquer dos delitos mencionados no artigo 4º, inclusive no que diz
te, de acordo com o artigo 8º, para qualquer dos Estados mencionados no
respeito ao fornecimento de todos os elementos de prova necessários para
parágrafo 1º do presente artigo. o processo que estejam em seu poder.

3. Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição criminal exercida de 2. Os Estados-partes cumprirão as obrigações decorrentes do parágrafo 1º
acordo com o direito interno. do presente artigo, conforme quaisquer tratados de assistência judiciária
recíproca existentes entre si.
Artigo 6º - 1. Todo Estado-parte em cujo território se encontre uma pessoa
Artigo 10 - 1. Cada Estado-parte assegurará que o ensino e a informação
suspeita de ter cometido qualquer dos crimes mencionados no artigo 4º, se
sobre a proibição da tortura sejam plenamente incorporados no treinamento
considerar, após o exame das informações de que dispõe, que as circuns- do pessoal civil ou militar encarregado da aplicação da lei, do pessoal
tâncias o justificam, procederá à detenção de tal pessoa ou tomará outras médico, dos funcionários públicos e de quaisquer outras pessoas que
medidas legais para assegurar sua presença. A detenção e outras medidas possam participar da custódia, interrogatório ou tratamento de qualquer
legais serão tomadas de acordo com a lei do Estado, mas vigorarão apenas pessoa submetida a qualquer forma de prisão, detenção ou reclusão.
pelo tempo necessário ao início do processo penal ou de extradição.
2. Cada Estado-parte incluirá a referida proibição nas normas ou instruções
2. O Estado em questão procederá imediatamente a uma investigação relativas aos deveres e funções de tais pessoas.
preliminar dos fatos.
Artigo 11 - Cada Estado-parte manterá sistematicamente sob exame as
3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágrafo 1º terá asseguradas normas, instruções, métodos e práticas de interrogatório, bem como as
facilidades para comunicar-se imediatamente com o representante mais disposições sobre a custódia e o tratamento das pessoas submetidas, em
próximo do Estado de que é nacional ou, se for apátrida, com o represen- qualquer território sob a sua jurisdição, a qualquer forma de prisão, deten-
tante de sua residência habitual. ção ou reclusão, com vistas a evitar qualquer caso de tortura.

Direitos Humanos 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Artigo 12 - Cada Estado-parte assegurará que suas autoridades competen- 5. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos.
tes procederão imediatamente a uma investigação imparcial, sempre que Poderão, caso suas candidaturas sejam apresentadas novamente, ser
houver motivos razoáveis para crer que um ato de tortura tenha sido come- reeleitos. Entretanto, o mandato de cinco dos membros eleitos na primeira
tido em qualquer território sob sua jurisdição. eleição expirará ao final de dois anos; imediatamente após a primeira
eleição, o presidente da reunião a que se refere o parágrafo 3 do presente
Artigo 13 - Cada Estado-parte assegurará, a qualquer pessoa que alegue artigo indicará, por sorteio, os nomes desses cinco membros.
ter sido submetida a tortura em qualquer território sob sua jurisdição, o
direito de apresentar queixa perante as autoridades competentes do referi- 6. Se um membro do Comitê vier a falecer, a demitir-se de suas funções ou,
do Estado, que procederão imediatamente e com imparcialidade ao exame por outro motivo qualquer, não puder cumprir com suas obrigações no
do seu caso. Serão tomadas medidas para assegurar a proteção dos Comitê, o Estado-parte que apresentou sua candidatura indicará, entre
queixosos e das testemunhas contra qualquer mau tratamento ou intimida- seus nacionais, outro perito para cumprir o restante de seu mandato, sendo
ção, em consequência da queixa apresentada ou do depoimento prestado. que a referida indicação estará sujeita à aprovação da maioria dos Estados-
partes. Considerar-se-á como concedida a referida aprovação, a menos
Artigo 14 - 1. Cada Estado-parte assegurará em seu sistema jurídico, à que a metade ou mais dos Estados-partes venham a responder negativa-
vítima de um ato de tortura, o direito à reparação e à indenização justa e mente dentro de um prazo de seis semanas, a contar do momento em que
adequada, incluídos os meios necessários para a mais completa reabilita- o Secretário Geral das Nações Unidas lhes houver comunicado a candida-
ção possível. Em caso de morte da vítima como resultado de um ato de tura proposta.
tortura, seus dependentes terão direito a indenização.
7. Correrão por conta dos Estados-partes as despesas em que vierem a
2. O disposto no presente artigo não afetará qualquer direito a indenização incorrer os membros do Comitê no desempenho de suas funções no referi-
que a vítima ou outra pessoa possam ter em decorrência das leis nacionais. do órgão.
Artigo 15 - Cada Estado-parte assegurará que nenhuma declaração que se Artigo 18 - 1. O Comitê elegerá sua Mesa para um período de dois anos.
demonstre ter sido prestada como resultado de tortura possa ser invocada Os membros da Mesa poderão ser reeleitos.
como prova em qualquer processo, salvo contra uma pessoa acusada de
tortura como prova de que a declaração foi prestada. 2. O próprio Comitê estabelecerá suas regras de procedimento; estas,
contudo, deverão conter, entre outras, as seguintes disposições:
Artigo 16 - 1. Cada Estado-parte se comprometerá a proibir, em qualquer
território sob a sua jurisdição, outros atos que constituam tratamentos ou a) o quorum será de seis membros;
penas cruéis, desumanos ou degradantes que não constituam tortura tal
como definida no artigo 1, quando tais atos forem cometidos por funcionário b) as decisões do Comitê serão tomadas por maioria dos votos dos mem-
público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua bros presentes.
instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Aplicar-se-ão, em 3. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas colocará à dispo-
particular, as obrigações mencionadas nos artigos 10, 11, 12 e 13, com a sição do Comitê o pessoal e os serviços necessários ao desempenho
substituição das referências a outras formas de tratamentos ou penas eficaz das funções que lhe são atribuídas em virtude da presente Conven-
cruéis, desumanos ou degradantes. ção.
2. Os dispositivos da presente Convenção não serão interpretados de 4. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas convocará a
maneira a restringir os dispositivos de qualquer outro instrumento interna- primeira reunião do Comitê. Após a primeira reunião, o Comitê deverá
cional ou lei nacional que proíba os tratamentos ou penas cruéis, desuma- reunir-se em todas as ocasiões previstas em suas regras de procedimento.
nos ou degradantes ou que se refira à extradição ou expulsão.
5. Os Estados-partes serão responsáveis pelos gastos vinculados à reali-
zação das reuniões dos Estados-partes e do Comitê, inclusive o reembolso
PARTE II de quaisquer gastos, tais como os de pessoal e de serviços, em que incor-
rerem as Nações Unidas, em conformidade com o parágrafo 3º do presente
Artigo 17 - 1. Constituir-se-á um Comitê contra a Tortura (doravante deno-
artigo.
minado o "Comitê"), que desempenhará as funções descritas adiante. O
Comitê será composto por dez peritos de elevada reputação moral e reco- Artigo 19 - 1. Os Estados-partes submeterão ao Comitê, por intermédio do
nhecida competência em matéria de direitos humanos, os quais exercerão Secretário Geral das Nações Unidas, relatórios sobre as medidas por eles
suas funções a título pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados- adotadas no cumprimento das obrigações assumidas, em virtude da pre-
partes, levando em conta uma distribuição geográfica equitativa e a utilida- sente Convenção, no Estado-parte interessado. A partir de então, os Esta-
de da participação de algumas pessoas com experiência jurídica. dos-partes deverão apresentar relatórios suplementares a cada quatro
anos, sobre todas as novas disposições que houverem adotado, bem como
2. Os membros do Comitê serão eleitos em votação secreta, dentre uma
outros relatórios que o Comitê vier a solicitar.
lista de pessoas indicadas pelos Estados-partes. Cada Estado-parte pode
indicar uma pessoa dentre os seus nacionais. Os Estados-partes terão 2. O Secretário Geral das Nações Unidas transmitirá os relatórios a todos
presente a utilidade da indicação de pessoas que sejam também membros os Estados-partes.
do Comitê de Direitos Humanos, estabelecido de acordo com o Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e que estejam dispostas a servir 3. Cada relatório será examinado pelo Comitê, que poderá fazer os comen-
no Comitê contra a Tortura. tários gerais que julgar oportunos e os transmitirá ao Estado-parte interes-
sado. Este poderá, em resposta ao Comitê, comunicar-lhe todas as obser-
3. Os membros do Comitê serão eleitos em reuniões bienais dos Estados- vações que deseje formular.
partes convocadas pelo Secretário Geral das Nações Unidas. Nestas
reuniões, nas quais o quórum será estabelecido por dois terços dos Esta- 4. O Comitê poderá, a seu critério, tomar a decisão de incluir qualquer
dos-partes, serão eleitos membros do Comitê os candidatos que obtiverem comentário que houver feito, de acordo com o que estipula o parágrafo 3º
o maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes do presente artigo, junto com as observações conexas recebidas do Esta-
dos Estados-partes presentes e votantes. do-parte interessado, em seu relatório anual que apresentará, em confor-
4. A primeira eleição se realizará no máximo seis meses após a data da midade com o artigo 24. Se assim o solicitar o Estado-parte interessado, o
entrada em vigor da presente Convenção. Ao menos quatro meses antes Comitê poderá também incluir cópia do relatório apresentado, em virtude do
da data de cada eleição, o Secretário Geral da Organização das Nações parágrafo 1º do presente artigo.
Unidas enviará uma carta aos Estados-partes, para convidá-los a apresen-
tar suas candidaturas, no prazo de três meses. O Secretário Geral da Artigo 20 - 1. O Comitê, no caso de vir a receber informações fidedignas
Organização das Nações Unidas organizará uma lista por ordem alfabética que lhe pareçam indicar, de forma fundamentada, que a tortura é praticada
de todos os candidatos assim designados, com indicações dos Estados- sistematicamente no território de um Estado-parte, convidará o Estado-
partes que os tiverem designado, e a comunicará aos Estados-partes.

Direitos Humanos 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
parte em questão a cooperar no exame das informações e, nesse sentido, o Comitê poderá constituir, se julgar conveniente, uma comissão de concili-
a transmitir ao Comitê as observações que julgar pertinentes. ação ad hoc;
2. Levando em consideração todas as observações que houver apresenta- f) Em todas as questões que se lhe submetam em virtude do presente
do o Estado-parte interessado, bem como quaisquer outras informações artigo, o Comitê poderá solicitar aos Estados-partes interessados, a que se
pertinentes de que dispuser, o Comitê poderá, se lhe parecer justificável, faz referência na alínea "b", que lhe forneçam quaisquer informações
designar um ou vários de seus membros para que procedam a uma investi- pertinentes;
gação confidencial e informem urgentemente o Comitê.
g) Os Estados-partes interessados, a que se faz referência na alínea "b",
3. No caso de realizar-se uma investigação nos termos do parágrafo 2º do terão o direito de fazer-se representar quando as questões forem examina-
das no Comitê e de apresentar suas observações verbalmente e/ou por
presente artigo, o Comitê procurará obter a colaboração do Estado-parte
escrito;
interessado. Com a concordância do Estado-parte em questão, a investiga-
ção poderá incluir uma visita a seu território. h) O Comitê, dentro dos doze meses seguintes à data do recebimento da
notificação mencionada na alínea "b", apresentará relatório em que:
4. Depois de haver examinado as conclusões apresentadas por um ou
vários de seus membros, nos termos do parágrafo 2º do presente artigo, o (i) se houver sido alcançada uma solução nos termos da alínea "e", o
Comitê restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos e
Comitê as transmitirá ao Estado-parte interessado, junto com as observa-
da solução alcançada;
ções ou sugestões que considerar pertinentes com vista da situação.
(ii) se não houver sido alcançada solução alguma nos termos da alínea "e",
5. Todos os trabalhos do Comitê a que se faz referência nos parágrafos 1º o Comitê restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos;
ao 4º do presente artigo serão confidenciais e, em todas as etapas dos serão anexados ao relatório o texto das observações escritas e das atas
das observações orais apresentadas pelos Estados-partes interessados.
referidos trabalhos, procurar-se-á obter a cooperação do Estado-parte.
Para cada questão, o relatório será encaminhado aos Estados-partes
Quando estiverem concluídos os trabalhos relacionados com uma investi-
interessados.
gação realizada de acordo com o parágrafo 2º, o Comitê poderá, após
celebrar consultas com o Estado-parte interessado, tomar a decisão de 2. As disposições do presente artigo entrarão em vigor a partir do momento
incluir um resumo dos resultados da investigação em seu relatório anual, em que cinco Estados-partes no presente Pacto houverem feito as declara-
que apresentará em conformidade com o artigo 24. ções mencionadas no parágrafo 1º deste artigo. As referidas declarações
serão depositadas pelos Estados-partes junto ao Secretário Geral da Orga-
Artigo 21 - 1. Com base no presente artigo, todo Estado-parte na presente
nização das Nações Unidas, que enviará cópia das mesmas aos demais
Convenção poderá declarar, a qualquer momento, que reconhece a compe-
Estados-partes. Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer momento,
tência do Comitê para receber e examinar as comunicações em que um
mediante notificação endereçada ao Secretário Geral. Far-se-á essa retira-
Estado-parte alegue que outro Estado-parte não vem cumprindo as obriga-
da sem prejuízo do exame de quaisquer questões que constituam objeto de
ções que lhe impõe a Convenção. As referidas comunicações só serão
uma comunicação já transmitida nos termos deste artigo; em virtude do
recebidas e examinadas nos termos do presente artigo, no caso de serem
presente artigo, não se receberá qualquer nova comunicação de um Esta-
apresentadas por um Estado-parte que houver feito uma declaração em
do-parte, uma vez que o Secretário Geral haja recebido a notificação sobre
que reconheça, com relação a si próprio, a competência do Comitê. O
a retirada da declaração, a menos que o Estado-parte interessado haja feito
Comitê não receberá comunicação alguma relativa a um Estado-parte que
uma nova declaração.
não houver feito uma declaração dessa natureza. As comunicações recebi-
das em virtude do presente artigo estarão sujeitas ao procedimento que Artigo 22 - 1. Todo Estado-parte na presente Convenção poderá declarar,
segue: em virtude do presente artigo, a qualquer momento, que reconhece a
competência do Comitê para receber e examinar as comunicações envia-
a) Se um Estado-parte considerar que outro Estado-parte não vem cum-
das por pessoas sob sua jurisdição, ou em nome delas, que aleguem ser
prindo as disposições da presente Convenção poderá, mediante comunica-
vítimas de violação, por um Estado-parte, das disposições da Convenção.
ção escrita, levar a questão a conhecimento deste Estado-parte. Dentro do
O Comitê não receberá comunicação alguma relativa a um Estado-parte
prazo de três meses, a contar da data do recebimento da comunicação, o
que não houver feito declaração dessa natureza.
Estado destinatário fornecerá ao Estado que enviou a comunicação expli-
cações e quaisquer outras declarações por escrito que esclareçam a ques- 2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação recebida em
tão, as quais deverão fazer referência, até onde seja possível e pertinente, conformidade com o presente artigo que seja anônima, ou que, a seu juízo,
aos procedimentos nacionais e aos recursos jurídicos adotados, em trâmite constitua abuso do direito de apresentar as referidas comunicações, ou que
ou disponíveis sobre a questão; seja incompatível com as disposições da presente Convenção.
b) Se, dentro do prazo de seis meses, a contar da data do recebimento da 3. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 2º, o Comitê levará todas as
comunicação original pelo Estado destinatário, a questão não estiver dirimi-
da satisfatoriamente para ambos os Estados-partes interessados, tanto um comunicações apresentadas, em conformidade com este artigo, ao conhe-
como o outro terão o direito de submetê-la ao Comitê, mediante notificação cimento do Estado-parte na presente Convenção que houver feito uma
endereçada ao Comitê ou ao outro Estado interessado; declaração nos termos do parágrafo 1º e sobre o qual se alegue ter violado
qualquer disposição da Convenção. Dentro dos seis meses seguintes, o
c) O Comitê tratará de todas as questões que se lhe submetam em virtude
Estado destinatário submeterá ao Comitê as explicações ou declarações
do presente artigo, somente após ter-se assegurado de que todos os recur-
por escrito que elucidem a questão e, se for o caso, que indiquem o recurso
sos internos disponíveis tenham sido utilizados e esgotados, em conformi-
jurídico adotado pelo Estado em questão.
dade com os princípios do Direito Internacional geralmente reconhecidos.
Não se aplicará essa regra quando a aplicação dos mencionados recursos 4. O Comitê examinará as comunicações recebidas em conformidade com
se prolongar injustificadamente ou quando não for provável que a aplicação o presente artigo, à luz de todas as informações a ele submetidas pela
de tais recursos venha a melhorar realmente a situação da pessoa que seja pessoa interessada, ou em nome dela, e pelo Estado-parte interessado.
vítima de violação da presente Convenção;
5. O Comitê não examinará comunicação alguma de uma pessoa, nos
d) O Comitê realizará reuniões confidenciais quando estiver examinando as termos do presente artigo, sem que haja assegurado que:
comunicações previstas no presente artigo;
a) A mesma questão não foi, nem está sendo, examinada perante outra
e) Sem prejuízo das disposições da alíena "c", o Comitê colocará seus bons instância internacional de investigação ou solução;
ofícios à disposição dos Estados-partes interessados no intuito de alcançar
uma solução amistosa para a questão, baseada no respeito às obrigações b) A pessoa em questão esgotou todos os recursos jurídicos internos
estabelecidas na presente Convenção. Com vistas a atingir estes objetivo, disponíveis; não se aplicará esta regra quando a aplicação dos menciona-
dos recursos se prolongar injustificadamente, ou, quando não for provável

Direitos Humanos 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que a aplicação de tais recursos venha a melhorar realmente a situação da dos-partes se manifestar a favor da referida convocação, o Secretário Geral
pessoa que seja vítima de violação da presente Convenção. convocará a conferência sob os auspícios da Organização das Nações
Unidas. Toda emenda adotada pela maioria dos Estados-partes presentes
6. O Comitê realizará reuniões confidenciais quando estiver examinando as e votantes na conferência será submetida pelo Secretário Geral à aceitação
comunicações previstas no presente artigo. de todos os Estados-partes.
7. O Comitê comunicará seu parecer ao Estado-parte e à pessoa em ques-
tão. 2. Toda emenda adotada nos termos da disposição do parágrafo 1º do
presente artigo entrará em vigor assim que dois terços dos Estados-partes
8. As disposições do presente artigo entrarão em vigor a partir do momento na presente Convenção houverem notificado o Secretário Geral das Na-
em que cinco Estados-partes na presente Convenção houverem feito as ções Unidas de que a aceitaram, em conformidade com seus respectivos
declarações mencionadas no parágrafo 1º deste artigo. As referidas decla- procedimentos constitucionais.
rações serão depositadas pelos Estados-partes junto ao Secretário Geral 3. Quando entrarem em vigor, as emendas serão obrigatórias para os
das Nações Unidas, que enviará cópia das mesmas aos demais Estados- Estados-partes que as aceitaram, ao passo que os demais Estados-partes
partes. Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer momento, median- permanecem obrigados pelas disposições da Convenção e pelas emendas
te notificação endereçada ao Secretário Geral. Far-se-á essa retirada sem anteriores por eles aceitas.
prejuízo do exame de quaisquer questões que constituam objeto de uma
comunicação já transmitida nos termos deste artigo; em virtude do presente Artigo 30 - As controvérsias entre dois ou mais Estados-partes, com relação
artigo, não se receberá qualquer nova comunicação de uma pessoa, ou em à interpretação ou aplicação da presente Convenção, que não puderem ser
nome dela, uma vez que o Secretário Geral haja recebido a notificação dirimidas por meio de negociação, serão, a pedido de um deles, submeti-
sobre a retirada da declaração, a menos que o Estado-parte interessado das à arbitragem. Se, durante os seis meses seguintes à data do pedido de
haja feito uma nova declaração. arbitragem, as Partes não lograrem pôr-se de acordo quanto aos termos do
compromisso de arbitragem, qualquer das Partes poderá submeter a con-
Artigo 23 - Os membros do Comitê e os membros das comissões de conci- trovérsia à Corte Internacional de Justiça, mediante solicitação feita em
liação ad hoc designados nos termos da alínea "e" do parágrafo 1º do conformidade com o Estatuto da Corte.
artigo 21 terão direito às facilidades, privilégios e imunidades que se con-
2. Cada Estado-parte poderá declarar, por ocasião da assinatura ou ratifi-
cedem aos peritos no desempenho de missões para a Organização das
cação da presente Convenção, que não se considera obrigado pelo pará-
Nações Unidas, em conformidade com as seções pertinentes da Conven-
ção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas. grafo 1º deste artigo. Os demais Estados-partes não estarão obrigados
pelo referido parágrafo, com relação a qualquer Estado-parte que houver
Artigo 24 - O Comitê apresentará, em virtude da presente Convenção, um formulado reserva dessa natureza.
relatório anual sobre as suas atividades aos Estados-partes e à Assembléia
Geral das Nações Unidas. 3. Todo Estado-parte que houver formulado reserva, em conformidade com
o parágrafo 2º do presente artigo poderá, a qualquer momento, tornar sem
efeito essa reserva, mediante notificação endereçada ao Secretário Geral
PARTE III das Nações Unidas.
Artigo 31 - Todo Estado-parte poderá denunciar a presente Convenção
Artigo 25 - 1. A presente Convenção está aberta à assinatura de todos os mediante notificação por escrito endereçada ao Secretário Geral das Na-
Estados. ções Unidas. A denúncia produzirá efeitos um ano depois da data do rece-
bimento da notificação pelo Secretário Geral.
2. A presente Convenção está sujeita à ratificação. Os instrumentos de
ratificação serão depositados junto ao Secretário Geral da Organização das 2. A referida denúncia não eximirá o Estado-parte das obrigações que lhe
Nações Unidas. impõe a presente Convenção relativamente a qualquer ação ou omissão
ocorrida antes da data em que a denúncia venha a produzir efeitos; a
Artigo 26 - A presente Convenção está aberta à adesão de todos os Esta- denúncia não acarretará, tampouco, a suspensão do exame de quaisquer
dos. Far-se-á a adesão mediante depósito do instrumento de adesão junto questões que o Comitê já começara a examinar antes da data em que a
ao Secretário Geral das Nações Unidas. denúncia veio a produzir efeitos.
Artigo 27 - A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a 3. A partir da data em que vier a produzir efeitos a denúncia de um Estado-
contar da data em que o vigésimo instrumento de ratificação ou adesão parte, o Comitê não dará início ao exame de qualquer nova questão refe-
houver sido depositado junto ao Secretário Geral das Nações Unidas. rente ao Estado em apreço.
2. Para os Estados que vierem a ratificar a presente Convenção ou a ela Artigo 32 - O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas comuni-
aderir após o depósito do vigésimo instrumento de ratificação ou adesão, a cará a todos os Estados membros das Nações Unidas e a todos os Estados
Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a contar da data em que o que assinaram a presente Convenção ou a ela aderiram:
Estado em questão houver depositado seu instrumento de ratificação ou
adesão. a) As assinaturas, ratificações e adesões recebidas em conformidade com
os artigos 25 e 26;
Artigo 28 - 1. Cada Estado-parte poderá declarar, por ocasião da assinatura
ou ratificação da presente Convenção ou da adesão a ela, que não reco- b) A data da entrada em vigor da Convenção, nos termos do artigo 27, e a
nhece a competência do Comitê quanto ao disposto no artigo 20. data de entrada em vigor de quaisquer emendas, nos termos do artigo 29.

2. Todo Estado-parte na presente Convenção que houver formulado reser- c) As denúncias recebidas em conformidade com o artigo 31.
va em conformidade com o parágrafo 1º do presente artigo, poderá a Artigo 33 - 1. A presente Convenção, cujos textos em árabe, chinês, espa-
qualquer momento tornar sem efeito essa reserva, mediante notificação nhol, francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será depositada
endereçada ao Secretário Geral das Nações Unidas. junto ao Secretário Geral das Nações Unidas.

Artigo 29 - Todo Estado-parte na presente Convenção poderá propor e- 2. O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas encaminhará
mendas e depositá-las junto ao Secretário Geral da Organização das cópias autenticadas da presente Convenção a todos os Estados.
Nações Unidas. O Secretário Geral comunicará todas as propostas de * Adotada pela Resolução 39/46, da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10.12.1984 - ratificada pelo Brasil
emendas aos Estados-partes, pedindo-lhes que o notifiquem se desejam em 28.09.1989
que se convoque uma conferência dos Estados-partes destinada a exami-
nar as propostas e submetê-las a votação. Dentro dos quatro meses se-
guintes à data da referida comunicação, se pelo menos um terço dos Esta-

Direitos Humanos 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Estatuto de Roma (17/07/1998). cuja versão autêntica em língua inglesa e tradução em língua portuguesa
seguem em anexo.

ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL Artigo 2.º


INTERNACIONAL (TPI) Declaração interpretativa

Decreto do Presidente da República n.º 2/2002 1 - Portugal manifesta a sua intenção de exercer o poder de jurisdição
sobre pessoas encontradas em território nacional indiciadas pelos crimes
previstos no n.º 1 do artigo 5.º do Estatuto, com observância da sua tradi-
Diário da República n.º 15, Série I-A de Janeiro de 2002 ção penal, de acordo com as suas regras constitucionais e demais legisla-
ção penal interna.
SUMÁRIO: 2 - Portugal declara, nos termos e para os efeitos do n.º 2 do artigo 87.º do
Ratifica o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, aberto à Estatuto, que os pedidos de cooperação e os documentos comprovativos
assinatura dos Estados em Roma, em 17 de Julho de 1998 que os instruam devem ser redigidos em língua portuguesa ou acompa-
nhados de uma tradução nesta língua.
Decreto do Presidente da República n.º 2/2002
de 18 de Janeiro Aprovada em 20 de Dezembro de 2001.
O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos.
O Presidente da República decreta, nos termos do artigo 135.º, alínea b),
da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

É ratificado o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, aberto à Preâmbulo


assinatura dos Estados em Roma, em 17 de Julho de 1998, aprovado, para
ratificação, pela Resolução da Assembleia da República n.º 3/2002, em 20 Os Estados Partes no presente Estatuto:
de Dezembro de 2001.
Conscientes de que todos os povos estão unidos por laços comuns e de
Artigo 2.º que as suas culturas foram construídas sobre uma herança que partilham,
e preocupados com o facto de este delicado mosaico poder vir a quebrar-se
1 - Portugal manifesta a sua intenção de exercer o poder de jurisdição a qualquer instante;
sobre pessoas encontradas em território nacional indiciadas pelos crimes
previstos no n.º 1 do artigo 5.º do Estatuto, com observância da sua tradi- Tendo presente que, no decurso deste século, milhões de crianças, ho-
ção penal, de acordo com as suas regras constitucionais e demais legisla- mens e mulheres têm sido vítimas de atrocidades inimagináveis que cho-
ção penal interna. cam profundamente a consciência da Humanidade;
2 - Portugal declara, nos termos e para os efeitos do n.º 2 do artigo 87.º do
Estatuto, que os pedidos de cooperação e os documentos comprovativos
que os instruam devem ser redigidos em língua portuguesa ou acompa- Reconhecendo que crimes de uma tal gravidade constituem uma ameaça à
nhados de uma tradução nesta língua. paz, à segurança e ao bem-estar da Humanidade;

Assinado em 7 de Janeiro de 2002. Afirmando que os crimes de maior gravidade que afectam a comunidade
Publique-se. internacional no seu conjunto não devem ficar impunes e que a sua repres-
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. são deve ser efectivamente assegurada através da adopção de medidas a
Referendado em 7 de Janeiro de 2002. nível nacional e do reforço da cooperação internacional;
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.
Decididos a pôr fim à impunidade dos autores desses crimes e a contribuir
Resolução da Assembleia da República n.º 3/2002 assim para a prevenção de tais crimes;

SUMÁRIO: Relembrando que é dever de todo o Estado exercer a respectiva jurisdição


Aprova, para ratificação, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacio- penal sobre os responsáveis por crimes internacionais;
nal, aberto à assinatura dos Estados em Roma, em 17 de Julho de 1998
Reafirmando os objectivos e princípios consignados na Carta das Nações
Resolução da Assembleia da República n.º 3/2002 Unidas e, em particular, que todos os Estados se devem abster de recorrer
à ameaça ou ao uso da força contra a integridade territorial ou a indepen-
dência política de qualquer Estado, ou de actuar por qualquer outra forma
Aprova, para ratificação, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacio- incompatível com os objectivos das Nações Unidas;
nal, aberto à assinatura dos Estados em Roma, em 17 de Julho de 1998.
Salientando, a este propósito, que nada no presente Estatuto deverá ser
A Assembleia da República resolve, nos termos da alínea i) do artigo entendido como autorizando qualquer Estado Parte a intervir num conflito
161.º e do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, o seguinte: armado ou nos assuntos internos de qualquer Estado;

Artigo 1.º Determinados em prosseguir este objectivo e, no interesse das gerações


Aprovação presentes e vindouras, a criar um tribunal penal internacional com carácter
permanente e independente no âmbito do sistema das Nações Unidas, e
Aprovar, para ratificação, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacio- com jurisdição sobre os crimes de maior gravidade que afectem a comuni-
nal, aberto à assinatura dos Estados em Roma, em 17 de Julho de 1998, dade internacional no seu conjunto;

Direitos Humanos 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sublinhando que o Tribunal Penal Internacional criado pelo presente Esta- deve ser compatível com as disposições pertinentes da Carta das Nações
tuto será complementar das jurisdições penais nacionais; Unidas.

Decididos a garantir o respeito duradouro pela efectivação da justiça inter- Artigo 6.º
nacional; Crime de genocídio

convieram no seguinte: Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por «genocídio» qualquer
um dos actos que a seguir se enumeram, praticado com intenção de des-
CAPÍTULO I truir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, rácico ou religioso,
Criação do Tribunal enquanto tal:
a) Homicídio de membros do grupo;
b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;
Artigo 1.º c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida pensadas para provo-
O Tribunal car a sua destruição física, total ou parcial;
d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do
É criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal Internacional («o grupo;
Tribunal»). O Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.
sobre as pessoas responsáveis pelos crimes de maior gravidade com
alcance internacional, de acordo com o presente Estatuto, e será comple- Artigo 7.º
mentar das jurisdições penais nacionais. A competência e o funcionamento Crimes contra a Humanidade
do Tribunal reger-se-ão pelo presente Estatuto.
1 - Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por «crime contra a
Artigo 2.º Humanidade» qualquer um dos actos seguintes, quando cometido no
Relação do Tribunal com as Nações Unidas quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer popula-
ção civil, havendo conhecimento desse ataque:
A relação entre o Tribunal e as Nações Unidas será estabelecida através a) Homicídio;
de um acordo a ser aprovado pela Assembleia dos Estados Partes no b) Extermínio;
presente Estatuto e, seguidamente, concluído pelo presidente do Tribunal, c) Escravidão;
em nome deste. d) Deportação ou transferência à força de uma população;
e) Prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, em violação
Artigo 3.º das normas fundamentais do direito internacional;
Sede do Tribunal f) Tortura;
g) Violação, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez à força,
esterilização à força ou qualquer outra forma de violência no campo sexual
1 - A sede do Tribunal será na Haia, Países Baixos («o Estado anfitrião»). de gravidade comparável;
2 - O Tribunal estabelecerá um acordo com o Estado anfitrião relativo à h) Perseguição de um grupo ou colectividade que possa ser identificado,
sede, a ser aprovado pela Assembleia dos Estados Partes e seguidamente por motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de
concluído pelo presidente do Tribunal, em nome deste. sexo, tal como definido no n.º 3, ou em função de outros critérios univer-
3 - Sempre que entender conveniente, o Tribunal poderá funcionar noutro salmente reconhecidos como inaceitáveis em direito internacional, relacio-
local, nos termos do presente Estatuto. nados com qualquer acto referido neste número ou com qualquer crime da
competência do Tribunal;
Artigo 4.º i) Desaparecimento forçado de pessoas;
Estatuto legal e poderes do Tribunal j) Crime de apartheid;
k) Outros actos desumanos de carácter semelhante que causem intencio-
nalmente grande sofrimento, ferimentos graves ou afectem a saúde mental
1 - O Tribunal terá personalidade jurídica internacional. Possuirá, igualmen-
ou física.
te, a capacidade jurídica necessária ao desempenho das suas funções e à
2 - Para efeitos do n.º 1:
prossecução dos seus objectivos.
a) Por «ataque contra uma população civil» entende-se qualquer conduta
2 - O Tribunal poderá exercer os seus poderes e funções, nos termos do
que envolva a prática múltipla de actos referidos no n.º 1 contra uma popu-
presente Estatuto, no território de qualquer Estado Parte e, por acordo
lação civil, de acordo com a política de um Estado ou de uma organização
especial, no território de qualquer outro Estado.
de praticar esses actos ou tendo em vista a prossecução dessa política;
b) O «extermínio» compreende a sujeição intencional a condições de vida,
CAPÍTULO II tais como a privação do acesso a alimentos ou medicamentos, com vista a
Competência, admissibilidade e direito aplicável causar a destruição de uma parte da população;
c) Por «escravidão» entende-se o exercício, relativamente a uma pessoa,
Artigo 5.º de um poder ou de um conjunto de poderes que traduzam um direito de
Crimes da competência do Tribunal propriedade sobre uma pessoa, incluindo o exercício desse poder no âmbi-
to do tráfico de pessoas, em particular mulheres e crianças;
d) Por «deportação ou transferência à força de uma população» entende-se
1 - A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves que
a deslocação coactiva de pessoas através da expulsão ou de outro acto
afectam a comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos do pre-
coercivo, da zona em que se encontram legalmente, sem qualquer motivo
sente Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar os seguintes cri-
reconhecido em direito internacional;
mes:
e) Por «tortura» entende-se o acto por meio do qual uma dor ou sofrimen-
a) O crime de genocídio;
tos graves, físicos ou mentais, são intencionalmente causados a uma
b) Os crimes contra a Humanidade;
pessoa que esteja sob a custódia ou o controlo do arguido; este termo não
c) Os crimes de guerra;
compreende a dor ou os sofrimentos resultantes unicamente de sanções
d) O crime de agressão.
legais, inerentes a essas sanções ou por elas ocasionadas acidentalmente;
2 - O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de
f) Por «gravidez à força» entende-se a privação de liberdade ilegal de uma
agressão desde que, nos termos dos artigos 121.º e 123.º, seja aprovada
mulher que foi engravidada à força, com o propósito de alterar a composi-
uma disposição em que se defina o crime e se enunciem as condições em
ção étnica de uma população ou de cometer outras violações graves do
que o Tribunal terá competência relativamente a este crime. Tal disposição
direito internacional. Esta definição não pode, de modo algum, ser interpre-

Direitos Humanos 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tada como afectando as disposições de direito interno relativas à gravidez; deste modo a morte ou ferimentos graves;
g) Por «perseguição» entende-se a privação intencional e grave de direitos viii) A transferência, directa ou indirecta, por uma potência ocupante de
fundamentais em violação do direito internacional por motivos relacionados parte da sua população civil para o território que ocupa ou a deportação ou
com a identidade do grupo ou da colectividade em causa; transferência da totalidade ou de parte da população do território ocupado,
h) Por «crime de apartheid» entende-se qualquer acto desumano análogo dentro ou para fora desse território;
aos referidos no n.º 1, praticado no contexto de um regime institucionaliza- ix) Os ataques intencionais a edifícios consagrados ao culto religioso, à
do de opressão e domínio sistemático de um grupo rácico sobre um ou educação, às artes, às ciências ou à beneficência, monumentos históricos,
outros e com a intenção de manter esse regime; hospitais e lugares onde se agrupem doentes e feridos, sempre que não se
i) Por «desaparecimento forçado de pessoas» entende-se a detenção, a trate de objectivos militares;
prisão ou o sequestro de pessoas por um Estado ou uma organização x) Submeter pessoas que se encontrem sob o domínio de uma parte belige-
política, ou com a autorização, o apoio ou a concordância destes, seguidos rante a mutilações físicas ou a qualquer tipo de experiências médicas ou
de recusa em reconhecer tal estado de privação de liberdade ou a prestar científicas que não sejam motivadas por um tratamento médico, dentário ou
qualquer informação sobre a situação ou localização dessas pessoas, com hospitalar, nem sejam efectuadas no interesse dessas pessoas, e que
o propósito de lhes negar a protecção da lei por um longo período de tem- causem a morte ou façam perigar seriamente a sua saúde;
po. xi) Matar ou ferir à traição pessoas pertencentes à nação ou ao exército
3 - Para efeitos do presente Estatuto, entende-se que o termo «sexo» inimigos;
abrange os sexos masculino e feminino, dentro do contexto da sociedade, xii) Declarar que não será dado abrigo;
não lhe devendo ser atribuído qualquer outro significado. xiii) Destruir ou apreender bens do inimigo, a menos que as necessidades
da guerra assim o determinem;
Artigo 8.º xiv) Declarar abolidos, suspensos ou não admissíveis em tribunal os direi-
Crimes de guerra tos e acções dos nacionais da parte inimiga;
xv) O facto de uma parte beligerante obrigar os nacionais da parte inimiga a
participar em operações bélicas dirigidas contra o seu próprio país, ainda
1 - O Tribunal terá competência para julgar os crimes de guerra, em particu- que eles tenham estado ao serviço daquela parte beligerante antes do
lar quando cometidos como parte integrante de um plano ou de uma políti- início da guerra;
ca ou como parte de uma prática em larga escala desse tipo de crimes. xvi) Saquear uma cidade ou uma localidade, mesmo quando tomada de
2 - Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por «crimes de guer- assalto;
ra»: xvii) Utilizar veneno ou armas envenenadas;
a) As violações graves às Convenções de Genebra, de 12 de Agosto de xviii) Utilizar gases asfixiantes, tóxicos ou similares, ou qualquer líquido,
1949, a saber, qualquer um dos seguintes actos, dirigidos contra pessoas material ou dispositivo análogo;
ou bens protegidos nos termos da Convenção de Genebra que for pertinen- xix) Utilizar balas que se expandem ou achatam facilmente no interior do
te: corpo humano, tais como balas de revestimento duro que não cobre total-
i) Homicídio doloso; mente o interior ou possui incisões;
ii) Tortura ou outros tratamentos desumanos, incluindo as experiências xx) Empregar armas, projécteis, materiais e métodos de combate que, pela
biológicas; sua própria natureza, causem ferimentos supérfluos ou sofrimentos desne-
iii) O acto de causar intencionalmente grande sofrimento ou ofensas graves cessários ou que surtam efeitos indiscriminados, em violação do direito
à integridade física ou à saúde; internacional aplicável aos conflitos armados, na medida em que tais ar-
iv) Destruição ou apropriação de bens em larga escala, quando não justifi- mas, projécteis, materiais e métodos de combate sejam objecto de uma
cadas por quaisquer necessidades militares e executadas de forma ilegal e proibição geral e estejam incluídos num anexo ao presente Estatuto, em
arbitrária; virtude de uma alteração aprovada em conformidade com o disposto nos
v) O acto de compelir um prisioneiro de guerra ou outra pessoa sob protec- artigos 121.º e 123.º;
ção a servir nas forças armadas de uma potência inimiga; xxi) Ultrajar a dignidade da pessoa, em particular por meio de tratamentos
vi) Privação intencional de um prisioneiro de guerra ou de outra pessoa sob humilhantes e degradantes;
protecção do seu direito a um julgamento justo e imparcial; xxii) Cometer actos de violação, escravidão sexual, prostituição forçada,
vii) Deportação ou transferência, ou a privação de liberdade ilegais; gravidez à força, tal como definida na alínea f) do n.º 2 do artigo 7.º, esteri-
viii) Tomada de reféns; lização à força e qualquer outra forma de violência sexual que constitua
b) Outras violações graves das leis e costumes aplicáveis em conflitos também um desrespeito grave das Convenções de Genebra;
armados internacionais no quadro do direito internacional, a saber, qual- xxiii) Aproveitar a presença de civis ou de outras pessoas protegidas para
quer um dos seguintes actos: evitar que determinados pontos, zonas ou forças militares sejam alvo de
i) Atacar intencionalmente a população civil em geral ou civis que não operações militares;
participem directamente nas hostilidades; xxiv) Atacar intencionalmente edifícios, material, unidades e veículos sanitá-
ii) Atacar intencionalmente bens civis, ou seja, bens que não sejam objecti- rios, assim como o pessoal habilitado a usar os emblemas distintivos das
vos militares; Convenções de Genebra, de acordo com o direito internacional;
iii) Atacar intencionalmente pessoal, instalações, material, unidades ou xxv) Provocar deliberadamente a inanição da população civil como método
veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assis- de fazer a guerra, privando-a dos bens indispensáveis à sua sobrevivência,
tência humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que impedindo, nomeadamente, o envio de socorros, tal como previsto nas
estes tenham direito à protecção conferida aos civis ou aos bens civis pelo Convenções de Genebra;
direito internacional aplicável aos conflitos armados; xxvi) Recrutar ou alistar menores de 15 anos nas forças armadas nacionais
iv) Lançar intencionalmente um ataque, sabendo que o mesmo causará ou utilizá-los para participar activamente nas hostilidades;
perdas acidentais de vidas humanas ou ferimentos na população civil, c) Em caso de conflito armado que não seja de índole internacional, as
danos em bens de carácter civil ou prejuízos extensos, duradouros e gra- violações graves do artigo 3.º comum às quatro Convenções de Genebra
ves no meio ambiente que se revelem claramente excessivos em relação à de 12 de Agosto de 1949, a saber, qualquer um dos actos que a seguir se
vantagem militar global concreta e directa que se previa; indicam, cometidos contra pessoas que não participem directamente nas
v) Atacar ou bombardear, por qualquer meio, aglomerados populacionais, hostilidades, incluindo os membros das forças armadas que tenham depos-
habitações ou edifícios que não estejam defendidos e que não sejam to armas e os que tenham ficado impedidos de continuar a combater devido
objectivos militares; a doença, lesões, prisão ou qualquer outro motivo:
vi) Provocar a morte ou ferimentos a um combatente que tenha deposto i) Actos de violência contra a vida e contra a pessoa, em particular o homi-
armas ou que, não tendo meios para se defender, se tenha incondicional- cídio sob todas as suas formas, as mutilações, os tratamentos cruéis e a
mente rendido; tortura;
vii) Utilizar indevidamente uma bandeira de tréguas, a bandeira nacional, as ii) Ultrajes à dignidade da pessoa, em particular por meio de tratamentos
insígnias militares ou o uniforme do inimigo ou das Nações Unidas, assim humilhantes e degradantes;
como os emblemas distintivos das Convenções de Genebra, causando iii) A tomada de reféns;

Direitos Humanos 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
iv) As condenações proferidas e as execuções efectuadas sem julgamento 3 - Os elementos constitutivos dos crimes e respectivas alterações deverão
prévio por um tribunal regularmente constituído e que ofereça todas as ser compatíveis com as disposições contidas no presente Estatuto.
garantias judiciais geralmente reconhecidas como indispensáveis;
d) A alínea c) do n.º 2 do presente artigo aplica-se aos conflitos armados Artigo 10.º
que não tenham carácter internacional e, por conseguinte, não se aplica a
situações de distúrbio e de tensão internas, tais como motins, actos de
violência esporádicos ou isolados ou outros de carácter semelhante; Nada no presente capítulo deverá ser interpretado como limitando ou
e) As outras violações graves das leis e costumes aplicáveis aos conflitos afectando, de alguma maneira, as normas existentes ou em desenvolvi-
armados que não têm carácter internacional, no quadro do direito interna- mento de direito internacional com fins distintos dos do presente Estatuto.
cional, a saber qualquer um dos seguintes actos:
i) Atacar intencionalmente a população civil em geral ou civis que não Artigo 11.º
participem directamente nas hostilidades; Competência ratione temporis
ii) Atacar intencionalmente edifícios, material, unidades e veículos sanitá-
rios, bem como o pessoal habilitado a usar os emblemas distintivos das 1 - O Tribunal só terá competência relativamente aos crimes cometidos
Convenções de Genebra, de acordo com o direito internacional; após a entrada em vigor do presente Estatuto.
iii) Atacar intencionalmente pessoal, instalações, material, unidades ou 2 - Se um Estado se tornar Parte no presente Estatuto depois da sua entra-
veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assis- da em vigor, o Tribunal só poderá exercer a sua competência em relação a
tência humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que crimes cometidos depois da entrada em vigor do presente Estatuto relati-
estes tenham direito à protecção conferida pelo direito internacional dos vamente a esse Estado, a menos que este tenha feito uma declaração nos
conflitos armados aos civis e aos bens civis; termos do n.º 3 do artigo 12.º
iv) Atacar intencionalmente edifícios consagrados ao culto religioso, à
educação, às artes, às ciências ou à beneficência, monumentos históricos,
hospitais e lugares onde se agrupem doentes e feridos, sempre que não se Artigo 12.º
trate de objectivos militares; Condições prévias ao exercício da jurisdição
v) Saquear um aglomerado populacional ou um local, mesmo quando
tomado de assalto; 1 - O Estado que se torne Parte no presente Estatuto aceitará a jurisdição
vi) Cometer actos de violação, escravidão sexual, prostituição forçada, do Tribunal relativamente aos crimes a que se refere o artigo 5.º
gravidez à força, tal como definida na alínea f) do n.º 2 do artigo 7.º, esteri- 2 - Nos casos referidos nas alíneas a) ou c) do artigo 13.º, o Tribunal pode-
lização à força ou qualquer outra forma de violência sexual que constitua rá exercer a sua jurisdição se um ou mais Estados a seguir identificados
uma violação grave do artigo 3.º comum às quatro Convenções de Gene- forem Partes no presente Estatuto ou aceitarem a competência do Tribunal
bra; de acordo com o disposto no n.º 3:
vii) Recrutar ou alistar menores de 15 anos nas forças armadas nacionais a) Estado em cujo território tenha tido lugar a conduta em causa, ou, se o
ou em grupos, ou utilizá-los para participar activamente nas hostilidades; crime tiver sido cometido a bordo de um navio ou de uma aeronave, o
viii) Ordenar a deslocação da população civil por razões relacionadas com o Estado de matrícula do navio ou aeronave;
conflito, salvo se assim o exigirem a segurança dos civis em questão ou b) Estado de que seja nacional a pessoa a quem é imputado um crime.
razões militares imperiosas; 3 - Se a aceitação da competência do Tribunal por um Estado que não seja
ix) Matar ou ferir à traição um combatente de uma parte beligerante; Parte no presente Estatuto for necessária nos termos do n.º 2, pode o
x) Declarar que não será dado abrigo; referido Estado, mediante declaração depositada junto do secretário, con-
xi) Submeter pessoas que se encontrem sob o domínio de outra parte sentir em que o Tribunal exerça a sua competência em relação ao crime em
beligerante a mutilações físicas ou a qualquer tipo de experiências médicas questão. O Estado que tiver aceite a competência do Tribunal colaborará
ou científicas que não sejam motivadas por um tratamento médico, dentário com este, sem qualquer demora ou excepção, de acordo com o disposto no
ou hospitalar, nem sejam efectuadas no interesse dessa pessoa, e que capítulo IX.
causem a morte ou ponham seriamente a sua saúde em perigo;
xii) Destruir ou apreender bens do inimigo, a menos que as necessidades
Artigo 13.º
da guerra assim o exijam;
Exercício da jurisdição
f) A alínea e) do n.º 2 do presente artigo aplicar-se-á aos conflitos armados
que não tenham carácter internacional e, por conseguinte, não se aplicará a
situações de distúrbio e de tensão internas, tais como motins, actos de O Tribunal poderá exercer a sua jurisdição em relação a qualquer um dos
violência esporádicos ou isolados ou outros de carácter semelhante; apli- crimes a que se refere o artigo 5.º, de acordo com o disposto no presente
car-se-á, ainda, a conflitos armados que tenham lugar no território de um Estatuto, se:
Estado, quando exista um conflito armado prolongado entre as autoridades a) Um Estado Parte denunciar ao procurador, nos termos do artigo 14.º,
governamentais e grupos armados organizados ou entre estes grupos. qualquer situação em que haja indícios de ter ocorrido a prática de um ou
3 - O disposto nas alíneas c) e e) do n.º 2 em nada afectará a responsabili- vários desses crimes;
dade que incumbe a todo o Governo de manter e de restabelecer a ordem b) O Conselho de Segurança, agindo nos termos do capítulo VII da Carta
pública no Estado e de defender a unidade e a integridade territorial do das Nações Unidas, denunciar ao procurador qualquer situação em que
Estado por qualquer meio legítimo. haja indícios de ter ocorrido a prática de um ou vários desses crimes; ou
c) O procurador tiver dado início a um inquérito sobre tal crime, nos termos
do disposto no artigo 15.º
Artigo 9.º
Elementos constitutivos dos crimes
Artigo 14.º
Denúncia por um Estado Parte
1 - Os elementos constitutivos dos crimes que auxiliarão o Tribunal a inter-
pretar e a aplicar os artigos 6.º, 7.º e 8.º do presente Estatuto, deverão ser
adoptados por uma maioria de dois terços dos membros da Assembleia dos 1 - Qualquer Estado poderá denunciar ao procurador uma situação em que
Estados Partes. haja indícios de ter ocorrido a prática de um ou vários crimes da competên-
2 - As alterações aos elementos constitutivos dos crimes poderão ser cia do Tribunal e solicitar ao procurador que a investigue, com vista a
propostas por: determinar se uma ou mais pessoas identificadas deverão ser acusadas da
a) Qualquer Estado Parte; prática desses crimes.
b) Os juízes, através de deliberação tomada por maioria absoluta; 2 - O Estado que proceder à denúncia deverá, tanto quanto possível, espe-
c) O procurador. cificar as circunstâncias relevantes do caso e anexar toda a documentação
As referidas alterações entram em vigor depois de aprovadas por uma de que disponha.
maioria de dois terços dos membros da Assembleia dos Estados Partes.

Direitos Humanos 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Artigo 15.º circunstâncias, se mostra incompatível com a intenção de fazer responder a
Procurador pessoa em causa perante a justiça;
c) O processo não ter sido ou não estar a ser conduzido de maneira inde-
1 - O procurador poderá, por sua própria iniciativa, abrir um inquérito com pendente ou imparcial, e ter estado ou estar a ser conduzido de uma ma-
base em informações sobre a prática de crimes da competência do Tribu- neira que, dadas as circunstâncias, seja incompatível com a intenção de
nal. fazer responder a pessoa em causa perante a justiça.
2 - O procurador apreciará a seriedade da informação recebida. Para tal, 3 - A fim de determinar se há incapacidade de agir num determinado caso,
poderá recolher informações suplementares junto dos Estados, dos órgãos o Tribunal verificará se o Estado, por colapso total ou substancial da res-
da Organização das Nações Unidas, das organizações intergovernamentais pectiva administração da justiça ou por indisponibilidade desta, não estará
ou não governamentais ou outras fontes fidedignas que considere apropri- em condições de fazer comparecer o arguido, de reunir os meios de prova
adas, bem como recolher depoimentos escritos ou orais na sede do Tribu- e depoimentos necessários ou não estará, por outros motivos, em condi-
nal. ções de concluir o processo.
3 - Se concluir que existe fundamento suficiente para abrir um inquérito, o
procurador apresentará um pedido de autorização nesse sentido ao juízo Artigo 18.º
de instrução, acompanhado da documentação de apoio que tiver reunido. Decisões preliminares sobre admissibilidade
As vítimas poderão apresentar exposições no juízo de instrução, de acordo
com o Regulamento Processual. 1 - Se uma situação for denunciada ao Tribunal nos termos do artigo 13.º,
4 - Se, após examinar o pedido e a documentação que o acompanha, o alínea a), e o procurador determinar que existem fundamentos para abrir
juízo de instrução considerar que há fundamento suficiente para abrir um um inquérito ou der início a um inquérito de acordo com os artigos 13.º,
inquérito e que o caso parece caber na jurisdição do Tribunal, autorizará a alínea c), e 15.º, deverá notificar todos os Estados Partes e os Estados que,
abertura do inquérito, sem prejuízo das decisões que o Tribunal vier a de acordo com a informação disponível, teriam jurisdição sobre esses
tomar posteriormente em matéria de competência e de admissibilidade. crimes. O procurador poderá proceder à notificação a título confidencial e,
5 - A recusa do juízo de instrução em autorizar a abertura do inquérito não sempre que o considere necessário com vista a proteger pessoas, impedir
impedirá o procurador de formular ulteriormente outro pedido com base em a destruição de provas ou a fuga de pessoas, poderá limitar o âmbito da
novos factos ou provas respeitantes à mesma situação. informação a transmitir aos Estados.
6 - Se, depois da análise preliminar a que se referem os n.os 1 e 2, o procu- 2 - No prazo de um mês a seguir à recepção da referida notificação, qual-
rador concluir que a informação apresentada não constitui fundamento quer Estado poderá informar o Tribunal de que está a proceder, ou já
suficiente para um inquérito, o procurador informará quem a tiver apresen- procedeu, a um inquérito sobre nacionais seus ou outras pessoas sob a
tado de tal entendimento. Tal não impede que o procurador examine, à luz sua jurisdição, por actos que possam constituir crimes a que se refere o
de novos factos ou provas, qualquer outra informação que lhe venha a ser artigo 5.º e digam respeito à informação constante na respectiva notifica-
comunicada sobre o mesmo caso. ção. A pedido desse Estado, o procurador transferirá para ele o inquérito
sobre essas pessoas, a menos que, a pedido do procurador, o juízo de
Artigo 16.º instrução decida autorizar o inquérito.
Transferência do inquérito e do procedimento criminal 3 - A transferência do inquérito poderá ser reexaminada pelo procurador
seis meses após a data em que tiver sido decidida ou, a todo o momento,
O inquérito ou o procedimento criminal não poderão ter início ou prosseguir quando tenha ocorrido uma alteração significativa de circunstâncias, decor-
os seus termos, com base no presente Estatuto, por um período de 12 rente da falta de vontade ou da incapacidade efectiva do Estado de levar a
meses a contar da data em que o Conselho de Segurança assim o tiver cabo o inquérito.
solicitado em resolução aprovada nos termos do disposto no capítulo VII da 4 - O Estado interessado ou o procurador poderão interpor recurso para o
Carta das Nações Unidas; o pedido poderá ser renovado pelo Conselho de juízo de recursos da decisão proferida por um juízo de instrução, tal como
Segurança nas mesmas condições. previsto no artigo 82.º Este recurso poderá seguir uma forma sumária.
5 - Se o procurador transferir o inquérito, nos termos do n.º 2, poderá
solicitar ao Estado interessado que o informe periodicamente do andamen-
Artigo 17.º to do mesmo e de qualquer outro procedimento subsequente. Os Estados
Questões relativas à admissibilidade Partes responderão a estes pedidos sem atrasos injustificados.
6 - O procurador poderá, enquanto aguardar uma decisão a proferir no juízo
1 - Tendo em consideração o décimo parágrafo do preâmbulo e o artigo 1.º, de instrução, ou a todo o momento se tiver transferido o inquérito nos
o Tribunal decidirá sobre a não admissibilidade de um caso se: termos do presente artigo, solicitar ao tribunal de instrução, a título excep-
a) O caso for objecto de inquérito ou de procedimento criminal por parte de cional, que o autorize a efectuar as investigações que considere necessá-
um Estado que tenha jurisdição sobre o mesmo, salvo se este não tiver rias para preservar elementos de prova, quando exista uma oportunidade
vontade de levar a cabo o inquérito ou o procedimento ou não tenha capa- única de obter provas relevantes ou um risco significativo de que essas
cidade efectiva para o fazer; provas possam não estar disponíveis numa fase ulterior.
b) O caso tiver sido objecto de inquérito por um Estado com jurisdição 7 - O Estado que tenha recorrido de uma decisão do juízo de instrução nos
sobre ele e tal Estado tenha decidido não dar seguimento ao procedimento termos do presente artigo poderá impugnar a admissibilidade de um caso
criminal contra a pessoa em causa, a menos que esta decisão resulte do nos termos do artigo 19.º, invocando factos novos relevantes ou uma
facto de esse Estado não ter vontade de proceder criminalmente ou da sua alteração significativa de circunstâncias.
incapacidade efectiva para o fazer;
c) A pessoa em causa tiver sido já julgada pela conduta a que se refere a Artigo 19.º
denúncia e não puder ser julgada pelo Tribunal em virtude do disposto no Impugnação da jurisdição do Tribunal ou da admissibilidade do caso
n.º 3 do artigo 20.º;
d) O caso não for suficientemente grave para justificar a ulterior intervenção
do Tribunal. 1 - O Tribunal deverá certificar-se de que detém jurisdição sobre todos os
2 - A fim de determinar se há ou não vontade de agir num determinado casos que lhe sejam submetidos. O Tribunal poderá pronunciar-se oficio-
caso, o Tribunal, tendo em consideração as garantias de um processo samente sobre a admissibilidade de um caso em conformidade com o artigo
equitativo reconhecidas pelo direito internacional, verificará a existência de 17.º
uma ou mais das seguintes circunstâncias: 2 - Poderão impugnar a admissibilidade de um caso, por um dos motivos
a) O processo ter sido instaurado ou estar pendente ou a decisão ter sido referidos no artigo 17.º, ou impugnar a jurisdição do Tribunal:
proferida no Estado com o propósito de subtrair a pessoa em causa à sua a) O arguido ou a pessoa contra a qual tenha sido emitido um mandado ou
responsabilidade criminal por crimes da competência do Tribunal, nos ordem de detenção ou de comparência, nos termos do artigo 58.º;
termos do disposto no artigo 5.º; b) Um Estado que detenha o poder de jurisdição sobre um caso, pelo facto
b) Ter havido demora injustificada no processamento, a qual, dadas as de o estar a investigar ou a julgar; ou por já o ter feito antes; ou
c) Um Estado cuja aceitação da competência do Tribunal seja exigida, de

Direitos Humanos 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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acordo com o artigo 12.º 1 - O Tribunal aplicará:
3 - O procurador poderá solicitar ao Tribunal que se pronuncie sobre ques- a) Em primeiro lugar, o presente Estatuto, os elementos constitutivos do
tões de jurisdição ou admissibilidade. Nas acções relativas a jurisdição ou crime e o Regulamento Processual;
admissibilidade, aqueles que tiverem denunciado um caso ao abrigo do b) Em segundo lugar, se for o caso, os tratados e os princípios e normas de
artigo 13.º, bem como as vítimas, poderão também apresentar as suas direito internacional aplicáveis, incluindo os princípios estabelecidos no
observações ao Tribunal. direito internacional dos conflitos armados;
4 - A admissibilidade de um caso ou a jurisdição do Tribunal só poderão ser c) Na falta destes, os princípios gerais do direito que o Tribunal retire do
impugnadas uma única vez por qualquer pessoa ou Estado a que se faz direito interno dos diferentes sistemas jurídicos existentes, incluindo, se for
referência no n.º 2. A impugnação deverá ser feita antes do julgamento ou o caso, o direito interno dos Estados que exerceriam normalmente a sua
no seu início. Em circunstâncias excepcionais, o Tribunal poderá autorizar jurisdição relativamente ao crime, sempre que esses princípios não sejam
que a impugnação se faça mais de uma vez ou depois do início do julga- incompatíveis com o presente Estatuto, com o direito internacional nem
mento. As impugnações à admissibilidade de um caso feitas no início do com as normas e padrões internacionalmente reconhecidos.
julgamento, ou posteriormente com a autorização do Tribunal, só poderão 2 - O Tribunal poderá aplicar princípios e normas de direito tal como já
fundamentar-se no disposto no n.º 1, alínea c), do artigo 17.º tenham sido por si interpretados em decisões anteriores.
5 - Os Estados a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 2 do presente 3 - A aplicação e interpretação do direito, nos termos do presente artigo,
artigo deverão deduzir impugnação logo que possível. deverá ser compatível com os direitos humanos internacionalmente reco-
6 - Antes da confirmação da acusação, a impugnação da admissibilidade nhecidos, sem discriminação alguma baseada em motivos tais como o
de um caso ou da jurisdição do Tribunal será submetida ao juízo de instru- sexo, tal como definido no n.º 3 do artigo 7.º, a idade, a raça, a cor, a religi-
ção e, após confirmação, ao juízo de julgamento em primeira instância. Das ão ou o credo, a opinião política ou outra, a origem nacional, étnica ou
decisões relativas à jurisdição ou admissibilidade caberá recurso para o social, a situação económica, o nascimento ou outra condição.
juízo de recursos, de acordo com o artigo 82.º
7 - Se a impugnação for feita pelo Estado referido nas alíneas b) e c) do n.º CAPÍTULO III
2, o procurador suspenderá o inquérito até que o Tribunal decida em con- Princípios gerais de direito penal
formidade com o artigo 17.º
8 - Enquanto aguardar uma decisão, o procurador poderá solicitar ao Tribu-
nal autorização para: Artigo 22.º
a) Proceder às investigações necessárias previstas no n.º 6 do artigo 18.º; Nullum crimen sine lege
b) Recolher declarações ou o depoimento de uma testemunha ou completar
a recolha e o exame das provas que tenha iniciado antes da impugnação; 1 - Nenhuma pessoa será considerada criminalmente responsável, nos
e termos do presente Estatuto, a menos que a sua conduta constitua, no
c) Impedir, em colaboração com os Estados interessados, a fuga de pesso- momento em que tiver lugar, um crime da competência do Tribunal.
as em relação às quais já tenha solicitado um mandado de detenção, nos 2 - A previsão de um crime será estabelecida de forma precisa e não será
termos do artigo 58.º permitido o recurso à analogia. Em caso de ambiguidade, será interpretada
9 - A impugnação não afectará a validade de nenhum acto realizado pelo a favor da pessoa objecto de inquérito, acusada ou condenada.
procurador nem de nenhuma decisão ou mandado anteriormente emitido 3 - O disposto no presente artigo em nada afectará a tipificação de uma
pelo Tribunal. conduta como crime nos termos do direito internacional, independentemen-
10 - Se o Tribunal tiver declarado que um caso não é admissível, de acordo te do presente Estatuto.
com o artigo 17.º, o procurador poderá pedir a revisão dessa decisão, após
se ter certificado de que surgiram novos factos que invalidam os motivos Artigo 23.º
pelos quais o caso havia sido considerado inadmissível nos termos do Nulla poena sine lege
artigo 17.º
11 - Se o procurador, tendo em consideração as questões referidas no
artigo 17.º, decidir transferir um inquérito, poderá pedir ao Estado em Qualquer pessoa condenada pelo Tribunal só poderá ser punida em con-
questão que o mantenha informado do seguimento do processo. Esta formidade com as disposições do presente Estatuto.
informação deverá, se esse Estado o solicitar, ser mantida confidencial. Se
o procurador decidir, posteriormente, abrir um inquérito, comunicará a sua Artigo 24.º
decisão ao Estado para o qual foi transferido o processo. Não retroactividade ratione personae

Artigo 20.º 1 - Nenhuma pessoa será considerada criminalmente responsável, de


Ne bis in idem acordo com o presente Estatuto, por uma conduta anterior à entrada em
vigor do presente Estatuto.
1 - Salvo disposição em contrário do presente Estatuto, nenhuma pessoa 2 - Se o direito aplicável a um caso for modificado antes de proferida sen-
poderá ser julgada pelo Tribunal por actos constitutivos de crimes pelos tença definitiva, aplicar-se-á o direito mais favorável à pessoa objecto de
quais este já a tenha condenado ou absolvido. inquérito, acusada ou condenada.
2 - Nenhuma pessoa poderá ser julgada por outro tribunal por um crime
mencionado no artigo 5.º, relativamente ao qual já tenha sido condenada ou Artigo 25.º
absolvida pelo Tribunal. Responsabilidade criminal individual
3 - O Tribunal não poderá julgar uma pessoa que já tenha sido julgada por
outro tribunal por actos também punidos pelos artigos 6.º, 7.º ou 8.º, a
1 - De acordo com o presente Estatuto, o Tribunal será competente para
menos que o processo nesse outro tribunal:
julgar as pessoas singulares.
a) Tenha tido por objectivo subtrair o arguido à sua responsabilidade crimi-
2 - Quem cometer um crime da competência do Tribunal será considerado
nal por crimes da competência do Tribunal; ou
individualmente responsável e poderá ser punido de acordo com o presente
b) Não tenha sido conduzido de forma independente ou imparcial, em
Estatuto.
conformidade com as garantias de um processo equitativo reconhecidas
3 - Nos termos do presente Estatuto, será considerado criminalmente
pelo direito internacional, ou tenha sido conduzido de uma maneira que, no
responsável e poderá ser punido pela prática de um crime da competência
caso concreto, se revele incompatível com a intenção de submeter a pes-
do Tribunal quem:
soa à acção da justiça.
a) Cometer esse crime individualmente ou em conjunto ou por intermédio
de outrem, quer essa pessoa seja ou não criminalmente responsável;
Artigo 21.º b) Ordenar, provocar ou instigar à prática desse crime, sob forma consu-
Direito aplicável mada ou sob a forma de tentativa;
c) Com o propósito de facilitar a prática desse crime, for cúmplice ou enco-

Direitos Humanos 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bridor, ou colaborar de algum modo na prática ou na tentativa de prática do levar o assunto ao conhecimento das autoridades competentes, para efei-
crime, nomeadamente pelo fornecimento dos meios para a sua prática; tos de inquérito e procedimento criminal.
d) Contribuir de alguma outra forma para a prática ou tentativa de prática do
crime por um grupo de pessoas que tenha um objectivo comum. Esta Artigo 29.º
contribuição deverá ser intencional e ocorrer: Imprescritibilidade
i) Com o propósito de levar a cabo a actividade ou o objectivo criminal do
grupo, quando um ou outro impliquem a prática de um crime da competên-
cia do Tribunal; ou Os crimes da competência do Tribunal não prescrevem.
ii) Com o conhecimento de que o grupo tem a intenção de cometer o crime;
e) No caso de crime de genocídio, incitar, directa e publicamente, à sua Artigo 30.º
prática; Elementos psicológicos
f) Tentar cometer o crime mediante actos que contribuam substancialmente
para a sua execução, ainda que não se venha a consumar devido a cir- 1 - Salvo disposição em contrário, nenhuma pessoa poderá ser criminal-
cunstâncias alheias à sua vontade. Porém, quem desistir da prática do mente responsável e punida por um crime da competência do Tribunal, a
crime, ou impedir de outra forma que este se consuma, não poderá ser menos que actue com vontade de o cometer e conhecimento dos seus
punido em conformidade com o presente Estatuto pela tentativa, se renun- elementos materiais.
ciar total e voluntariamente ao propósito delituoso. 2 - Para os efeitos do presente artigo, entende-se que actua intencional-
4 - O disposto no presente Estatuto sobre a responsabilidade criminal das mente quem:
pessoas singulares em nada afectará a responsabilidade do Estado, de a) Relativamente a uma conduta, se se propuser adoptá-la;
acordo com o direito internacional.
b) Relativamente a um efeito do crime, se se propuser causá-lo ou estiver
ciente de que ele terá lugar numa ordem normal dos acontecimentos.
Artigo 26.º 3 - Nos termos do presente artigo, entende-se por «conhecimento» a cons-
Exclusão da jurisdição relativamente a menores de 18 anos ciência de que existe uma circunstância ou de que um efeito irá ter lugar
numa ordem normal dos acontecimentos. As expressões «ter conhecimen-
O Tribunal não terá jurisdição sobre pessoas que, à data da alegada prática to» e «com conhecimento» deverão ser entendidas em conformidade.
do crime, não tenham ainda completado 18 anos de idade.
Artigo 31.º
Artigo 27.º Causas de exclusão da responsabilidade criminal
Irrelevância da qualidade oficial
1 - Sem prejuízo de outros fundamentos para a exclusão de responsabili-
1 - O presente Estatuto será aplicável de forma igual a todas as pessoas, dade criminal previstos no presente Estatuto, não será considerada crimi-
sem distinção alguma baseada na qualidade oficial. Em particular, a quali- nalmente responsável a pessoa que, no momento da prática de determina-
dade oficial de Chefe de Estado ou de Governo, de membro de Governo ou da conduta:
do Parlamento, de representante eleito ou de funcionário público em caso a) Sofrer de enfermidade ou deficiência mental que a prive da capacidade
algum eximirá a pessoa em causa de responsabilidade criminal, nos termos para avaliar a ilicitude ou a natureza da sua conduta, ou da capacidade
do presente Estatuto, nem constituirá de per si motivo de redução da pena. para controlar essa conduta a fim de não violar a lei;
2 - As imunidades ou normas de procedimento especiais decorrentes da b) Estiver em estado de intoxicação que a prive da capacidade para avaliar
qualidade oficial de uma pessoa, nos termos do direito interno ou do direito a ilicitude ou a natureza da sua conduta, ou da capacidade para controlar
internacional, não deverão obstar a que o Tribunal exerça a sua jurisdição essa conduta a fim de não violar a lei, a menos que se tenha intoxicado
sobre essa pessoa. voluntariamente em circunstâncias que lhe permitiam ter conhecimento de
que, em consequência da intoxicação, poderia incorrer numa conduta
tipificada como crime da competência do Tribunal, ou de que haveria o
Artigo 28.º risco de tal suceder;
Responsabilidade dos chefes militares e outros superiores hierárquicos c) Agir em defesa própria ou de terceiro com razoabilidade ou, em caso de
crimes de guerra, em defesa de um bem que seja essencial para a sua
Para além de outras fontes de responsabilidade criminal previstas no pre- sobrevivência ou de terceiro ou de um bem que seja essencial à realização
sente Estatuto, por crimes da competência do Tribunal: de uma missão militar, contra o uso iminente e ilegal da força, de forma
a) O chefe militar, ou a pessoa que actue efectivamente como chefe militar, proporcional ao grau de perigo para si, para terceiro ou para os bens prote-
será criminalmente responsável por crimes da competência do Tribunal que gidos. O facto de participar numa força que realize uma operação de defesa
tenham sido cometidos por forças sob o seu comando e controlo efectivos não será causa bastante de exclusão de responsabilidade criminal, nos
ou sob a sua autoridade e controlo efectivos, conforme o caso, pelo facto termos desta alínea;
de não exercer um controlo apropriado sobre essas forças, quando: d) Tiver incorrido numa conduta que, presumivelmente, constitui crime da
i) Esse chefe militar ou essa pessoa tinha conhecimento ou, em virtude das competência do Tribunal, em consequência de coacção decorrente de uma
circunstâncias do momento, deveria ter tido conhecimento de que essas ameaça iminente de morte ou ofensas corporais graves para si ou para
forças estavam a cometer ou preparavam-se para cometer esses crimes; e outrem, e em que se veja compelida a actuar de forma necessária e razoá-
ii) Esse chefe militar ou essa pessoa não tenha adoptado todas as medidas vel para evitar essa ameaça, desde que não tenha a intenção de causar um
necessárias e adequadas ao seu alcance para prevenir ou reprimir a sua dano maior que aquele que se propunha evitar. Essa ameaça tanto pode-
prática ou para levar o assunto ao conhecimento das autoridades compe- rá:
tentes, para efeitos de inquérito e procedimento criminal; i) Ter sido feita por outras pessoas; ou
b) Nas relações entre superiores hierárquicos e subordinados, não referidos ii) Ser constituída por outras circunstâncias alheias à sua vontade.
na alínea a), o superior hierárquico será criminalmente responsável pelos 2 - O Tribunal determinará se os fundamentos de exclusão da responsabili-
crimes da competência do Tribunal que tiverem sido cometidos por subor- dade criminal previstos no presente Estatuto serão aplicáveis no caso em
dinados sob à sua autoridade e controlo efectivos, pelo facto de não ter apreço.
exercido um controlo apropriado sobre esses subordinados, quando: 3 - No julgamento, o Tribunal poderá ter em consideração outros fundamen-
i) O superior hierárquico teve conhecimento ou não teve em consideração a tos de exclusão da responsabilidade criminal distintos dos referidos no n.º
informação que indicava claramente que os subordinados estavam a come- 1, sempre que esses fundamentos resultem do direito aplicável em confor-
ter ou se preparavam para cometer esses crimes; midade com o artigo 21.º O processo de exame de um fundamento de
ii) Esses crimes estavam relacionados com actividades sob a sua respon- exclusão deste tipo será definido no Regulamento Processual.
sabilidade e controlo efectivos; e
iii) O superior hierárquico não adoptou todas as medidas necessárias e Artigo 32.º
adequadas ao seu alcance para prevenir ou reprimir a sua prática ou para Erro de facto ou erro de direito

Direitos Humanos 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 - O erro de facto só excluirá a responsabilidade criminal se eliminar o dolo i) Logo que seja aprovada a proposta de aumento do número de juízes, de
requerido pelo crime. acordo com o disposto na alínea b), a eleição dos juízes adicionais terá
2 - O erro de direito sobre se determinado tipo de conduta constitui crime lugar no período seguinte de sessões da Assembleia dos Estados Partes,
da competência do Tribunal, não será considerado fundamento de exclusão nos termos dos n.os 3 a 8 do presente artigo e do n.º 2 do artigo 37.º;
de responsabilidade criminal. No entanto, o erro de direito poderá ser ii) Após a aprovação e a entrada em vigor de uma proposta de aumento do
considerado fundamento de exclusão de responsabilidade criminal se número de juízes, de acordo com o disposto nas alíneas b) e c), subalínea
eliminar o dolo requerido pelo crime ou se decorrer do artigo 33.º do pre- i), a Presidência poderá, a qualquer momento, se o volume de trabalho do
sente Estatuto. Tribunal assim o justificar, propor que o número de juízes seja reduzido,
mas nunca para um número inferior ao fixado no n.º 1. A proposta será
Artigo 33.º apreciada de acordo com o procedimento definido nas alíneas a) e b). A ser
Decisão hierárquica e disposições legais aprovada, o número de juízes será progressivamente reduzido, à medida
que expirem os mandatos e até que se alcance o número previsto.
3 - a) Os juízes serão eleitos de entre pessoas de elevada idoneidade
1 - Quem tiver cometido um crime da competência do Tribunal, em cumpri- moral, imparcialidade e integridade, que reúnam os requisitos para o exer-
mento de uma decisão emanada de um governo ou de um superior hierár- cício das mais altas funções judiciais nos seus respectivos países.
quico, quer seja militar ou civil, não será isento de responsabilidade crimi- b) Os candidatos a juízes deverão possuir:
nal, a menos que: i) Reconhecida competência em direito penal e direito processual penal e a
a) Estivesse obrigado por lei a obedecer a decisões emanadas do governo necessária experiência em processos penais na qualidade de juiz, procura-
ou superior hierárquico em questão; dor, advogado ou outra função semelhante; ou
b) Não tivesse conhecimento de que a decisão era ilegal; e ii) Reconhecida competência em matérias relevantes de direito internacio-
c) A decisão não fosse manifestamente ilegal. nal, tais como o direito internacional humanitário e os direitos humanos,
2 - Para os efeitos do presente artigo, qualquer decisão de cometer genocí- assim como vasta experiência em profissões jurídicas com relevância para
dio ou crimes contra a humanidade será considerada como manifestamente a função judicial do Tribunal.
ilegal. c) Os candidatos a juízes deverão possuir um excelente conhecimento e
serem fluentes em, pelo menos, uma das línguas de trabalho do Tribunal.
CAPÍTULO IV 4 - a) Qualquer Estado Parte no presente Estatuto poderá propor candida-
Composição e administração do Tribunal tos às eleições para juiz do Tribunal mediante:
i) O procedimento previsto para propor candidatos aos mais altos cargos
Artigo 34.º judiciais do país; ou
Órgãos do Tribunal ii) O procedimento previsto no Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça
para propor candidatos a esse Tribunal.
As propostas de candidatura deverão ser acompanhadas de uma exposi-
O Tribunal será composto pelos seguintes órgãos: ção detalhada comprovativa de que o candidato possui os requisitos enun-
a) A Presidência; ciados no n.º 3.
b) Uma secção de recursos, uma secção de julgamento em 1.ª instância e b) Qualquer Estado Parte poderá apresentar uma candidatura de uma
uma secção de instrução; pessoa que não tenha necessariamente a sua nacionalidade, mas que seja
c) O Gabinete do Procurador; nacional de um Estado Parte.
d) A Secretaria. c) A Assembleia dos Estados Partes poderá decidir constituir, se apropria-
do, uma comissão consultiva para o exame das candidaturas. Neste caso,
Artigo 35.º a Assembleia dos Estados Partes determinará a composição e o mandato
Exercício das funções de juiz da comissão.
5 - Para efeitos da eleição, serão estabelecidas duas listas de candidatos:
A lista A, com os nomes dos candidatos que reúnam os requisitos enuncia-
1 - Os juízes serão eleitos membros do Tribunal para exercer funções em
dos na alínea b), subalínea i), do n.º 3; e
regime de exclusividade e deverão estar disponíveis para desempenhar o
A lista B, com os nomes dos candidatos que reúnam os requisitos enuncia-
respectivo cargo desde o início do seu mandato.
dos na alínea b, subalínea ii), do n.º 3.
2 - Os juízes que comporão a Presidência desempenharão as suas funções
O candidato que reúna os requisitos constantes de ambas as listas poderá
em regime de exclusividade desde a sua eleição.
escolher em qual delas deseja figurar. Na primeira eleição de membros do
3 - A Presidência poderá, em função do volume de trabalho do Tribunal, e
Tribunal, pelo menos nove juízes serão eleitos de entre os candidatos da
após consulta dos seus membros, decidir periodicamente em que medida é
lista A e pelo menos cinco de entre os candidatos da lista B. As eleições
que será necessário que os restantes juízes desempenhem as suas fun-
subsequentes serão organizadas por forma a que se mantenha no Tribunal
ções em regime de exclusividade. Estas decisões não prejudicarão o dis-
uma proporção equivalente de juízes de ambas as listas.
posto no artigo 40.º
6 - a) Os juízes serão eleitos por escrutínio secreto, em sessão da Assem-
4 - Os ajustes de ordem financeira relativos aos juízes que não tenham de
bleia dos Estados Partes convocada para esse efeito, nos termos do artigo
exercer os respectivos cargos em regime de exclusividade serão adoptados
112.º Sob reserva do disposto no n.º 7, serão eleitos os 18 candidatos que
em conformidade com o disposto no artigo 49.º
obtenham o maior número de votos e uma maioria de dois terços dos
Estados Partes presentes e votantes.
Artigo 36.º b) No caso em que da primeira votação não resulte eleito um número
Qualificações, candidatura e eleição dos juízes suficiente de juízes, proceder-se-á a nova votação, de acordo com os
procedimentos estabelecidos na alínea a), até provimento dos lugares
1 - Sob reserva do disposto no n.º 2, o Tribunal será composto por 18 restantes.
juízes. 7 - O Tribunal não poderá ter mais de um juiz nacional do mesmo Estado.
2 - a) A Presidência, agindo em nome do Tribunal, poderá propor o aumen- Para este efeito, a pessoa que for considerada nacional de mais de um
to do número de juízes referido no n.º 1 fundamentando as razões pelas Estado será considerada nacional do Estado onde exerce habitualmente os
quais considera necessária e apropriada tal medida. O Secretário comuni- seus direitos civis e políticos.
cará imediatamente a proposta a todos os Estados Partes. 8 - a) Na selecção dos juízes, os Estados Partes ponderarão sobre a ne-
b) A proposta será seguidamente apreciada em sessão da Assembleia dos cessidade de assegurar que a composição do Tribunal inclua:
Estados Partes convocada nos termos do artigo 112.º e deverá ser conside- i) A representação dos principais sistemas jurídicos do mundo;
rada adoptada se for aprovada na sessão por maioria de dois terços dos ii) Uma representação geográfica equitativa; e
membros da Assembleia dos Estados Partes; a proposta entrará em vigor iii) Uma representação equitativa de juízes do sexo feminino e do sexo
na data fixada pela Assembleia dos Estados Partes. masculino.
c): b) Os Estados Partes terão igualmente em consideração a necessidade de

Direitos Humanos 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
assegurar a presença de juízes especializados em determinadas matérias, dade com o presente Estatuto e com o Regulamento Processual.
incluindo, entre outras, a violência contra mulheres ou crianças. c) Nada no presente número obstará a que se constituam simultaneamente
9 - a) Salvo o disposto na alínea b), os juízes serão eleitos por um mandato mais de um juízo de julgamento em 1.ª instância ou juízo de instrução,
de nove anos e não poderão ser reeleitos, salvo o disposto na alínea c) e sempre que a gestão eficiente do trabalho do Tribunal assim o exigir.
no n.º 2 do artigo 37.º 3 - a) Os juízes adstritos às secções de julgamento em 1.ª instância e de
b) Na primeira eleição, um terço dos juízes eleitos será seleccionado por instrução desempenharão o cargo nessas secções por um período de três
sorteio para exercer um mandato de três anos; outro terço será selecciona- anos ou, decorrido esse período, até à conclusão dos casos que lhes
do, também por sorteio, para exercer um mandato de seis anos; e os res- tenham sido cometidos pela respectiva secção.
tantes exercerão um mandato de nove anos. b) Os juízes adstritos à secção de recursos desempenharão o cargo nessa
c) Um juiz seleccionado para exercer um mandato de três anos, em con- secção durante todo o seu mandato.
formidade com a alínea b), poderá ser reeleito para um mandato completo. 4 - Os juízes adstritos à secção de recursos desempenharão o cargo uni-
10 - Não obstante o disposto no n.º 9, um juiz afecto a um tribunal de camente nessa secção. Nada no presente artigo obstará a que sejam
julgamento em 1.ª instância ou de recurso, em conformidade com o artigo adstritos temporariamente juízes da secção de julgamento em 1.ª instância
39.º, permanecerá em funções até à conclusão do julgamento ou do recur- à secção de instrução, ou inversamente, se a Presidência entender que a
so dos casos que tiver a seu cargo. gestão eficiente do trabalho do Tribunal assim o exige; porém, o juiz que
tenha participado na fase instrutória não poderá, em caso algum, fazer
Artigo 37.º parte do juízo de julgamento em 1.ª instância encarregue do caso.
Vagas
Artigo 40.º
1 - Caso ocorra uma vaga, realizar-se-á uma eleição para o seu provimen- Independência dos juízes
to, de acordo com o artigo 36.º
2 - O juiz eleito para prover uma vaga concluirá o mandato do seu anteces- 1 - Os juízes são independentes no desempenho das suas funções.
sor e, se esse período for igual ou inferior a três anos, poderá ser reeleito 2 - Os juízes não desenvolverão qualquer actividade que possa ser incom-
para um mandato completo, nos termos do artigo 36.º patível com o exercício das suas funções judiciais ou prejudicar a confiança
na sua independência.
Artigo 38.º 3 - Os juízes que devam desempenhar os seus cargos em regime de exclu-
A Presidência sividade na sede do Tribunal não poderão ter qualquer outra ocupação de
índole profissional.
4 - As questões relativas à aplicação dos n.os 2 e 3 serão decididas por
1 - O presidente, o 1.º vice-presidente e o 2.º vice-presidente serão eleitos maioria absoluta dos juízes. Nenhum juiz participará na decisão de uma
por maioria absoluta dos juízes. Cada um desempenhará o respectivo questão que lhe diga respeito.
cargo por um período de três anos ou até ao termo do seu mandato como
juiz, conforme o que expirar em primeiro lugar. Poderão ser reeleitos uma
única vez. Artigo 41.º
2 - O 1.º vice-presidente substituirá o presidente em caso de impossibilida- Escusa e recusa de juízes
de ou recusa deste. O 2.º vice-presidente substituirá o presidente em caso
de impedimento ou recusa deste ou do 1.º vice-presidente. 1 - A Presidência pode, a pedido de um juiz, escusá-lo do exercício de
3 - O presidente, o 1.º vice-presidente e o 2.º vice-presidente constituirão a alguma das funções que lhe confere o presente Estatuto, em conformidade
Presidência, que ficará encarregue: com o Regulamento Processual.
a) Da adequada administração do Tribunal, com excepção do Gabinete do 2 - a) Nenhum juiz pode participar num caso em que, por qualquer motivo,
Procurador; e seja posta em dúvida a sua imparcialidade. Será recusado, em conformida-
b) Das restantes funções que lhe forem conferidas de acordo com o pre- de com o disposto neste número, entre outras razões, se tiver intervindo
sente Estatuto. anteriormente, a qualquer título, num caso submetido ao Tribunal ou num
4 - Embora eximindo-se da sua responsabilidade nos termos do n.º 3, procedimento criminal conexo a nível nacional que envolva a pessoa objec-
alínea a), a Presidência actuará em coordenação com o Gabinete do Pro- to de inquérito ou procedimento criminal. Pode ser igualmente recusado por
curador e deverá obter a aprovação deste em todos os assuntos de inte- qualquer outro dos motivos definidos no Regulamento Processual.
resse comum. b) O Procurador ou a pessoa objecto de inquérito ou procedimento criminal
poderá solicitar a recusa de um juiz em virtude do disposto no presente
Artigo 39.º número.
Juízos c) As questões relativas à recusa de juízes serão decididas por maioria
absoluta dos juízes. O juiz cuja recusa for solicitada poderá pronunciar-se
sobre a questão, mas não poderá tomar parte na decisão.
1 - Após a eleição dos juízes e logo que possível, o Tribunal deverá organi-
zar-se nas secções referidas no artigo 34.º, alínea b). A secção de recursos
será composta pelo presidente e quatro juízes, a secção de julgamento em Artigo 42.º
1.ª instância por, pelo menos, seis juízes e a secção de instrução por, pelo O Gabinete do Procurador
menos, seis juízes. Os juízes serão adstritos aos juízos de acordo com a
natureza das funções que corresponderem a cada um e com as respectivas 1 - O Gabinete do Procurador actua de forma independente, enquanto
qualificações e experiência, por forma que cada juízo disponha de um órgão autónomo do Tribunal. Compete-lhe recolher comunicações e qual-
conjunto adequado de especialistas em direito penal e processual penal e quer outro tipo de informação, devidamente fundamentada, sobre crimes da
em direito internacional. A secção de julgamento em 1.ª instância e a sec- competência do Tribunal, a fim de as examinar e investigar e de exercer a
ção de instrução serão predominantemente compostas por juízes com acção penal junto do Tribunal. Os membros do Gabinete do Procurador não
experiência em processo penal. solicitarão nem cumprirão ordens de fontes externas ao Tribunal.
2 - a) As funções judiciais do Tribunal serão desempenhadas em cada 2 - O Gabinete do Procurador será presidido pelo procurador, que terá
secção pelos juízos. plena autoridade para dirigir e administrar o Gabinete do Procurador, inclu-
b): indo o pessoal, as instalações e outros recursos. O procurador será coadju-
i) O juízo de recursos será composto por todos os juízes da secção de vado por um ou mais procuradores-adjuntos, que poderão desempenhar
recursos; qualquer uma das funções que incumbam àquele, em conformidade com o
ii) As funções do juízo de julgamento em 1.ª instância serão desempenha- disposto no presente Estatuto. O procurador e os procuradores-adjuntos
das por três juízes da secção de julgamento em 1.ª instância; terão nacionalidades diferentes e desempenharão o respectivo cargo em
iii) As funções do juízo de instrução serão desempenhadas por três juízes regime de exclusividade.
da secção de instrução ou por um só juiz da referida secção, em conformi- 3 - O procurador e os procuradores-adjuntos deverão ter elevada idoneida-

Direitos Humanos 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de moral, elevado nível de competência e vasta experiência prática em 1 - O procurador e o secretário nomearão o pessoal qualificado necessário
matéria de processo penal. Deverão possuir um excelente conhecimento e aos respectivos serviços, nomeadamente, no caso do procurador, o pesso-
serem fluentes em, pelo menos, uma das línguas de trabalho do Tribunal. al encarregue de efectuar diligências no âmbito do inquérito.
4 - O procurador será eleito por escrutínio secreto e por maioria absoluta de 2 - No tocante ao recrutamento de pessoal, o procurador e o secretário
votos dos membros da Assembleia dos Estados Partes. Os procuradores- assegurarão os mais altos padrões de eficiência, competência e integrida-
adjuntos serão eleitos da mesma forma, de entre uma lista de candidatos de, tendo em consideração, mutatis mutandis, os critérios estabelecidos no
apresentada pelo procurador. O procurador proporá três candidatos para n.º 8 do artigo 36.º
cada cargo de procurador-adjunto a prover. A menos que, aquando da 3 - O secretário, com o acordo da Presidência e do procurador, proporá o
eleição, seja fixado um período mais curto, o procurador e os procuradores- estatuto do pessoal, que fixará as condições de nomeação, remuneração e
adjuntos exercerão os respectivos cargos por um período de nove anos e cessação de funções do pessoal do Tribunal. O estatuto do pessoal será
não poderão ser reeleitos. aprovado pela Assembleia dos Estados Partes.
5 - O procurador e os procuradores-adjuntos não deverão desenvolver 4 - O Tribunal poderá, em circunstâncias excepcionais, recorrer aos servi-
qualquer actividade que possa interferir com o exercício das suas funções ços de pessoal colocado à sua disposição, a título gratuito, pelos Estados
ou afectar a confiança na sua independência e não poderão desempenhar Partes, organizações intergovernamentais e organizações não governa-
qualquer outra função de carácter profissional. mentais, com vista a colaborar com qualquer um dos órgãos do Tribunal. O
6 - A Presidência poderá, a pedido do procurador ou de um procurador- procurador poderá anuir a tal eventualidade em nome do Gabinete do
adjunto, escusá-lo de intervir num determinado caso. Procurador. A utilização do pessoal disponibilizado a título gratuito ficará
7 - O procurador e os procuradores-adjuntos não poderão participar em sujeita às directivas estabelecidas pela Assembleia dos Estados Partes.
qualquer processo em que, por qualquer motivo, a sua imparcialidade
possa ser posta em causa. Serão recusados, em conformidade com o Artigo 45.º
disposto no presente número, entre outras razões, se tiverem intervindo Compromisso solene
anteriormente, a qualquer título, num caso submetido ao Tribunal ou num
procedimento criminal conexo a nível nacional, que envolva a pessoa
objecto de inquérito ou procedimento criminal. Antes de assumir as funções previstas no presente Estatuto, os juízes, o
8 - As questões relativas à recusa do procurador ou de um procurador- procurador, os procuradores-adjuntos, o secretário e o secretário-adjunto
adjunto serão decididas pelo juízo de recursos: declararão solenemente, em sessão pública, que exercerão as suas fun-
a) A pessoa objecto de inquérito ou procedimento criminal poderá solicitar, ções imparcial e conscienciosamente.
a todo o momento, a recusa do procurador ou de um procurador-adjunto,
pelos motivos previstos no presente artigo; Artigo 46.º
b) O procurador ou o procurador-adjunto, segundo o caso, poderão pronun- Cessação de funções
ciar-se sobre a questão.
9 - O procurador nomeará assessores jurídicos especializados em determi- 1 - Um juiz, o procurador, um procurador-adjunto, o secretário ou o secretá-
nadas áreas, incluindo, entre outras, as da violência sexual ou violência por rio-adjunto cessará as respectivas funções, por decisão adoptada de acor-
motivos relacionados com a pertença a um determinado sexo e da violência do com o disposto no n.º 2, nos casos em que:
contra as crianças.
a) Se conclua que a pessoa em causa incorreu em falta grave ou incumpri-
mento grave das funções conferidas pelo presente Estatuto, de acordo com
Artigo 43.º o previsto no Regulamento Processual; ou
A Secretaria b) A pessoa em causa se encontra impossibilitada de desempenhar as
funções definidas no presente Estatuto.
1 - A Secretaria será responsável pelos aspectos não judiciais da adminis- 2 - A decisão relativa à cessação de funções de um juiz, do procurador ou
tração e do funcionamento do Tribunal, sem prejuízo das funções e atribui- de um procurador-adjunto, de acordo com o n.º 1, será adoptada pela
ções do procurador definidas no artigo 42.º Assembleia dos Estados Partes em escrutínio secreto:
2 - A Secretaria será dirigida pelo secretário, principal responsável adminis- a) No caso de um juiz, por maioria de dois terços dos Estados Partes, com
trativo do Tribunal. O secretário exercerá as suas funções na dependência base em recomendação adoptada por maioria de dois terços dos restantes
do presidente do Tribunal. juízes;
3 - O secretário e o secretário-adjunto deverão ser pessoas de elevada b) No caso do procurador, por maioria absoluta dos Estados Partes;
idoneidade moral e possuir um elevado nível de competência e um excelen- c) No caso de um procurador-adjunto, por maioria absoluta dos Estados
te conhecimento e domínio de, pelo menos, uma das línguas de trabalho do Partes, com base na recomendação do procurador.
Tribunal. 3 - A decisão relativa à cessação de funções do secretário ou do secretário-
4 - Os juízes elegerão o secretário em escrutínio secreto, por maioria adjunto será adoptada por maioria absoluta de votos dos juízes.
absoluta, tendo em consideração as recomendações da Assembleia dos 4 - Os juízes, o Procurador, os procuradores-adjuntos, o secretário ou o
Estados Partes. Se necessário, elegerão um secretário-adjunto, por reco- secretário-adjunto, cuja conduta ou idoneidade para o exercício das fun-
mendação do secretário e pela mesma forma. ções inerentes ao cargo em conformidade com o presente Estatuto tiver
5 - O secretário será eleito por um período de cinco anos para exercer sido contestada ao abrigo do presente artigo, terão plena possibilidade de
funções em regime de exclusividade e só poderá ser reeleito uma vez. O apresentar e obter meios de prova e produzir alegações de acordo com o
secretário-adjunto será eleito por um período de cinco anos, ou por um Regulamento Processual; não poderão, no entanto, participar, de qualquer
período mais curto se assim o decidirem os juízes por deliberação tomada outra forma, na apreciação do caso.
por maioria absoluta, e exercerá as suas funções de acordo com as exi-
gências de serviço. Artigo 47.º
6 - O secretário criará, no âmbito da Secretaria, uma Unidade de Apoio às Medidas disciplinares
Vítimas e Testemunhas. Esta Unidade, em conjunto com o Gabinete do
Procurador, adoptará medidas de protecção e dispositivos de segurança e Os juízes, o procurador, os procuradores-adjuntos, o secretário ou o secre-
prestará assessoria e outro tipo de assistência às testemunhas e vítimas tário-adjunto que tiverem cometido uma falta menos grave que a prevista
que compareçam perante o Tribunal e a outras pessoas ameaçadas em no n.º 1 do artigo 46.º incorrerão em responsabilidade disciplinar nos ter-
virtude do testemunho prestado por aquelas. A Unidade incluirá pessoal mos do Regulamento Processual.
especializado para atender as vítimas de traumas, nomeadamente os
relacionados com crimes de violência sexual.
Artigo 48.º
Privilégios e imunidades
Artigo 44.º
O pessoal

Direitos Humanos 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1 - O Tribunal gozará, no território dos Estados Partes, dos privilégios e extraordinária seguinte.
imunidades que se mostrem necessários ao cumprimento das suas fun- 4 - O Regulamento processual e respectivas alterações, bem como quais-
ções. quer normas provisórias, deverão estar em consonância com o presente
2 - Os juízes, o procurador, os procuradores-adjuntos e o secretário goza- Estatuto. As alterações ao Regulamento Processual, assim como as nor-
rão, no exercício das suas funções ou em relação a estas, dos mesmos mas provisórias aprovadas em conformidade com o n.º 3, não serão aplica-
privilégios e imunidades reconhecidos aos chefes das missões diplomáti- das com carácter retroactivo em detrimento de qualquer pessoa que seja
cas, continuando a usufruir de absoluta imunidade judicial relativamente às objecto de inquérito ou de procedimento criminal, ou que tenha sido conde-
suas declarações, orais ou escritas, e aos actos que pratiquem no desem- nada.
penho de funções oficiais após o termo do respectivo mandato. 5 - Em caso de conflito entre as disposições do Estatuto e as do Regula-
3 - O secretário-adjunto, o pessoal do Gabinete do Procurador e o pessoal mento Processual, o Estatuto prevalecerá.
da Secretaria gozarão dos mesmos privilégios e imunidades e das facilida-
des necessárias ao cumprimento das respectivas funções, nos termos do Artigo 52.º
acordo sobre os privilégios e imunidades do Tribunal. Regimento do Tribunal
4 - Os advogados, peritos, testemunhas e outras pessoas cuja presença
seja requerida na sede do Tribunal beneficiarão do tratamento que se
mostre necessário ao funcionamento adequado deste, nos termos do 1 - De acordo com o presente Estatuto e com o Regulamento Processual,
acordo sobre os privilégios e imunidades do Tribunal. os juízes aprovarão, por maioria absoluta, o Regimento necessário ao
5 - Os privilégios e imunidades poderão ser levantados: normal funcionamento do Tribunal.
a) No caso de um juiz ou do procurador, por decisão adoptada por maioria 2 - O procurador e o secretário serão consultados sobre a elaboração do
absoluta dos juízes; Regimento ou sobre qualquer alteração que lhe seja introduzida.
b) No caso do secretário, pela Presidência; 3 - O Regimento do Tribunal e qualquer alteração posterior entrarão em
c) No caso dos procuradores-adjuntos e do pessoal do Gabinete do Procu- vigor mediante a sua aprovação, salvo decisão em contrário dos juízes.
rador, pelo procurador; Imediatamente após a adopção, serão circulados pelos Estados Partes
d) No caso do secretário-adjunto e do pessoal da Secretaria, pelo secretá- para observações e continuarão em vigor se, dentro de seis meses, não
rio. forem formuladas objecções pela maioria dos Estados Partes.

Artigo 49.º CAPÍTULO V


Vencimentos, subsídios e despesas Inquérito e procedimento criminal

Os juízes, o procurador, os procuradores-adjuntos, o secretário e o secretá- Artigo 53.º


rio-adjunto auferirão os vencimentos e terão direito aos subsídios e ao Abertura do inquérito
reembolso de despesas que forem estabelecidos pela Assembleia dos
Estados Partes. Estes vencimentos e subsídios não serão reduzidos no 1 - O procurador, após examinar a informação de que dispõe, abrirá um
decurso do mandato. inquérito, a menos que considere que, nos termos do presente Estatuto,
não existe fundamento razoável para proceder ao mesmo. Na sua decisão,
Artigo 50.º o procurador terá em conta se:
Línguas oficiais e línguas de trabalho a) A informação de que dispõe constitui fundamento razoável para crer que
foi, ou está a ser, cometido um crime da competência do Tribunal;
b) O caso é ou seria admissível nos termos do artigo 17.º; e
1 - As línguas árabe, chinesa, espanhola, francesa, inglesa e russa serão c) Tendo em consideração a gravidade do crime e os interesses das víti-
as línguas oficiais do Tribunal. As sentenças proferidas pelo Tribunal, bem mas, não existirão, contudo, razões substanciais para crer que o inquérito
como outras decisões sobre questões fundamentais submetidas ao Tribu- não serve os interesses da justiça.
nal, serão publicadas nas línguas oficiais. A Presidência, de acordo com os Se decidir que não há motivo razoável para abrir um inquérito e se esta
critérios definidos no Regulamento Processual, determinará quais as deci- decisão se basear unicamente no disposto na alínea c), o procurador
sões que poderão ser consideradas como decisões sobre questões funda- informará o juízo de instrução.
mentais, para os efeitos do presente número. 2 - Se, concluído o inquérito, o procurador chegar à conclusão de que não
2 - As línguas francesa e inglesa serão as línguas de trabalho do Tribunal. há fundamento suficiente para proceder criminalmente, na medida em que:
O Regulamento Processual definirá os casos em que outras línguas oficiais a) Não existam elementos suficientes, de facto ou de direito, para requerer
poderão ser usadas como línguas de trabalho. a emissão de um mandado de detenção ou notificação para comparência,
3 - A pedido de qualquer Parte ou qualquer Estado que tenha sido admitido de acordo com o artigo 58.º;
a intervir num processo, o Tribunal autorizará o uso de uma língua que não b) O caso seja inadmissível, de acordo com o artigo 17.º; ou
seja a francesa ou a inglesa, sempre que considere que tal autorização se c) O procedimento não serviria o interesse da justiça, consideradas todas
justifica. as circunstâncias, tais como a gravidade do crime, os interesses das víti-
mas e a idade ou o estado de saúde do presumível autor e o grau de parti-
Artigo 51.º cipação no alegado crime;
Regulamento Processual comunicará a sua decisão, devidamente fundamentada, ao juízo de instru-
ção e ao Estado que lhe submeteu o caso, de acordo com o artigo 14.º, ou
1 - O Regulamento Processual entrará em vigor mediante a sua aprovação ao Conselho de Segurança, se se tratar de um caso previsto na alínea b)
por uma maioria de dois terços dos votos dos membros da Assembleia dos do artigo 13.º
Estados Partes. 3 - a) A pedido do Estado que tiver submetido o caso, nos termos do artigo
2 - Poderão propor alterações ao Regulamento Processual: 14.º, ou do Conselho de Segurança, nos termos da alínea b) do artigo 13.º,
a) Qualquer Estado Parte; o juízo de instrução poderá examinar a decisão do procurador de não
b) Os juízes, por maioria absoluta; ou proceder criminalmente em conformidade com os n.os 1 ou 2 e solicitar-lhe
c) O procurador. que reconsidere essa decisão.
Estas alterações entrarão em vigor mediante a aprovação por uma maioria b) Além disso, o juízo de instrução poderá, oficiosamente, examinar a
de dois terços dos votos dos membros da Assembleia dos Estados Partes. decisão do procurador de não proceder criminalmente, se essa decisão se
3 - Após a aprovação do Regulamento Processual, em casos urgentes em basear unicamente no disposto no n.º 1, alínea c), ou no n.º 2, alínea c).
que a situação concreta suscitada em Tribunal não se encontre prevista no Nesse caso, a decisão do procurador só produzirá efeitos se confirmada
Regulamento Processual, os juízes poderão, por maioria de dois terços, pelo juízo de instrução.
estabelecer normas provisórias a serem aplicadas até que a Assembleia 4 - O procurador poderá, a todo o momento, reconsiderar a sua decisão de
dos Estados Partes as aprove, altere ou rejeite na sessão ordinária ou

Direitos Humanos 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


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abrir um inquérito ou proceder criminalmente, com base em novos factos ou solicitar que lhe seja designado um defensor oficioso, em todas as situa-
novas informações. ções em que o interesse da justiça assim o exija, e sem qualquer encargo
se não possuir meios suficientes para lhe pagar; e
Artigo 54.º d) A ser interrogada na presença de advogado, a menos que tenha renun-
Funções e poderes do procurador em matéria de inquérito ciado voluntariamente ao direito de ser assistida por um advogado.

1 - O procurador deverá: Artigo 56.º


a) A fim de estabelecer a verdade dos factos, alargar o inquérito a todos os Intervenção do juízo de instrução em caso de oportunidade única de proce-
factos e provas pertinentes para a determinação da responsabilidade der a um inquérito
criminal, em conformidade com o presente Estatuto e, para esse efeito,
investigar, de igual modo, as circunstâncias que interessam quer à acusa- 1 - a) Sempre que considere que um inquérito oferece uma oportunidade
ção, quer à defesa; única de recolher depoimentos ou declarações de uma testemunha ou de
b) Adoptar as medidas adequadas para assegurar a eficácia do inquérito e examinar, reunir ou verificar provas, o procurador comunicará esse facto ao
do procedimento criminal relativamente aos crimes da jurisdição do Tribunal juízo de instrução.
e, na sua actuação, o procurador terá em conta os interesses e a situação b) Nesse caso, o juízo de instrução, a pedido do procurador, poderá adop-
pessoal das vítimas e testemunhas, incluindo a idade, o sexo, tal como tar as medidas que entender necessárias para assegurar a eficácia e a
definido no n.º 3 do artigo 7.º, e o estado de saúde; terá igualmente em integridade do processo e, em particular, para proteger os direitos de defe-
conta a natureza do crime, em particular quando envolva violência sexual, sa.
violência por motivos relacionados com a pertença a um determinado sexo c) Salvo decisão em contrário do juízo de instrução, o procurador transmiti-
e violência contra as crianças; e rá a informação relevante à pessoa que tenha sido detida, ou que tenha
c) Respeitar plenamente os direitos conferidos às pessoas pelo presente comparecido na sequência de notificação emitida no âmbito do inquérito a
Estatuto. que se refere a alínea a), para que possa ser ouvida sobre a matéria em
2 - O procurador poderá realizar investigações no âmbito de um inquérito causa.
no território de um Estado: 2 - As medidas a que se faz referência na alínea b) do n.º 1 poderão consis-
a) De acordo com o disposto no capítulo IX; ou tir em:
b) Mediante autorização do juízo de instrução, dada nos termos do n.º 3, a) Fazer recomendações ou proferir despachos sobre o procedimento a
alínea d), do artigo 57.º seguir;
3 - O procurador poderá: b) Ordenar que o processado seja reduzido a auto;
a) Reunir e examinar provas; c) Nomear um perito;
b) Convocar e interrogar pessoas objecto de inquérito e convocar e tomar o d) Autorizar o advogado de defesa do detido, ou de quem tiver comparecido
depoimento de vítimas e testemunhas; no Tribunal na sequência de notificação, a participar no processo ou, no
c) Procurar obter a cooperação de qualquer Estado ou organização intergo- caso dessa detenção ou comparência não se ter ainda verificado ou não
vernamental ou dispositivo intergovernamental, de acordo com a respectiva tiver ainda sido designado advogado, a nomear outro defensor que se
competência e ou mandato; encarregará dos interesses da defesa e os representará;
d) Celebrar acordos ou convénios compatíveis com o presente Estatuto, e) Encarregar um dos seus membros ou, se necessário, outro juiz disponí-
que se mostrem necessários para facilitar a cooperação de um Estado, de vel da secção de instrução ou da secção de julgamento em 1.ª instância de
uma organização intergovernamental ou de uma pessoa; formular recomendações ou proferir despachos sobre a recolha e a preser-
e) Concordar em não divulgar, em qualquer fase do processo, documentos vação de meios de prova e a inquirição de pessoas;
ou informação que tiver obtido, com a condição de preservar o seu carácter f) Adoptar todas as medidas necessárias para reunir ou preservar meios de
confidencial e com o objectivo único de obter novas provas, a menos que prova.
quem tiver facilitado a informação consinta na sua divulgação; e 3 - a) Se o procurador não tiver solicitado as medidas previstas no presente
f) Adoptar ou requerer que se adoptem as medidas necessárias para asse- artigo mas o juízo de instrução considerar que tais medidas são necessá-
gurar o carácter confidencial da informação, a protecção de pessoas ou a rias para preservar meios de prova que lhe pareçam essenciais para a
preservação da prova. defesa no julgamento, o juízo consultará o procurador a fim de saber se
existem motivos poderosos para este não requerer as referidas medidas.
Artigo 55.º Se, após consulta, o juízo concluir que a omissão de requerimento de tais
Direitos das pessoas no decurso do inquérito medidas é injustificada, poderá adoptar essas medidas oficiosamente.
b) O procurador poderá recorrer da decisão tomada pelo juízo de instrução
oficiosamente, nos termos do presente número. O recurso seguirá uma
1 - No decurso de um inquérito aberto nos termos do presente Estatuto: forma sumária.
a) Nenhuma pessoa poderá ser obrigada a depor contra si própria ou a 4 - A admissibilidade dos meios de prova preservados ou recolhidos para
declarar-se culpada; efeitos do processo ou o respectivo registo, em conformidade com o pre-
b) Nenhuma pessoa poderá ser submetida a qualquer forma de coacção, sente artigo, reger-se-ão, em julgamento, pelo disposto no artigo 69.º, e
intimidação ou ameaça, tortura ou outras formas de penas ou tratamentos terão o valor que lhes for atribuído pelo juízo de julgamento em 1.ª instân-
cruéis, desumanos ou degradantes; e cia.
c) Qualquer pessoa que for interrogada numa língua que não compreenda
ou não fale fluentemente será assistida, gratuitamente, por um intérprete
competente e poderá dispor das traduções necessárias às exigências de Artigo 57.º
equidade; Funções e poderes do juízo de instrução
d) Nenhuma pessoa poderá ser presa ou detida arbitrariamente, nem ser
privada da sua liberdade, salvo pelos motivos previstos no presente Estatu- 1 - Salvo disposição em contrário do presente Estatuto, o juízo de instrução
to e em conformidade com os procedimentos nele estabelecidos. exercerá as suas funções em conformidade com o presente artigo.
2 - Sempre que existam motivos para crer que uma pessoa cometeu um 2 - a) Para os despachos do juízo de instrução proferidos ao abrigo dos
crime da competência do Tribunal e que deve ser interrogada pelo procura- artigos 15.º, 18.º, 19.º, 54.º, n.º 2, 61.º, n.º 7, e 72.º, deve concorrer a
dor ou pelas autoridades nacionais, em virtude de um pedido feito em maioria de votos dos juízes que o compõem.
conformidade com o disposto no capítulo IX, essa pessoa será informada, b) Em todos os outros casos, um juiz do juízo de instrução agindo a título
antes do interrogatório, de que goza ainda dos seguintes direitos: individual poderá exercer as funções definidas no presente Estatuto, salvo
a) A ser informada, antes de ser interrogada, de que existem indícios de disposição em contrário prevista no Regulamento Processual ou decisão
que cometeu um crime da competência do Tribunal; em contrário do juízo de instrução tomada por maioria de votos.
b) A guardar silêncio, sem que tal seja tido em consideração para efeitos de 3 - Independentemente das outras funções conferidas pelo presente Estatu-
determinação da sua culpa ou inocência; to, o juízo de instrução poderá:
c) A ser assistida por um advogado da sua escolha ou, se não o tiver, a a) A pedido do procurador, proferir os despachos e emitir os mandados que

Direitos Humanos 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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se revelem necessários para um inquérito; considerar que existem motivos suficientes para crer que a pessoa cometeu
b) A pedido de qualquer pessoa que tenha sido detida ou tenha compareci- quer os crimes na forma que se indica nessa requalificação, quer os novos
do na sequência de notificação expedida nos termos do artigo 58.º, proferir crimes.
despachos, incluindo medidas tais como as indicadas no artigo 56.º, ou 7 - O procurador poderá solicitar ao juízo de instrução que, em vez de um
procurar obter, nos termos do disposto no capítulo IX, a cooperação neces- mandado de detenção, emita uma notificação para comparência. Se o juízo
sária para auxiliar essa pessoa a preparar a sua defesa; considerar que existem motivos suficientes para crer que a pessoa cometeu
c) Sempre que necessário, assegurar a protecção e o respeito pela privaci- o crime que lhe é imputado e que uma notificação para comparência será
dade de vítimas e testemunhas, a preservação da prova, a protecção de suficiente para garantir a sua presença efectiva em tribunal, emitirá uma
pessoas detidas ou que tenham comparecido na sequência de notificação notificação para que a pessoa compareça, com ou sem a imposição de
para comparência, assim como a protecção de informação que afecte a medidas restritivas de liberdade (distintas da detenção) se previstas no
segurança nacional; direito interno. Da notificação para comparência deverão constar os seguin-
d) Autorizar o procurador a adoptar medidas específicas, no âmbito de um tes elementos:
inquérito, no território de um Estado Parte sem ter obtido a cooperação a) O nome da pessoa em causa e qualquer outro elemento útil de identifi-
deste nos termos do disposto no capítulo IX, caso o juízo de instrução cação;
determine que, tendo em consideração, na medida do possível, a posição b) A data de comparência;
do referido Estado, este último não está manifestamente em condições de c) A referência precisa ao crime da competência do Tribunal que a pessoa
satisfazer um pedido de cooperação face à incapacidade de todas as alegadamente tenha cometido; e
autoridades ou órgãos do seu sistema judiciário com competência para dar d) Uma descrição sucinta dos factos que alegadamente constituem o cri-
seguimento a um pedido de cooperação formulado nos termos do disposto me.
no capítulo IX; Esta notificação será directamente feita à pessoa em causa.
e) Quando tiver emitido um mandado de detenção ou uma notificação para
comparência nos termos do artigo 58.º, e tendo em consideração o valor Artigo 59.º
das provas e os direitos das partes em questão, em conformidade com o Procedimento de detenção no Estado da detenção
disposto no presente Estatuto e no Regulamento Processual, procurar obter
a cooperação dos Estados, nos termos do n.º 1, alínea k), do artigo 93.º,
para a adopção de medidas cautelares que visem a apreensão, em particu- 1 - O Estado Parte que receber um pedido de prisão preventiva ou de
lar no interesse superior das vítimas. detenção e entrega, adoptará imediatamente as medidas necessárias para
proceder à detenção, em conformidade com o respectivo direito interno e
com o disposto no capítulo IX.
Artigo 58.º 2 - O detido será imediatamente levado à presença da autoridade judiciária
Mandado de detenção e notificação para comparência do juízo de instrução competente do Estado da detenção que determinará se, de acordo com a
legislação desse Estado:
1 - A todo o momento após a abertura do inquérito, o juízo de instrução a) O mandado de detenção é aplicável à pessoa em causa;
poderá, a pedido do procurador, emitir um mandado de detenção contra b) A detenção foi executada de acordo com a lei;
uma pessoa se, após examinar o pedido e as provas ou outras informações c) Os direitos do detido foram respeitados.
submetidas pelo procurador, considerar que: 3 - O detido terá direito a solicitar à autoridade competente do Estado da
a) Existem motivos suficientes para crer que essa pessoa cometeu um detenção autorização para aguardar a sua entrega em liberdade.
crime da competência do Tribunal; e 4 - Ao decidir sobre o pedido, a autoridade competente do Estado da de-
b) A detenção dessa pessoa se mostra necessária para: tenção determinará se, em face da gravidade dos crimes imputados, se
i) Garantir a sua comparência em tribunal; verificam circunstâncias urgentes e excepcionais que justifiquem a liberda-
ii) Garantir que não obstruirá, nem porá em perigo, o inquérito ou a acção de provisória e se existem as garantias necessárias para que o Estado de
do Tribunal; ou detenção possa cumprir a sua obrigação de entregar a pessoa ao Tribunal.
iii) Se for o caso, impedir que a pessoa continue a cometer esse crime ou Essa autoridade não terá competência para examinar se o mandado de
um crime conexo que seja da competência do Tribunal e tenha a sua ori- detenção foi regularmente emitido, nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1
gem nas mesmas circunstâncias. do artigo 58.º
2 - Do requerimento do procurador deverão constar os seguintes elemen- 5 - O pedido de liberdade provisória será notificado ao juízo de instrução, o
tos: qual fará recomendações à autoridade competente do Estado da detenção.
a) O nome da pessoa em causa e qualquer outro elemento útil de identifi- Antes de tomar uma decisão, a autoridade competente do Estado da de-
cação; tenção terá em conta essas recomendações, incluindo as relativas a medi-
b) A referência precisa do crime da competência do Tribunal que a pessoa das adequadas a impedir a fuga da pessoa.
tenha presumivelmente cometido; 6 - Se a liberdade provisória for concedida, o juízo de instrução poderá
c) Uma descrição sucinta dos factos que alegadamente constituem o cri- solicitar informações periódicas sobre a situação de liberdade provisória.
me; 7 - Uma vez que o Estado da detenção tenha ordenado a entrega, o detido
d) Um resumo das provas e de qualquer outra informação que constitua será colocado, o mais rapidamente possível, à disposição do Tribunal.
motivo suficiente para crer que a pessoa cometeu o crime; e
e) Os motivos pelos quais o procurador considere necessário proceder à Artigo 60.º
detenção daquela pessoa. Início da fase instrutória
3 - Do mandado de detenção deverão constar os seguintes elementos:
a) O nome da pessoa em causa e qualquer outro elemento útil de identifi-
cação; 1 - Logo que uma pessoa seja entregue ao Tribunal ou nele compareça
b) A referência precisa do crime da competência do Tribunal que justifique o voluntariamente em cumprimento de uma notificação para comparência, o
pedido de detenção; e juízo de instrução deverá assegurar-se de que essa pessoa foi informada
c) Uma descrição sucinta dos factos que alegadamente constituem o cri- dos crimes que lhe são imputados e dos direitos que o presente Estatuto
me. lhe confere, incluindo o direito de solicitar autorização para aguardar o
4 - O mandado de detenção manter-se-á válido até decisão em contrário do julgamento em liberdade.
Tribunal. 2 - A pessoa objecto de um mandado de detenção poderá solicitar autori-
5 - Com base no mandado de detenção, o Tribunal poderá solicitar a prisão zação para aguardar julgamento em liberdade. Se o juízo de instrução
preventiva ou a detenção e entrega da pessoa em conformidade com o considerar verificadas as condições enunciadas no n.º 1 do artigo 58.º, a
disposto no capítulo IX do presente Estatuto. detenção será mantida. Caso contrário, a pessoa será posta em liberdade,
6 - O procurador poderá solicitar ao juízo de instrução que altere o manda- com ou sem condições.
do de detenção no sentido de requalificar os crimes aí indicados ou de 3 - O juízo de instrução reexaminará periodicamente a sua decisão quanto
adicionar outros. O juízo de instrução alterará o mandado de detenção se à liberdade provisória ou à detenção, podendo fazê-lo a todo o momento, a
pedido do procurador ou do interessado. Aquando da revisão, o juízo

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poderá modificar a sua decisão quanto à detenção, à liberdade provisória solicite novamente a sua apreciação, na condição de apresentar provas
ou às condições desta, se considerar que a alteração das circunstâncias o adicionais.
justifica. 9 - Tendo os factos constantes da acusação sido declarados procedentes,
4 - O juízo de instrução certificar-se-á de que a detenção não será prolon- e antes do início do julgamento, o procurador poderá, mediante autorização
gada por período não razoável devido a demora injustificada da parte do do juízo de instrução e notificação prévia do arguido, alterar alguns factos
procurador. A produzir-se a referida demora, o Tribunal considerará a constantes da acusação. Se o procurador pretender acrescentar novos
possibilidade de pôr o interessado em liberdade, com ou sem condições. factos ou substitui-los por outros de natureza mais grave, deverá, nos
5 - Se necessário, o juízo de instrução poderá emitir um mandado de de- termos do presente artigo, requerer uma audiência para a respectiva apre-
tenção para garantir a comparência de uma pessoa que tenha sido posta ciação. Após o início do julgamento, o procurador poderá retirar a acusa-
em liberdade. ção, com autorização do juízo de instrução.
10 - Qualquer mandado emitido deixará de ser válido relativamente aos
Artigo 61.º factos constantes da acusação que tenham sido declarados não proceden-
Apreciação da acusarão antes do julgamento tes pelo juízo de instrução ou que tenham sido retirados pelo procurador.
11 - Tendo a acusação sido declarada procedente nos termos do presente
artigo, a Presidência designará um juízo de julgamento em 1.ª instância
1 - Salvo o disposto no n.º 2, e num prazo razoável após a entrega da que, sob reserva do disposto no n.º 9 do presente artigo e no n.º 4 do artigo
pessoa ao Tribunal ou a sua comparência voluntária perante este, o juízo 64.º, se encarregará da fase seguinte do processo e poderá exercer as
de instrução realizará uma audiência para apreciar os factos constantes da funções do juízo de instrução que se mostrem pertinentes e apropriadas
acusação com base nos quais o procurador pretende requerer o julgamen- nessa fase do processo.
to. A audiência terá lugar na presença do procurador e do arguido, assim
como do defensor deste.
2 - O juízo de instrução, oficiosamente ou a pedido do procurador, poderá CAPÍTULO VI
realizar a audiência na ausência do arguido, a fim de apreciar os factos O julgamento
constantes da acusação com base nos quais o procurador pretende reque-
rer o julgamento, se o arguido: Artigo 62.º
a) Tiver renunciado ao seu direito a estar presente; ou Local do julgamento
b) Tiver fugido ou não for possível encontrá-lo, tendo sido tomadas todas as
medidas razoáveis para assegurar a sua comparência em Tribunal e para o Salvo decisão em contrário, o julgamento terá lugar na sede do Tribunal.
informar dos factos constantes da acusação e da realização de uma audi-
ência para apreciação dos mesmos.
Neste caso, o arguido será representado por um defensor, se o juízo de Artigo 63.º
instrução decidir que tal servirá os interesses da justiça. Presença do arguido em julgamento
3 - Num prazo razoável antes da audiência, o arguido:
a) Receberá uma cópia do documento especificando os factos constantes 1 - O arguido terá de estar presente durante o julgamento.
da acusação com base nos quais o procurador pretende requerer o julga- 2 - Se o arguido, presente em tribunal, perturbar persistentemente a audi-
mento; e ência, o juízo de julgamento em 1.ª instância poderá ordenar a sua remo-
b) Será informado das provas que o procurador se propõe apresentar em ção da sala e providenciar para que acompanhe o processo e dê instruções
audiência. ao seu defensor a partir do exterior da mesma, utilizando, se necessário,
O juízo de instrução poderá proferir despacho sobre a divulgação de infor- meios técnicos de comunicação. Estas medidas só serão adoptadas em
mação para efeitos da audiência. circunstâncias excepcionais e pelo período estritamente necessário, após
4 - Antes da audiência, o procurador poderá reabrir o inquérito e alterar ou se terem esgotado outras possibilidades razoáveis.
retirar parte dos factos constantes da acusação. O arguido será notificado
de qualquer alteração ou retirada em tempo razoável, antes da realização Artigo 64.º
da audiência. No caso de retirada de parte dos factos constantes da acusa- Funções e poderes do juízo de julgamento em 1.ª instância
ção, o procurador informará o juízo de instrução dos motivos da mesma.
5 - Na audiência, o procurador produzirá provas satisfatórias dos factos
constantes da acusação, nos quais baseou a sua convicção de que o 1 - As funções e poderes do juízo de julgamento em 1.ª instância enuncia-
arguido cometeu o crime que lhe é imputado. O procurador poderá basear- das no presente artigo deverão ser exercidas em conformidade com o
se em provas documentais ou um resumo das provas, não sendo obrigado presente Estatuto e o Regulamento Processual.
a chamar as testemunhas que irão depor no julgamento. 2 - O juízo de julgamento em 1.ª instância zelará para que o julgamento
6 - Na audiência, o arguido poderá: seja conduzido de maneira equitativa e célere, com total respeito pelos
a) Contestar as acusações; direitos do arguido e tendo em devida conta a protecção das vítimas e
b) Impugnar as provas apresentadas pelo procurador; e testemunhas.
c) Apresentar provas. 3 - O juízo de julgamento em 1.ª instância a que seja submetido um caso
7 - Com base nos factos apreciados durante a audiência, o juízo de instru- nos termos do presente Estatuto:
ção decidirá se existem provas suficientes de que o arguido cometeu os a) Consultará as partes e adoptará as medidas necessárias para que o
crimes que lhe são imputados. De acordo com essa decisão, o juízo de processo se desenrole de maneira equitativa e célere;
instrução: b) Determinará qual a língua, ou quais as línguas, a utilizar no julgamento;
a) Declarará procedente a acusação na parte relativamente à qual conside- e
rou terem sido reunidas provas suficientes e remeterá o arguido para o c) Sob reserva de qualquer outra disposição pertinente do presente Estatu-
juízo de julgamento em 1.ª instância, à fim de aí ser julgado pelos factos to, providenciará pela revelação de quaisquer documentos ou de informa-
confirmados; ção que não tenha sido divulgada anteriormente, com suficiente antece-
b) Não declarará procedente a acusação na parte relativamente à qual dência relativamente ao início do julgamento, a fim de permitir a sua prepa-
considerou não terem sido reunidas provas suficientes; ração adequada para o julgamento.
c) Adiará a audiência e solicitará ao procurador que considere a possibili- 4 - O juízo de julgamento em 1.ª instância poderá, se se mostrar necessário
dade de: para o seu funcionamento eficaz e imparcial, remeter questões preliminares
i) Apresentar novas provas ou efectuar novo inquérito relativamente a um ao juízo de instrução ou, se necessário, a um outro juiz disponível da sec-
determinado facto constante da acusação; ou ção de instrução.
ii) Modificar parte da acusação, se as provas reunidas parecerem indicar 5 - Mediante notificação às partes, o juízo de julgamento em 1.ª instância
que um crime distinto, da competência do Tribunal, foi cometido. poderá, conforme se lhe afigure mais adequado, ordenar que as acusações
8 - A declaração de não procedência relativamente a parte de uma acusa- contra mais de um arguido sejam deduzidas conjunta ou separadamente.
ção, proferida pelo juízo de instrução, não obstará a que o procurador 6 - No desempenho das suas funções, antes ou no decurso de um julga-
mento, o juízo de julgamento em 1.ª instância poderá, se necessário:

Direitos Humanos 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) Exercer qualquer uma das funções do juízo de instrução consignadas no à alteração dos factos constantes da acusação, à confissão ou à pena a ser
n.º 11 do artigo 61.º; imposta não vincularão o Tribunal.
b) Ordenar a comparência e a audição de testemunhas e a apresentação
de documentos e outras provas, obtendo para tal, se necessário, o auxílio Artigo 66.º
de outros Estados, conforme previsto no presente Estatuto; Presunção de inocência
c) Adoptar medidas para a protecção da informação confidencial;
d) Ordenar a apresentação de provas adicionais às reunidas antes do
julgamento ou às apresentadas no decurso do julgamento pelas partes; 1 - Toda a pessoa se presume inocente até prova da sua culpa perante o
e) Adoptar medidas para a protecção do arguido, testemunhas e vítimas; e Tribunal, de acordo com o direito aplicável.
f) Decidir sobre qualquer outra questão pertinente. 2 - Incumbe ao procurador o ónus da prova da culpa do arguido.
7 - A audiência de julgamento será pública. No entanto, o juízo de julga- 3 - Para proferir sentença condenatória, o Tribunal deve estar convencido
mento em 1.ª instância poderá decidir que determinadas diligências se de que o arguido é culpado, para além de qualquer dúvida razoável.
efectuem à porta fechada, em conformidade com os fins enunciados no
artigo 68.º ou com vista a proteger informação de carácter confidencial ou Artigo 67.º
restrita que venha a ser apresentada como prova. Direitos do arguido
8 - a) No início da audiência de julgamento, o juízo de julgamento em 1.ª
instância ordenará a leitura ao arguido dos factos constantes da acusação 1 - Durante a apreciação de quaisquer factos constantes da acusação, o
previamente confirmados pelo juízo de instrução. O juízo de julgamento em arguido tem direito a ser ouvido em audiência pública, tendo em conta o
1.ª instância deverá certificar-se de que o arguido compreende a natureza disposto no presente Estatuto, a uma audiência conduzida de forma equita-
dos factos que lhe são imputados e dar-lhe a oportunidade de os confessar, tiva e imparcial e às seguintes garantias mínimas, em situação de plena
de acordo com o disposto no artigo 65.º, ou de se declarar inocente. igualdade:
b) Durante o julgamento, o juiz-presidente pode dar instruções sobre a a) A ser informado, sem demora e de forma detalhada, numa língua que
condução da audiência, nomeadamente para assegurar que esta se desen- compreenda e fale fluentemente, da natureza, motivo e conteúdo dos factos
role de maneira equitativa e imparcial. Salvo qualquer orientação do juiz- que lhe são imputados;
presidente, as partes poderão apresentar provas em conformidade com as b) A dispor de tempo e de meios adequados para a preparação da sua
disposições do presente Estatuto. defesa e a comunicar livre e confidencialmente com um defensor da sua
9 - O juízo de julgamento em 1.ª instância poderá, oficiosamente ou a escolha;
pedido de uma das partes, a saber: c) A ser julgado sem atrasos indevidos;
a) Decidir sobre a admissibilidade ou pertinência das provas; e d) Salvo o disposto no n.º 2 do artigo 63.º, o arguido terá direito a estar
b) Tomar todas as medidas necessárias para manter a ordem na audiên- presente na audiência de julgamento e a defender-se a si próprio ou a ser
cia. assistido por um defensor da sua escolha; se não o tiver, a ser informado
10 - O juízo de julgamento em 1.ª instância providenciará para que o secre- do direito de o tribunal lhe nomear um defensor sempre que o interesse da
tário proceda a um registo completo da audiência de julgamento onde justiça o exija, sendo tal assistência gratuita se o arguido carecer de meios
sejam fielmente relatadas todas as diligências efectuadas, registo que suficientes para remunerar o defensor assim nomeado;
deverá manter e preservar.
e) A inquirir ou a fazer inquirir as testemunhas de acusação e a obter a
comparência das testemunhas de defesa e a inquirição destas nas mesmas
Artigo 65.º condições que as testemunhas de acusação. O arguido terá também direito
Procedimento em caso de confissão a apresentar defesa e a oferecer qualquer outra prova admissível, de
acordo com o presente Estatuto;
1 - Se o arguido confessar nos termos do n.º 8, alínea a), do artigo 64.º, o f) A ser assistido gratuitamente por um intérprete competente e a serem-lhe
juízo de julgamento em 1.ª instância apurará: facultadas as traduções necessárias que a equidade exija, se não compre-
a) Se o arguido compreende a natureza e as consequências da sua confis- ender perfeitamente ou não falar a língua utilizada em qualquer acto pro-
são; cessual ou documento produzido em tribunal;
b) Se essa confissão foi feita livremente, após devida consulta ao seu g) A não ser obrigado a depor contra si próprio, nem a declarar-se culpado,
advogado de defesa; e e a guardar silêncio, sem que este seja tido em conta na determinação da
c) Se a confissão é corroborada pelos factos que resultam: sua culpa ou inocência;
i) Da acusação deduzida pelo procurador e aceite pelo arguido; h) A prestar declarações não ajuramentadas, oralmente ou por escrito, em
ii) De quaisquer meios de prova que confirmam os factos constantes da sua defesa; e
acusação deduzida pelo procurador e aceite pelo arguido; e i) A que lhe não seja imposta quer a inversão do ónus da prova, quer a
iii) De quaisquer outros meios de prova, tais como depoimentos de teste- impugnação.
munhas, apresentados pelo procurador ou pelo arguido. 2 - Para além de qualquer outra revelação de informação prevista no pre-
2 - Se o juízo de julgamento em 1.ª instância estimar que estão reunidas as sente Estatuto, o procurador comunicará à defesa, logo que possível, as
condições referidas no n.º 1, considerará que a confissão, juntamente com provas que tenha em seu poder ou sob o seu controlo e que, no seu enten-
quaisquer provas adicionais produzidas, constitui um reconhecimento de der, revelem ou tendam a revelar a inocência do arguido, ou a atenuar a
todos os elementos essenciais constitutivos do crime pelo qual o arguido se sua culpa, ou que possam afectar a credibilidade das provas da acusação.
declarou culpado e poderá condená-lo por esse crime. Em caso de dúvida relativamente à aplicação do presente número, cabe ao
3 - Se o juízo de julgamento em 1.ª instância estimar que não estão reuni- Tribunal decidir.
das as condições referidas no n.º 1, considerará a confissão como não
tendo tido lugar e, nesse caso, ordenará que o julgamento prossiga de Artigo 68.º
acordo com o procedimento comum estipulado no presente Estatuto, po- Protecção das vítimas e das testemunhas e sua participação no processo
dendo transmitir o processo a outro juízo de julgamento em 1.ª instância.
4 - Se o juízo de julgamento em 1.ª instância considerar necessária, no 1 - O Tribunal adoptará as medidas adequadas para garantir a segurança,
interesse da justiça, e em particular no interesse das vítimas, uma explana- o bem-estar físico e psicológico, a dignidade e a vida privada das vítimas e
ção mais detalhada dos factos integrantes do caso, poderá: testemunhas. Para tal, o Tribunal terá em conta todos os factores pertinen-
a) Solicitar ao procurador que apresente provas adicionais, incluindo depo- tes, incluindo a idade, o sexo, tal como definido no n.º 3 do artigo 7.º, e o
imentos de testemunhas; ou estado de saúde, assim como a natureza do crime, em particular, mas não
b) Ordenar que o processo prossiga de acordo com o procedimento comum apenas quando este envolva elementos de violência sexual, de violência
estipulado no presente Estatuto, caso em que considerará a confissão relacionada com a pertença a um determinado sexo ou de violência contra
como não tendo tido lugar e poderá transmitir o processo a outro juízo de crianças. O procurador adoptará estas medidas, nomeadamente durante o
julgamento em 1.ª instância. inquérito e o procedimento criminal. Tais medidas não poderão prejudicar
5 - Quaisquer consultas entre o procurador e a defesa, no que diz respeito nem ser incompatíveis com os direitos do arguido ou com a realização de

Direitos Humanos 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


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um julgamento equitativo e imparcial. apresentadas por um Estado, não poderá pronunciar-se sobre a aplicação
2 - Enquanto excepção ao princípio do carácter público das audiências do direito interno desse Estado.
estabelecido no artigo 67.º, qualquer um dos juízos que compõem o Tribu-
nal poderá, a fim de proteger as vítimas e as testemunhas ou o arguido, Artigo 70.º
decretar que um acto processual se realize, no todo ou em parte, à porta Infracções contra a administração da justiça
fechada ou permitir a produção de prova por meios electrónicos ou outros
meios especiais. Estas medidas aplicar-se-ão, nomeadamente, no caso de
uma vítima de violência sexual ou de um menor que seja vítima ou teste- 1 - O Tribunal terá competência para conhecer das seguintes infracções
munha, salvo decisão em contrário adoptada pelo Tribunal, ponderadas contra a sua administração da justiça, quando cometidas intencionalmente:
todas as circunstâncias, particularmente a opinião da vítima ou da testemu- a) Prestação de falso testemunho, quando há a obrigação de dizer a verda-
nha. de, de acordo com o n.º 1 do artigo 69.º;
3 - Se os interesses pessoais das vítimas forem afectados, o Tribunal b) Apresentação de provas, tendo a parte conhecimento de que são falsas
permitir-lhes-á que expressem as suas opiniões e preocupações em fase ou que foram falsificadas;
processual que entenda apropriada e por forma a não prejudicar os direitos c) Suborno de uma testemunha, impedimento ou interferência na sua
do arguido nem a ser incompatível com estes ou com a realização de um comparência ou depoimento, represálias contra uma testemunha por esta
julgamento equitativo e imparcial. Os representantes legais das vítimas ter prestado depoimento, destruição ou alteração de provas ou interferência
poderão apresentar as referidas opiniões e preocupações quando o Tribu- nas diligências de obtenção de prova;
nal o considerar oportuno e em conformidade com o Regulamento Proces- d) Entrave, intimidação ou corrupção de um funcionário do Tribunal, com a
sual. finalidade de o obrigar ou o induzir a não cumprir as suas funções ou a
4 - A Unidade de Apoio às Vítimas e Testemunhas poderá aconselhar o fazê-lo de maneira indevida;
procurador e o Tribunal relativamente a medidas adequadas de protecção, e) Represálias contra um funcionário do Tribunal, em virtude das funções
mecanismos de segurança, assessoria e assistência a que se faz referên- que ele ou outro funcionário tenham desempenhado; e
cia no n.º 6 do artigo 43.º f) Solicitação ou aceitação de suborno na qualidade de funcionário do
5 - Quando a divulgação de provas ou de informação, de acordo com o Tribunal, e em relação com o desempenho das respectivas funções ofici-
presente Estatuto, representar um grave perigo para a segurança de uma ais.
testemunha ou da sua família, o procurador poderá, para efeitos de qual- 2 - O Regulamento Processual estabelecerá os princípios e procedimentos
quer diligência anterior ao julgamento, não apresentar as referidas provas que regularão o exercício da competência do Tribunal relativamente às
ou informação, mas antes um resumo das mesmas. As medidas desta infracções a que se faz referência no presente artigo. As condições de
natureza deverão ser postas em prática de uma forma que não seja preju- cooperação internacional com o Tribunal, relativamente ao procedimento
dicial aos direitos do arguido ou incompatível com estes e com a realização que adopte de acordo com o presente artigo, reger-se-ão pelo direito inter-
de um julgamento equitativo e imparcial. no do Estado requerido.
6 - Qualquer Estado poderá solicitar que sejam tomadas as medidas ne- 3 - Em caso de decisão condenatória, o Tribunal poderá impor uma pena
cessárias para assegurar a protecção dos seus funcionários ou agentes, de prisão não superior a cinco anos, ou uma multa, de acordo com o Regu-
bem como a protecção de toda a informação de carácter confidencial ou lamento Processual, ou ambas.
restrito. 4 - a) Cada Estado Parte tornará extensivas as normas penais de direito
interno que punem as infracções contra a realização da justiça às infrac-
ções contra a administração da justiça a que se faz referência no presente
Artigo 69.º artigo, e que sejam cometidas no seu território ou por um dos seus nacio-
Prova nais;
b) A pedido do Tribunal, qualquer Estado Parte submeterá, sempre que o
1 - Em conformidade com o Regulamento Processual e antes de depor, entender necessário, o caso à apreciação das suas autoridades competen-
qualquer testemunha se comprometerá a fazer o seu depoimento com tes para fins de procedimento criminal. Essas autoridades conhecerão do
verdade. caso com diligência e accionarão os meios necessários para a sua eficaz
2 - A prova testemunhal deverá ser prestada pela própria pessoa no decur- condução.
so do julgamento, salvo quando se apliquem as medidas estabelecidas no
artigo 68.º ou no Regulamento Processual. De igual modo, o Tribunal Artigo 71.º
poderá permitir que uma testemunha preste declarações oralmente ou por Sanções por desrespeito ao Tribunal
meio de gravação em vídeo ou áudio, ou que sejam apresentados docu-
mentos ou transcrições escritas, nos termos do presente Estatuto e de
acordo com o Regulamento Processual. Estas medidas não poderão preju- 1 - Em caso de comportamento em desrespeito ao Tribunal, tal como
dicar os direitos do arguido, nem ser incompatíveis com eles. perturbar a audiência ou recusar-se deliberadamente a cumprir as suas
3 - As partes poderão apresentar provas que interessem ao caso, nos instruções, o Tribunal poderá impor sanções administrativas que não impli-
termos do artigo 64.º O Tribunal será competente para solicitar oficiosa- quem privação de liberdade, como, por exemplo, a expulsão temporária ou
mente a produção de todas as provas que entender necessárias para permanente da sala de audiências, a multa ou outra medida similar prevista
determinar a veracidade dos factos. no Regulamento Processual.
4 - O Tribunal poderá decidir sobre a relevância ou admissibilidade de 2 - O processo de imposição das medidas a que se refere o número anteri-
qualquer prova, tendo em conta, entre outras coisas, o seu valor probatório or reger-se-á pelo Regulamento Processual.
e qualquer prejuízo que possa acarretar para a realização de um julgamen-
to equitativo ou para a avaliação equitativa dos depoimentos de uma teste- Artigo 72.º
munha, em conformidade com o Regulamento Processual. Protecção de informação relativa à segurança nacional
5 - O Tribunal respeitará e atenderá aos privilégios de confidencialidade
estabelecidos no Regulamento Processual. 1 - O presente artigo aplicar-se-á a todos os casos em que a divulgação de
6 - O Tribunal não exigirá prova dos factos do domínio público, mas poderá informação ou de documentos de um Estado possa, no entender deste,
fazê-los constar dos autos. afectar os interesses da sua segurança nacional. Tais casos incluem os
7 - Não serão admissíveis as provas obtidas com violação do presente abrangidos pelas disposições constantes dos n.os 2 e 3 do artigo 56.º, do
Estatuto ou das normas de direitos humanos internacionalmente reconheci- n.º 3 do artigo 61.º, do n.º 3 do artigo 64.º, do n.º 2 do artigo 67.º, do n.º 6
das quando: do artigo 68.º, do n.º 6 do artigo 87.º e do artigo 93.º, assim como os que se
a) Essa violação suscite sérias dúvidas sobre a fiabilidade das provas; ou apresentem em qualquer outra fase do processo em que uma tal divulga-
b) A sua admissão atente contra a integridade do processo ou resulte em ção possa estar em causa.
grave prejuízo deste. 2 - O presente artigo aplicar-se-á igualmente aos casos em que uma pes-
8 - O Tribunal, ao decidir sobre a relevância ou admissibilidade das provas soa, a quem tenha sido solicitada a prestação de informação ou provas, se
tenha recusado a apresentá-las ou tenha entregue a questão ao Estado,

Direitos Humanos 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


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invocando que tal divulgação afectaria os interesses da segurança nacional mento ou comprometer-se a resolver a questão com o Tribunal, salvaguar-
do Estado, e o Estado em causa confirme que, no seu entender, essa dando-se o disposto no artigo 72.º Se o autor não for um Estado Parte e
divulgação afectaria os interesses da sua segurança nacional. não consentir em divulgar a informação ou o documento, o Estado requeri-
3 - Nada no presente artigo afectará os requisitos de confidencialidade a do comunicará ao Tribunal que não lhe será possível fornecer a informação
que se referem as alíneas e) e f) do n.º 3 do artigo 54.º, nem a aplicação do ou o documento em causa, devido à obrigação previamente assumida com
artigo 73.º o respectivo autor de preservar o seu carácter confidencial.
4 - Se um Estado tiver conhecimento de que informações ou documentos
do Estado estão a ser, ou poderão vir a ser, divulgados em qualquer fase Artigo 74.º
do processo, e considerar que essa divulgação afectaria os seus interesses Requisitos para a decisão
de segurança nacional, tal Estado terá o direito de intervir com vista a ver
resolvida esta questão em conformidade com o presente artigo.
5 - O Estado que considere que a divulgação de determinada informação 1 - Todos os juízes do juízo de julgamento em 1.ª instância estarão presen-
poderá afectar os seus interesses de segurança nacional adoptará, em tes em cada uma das fases do julgamento e nas deliberações. A Presidên-
conjunto com o procurador, a defesa, o juízo de instrução ou o juízo de cia poderá designar, caso a caso, um ou vários juízes substitutos, em
julgamento em primeira instância, conforme o caso, todas as medidas função das disponibilidades, para estarem presentes em todas as fases do
razoavelmente possíveis para encontrar uma solução através da concerta- julgamento, bem como para substituírem qualquer membro do juízo de
ção. Estas medidas poderão incluir: julgamento em 1.ª instância que se encontre impossibilitado de continuar a
a) A alteração ou a clarificação dos motivos do pedido; participar no julgamento.
b) Uma decisão do Tribunal relativa à relevância das informações ou dos 2 - O juízo de julgamento em 1.ª instância fundamentará a sua decisão com
elementos de prova solicitados, ou uma decisão sobre se as provas, ainda base na apreciação das provas e do processo no seu conjunto. A decisão
que relevantes, não poderiam ser ou ter sido obtidas junto de fonte distinta não exorbitará dos factos e circunstâncias descritos na acusação ou nas
do Estado requerido; alterações que lhe tenham sido feitas. O Tribunal fundamentará a sua
c) A obtenção da informação ou de provas de fonte distinta ou numa forma decisão exclusivamente nas provas produzidas ou examinadas em audiên-
diferente; ou cia de julgamento.
d) Um acordo sobre as condições em que a assistência poderá ser presta- 3 - Os juízes procurarão tomar uma decisão por unanimidade e, não sendo
da, incluindo, entre outras, a disponibilização de resumos ou exposições, possível, por maioria.
restrições à divulgação, recurso ao procedimento à porta fechada ou à 4 - As deliberações do juízo de julgamento em 1.ª instância serão e perma-
revelia de uma das parte, ou aplicação de outras medidas de protecção necerão secretas.
permitidas pelo Estatuto ou pelo Regulamento Processual. 5 - A decisão será proferida por escrito e conterá uma exposição completa
6 - Realizadas todas as diligências razoavelmente possíveis com vista a e fundamentada da apreciação das provas e as conclusões do juízo de
resolver a questão por meio de concertação, e se o Estado considerar não julgamento em 1.ª instância. Será proferida uma só decisão pelo juízo de
haver meios nem condições para que as informações ou os documentos julgamento em 1.ª instância. Se não houver unanimidade, a decisão do
possam ser facultados ou revelados sem prejuízo dos seus interesses de juízo de julgamento em 1.ª instância conterá as opiniões tanto da maioria
segurança nacional, notificará o procurador ou o Tribunal nesse sentido, como da minoria de juízes. A leitura da decisão ou de uma sua súmula far-
indicando as razões precisas que fundamentaram a sua decisão, a menos se-á em audiência pública.
que a descrição específica dessas razões prejudique, necessariamente, os
interesses de segurança nacional do Estado. Artigo 75.º
7 - Posteriormente, se decidir que a prova é relevante e necessária para a Reparação em favor das vítimas
determinação da culpa ou inocência do arguido, o Tribunal poderá adoptar
as seguintes medidas: 1 - O Tribunal estabelecerá princípios aplicáveis às formas de reparação,
a) Quando a divulgação da informação ou do documento for solicitada no tais como a restituição, a indemnização ou a reabilitação, que hajam de ser
âmbito de um pedido de cooperação, nos termos da capítulo IX do presente atribuídas às vítimas ou aos titulares desse direito. Nesta base, o Tribunal
Estatuto ou nas circunstâncias a que se refere o n.º 2 do presente artigo, e poderá, oficiosarnente ou a requerimento, em circunstâncias excepcionais,
o Estado invocar o motivo de recusa estatuído no n.º 4 do artigo 93.º: determinar a extensão e o nível dos danos, da perda ou do prejuízo causa-
i) O Tribunal poderá, antes de chegar a qualquer uma das conclusões a dos às vítimas ou aos titulares do direito à reparação, com a indicação dos
que se refere a subalínea ii) da alínea a) do n.º 7, solicitar consultas suple- princípios nos quais fundamentou a sua decisão.
mentares com o fim de ouvir o Estado, incluindo, se for caso disso, a sua 2 - O Tribunal poderá lavrar despacho contra a pessoa condenada, no qual
realização à porta fechada ou à revelia de uma das partes; determinará a reparação adequada a ser atribuída às vítimas ou aos titula-
ii) Se o Tribunal concluir que, ao invocar o motivo de recusa estatuído no res de tal direito. Esta reparação poderá, nomeadamente, assumir a forma
n.º 4 do artigo 93.º, dadas as circunstâncias do caso, o Estado requerido de restituição, indemnização ou reabilitação.
não está a actuar de harmonia com as obrigações impostas pelo presente Se for caso disso, o Tribunal poderá ordenar que a indemnização atribuída
Estatuto, poderá remeter a questão nos termos do n.º 7 do artigo 87.º, a título de reparação seja paga por intermédio do Fundo previsto no artigo
especificando as razões da sua conclusão; e 79.º
iii) O Tribunal poderá tirar as conclusões que entender apropriadas, em 3 - Antes de lavrar qualquer despacho ao abrigo do presente artigo, o
razão das circunstâncias, ao julgar o arguido, quanto à existência ou inexis- Tribunal poderá solicitar e tomar em consideração as pretensões formula-
tência de um facto; ou das pela pessoa condenada, pelas vítimas, por outras pessoas interessa-
b) Em todas as restantes circunstâncias: das ou por outros Estados interessados, bem como as observações formu-
i) Ordenar a revelação; ou ladas em nome dessas pessoas ou desses Estados.
ii) Se não ordenar a revelação, inferir, no julgamento do arguido, quanto à 4 - Ao exercer os poderes conferidos pelo presente artigo, o Tribunal pode-
existência ou inexistência de um facto, conforme se mostrar apropriado. rá, após a condenação por crime que releve da sua competência, determi-
nar se, para fins de aplicação dos despachos que lavrar ao abrigo do pre-
Artigo 73.º sente artigo, será necessário tomar quaisquer medidas em conformidade
Informação ou documentos disponibilizados por terceiros com o n.º 1 do artigo 93.º
5 - Os Estados Partes observarão as decisões proferidas nos termos deste
Se um Estado Parte receber um pedido do Tribunal para que lhe forneça artigo como se as disposições do artigo 109.º se aplicassem ao presente
uma informação ou um documento que esteja sob sua custódia, posse ou artigo.
controlo, e que lhe tenha sido comunicado a título confidencial por um 6 - Nada no presente artigo será interpretado como prejudicando os direitos
Estado, uma organização intergovemamental ou uma organização interna- reconhecidos às vítimas pelo direito interno ou internacional.
cional, tal Estado Parte deverá obter o consentimento do seu autor para a
divulgação dessa informação ou documento. Se o autor for um Estado
Parte, este poderá consentir em divulgar a referida informação ou docu-

Direitos Humanos 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Artigo 76.º Artigo 80.º
Aplicação da pena Não interferência no regime de aplicação de penas nacionais e nos direitos
internos
1 - Em caso de condenação, o juízo de julgamento em 1.ª instância deter-
minará a pena a aplicar tendo em conta os elementos de prova e as expo- Nada no presente capítulo prejudicará a aplicação, pelos Estados, das
sições relevantes produzidos no decurso do julgamento. penas previstas nos respectivos direitos internos, ou a aplicação da legisla-
2 - Salvo nos casos em que seja aplicado o artigo 65.º e antes de concluído ção de Estados que não preveja as penas referidas neste capítulo.
o julgamento, o juízo de julgamento em 1.ª instância poderá, oficiosamente,
e deverá, a requerimento do procurador ou do arguido, convocar uma CAPÍTULO VIII
audiência suplementar, a fim de conhecer de quaisquer novos elementos Recurso e revisão
de prova ou exposições relevantes para a determinação da pena, de har-
monia com o Regulamento Processual.
3 - Sempre que o n.º 2 for aplicável, as pretensões previstas no artigo 75.º Artigo 81.º
serão ouvidas pelo juízo de julgamento em 1.ª instância no decorrer da Recurso da sentença condenatória ou absolutória ou da pena
audiência suplementar referida no n.º 2 e, se necessário, no decorrer de
qualquer nova audiência. 1 - A sentença proferida nos termos do artigo 74.º é recorrível em conformi-
4 - A sentença será proferida em audiência pública e, sempre que possível, dade com o disposto no Regulamento Processual, nos seguintes termos:
na presença do arguido. a) O procurador poderá interpor recurso com base num dos seguintes
fundamentos:
CAPÍTULO VII i) Vício processual;
As penas ii) Erro de facto; ou
iii) Erro de direito;
b) O condenado, ou o procurador no interesse daquele, poderá interpor
Artigo 77.º recurso com base num dos seguintes fundamentos:
Penas aplicáveis i) Vício processual;
ii) Erro de facto;
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 110.º, o Tribunal pode impor à pes- iii) Erro de direito; ou
soa condenada por um dos crimes previstos no artigo 5.º do presente iv) Qualquer outro motivo susceptível de afectar a equidade ou a regulari-
Estatuto uma das seguintes penas: dade do processo ou da sentença.
a) Pena de prisão por um número determinado de anos, até ao limite máxi- 2 - a) O procurador ou o condenado poderá, em conformidade com o Regu-
mo de 30 anos; ou lamento Processual, interpor recurso da pena decretada invocando despro-
b) Pena de prisão perpétua, se o elevado grau da ilicitude do facto e as porção entre esta e o crime.
condições pessoais do condenado o justificarem. b) Se, ao conhecer de recurso interposto da pena decretada, o Tribunal
2 - Além da pena de prisão, o Tribunal poderá aplicar: considerar que há fundamentos susceptíveis de justificar a anulação, no
a) Uma multa, de acordo com os critérios previstos no Regulamento Pro- todo ou em parte, da sentença condenatória, poderá convidar o procurador
cessual; e o condenado a motivarem a sua posição nos termos das alíneas a) ou b)
b) A perda de produtos, bens e haveres provenientes, directa ou indirecta- do n.º 1 do artigo 81.º, após o que poderá pronunciar-se sobre a sentença
mente, do crime, sem prejuízo dos direitos de terceiros que tenham agido condenatória nos termos do artigo 83.º
de boa fé. c) O mesmo procedimento será aplicado sempre que o Tribunal, ao conhe-
cer de recurso interposto unicamente da sentença condenatória, considerar
Artigo 78.º haver fundamentos comprovativos de uma redução da pena nos termos da
Determinação da pena alínea a) do n.º 2.
3 - a) Salvo decisão em contrário do juízo de julgamento em 1.ª instância, o
condenado permanecerá sob prisão preventiva durante a tramitação do
1 - Na determinação da pena, o Tribunal atenderá, de harmonia com o recurso.
Regulamento Processual, a factores tais como a gravidade do crime e as b) Se o período de prisão preventiva ultrapassar a duração da pena decre-
condições pessoais do condenado. tada, o condenado será posto em liberdade; todavia, se o procurador tam-
2 - O Tribunal descontará, na pena de prisão que vier a aplicar, o período bém interpuser recurso, a libertação ficará sujeita às condições enunciadas
durante o qual o arguido esteve sob detenção por ordem daquele. O Tribu- na alínea c) infra.
nal poderá ainda descontar qualquer outro período de detenção que tenha c) Em caso de absolvição, o arguido será imediatamente posto em liberda-
sido cumprido em razão de uma conduta constitutiva do crime. de, sem prejuízo das seguintes condições:
3 - Se uma pessoa for condenada pela prática de vários crimes, o Tribunal i) Em circunstâncias excepcionais e tendo em conta, nomeadamente, o
aplicará penas de prisão parcelares relativamente a cada um dos crimes e risco de fuga, a gravidade da infracção e as probabilidades de o recurso ser
uma pena única, na qual será especificada a duração total da pena de julgado procedente, o juízo de julgamento em 1.ª instância poderá, a reque-
prisão. Esta duração não poderá ser inferior à da pena parcelar mais eleva- rimento do procurador, ordenar que o arguido seja mantido em regime de
da e não poderá ser superior a 30 anos de prisão ou ir além da pena de prisão preventiva durante a tramitação do recurso;
prisão perpétua prevista no artigo 77.º, n.º 1, alínea b). ii) A decisão proferida pelo juízo de julgamento em 1.ª instância nos termos
da subalínea i) será recorrível de harmonia com o Regulamento Processu-
Artigo 79.º al.
Fundo a favor das vítimas 4 - Sem prejuízo do disposto nas alíneas a) e b) do n.º 3, a execução da
sentença condenatória ou da pena ficará suspensa pelo período fixado para
1 - Por decisão da Assembleia dos Estados Partes, será criado um fundo a a interposição do recurso, bem como durante a fase de tramitação do
recurso.
favor das vítimas de crimes da competência do Tribunal, bem como das
respectivas famílias.
2 - O Tribunal poderá ordenar que o produto das multas e quaisquer outros Artigo 82.º
bens declarados perdidos revertam para o fundo. Recurso de outras decisões
3 - O fundo será gerido de harmonia com os critérios a serem adoptados
pela Assembleia dos Estados Partes. 1 - Em conformidade com o Regulamento Processual, qualquer uma das
Partes poderá recorrer das seguintes decisões:
a) Decisão sobre a competência ou sobre a admissibilidade do caso;
b) Decisão que autorize ou recuse a libertação da pessoa objecto de inqué-

Direitos Humanos 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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rito ou de procedimento criminal; quem a sua cessação de funções nos termos do artigo 46.º
c) Decisão do juízo de instrução de agir por iniciativa própria, nos termos do 2 - O juízo de recursos rejeitará o pedido se o considerar manifestamente
n.º 3 do artigo 56.º; infundado. Caso contrário, poderá o juízo, se julgar oportuno:
d) Decisão relativa a uma questão susceptível de afectar significativamente a) Convocar de novo o juízo de julgamento em 1.ª instância que proferiu a
a tramitação equitativa e célere do processo ou o resultado do julgamento, sentença inicial;
e cuja resolução imediata pelo juízo de recursos poderia, no entender do b) Constituir um novo juízo de julgamento em 1.ª instância; ou
juízo de instrução ou do juízo de julgamento em 1.ª instância, acelerar a c) Manter a sua competência para conhecer da causa;
marcha do processo. a fim de determinar se, após a audição das partes nos termos do Regula-
2 - Quer o Estado interessado quer o procurador poderão recorrer da mento Processual, haverá lugar à revisão da sentença.
decisão proferida pelo juízo de instrução, mediante autorização deste, nos
termos do artigo 57.º, n.º 3, alínea d). Este recurso seguirá uma forma Artigo 85.º
sumária. Indemnização do detido ou condenado
3 - O recurso só terá efeito suspensivo se o juízo de recursos assim o
ordenar, mediante requerimento, em conformidade com o Regulamento
Processual. 1 - Quem tiver sido objecto de detenção ou prisão ilegais terá direito a
4 - O representante legal das vítimas, o condenado ou o proprietário de boa reparação.
fé de bens que hajam sido afectados por um despacho proferido ao abrigo 2 - Sempre que uma decisão final seja posteriormente anulada em razão de
do artigo 75.º poderá recorrer de tal despacho, em conformidade com o factos novos ou recentemente descobertos que apontem inequivocamente
Regulamento Processual. para um erro judiciário, a pessoa que tiver cumprido pena em resultado de
tal sentença condenatória será indemnizada, em conformidade com a lei, a
menos que fique provado que a não revelação, em tempo útil, do facto
Artigo 83.º desconhecido lhe seja imputável, no todo ou em parte.
Processo sujeito a recurso 3 - Em circunstâncias excepcionais e em face de factos que conclusivamen-
te demonstrem a existência de erro judiciário grave e manifesto, o Tribunal
1 - Para os fins do disposto no artigo 81.º e no presente artigo, o juízo de poderá, no uso do seu poder discricionário, atribuir uma indemnização, de
recursos terá todos os poderes conferidos ao juízo de julgamento em 1.ª acordo com os critérios enunciados no Regulamento Processual, à pessoa
instância. que, em virtude de sentença absolutória ou de extinção da instância por tal
2 - Se o juízo de recursos concluir que o processo sujeito a recurso enferma motivo, haja sido posta em liberdade.
de vícios tais que afectem a regularidade da decisão ou da sentença, ou
que a decisão ou a sentença recorridas estão materialmente afectadas por CAPÍTULO IX
erros de facto ou de direito, ou vício processual, ela poderá: Cooperação internacional e auxílio judiciário
a) Anular ou modificar a decisão ou a pena; ou
b) Ordenar um novo julgamento perante um outro juízo de julgamento em
1.ª instância. Artigo 86.º
Para os fins mencionados, poderá o juízo de recursos reenviar uma ques- Obrigação geral de cooperar
tão de facto para o juízo de julgamento em 1.ª instância à qual foi submeti-
da originariamente, a fim de que esta decida a questão e lhe apresente um Os Estados Partes deverão, em conformidade com o disposto no presente
relatório, ou pedir, ela própria, elementos de prova para decidir. Tendo o Estatuto, cooperar plenamente com o Tribunal no inquérito e no procedi-
recurso da decisão ou da pena sido interposto somente pelo condenado, ou mento contra crimes da competência deste.
pelo procurador no interesse daquele, não poderão aquelas ser modifica-
das em prejuízo do condenado. Artigo 87.º
3 - Se, ao conhecer do recurso de uma pena, o juízo de recursos conside- Pedidos de cooperação: disposições gerais
rar que a pena é desproporcionada relativamente ao crime, poderá modifi-
cá-la nos termos do capítulo VII.
4 - O acórdão do juízo de recursos será tirado por maioria dos juízes e 1 - a) O Tribunal está habilitado a dirigir pedidos de cooperação aos Esta-
proferido em audiência pública. O acórdão será sempre fundamentado. Não dos Partes. Estes pedidos serão transmitidos pela via diplomática ou por
havendo unanimidade, deverá conter as opiniões da maioria e da minoria qualquer outra via apropriada escolhida pelo Estado Parte no momento da
de juízes; contudo, qualquer juiz poderá exprimir uma opinião separada ou ratificação, aceitação, aprovação ou adesão ao presente Estatuto.
discordante sobre uma questão de direito. Qualquer Estado Parte poderá alterar posteriormente a escolha feita nos
5 - O juízo de recursos poderá emitir o seu acórdão na ausência da pessoa termos do Regulamento Processual.
absolvida ou condenada. b) Se for caso disso, e sem prejuízo do disposto na alínea a), os pedidos
poderão ser igualmente transmitidos pela Organização Internacional de
Polícia Criminal (INTERPOL) ou por qualquer organização regional compe-
Artigo 84.º tente.
Revisão da sentença condenatória ou da pena
2 - Os pedidos de cooperação e os documentos comprovativos que os
instruam serão redigidos na língua oficial do Estado requerido ou acompa-
1 - O condenado ou, se este tiver falecido, o cônjuge sobrevivo, os filhos, nhados de uma tradução nessa língua, ou numa das línguas de trabalho do
os pais ou qualquer pessoa que, em vida do condenado, dele tenha recebi- Tribunal ou acompanhados de uma tradução numa dessas línguas, de
do incumbência expressa, por escrito, nesse sentido, ou o procurador no acordo com a escolha feita pelo Estado requerido no momento da ratifica-
seu interesse, poderá submeter ao juízo de recursos um requerimento ção, aceitação, aprovação ou adesão ao presente Estatuto.
solicitando a revisão da sentença condenatória ou da pena pelos seguintes Qualquer alteração posterior será feita de harmonia com o Regulamento
motivos: Processual.
a) A descoberta de novos elementos de prova: 3 - O Estado requerido manterá a confidencialidade dos pedidos de coope-
i) De que não dispunha aquando do julgamento, sem que essa circunstân- ração e dos documentos comprovativos que os instruam, salvo quando a
cia pudesse ser imputada, no todo ou em parte, ao requerente; e sua revelação for necessária para a execução do pedido.
ii) De tal forma importantes que, se tivessem ficado provados no julgamen- 4 - Relativamente aos pedidos de auxílio formulados ao abrigo do presente
to, teriam provavelmente conduzido a um veredicto diferente; capítulo, o Tribunal poderá, nomeadamente em matéria de protecção da
b) A descoberta de que elementos de prova, apreciados no julgamento e informação, tomar as medidas necessárias à garantia da segurança e do
decisivos para a determinação da culpa, eram falsos ou tinham sido objecto bem-estar físico ou psicológico das vítimas, das potenciais testemunhas e
de contrafacção ou falsificação; dos seus familiares. O Tribunal poderá solicitar que as informações forneci-
c) Um ou vários dos juízes que intervieram na sentença condenatória ou das ao abrigo do presente capítulo sejam comunicadas e tratadas por
confirmaram a acusação hajam praticado actos de conduta reprovável ou forma que a segurança e o bem-estar físico ou psicológico das vítimas, das
de incumprimento dos respectivos deveres de tal forma graves que justifi- potenciais testemunhas e dos seus familiares sejam devidamente preser-

Direitos Humanos 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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vados. Artigo 90.º
5 - O Tribunal poderá convidar qualquer Estado que não seja Parte no Pedidos concorrentes
presente Estatuto a prestar auxílio ao abrigo do presente capítulo com base
num convénio ad hoc, num acordo celebrado com esse Estado ou por 1 - Um Estado Parte que, nos termos do artigo 89.º, receba um pedido de
qualquer outro modo apropriado. entrega de uma pessoa formulado pelo Tribunal e receba igualmente, de
Se, após a celebração de um convénio ad hoc ou de um acordo com o qualquer outro Estado, um pedido de extradição relativo à mesma pessoa,
Tribunal, um Estado que não seja Parte no presente Estatuto se recusar a pelos mesmos factos que motivaram o pedido de entrega por parte do
cooperar nos termos de tal convénio ou acordo, o Tribunal dará conheci- Tribunal, deverá notificar o Tribunal e o Estado requerente de tal facto.
mento desse facto à Assembleia dos Estados Partes ou ao Conselho de 2 - Se o Estado requerente for um Estado Parte, o Estado requerido dará
Segurança, quando tiver sido este a submeter o facto ao Tribunal. prioridade ao pedido do Tribunal:
6 - O Tribunal poderá solicitar informações ou documentos a qualquer a) Se o Tribunal tiver decidido, nos termos dos artigos 18.º ou 19.º, da
organização intergovernamental. Poderá igualmente requerer outras formas admissibilidade do caso a que respeita o pedido de entrega, e tal determi-
de cooperação e auxílio a serem acordadas com tal organização e que nação tiver tido em conta o inquérito ou o procedimento criminal conduzido
estejam em conformidade com a sua competência ou o seu mandato. pelo Estado requerente relativamente ao pedido de extradição por este
7 - Se, contrariamente ao disposto no presente Estatuto, um Estado Parte formulado; ou
recusar um pedido de cooperação formulado pelo Tribunal, impedindo-o b) Se o Tribunal tiver tomado a decisão referida na alínea a) em conformi-
assim de exercer os seus poderes e funções nos termos do presente Esta- dade com a notificação feita pelo Estado requerido, em aplicação do n.º 1.
tuto, o Tribunal poderá elaborar um relatório e submeter a questão à As- 3 - Se o Tribunal não tiver tomado uma decisão nos termos da alínea a) do
sembleia dos Estados Partes ou ao Conselho de Segurança, quando tiver n.º 2, o Estado requerido poderá, se assim o entender, estando pendente a
sido este a submeter o facto ao Tribunal. determinação do Tribunal nos termos da alínea b) do n.º 2, dar seguimento
ao pedido de extradição formulado pelo Estado requerente sem, contudo,
Artigo 88.º extraditar a pessoa até que o Tribunal decida sobre a admissibilidade do
Procedimentos previstos no direito interno caso. A decisão do Tribunal seguirá a forma sumária.
4 - Se o Estado requerente não for Parte no presente Estatuto, o Estado
Os Estados Partes deverão assegurar-se de que o seu direito interno prevê requerido, desde que não esteja obrigado por uma norma internacional a
procedimentos que permitam responder a todas as formas de cooperação extraditar o interessado para o Estado requerente, dará prioridade ao
especificadas neste capítulo. pedido de entrega formulado pelo Tribunal, no caso de este se ter decidido
pela admissibilidade do caso.
5 - Quando um caso previsto no n.º 4 não tiver sido declarado admissível
Artigo 89.º pelo Tribunal, o Estado requerido poderá, se assim o entender, dar segui-
Entrega de pessoas ao Tribunal mento ao pedido de extradição formulado pelo Estado requerente.
6 - Relativamente aos casos em que o disposto no n.º 4 seja aplicável, mas
1 - O Tribunal poderá dirigir um pedido de detenção e entrega de uma o Estado requerido se veja obrigado, por força de uma norma internacional,
pessoa, instruído com os documentos comprovativos referidos no artigo a extraditar a pessoa para o Estado requerente que não seja Parte no
91.º, a qualquer Estado em cujo território essa pessoa se possa encontrar, presente Estatuto, o Estado requerido decidirá se procede à entrega da
e solicitar a cooperação desse Estado na detenção e entrega da pessoa em pessoa em causa ao Tribunal ou se a extradita para o Estado requerente.
causa. Os Estados Partes darão satisfação aos pedidos de detenção e de Na sua decisão, o Estado requerido terá em conta todos os factores rele-
entrega em conformidade com o presente capítulo e com os procedimentos vantes, incluindo, entre outros:
previstos nos respectivos direitos internos. a) A ordem cronológica dos pedidos;
2 - Sempre que a pessoa cuja entrega é solicitada impugnar a sua entrega b) Os interesses do Estado requerente, incluindo, se relevante, se o crime
perante um tribunal nacional com base no princípio ne bis in idem previsto foi cometido no seu território, bem como a nacionalidade das vítimas e da
no artigo 20.º, o Estado requerido consultará, de imediato, o Tribunal para pessoa reclamada; e
determinar se houve uma decisão relevante sobre a admissibilidade. Se o c) A possibilidade de o Estado requerente vir a proceder posteriormente à
caso for considerado admissível, o Estado requerido dará seguimento ao entrega da pessoa ao Tribunal.
pedido. Se estiver pendente decisão sobre a admissibilidade, o Estado 7 - Se um Estado Parte receber um pedido de entrega de uma pessoa
requerido poderá diferir a execução do pedido até que o Tribunal se pro- formulado pelo Tribunal e um pedido de extradição formulado por um outro
nuncie. Estado Parte relativamente à mesma pessoa por factos diferentes dos que
3 - a) Os Estados Partes autorizarão, de acordo com os procedimentos constituem o crime objecto do pedido de entrega:
previstos na respectiva legislação nacional, o trânsito, pelo seu território, de a) O Estado requerido dará prioridade ao pedido do Tribunal, se não estiver
uma pessoa entregue ao Tribunal por um outro Estado, salvo quando o obrigado por uma norma internacional a extraditar a pessoa para o Estado
trânsito por esse Estado impedir ou retardar a entrega. requerente;
b) Um pedido de trânsito formulado pelo Tribunal será transmitido em b) O Estado requerido terá de decidir se entrega a pessoa ao Tribunal ou a
conformidade com o artigo 87.º Do pedido de trânsito constarão: extradita para o Estado requerente, se estiver obrigado por uma norma
i) A identificação da pessoa transportada; internacional a extraditar a pessoa para o Estado requerente. Na sua deci-
ii) Um resumo dos factos e da respectiva qualificação jurídica; são, o Estado requerido considerará todos os factores relevantes, incluindo,
iii) O mandado de detenção e entrega. entre outros, os constantes do n.º 6 do presente artigo; todavia, deverá dar
c) A pessoa transportada será mantida sob custódia no decurso do trânsi- especial atenção à natureza e à gravidade dos factos em causa.
to. 8 - Se, em conformidade com a notificação prevista no presente artigo, o
d) Nenhuma autorização será necessária se a pessoa for transportada por Tribunal se tiver pronunciado pela inadmissibilidade do caso e, posterior-
via aérea e não esteja prevista qualquer aterragem no território do Estado mente, a extradição para o Estado requerente for recusada, o Estado
de trânsito. requerido notificará o Tribunal dessa decisão.
e) Se ocorrer uma aterragem imprevista no território do Estado de trânsito,
poderá este exigir ao Tribunal a apresentação de um pedido de trânsito nos Artigo 91.º
termos previstos na alínea b). O Estado de trânsito manterá a pessoa sob Conteúdo do pedido de detenção e de entrega
detenção até à recepção do pedido de trânsito e à efectivação do trânsito.
Todavia, a detenção ao abrigo da presente alínea não poderá prolongar-se
para além das noventa e seis horas subsequentes à aterragem imprevista, 1 - O pedido de detenção e de entrega será formulado por escrito. Em caso
se o pedido não for recebido dentro desse prazo. de urgência, o pedido poderá ser feito através de qualquer outro meio de
4 - Se a pessoa reclamada for objecto de procedimento criminal ou estiver a que fique registo escrito, devendo, no entanto, ser confirmado através dos
cumprir uma pena no Estado requerido por crime diverso do que motivou o canais previstos na alínea a) do n.º 1 do artigo 87.º
pedido de entrega ao Tribunal, este Estado consultará o Tribunal após ter 2 - O pedido de detenção e entrega de uma pessoa relativamente à qual o
decidido anuir ao pedido. juízo de instrução tiver emitido um mandado de detenção, ao abrigo do

Direitos Humanos 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


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artigo 58.º, deverá conter ou ser acompanhado dos seguintes documentos: c) Interrogar qualquer pessoa que seja objecto de inquérito ou de procedi-
a) Uma descrição da pessoa procurada, contendo informação suficiente mento criminal;
que permita a sua identificação, bem como informação sobre a sua prová- d) Notificar documentos, nomeadamente documentos judiciários;
vel localização; e) Facilitar a comparência voluntária perante o Tribunal de pessoas que
b) Uma cópia do mandado de detenção; e deponham na qualidade de testemunhas ou de peritos;
c) Os documentos, declarações e informações necessários para satisfazer f) Proceder à transferência temporária de pessoas, em conformidade com o
os requisitos do processo de entrega pelo Estado requerido; contudo, tais n.º 7;
requisitos não deverão ser mais rigorosos do que os que devem ser obser- g) Realizar inspecções a locais ou sítios, nomeadamente a exumação e o
vados em caso de um pedido de extradição em conformidade com tratados exame de cadáveres enterrados em fossas comuns;
ou convénios celebrados entre o Estado requerido e outros Estados, de- h) Realizar buscas e apreensões;
vendo, se possível, i) Transmitir registos e documentos, nomeadamente registos e documentos
ser menos rigorosos face à natureza particular de que se reveste o Tribu- oficiais;
nal. j) Proteger vítimas e testemunhas, bem como preservar elementos de
3 - Se o pedido respeitar à detenção e à entrega de uma pessoa já conde- prova;
nada, deverá conter ou ser acompanhado dos seguintes documentos: k) Identificar, localizar e congelar ou apreender o produto de crimes, bens,
a) Uma cópia do mandado de detenção dessa pessoa; haveres e instrumentos ligados aos crimes, com vista à sua eventual decla-
b) Uma cópia da sentença condenatória; ração de perda, sem prejuízo dos direitos de terceiros de boa fé; e
c) Elementos que demonstrem que a pessoa procurada é a mesma a que l) Prestar qualquer outra forma de auxílio não proibida pela legislação do
se refere a sentença condenatória; e Estado requerido, destinada a facilitar o inquérito e o procedimento por
d) Se a pessoa procurada já tiver sido condenada, uma cópia da sentença crimes da competência do Tribunal.
e, em caso de pena de prisão, a indicação do período que já tiver cumprido, 2 - O Tribunal tem poderes para garantir à testemunha ou ao perito que
bem como o período que ainda lhe falte cumprir. perante ele compareça de que não serão perseguidos, detidos ou sujeitos a
4 - Mediante requerimento do Tribunal, um Estado Parte manterá, no que qualquer outra restrição da sua liberdade pessoal, por facto ou omissão
respeita a questões genéricas ou a uma questão específica, consultas com anteriores à sua saída do território do Estado requerido.
o Tribunal sobre quaisquer requisitos previstos no seu direito interno que 3 - Se a execução de uma determinada medida de auxílio constante de um
possam ser aplicados nos termos da alínea c) do n.º 2. No decurso de tais pedido apresentado ao abrigo do n.º 1 não for permitida no Estado requeri-
consultas, o Estado Parte informará o Tribunal dos requisitos específicos do em virtude de um princípio jurídico fundamental de aplicação geral, o
constantes do seu direito interno. Estado em causa iniciará sem demora consultas com o Tribunal com vista à
solução dessa questão. No decurso das consultas, serão consideradas
Artigo 92.º outras formas de auxílio, bem como as condições da sua realização. Se,
Prisão preventiva concluídas as consultas, a questão não estiver resolvida, o Tribunal alterará
o conteúdo do pedido conforme se mostrar necessário.
4 - Nos termos do disposto no artigo 72.º, um Estado Parte só poderá
1 - Em caso de urgência, o Tribunal pode solicitar a prisão preventiva da recusar, no todo ou em parte, um pedido de auxílio formulado pelo Tribunal
pessoa procurada até à apresentação do pedido de entrega e dos docu- se tal pedido se reportar unicamente à produção de documentos ou à
mentos de apoio referidos no artigo 91.º divulgação de elementos de prova que atentem contra a sua segurança
2 - O pedido de prisão preventiva será transmitido por qualquer meio de nacional.
que fique registo escrito e conterá: 5 - Antes de denegar o pedido de auxílio previsto na alínea l) do n.º 1, o
a) Uma descrição da pessoa procurada, contendo informação suficiente Estado requerido considerará se o auxílio poderá ser concedido sob deter-
que permita a sua identificação, bem como informação sobre a sua prová- minadas condições ou se poderá sê-lo em data ulterior ou sob uma outra
vel localização; forma, com a ressalva de que, se o Tribunal ou o procurador aceitarem tais
b) Uma exposição sucinta dos crimes pelos quais a pessoa é procurada, condições, deverão observá-las.
bem como dos factos alegadamente constitutivos de tais crimes, incluindo, 6 - O Estado requerido que recusar um pedido de auxílio comunicará, sem
se possível, a data e o local da sua prática; demora, os motivos ao Tribunal ou ao procurador.
c) Uma declaração que certifique a existência de um mandado de detenção 7 - a) O Tribunal poderá pedir a transferência temporária de uma pessoa
ou de uma decisão condenatória contra a pessoa procurada; e detida para fins de identificação ou para obter um depoimento ou outra
d) Uma declaração de que o pedido de entrega relativo à pessoa procurada forma de auxílio. A transferência realizar-se-á sempre que:
será enviado posteriormente. i) A pessoa der o seu consentimento, livremente e com conhecimento de
3 - Qualquer pessoa mantida sob prisão preventiva poderá ser posta em causa; e
liberdade se o Estado requerido não tiver recebido, em conformidade com o ii) O Estado requerido concordar com a transferência, sem prejuízo das
artigo 91.º, o pedido de entrega e os respectivos documentos no prazo condições que esse Estado e o Tribunal possam acordar.
fixado pelo Regulamento Processual. Todavia, essa pessoa poderá con- b) A pessoa transferida permanecerá detida. Esgotado o fim que determi-
sentir na sua entrega antes do termo do período se a legislação do Estado nou a transferência, o Tribunal reenviá-la-á imediatamente para o Estado
requerido o permitir. Nesse caso, o Estado requerido procede à entrega da requerido.
pessoa reclamada ao Tribunal, o mais rapidamente possível. 8 - a) O Tribunal garantirá a confidencialidade dos documentos e das
4 - O facto de a pessoa reclamada ter sido posta em liberdade em confor- informações recolhidas, excepto se necessários para o inquérito e os
midade com o n.º 3 não obstará a que seja de novo detida e entregue se o procedimentos descritos no pedido.
pedido de entrega e os documentos de apoio vierem a ser apresentados b) O Estado requerido poderá, se necessário, comunicar os documentos ou
posteriormente. as informações ao procurador a título confidencial. O procurador só poderá
utilizá-los para recolher novos elementos de prova.
Artigo 93.º c) O Estado requerido poderá, oficiosamente ou a pedido do procurador,
Outras formas de cooperação autorizar a divulgação posterior de tais documentos ou informações, os
quais poderão ser utilizados como meios de prova, nos termos do disposto
1 - Em conformidade com o disposto no presente capítulo e nos termos dos nos capítulos V e VI e no Regulamento Processual.
procedimentos previstos nos respectivos direitos internos, os Estados 9 - a):
Partes darão seguimento aos pedidos formulados pelo Tribunal para con- i) Se um Estado Parte receber pedidos concorrentes formulados pelo
cessão de auxílio, no âmbito de inquéritos ou procedimentos criminais, no Tribunal e por um outro Estado, no âmbito de uma obrigação internacional,
que se refere a: e cujo objecto não seja nem a entrega nem a extradição, esforçar-se-á,
a) Identificar uma pessoa e o local onde se encontra, ou localizar objectos; mediante consultas com o Tribunal e esse outro Estado, por dar satisfação
b) Reunir elementos de prova, incluindo os depoimentos prestados sob a ambos os pedidos, adiando ou estabelecendo determinadas condições a
juramento, bem como produzir elementos de prova, incluindo perícias e um ou outro pedido, se necessário;
relatórios de que o Tribunal necessita; ii) A não ser possível, os pedidos concorrentes observarão os princípios

Direitos Humanos 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


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fixados no artigo 90.º c) Uma exposição sucinta dos factos essenciais que fundamentam o pedi-
b) Todavia, sempre que o pedido formulado pelo Tribunal respeitar a infor- do;
mações, bens ou pessoas que estejam sob o controlo de um Estado tercei- d) A exposição dos motivos e a explicação pormenorizada dos procedimen-
ro ou de uma organização internacional ao abrigo de um acordo internacio- tos ou das condições a respeitar;
nal, os Estados requeridos informarão o Tribunal em conformidade, e este e) Toda a informação que o Estado requerido possa exigir de acordo com o
dirigirá o seu pedido ao Estado terceiro ou à organização internacional. seu direito interno para dar seguimento ao pedido; e
10 - a) Mediante pedido, o Tribunal cooperará com um Estado Parte e f) Toda a informação útil para que o auxílio possa ser concedido.
prestar-lhe-á auxílio na condução de um inquérito ou julgamento relaciona- 3 - A requerimento do Tribunal, um Estado Parte manterá, no que respeita
do com factos que constituam um crime da jurisdição do Tribunal ou que a questões genéricas ou a uma questão específica, consultas com o Tribu-
constituam um crime grave à luz do direito interno do Estado requerente. nal sobre as disposições aplicáveis do seu direito interno, susceptíveis de
b): serem aplicadas em conformidade com a alínea e) do n.º 2. No decurso de
i) O auxílio previsto na alínea a) deve compreender, a saber: tais consultas, o Estado Parte informará o Tribunal das disposições especí-
1) A transmissão de depoimentos, documentos e outros elementos de ficas constantes do seu direito interno.
prova recolhidos no decurso do inquérito ou do julgamento conduzidos pelo 4 - O presente artigo aplicar-se-á, se for caso disso, a qualquer pedido de
Tribunal; e auxílio dirigido ao Tribunal.
2) O interrogatório de qualquer pessoa detida por ordem do Tribunal;
ii) No caso previsto na alínea b), i), 1): Artigo 97.º
1) A transmissão dos documentos e de outros elementos de prova obtidos Consultas
com o auxílio de um Estado necessita do consentimento desse Estado;
2) A transmissão de depoimentos, documentos e outros elementos de
prova fornecidos, quer por uma testemunha quer por um perito, será feita Sempre que, ao abrigo do presente capítulo, um Estado Parte receba um
em conformidade com o disposto no artigo 68.º pedido e constate que este suscita dificuldades que possam obviar à sua
c) O Tribunal poderá, em conformidade com as condições enunciadas execução ou impedi-la, o Estado em causa iniciará, sem demora, as consul-
neste número, deferir um pedido de auxílio formulado por um Estado que tas com o Tribunal com vista à solução desta questão. Tais dificuldades
não seja parte no presente Estatuto. podem revestir as seguintes formas:
a) Informações insuficientes para dar seguimento ao pedido;
b) No caso de um pedido de entrega, o paradeiro da pessoa reclamada
Artigo 94.º continuar desconhecido a despeito de todos os esforços ou a investigação
Suspensão da execução de um pedido relativamente a inquérito ou a realizada permitiu determinar que a pessoa que se encontra no Estado
procedimento criminal em curso requerido não é manifestamente a pessoa identificada no mandado; ou
c) O Estado requerido ver-se-ia compelido, para cumprimento do pedido na
1 - Se a execução imediata de um pedido prejudicar o desenrolar de um sua forma actual, a violar uma obrigação constante de um tratado anterior-
inquérito ou de um procedimento criminal relativos a um caso diferente mente celebrado com outro Estado.
daquele a que se reporta o pedido, o Estado requerido pode suspender a
execução do pedido por tempo determinado, acordado com o Tribunal. Artigo 98.º
Contudo, a suspensão não deve prolongar-se além do necessário para que Cooperação relativa à renúncia, à imunidade e ao consentimento na entre-
o inquérito ou o procedimento criminal em causa sejam efectuados no ga
Estado requerido. Este, antes de decidir suspender a execução do pedido,
verifica se o auxílio não poderá ser concedido de imediato sob determina-
das condições. 1 - O Tribunal não pode dar seguimento a um pedido de entrega ou de
2 - Se for decidida a suspensão de execução do pedido em conformidade auxílio por força do qual o Estado requerido devesse actuar de forma
com o n.º 1, o procurador poderá, no entanto, solicitar que sejam adoptadas incompatível com as obrigações que lhe incumbem à luz do direito interna-
medidas para preservar os elementos de prova, nos termos da alínea j) do cional em matéria de imunidade dos Estados ou de imunidade diplomática
n.º 1 do artigo 93.º de pessoa ou de bens de um Estado terceiro, a menos que obtenha previ-
amente a cooperação desse Estado terceiro com vista ao levantamento da
imunidade.
Artigo 95.º 2 - O Tribunal não pode dar seguimento à execução de um pedido de
Suspensão da execução de um pedido por impugnação de admissibilidade entrega por força do qual o Estado requerido devesse actuar de forma
incompatível com as obrigações que lhe incumbem em virtude de acordos
Se o Tribunal estiver a apreciar uma impugnação de admissibilidade, de internacionais à luz dos quais o consentimento do Estado de envio é ne-
acordo com o artigo 18.º ou 19.º, o Estado requerido poderá suspender a cessário para que uma pessoa pertencente a esse Estado seja entregue ao
execução de um pedido formulado ao abrigo do presente capítulo enquanto Tribunal, a menos que o Tribunal consiga, previamente, obter a cooperação
aguarda que o Tribunal se pronuncie, a menos que o Tribunal tenha especi- do Estado de envio para consentir na entrega.
ficamente ordenado que o procurador continue a reunir elementos de
prova, nos termos do artigo 18.º ou 19.º Artigo 99.º
Execução dos pedidos apresentados ao abrigo dos artigos 93.º e 96.º
Artigo 96.º
Conteúdo do pedido sob outras formas de cooperação previstas no artigo 1 - Os pedidos de auxílio serão executados de harmonia com os procedi-
93.º mentos previstos na legislação interna do Estado requerido e, a menos que
o seu direito interno o proíba, na forma especificada no pedido, aplicando
1 - Todo o pedido relativo a outras formas de cooperação previstas no qualquer procedimento nele indicado ou autorizando as pessoas nele
artigo 93.º será formulado por escrito. Em caso de urgência, o pedido indicadas a estarem presentes e a participarem na execução do pedido.
poderá ser feito por qualquer meio que permita manter um registo escrito, 2 - Em caso de pedido urgente, os documentos e os elementos de prova
desde que seja confirmado através dos canais indicados na alínea a) do n.º produzidos na resposta serão, a requerimento do Tribunal, enviados com
1 do artigo 87.º urgência.
2 - O pedido deverá conter, ou ser instruído com, os seguintes documen- 3 - As respostas do Estado requerido serão transmitidas na sua língua e
tos: forma originais.
a) Um resumo do objecto do pedido, bem como da natureza do auxílio 4 - Sem prejuízo dos demais artigos do presente capítulo, sempre que for
solicitado, incluindo os fundamentos jurídicos e os motivos do pedido; necessário para a execução com sucesso de um pedido, e não haja que
b) Informações tão completas quanto possível sobre a pessoa ou o lugar a recorrer a medidas coercivas, nomeadamente quando se trate de ouvir ou
identificar ou a localizar, por forma a que o auxílio solicitado possa ser levar uma pessoa a depor de sua livre vontade, mesmo sem a presença
prestado; das autoridades do Estado Parte requerido se tal for determinante para a

Direitos Humanos 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


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execução do pedido, ou quando se trate de examinar, sem proceder a Artigo 103.º
alterações, um sítio público ou um outro local público, o procurador poderá Função dos Estados na execução das penas privativas de liberdade
dar cumprimento ao pedido directamente no território de um Estado, de
acordo com as seguintes modalidades: 1 - a) As penas privativas de liberdade serão cumpridas num Estado indica-
a) Quando o Estado requerido for o Estado em cujo território haja indícios do pelo Tribunal, a partir de uma lista de Estados que lhe tenham manifes-
de ter sido cometido o crime e existir uma decisão sobre a admissibilidade tado a sua disponibilidade para receber pessoas condenadas.
tal como previsto nos artigos 18.º ou 19.º, o procurador poderá executar b) Ao declarar a sua disponibilidade para receber pessoas condenadas, um
directamente o pedido, depois de ter levado a cabo consultas tão amplas Estado poderá formular condições acordadas com o Tribunal e em confor-
quanto possível com o Estado requerido; midade com o presente capítulo.
b) Em outros casos, o procurador poderá executar o pedido após consultas c) O Estado indicado no âmbito de um determinado caso dará prontamente
com o Estado Parte requerido e tendo em conta as condições ou as preo- a conhecer se aceita ou não a indicação do Tribunal.
cupações razoáveis que esse Estado tenha eventualmente argumentado. 2 - a) O Estado da execução informará o Tribunal de qualquer circunstân-
Sempre que o Estado requerido verificar que a execução de um pedido nos cia, incluindo o cumprimento de quaisquer condições acordadas nos termos
termos da presente alínea suscita dificuldades, consultará de imediato o do n.º 1, que possam afectar materialmente as condições ou a duração da
Tribunal para resolver a questão. detenção. O Tribunal será informado com, pelo menos, 45 dias de antece-
5 - As disposições que autorizam a pessoa ouvida ou interrogada pelo dência sobre qualquer circunstância dessa natureza, conhecida ou previsí-
Tribunal ao abrigo do artigo 72.º a invocar as restrições previstas para vel. Durante este período, o Estado da execução não tomará qualquer
impedir a divulgação de informações confidenciais relacionadas com a medida que possa ser contrária às suas obrigações ao abrigo do artigo
segurança nacional aplicar-se-ão de igual modo à execução dos pedidos de 110.º
auxílio referidos no presente artigo. b) Se o Tribunal não puder aceitar as circunstâncias referidas na alínea a),
deverá informar o Estado da execução e proceder de harmonia com o n.º 1
Artigo 100.º do artigo 104.º
Despesas 3 - Sempre que exercer o seu poder de indicação em conformidade com o
n.º 1, o Tribunal tomará em consideração:
1 - As despesas ordinárias decorrentes da execução dos pedidos no territó- a) O princípio segundo o qual os Estados Partes devem partilhar da res-
rio do Estado requerido serão por este suportadas, com excepção das ponsabilidade na execução das penas privativas de liberdade, em confor-
seguintes, que correrão a cargo do Tribunal: midade com os princípios de distribuição equitativa estabelecidos no Regu-
a) As despesas relacionadas com as viagens e a protecção das testemu- lamento Processual;
nhas e dos peritos ou com a transferência de detidos ao abrigo do artigo b) A aplicação de normas convencionais do direito internacional amplamen-
93.º; te aceites que regulam o tratamento dos reclusos;
b) As despesas de tradução, de interpretação e de transcrição; c) A opinião da pessoa condenada;
c) As despesas de deslocação e de estada dos juízes, do procurador, dos d) A nacionalidade da pessoa condenada;
procuradores-adjuntos, do secretário, do secretário-adjunto e dos membros e) Outros factores relativos às circunstâncias do crime, às condições pes-
do pessoal de todos os órgãos do Tribunal; soais da pessoa condenada ou à execução efectiva da pena, apropriados
d) Os custos das perícias ou dos relatórios periciais solicitados pelo Tribu- com vista à designação do Estado da execução.
nal; 4 - Se nenhum Estado for designado nos termos do n.º 1, a pena privativa
e) As despesas decorrentes do transporte das pessoas entregues ao Tribu- de liberdade será cumprida num estabelecimento prisional designado pelo
nal pelo Estado de detenção; e Estado anfitrião, em conformidade com as condições estipuladas no acordo
f) Após consulta, quaisquer despesas extraordinárias decorrentes da exe- que determinou o local da sede previsto no n.º 2 do artigo 3.º Neste caso,
cução de um pedido. as despesas relacionadas com a execução da pena ficarão a cargo do
2 - O disposto no n.º 1 aplicar-se-á, sempre que necessário, aos pedidos Tribunal.
dirigidos pelos Estados Partes ao Tribunal. Neste caso, o Tribunal tomará a
seu cargo as despesas ordinárias decorrentes da execução. Artigo 104.º
Alteração da indicação do Estado da execução
Artigo 101.º
Regra da especialidade 1 - O Tribunal poderá, a todo o momento, decidir transferir um condenado
para uma prisão de um outro Estado.
1 - Nenhuma pessoa entregue ao Tribunal nos termos do presente Estatuto 2 - A pessoa condenada pelo Tribunal poderá, a todo o momento, solicitar-
poderá ser perseguida, condenada ou detida por condutas anteriores à sua lhe que a transfira do Estado encarregado da execução.
entrega, salvo quando estas constituam crimes que tenham fundamentado
a sua entrega. Artigo 105.º
2 - O Tribunal poderá solicitar uma derrogação dos requisitos estabelecidos Execução da pena
no n.º 1 ao Estado que lhe tenha entregue uma pessoa e, se necessário,
facultar-lhe-á, em conformidade com o artigo 91.º, informações complemen- 1 - Sem prejuízo das condições que um Estado haja estabelecido nos
tares. Os Estados Partes estarão habilitados a conceder uma derrogação termos do artigo 103.º, n.º 1, alínea b), a pena privativa de liberdade é
ao Tribunal e deverão envidar esforços nesse sentido. vinculativa para os Estados Partes, não podendo estes modificá-la em caso
algum.
Artigo 102.º 2 - Será da exclusiva competência do Tribunal pronunciar-se sobre qual-
Termos usados quer pedido de revisão ou recurso. O Estado da execução não obstará a
que o condenado apresente um tal pedido.
Para os fins do presente Estatuto:
a) Por «entrega» entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado ao Artigo 106.º
Tribunal, nos termos do presente Estatuto; Controlo da execução da pena e das condições de detenção
b) Por «extradição» entende-se a entrega de uma pessoa por um Estado a
outro Estado, conforme previsto num tratado, numa convenção ou no direito 1 - A execução de uma pena privativa de liberdade será submetida ao
interno. controlo do Tribunal e observará as normas convencionais internacionais
amplamente aceites em matéria de tratamento dos reclusos.
CAPÍTULO X 2 - As condições de detenção serão reguladas pela legislação do Estado da
Execução da pena execução e observarão as normas convencionais internacionais amplamen-
te aceites em matéria de tratamento dos reclusos; em caso algum devem

Direitos Humanos 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ser menos ou mais favoráveis do que as aplicáveis aos reclusos condena- b) A pessoa tiver, voluntariamente, facilitado a execução das decisões e
dos no Estado da execução por infracções análogas. despachos do Tribunal em outros casos, nomeadamente ajudando-o a
3 - As comunicações entre o condenado e o Tribunal serão livres e terão localizar bens sobre os quais recaíam decisões de perda, de multa ou de
carácter confidencial. reparação que poderão ser usados em benefício das vítimas; ou
c) Outros factores que conduzam a uma clara e significativa alteração das
Artigo 107.º circunstâncias, suficiente para justificar a redução da pena, conforme
Transferência do condenado depois de cumprida a pena previsto no Regulamento Processual.
5 - Se, aquando do reexame inicial a que se refere o n.º 3, o Tribunal consi-
derar não haver motivo para redução da pena, ele reexaminará subsequen-
1 - Cumprida a pena, a pessoa que não seja nacional do Estado da execu- temente a questão da redução da pena com a periodicidade e nos termos
ção poderá, de acordo com a legislação desse mesmo Estado, ser transfe- previstos no Regulamento Processual.
rida para um outro Estado obrigado a aceitá-la ou ainda para um outro
Estado que aceite acolhê-la, tendo em conta a vontade expressa pela
pessoa em ser transferida para esse Estado, a menos que o Estado da Artigo 111.º
execução autorize essa pessoa a permanecer no seu território. Evasão
2 - As despesas relativas à transferência do condenado para um outro
Estado nos termos do n.º 1 serão suportadas pelo Tribunal se nenhum Se um condenado se evadir do seu local de detenção e fugir do território do
Estado as tomar a seu cargo. Estado da execução, este poderá, depois de ter consultado o Tribunal,
3 - Sem prejuízo do disposto no artigo 108.º, o Estado da execução poderá pedir ao Estado no qual se encontra localizado o condenado que lho entre-
igualmente, de harmonia com o seu direito interno, extraditar ou entregar gue em conformidade com os acordos bilaterais ou multilaterais em vigor,
por qualquer outro modo a pessoa a um Estado que tenha solicitado a sua ou requerer ao Tribunal que solicite a entrega dessa pessoa ao abrigo do
extradição ou a sua entrega para fins de julgamento ou de cumprimento de capítulo IX. O Tribunal poderá, ao solicitar a entrega da pessoa, determinar
uma pena. que esta seja entregue ao Estado no qual se encontrava a cumprir a sua
pena, ou a outro Estado por ele indicado.
Artigo 108.º
Restrições ao procedimento criminal ou à condenação por outras infracções CAPÍTULO XI
Assembleia dos Estados Partes
1 - A pessoa condenada que esteja detida no Estado da execução não
poderá ser objecto de procedimento criminal, condenação ou extradição Artigo 112.º
para um Estado terceiro em virtude de uma conduta anterior à sua transfe- Assembleia dos Estados Partes
rência para o Estado da execução, a menos que o Tribunal tenha dado a
sua aprovação a tal procedimento, condenação ou extradição, a pedido do 1 - É constituída, pelo presente instrumento, uma Assembleia dos Estados
Estado da execução. Partes. Cada um dos Estados Partes nela disporá de um representante,
2 - Ouvido o condenado, o Tribunal pronunciar-se-á sobre a questão. que poderá ser coadjuvado por substitutos e assessores. Outros Estados
3 - O n.º 1 deixará de ser aplicável se o condenado permanecer voluntaria- signatários do presente Estatuto ou da Acta Final poderão participar nos
mente no território do Estado da execução por um período superior a 30 trabalhos da Assembleia na qualidade de observadores.
dias após o cumprimento integral da pena proferida pelo Tribunal, ou se 2 - A Assembleia:
regressar ao território desse Estado após dele ter saído. a) Examinará e adoptará, se adequado, as recomendações da comissão
preparatória;
Artigo 109.º b) Transmitirá à Presidência, ao procurador e ao secretário as linhas orien-
Execução das penas de multa e das medidas de perda tadoras gerais no que toca à administração do Tribunal;
c) Examinará os relatórios e as actividades do Bureau estabelecido nos
1 - Os Estados Partes aplicarão as penas de multa, bem como as medidas termos do n.º 3 e tomará as medidas apropriadas;
de perda ordenadas pelo Tribunal ao abrigo do capítulo VII, sem prejuízo d) Examinará e aprovará o orçamento do Tribunal;
dos direitos de terceiros agindo de boa fé e em conformidade com os e) Decidirá, se for caso disso, alterar o número de juízes nos termos do
procedimentos previstos no respectivo direito interno. artigo 36.º;
2 - Sempre que um Estado Parte não possa tornar efectiva a declaração de f) Examinará, de harmonia com os n.os 5 e 7 do artigo 87.º, qualquer ques-
perda, deverá tomar medidas para recuperar o valor do produto, dos bens tão relativa à não cooperação dos Estados;
ou dos haveres cuja perda tenha sido declarada pelo Tribunal, sem prejuízo g) Desempenhará qualquer outra função compatível com as disposições do
dos direitos de terceiros de boa fé. presente Estatuto ou do Regulamento Processual.
3 - Os bens, ou o produto da venda de bens imóveis ou, se for caso disso, 3 - a) A Assembleia será dotada de um Bureau composto por 1 presidente,
da venda de outros bens obtidos por um Estado Parte por força da execu- 2 vice-presidentes e 18 membros por ela eleitos por períodos de três anos.
ção de uma decisão do Tribunal serão transferidos para o Tribunal. b) O Bureau terá um carácter representativo, atendendo nomeadamente ao
princípio da distribuição geográfica equitativa e à necessidade de assegurar
uma representação adequada dos principais sistemas jurídicos do mundo.
Artigo 110.º c) O Bureau reunir-se-á as vezes que forem necessárias, mas, pelo menos,
Reexame pelo Tribunal da questão de redução de pena uma vez por ano. Apoiará a Assembleia no desempenho das suas fun-
ções.
1 - O Estado da execução não poderá libertar o recluso antes de cumprida 4 - A Assembleia poderá criar outros órgãos subsidiários que julgue neces-
a totalidade da pena proferida pelo Tribunal. sários, nomeadamente um mecanismo de controlo independente que
2 - Somente o Tribunal terá a faculdade de decidir sobre qualquer redução proceda a inspecções, avaliações e inquéritos em ordem a melhorar a
da pena e, ouvido o condenado, pronunciar-se-á a tal respeito. eficiência e economia da administração do Tribunal.
3 - Quando a pessoa já tiver cumprido dois terços da pena, ou 25 anos de 5 - O presidente do Tribunal, o procurador e o secretário ou os respectivos
prisão em caso de pena de prisão perpétua, o Tribunal reexaminará a pena representantes poderão participar, sempre que julguem oportuno, nas
para determinar se haverá lugar à sua redução. Tal reexame só será efec- reuniões da Assembleia e do Bureau.
tuado transcorrido o período acima referido. 6 - A Assembleia reúne na sede do Tribunal ou na sede da Organização
4 - Aquando do reexame a que se refere o n.º 3, o Tribunal poderá reduzir a das Nações Unidas uma vez por ano e, sempre que as circunstâncias o
pena se constatar que se verificam uma ou várias das condições seguin- exigirem, reunirá em sessão extraordinária. A menos que o presente Esta-
tes: tuto estabeleça em contrário, as sessões extraordinárias são convocadas
a) A pessoa tiver manifestado, desde o início e de forma contínua, a sua pelo Bureau, oficiosamente ou a pedido de um terço dos Estados Partes.
vontade em cooperar com o Tribunal no inquérito e no procedimento; 7 - Cada um dos Estados Partes disporá de um voto. Todos os esforços

Direitos Humanos 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
deverão ser envidados para que as decisões da Assembleia e do Bureau Artigo 118.º
sejam adoptadas por consenso. Se tal não for possível, e a menos que o Verificação anual de contas
Estatuto estabeleça em contrário:
a) As decisões sobre as questões de fundo serão tomadas por maioria de Os relatórios, livros e contas do Tribunal, incluindo os balanços financeiros
dois terços dos membros presentes e votantes, sob a condição que a anuais, serão verificados anualmente por um revisor de contas independen-
maioria absoluta dos Estados Partes constitua quórum para o escrutínio; te.
b) As decisões sobre as questões de procedimento serão tomadas por
maioria simples dos Estados Partes presentes e votantes.
8 - O Estado Parte em atraso no pagamento da sua contribuição financeira CAPÍTULO XIII
para as despesas do Tribunal não poderá votar nem na Assembleia nem no Cláusulas finais
Bureau se o total das suas contribuições em atraso igualar ou exceder a
soma das contribuições correspondentes aos dois anos anteriores comple- Artigo 119.º
tos por ele devidos. A Assembleia Geral poderá, no entanto, autorizar o Resolução de diferendos
Estado em causa a votar na Assembleia ou no Bureau se ficar provado que
a falta de pagamento é devida a circunstâncias alheias ao controlo do 1 - Qualquer diferendo relativo às funções judiciais do Tribunal será resolvi-
Estado Parte. do por decisão do Tribunal.
9 - A Assembleia adoptará o seu próprio regimento. 2 - Quaisquer diferendos entre dois ou mais Estados Partes relativos à
10 - As línguas oficiais e de trabalho da Assembleia dos Estados Partes interpretação ou à aplicação do presente Estatuto, que não forem resolvi-
serão as línguas oficiais e de trabalho da Assembleia Geral da Organização dos pela via negocial num período de três meses após o seu início, serão
das Nações Unidas.
submetidos à Assembleia dos Estados Partes. A Assembleia poderá procu-
rar resolver o diferendo ou fazer recomendações relativas a outros métodos
CAPÍTULO XII de resolução, incluindo a submissão do diferendo ao Tribunal Internacional
Financiamento de Justiça, em conformidade com o Estatuto desse Tribunal.

Artigo 113.º Artigo 120.º


Regulamento financeiro Reservas

Salvo disposição expressa em contrário, todas as questões financeiras Não são admitidas reservas a este Estatuto.
atinentes ao Tribunal e às reuniões da Assembleia dos Estados Partes,
incluindo o seu Bureau e os seus órgãos subsidiários, serão reguladas pelo Artigo 121.º
presente Estatuto, pelo Regulamento Financeiro e pelas normas de gestão Alterações
financeira adoptados pela Assembleia dos Estados Partes.

1 - Expirado o período de sete anos após a entrada em vigor do presente


Artigo 114.º Estatuto, qualquer Estado Parte poderá propor alterações ao Estatuto. O
Pagamento de despesas texto das propostas de alterações será submetido ao Secretário-Geral da
Organização das Nações Unidas, que o comunicará sem demora a todos
As despesas do Tribunal e da Assembleia dos Estados Partes, incluindo o os Estados Partes.
seu Bureau e os seus órgãos subsidiários, serão pagas pelos fundos do 2 - Decorridos pelo menos três meses após a data desta notificação, a
Tribunal. Assembleia dos Estados Partes decidirá na reunião seguinte, por maioria
dos seus membros presentes e votantes, se deverá examinar a proposta. A
Artigo 115.º Assembleia poderá tratar desta proposta, ou convocar uma conferência de
Fundos do Tribunal e da Assembleia dos Estados Partes revisão se a questão suscitada o justificar.
3 - A adopção de uma alteração numa reunião da Assembleia dos Estados
Partes ou numa conferência de revisão exigirá a maioria de dois terços dos
As despesas do Tribunal e da Assembleia dos Estados Partes, incluindo o Estados Partes, quando não for possível chegar a um consenso.
seu Bureau e os seus órgãos subsidiários, inscritas no orçamento aprovado 4 - Sem prejuízo do disposto no n.º 5, qualquer alteração entrará em vigor,
pela Assembleia dos Estados Partes, serão financiadas: para todos os Estados Partes, um ano depois que sete oitavos de entre
a) Pelas quotas dos Estados Partes; eles tenham depositado os respectivos instrumentos de ratificação ou de
b) Pelos fundos provenientes da Organização das Nações Unidas, sujeitos aceitação junto do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas.
à aprovação da Assembleia Geral, em especial no que diz respeito às 5 - Quaisquer alterações aos artigos 5.º, 6.º, 7.º e 8.º do presente Estatuto
despesas relativas a questões remetidas para o Tribunal pelo Conselho de entrarão em vigor, para todos os Estados Partes que as tenham aceitado,
Segurança. um ano após o depósito dos seus instrumentos de ratificação ou de aceita-
ção. O Tribunal não exercerá a sua competência relativamente a um crime
Artigo 116.º abrangido pela alteração sempre que este tiver sido cometido por nacionais
Contribuições voluntárias de um Estado Parte que não tenha aceitado a alteração, ou no território
desse Estado Parte.
Sem prejuízo do artigo 115.º, o Tribunal poderá receber e utilizar, a título de 6 - Se uma alteração tiver sido aceite por sete oitavos dos Estados Partes
fundos adicionais, as contribuições voluntárias dos governos, das organiza- nos termos do n.º 4, qualquer Estado Parte que a não tenha aceite poderá
ções internacionais, dos particulares, das empresas e demais entidades, de retirar-se do presente Estatuto com efeito imediato, não obstante o disposto
acordo com os critérios estabelecidos pela Assembleia dos Estados Partes no n.º 1 do artigo 127.º, mas sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo
nesta matéria. 127.º, mediante notificação da sua retirada o mais tardar um ano após a
entrada em vigor desta alteração.
7 - O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas comunicará a
Artigo 117.º todos os Estados Partes quaisquer alterações que tenham sido adoptadas
Cálculo das quotas em reunião da Assembleia dos Estados Partes ou numa conferência de
revisão.
As quotas dos Estados Partes serão calculadas em conformidade com uma
tabela de quotas que tenha sido acordada com base na tabela adoptada Artigo 122.º
pela Organização das Nações Unidas para o seu orçamento ordinário, e Alteração de disposições de carácter institucional
adaptada de harmonia com os princípios nos quais se baseia tal tabela.

Direitos Humanos 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 - Não obstante o disposto no artigo 121.º, n.º 1, qualquer Estado Parte to de ratificação, de aceitação, de aprovação ou de adesão junto do Secre-
poderá, em qualquer momento, propor alterações às disposições do pre- tário-Geral da Organização das Nações Unidas.
sente Estatuto, de carácter exclusivamente institucional, a saber, artigos 2 - Em relação ao Estado que ratifique, aceite ou aprove o presente Estatu-
35.º, 36.º, n.os 8 e 9, 37.º, 38.º, 39.º, n.os 1 (as primeiras duas frases), 2 e to, ou a ele adira após o depósito do 60.º instrumento de ratificação, de
4, 42.º, n.os 4 a 9, 43.º, n.os 2 e 3, 44.º, 46.º, 47.º e 49.º O texto de qual- aceitação, de aprovação ou de adesão, o presente Estatuto entrará em
quer proposta será submetido ao Secretário-Geral da Organização das vigor no 1.º dia do mês seguinte ao termo de um período de 60 dias após a
Nações Unidas ou a qualquer outra pessoa designada pela Assembleia dos data do depósito do respectivo instrumento de ratificação, de aceitação, de
Estados Partes, que o comunicará sem demora a todos os Estados Partes aprovação ou de adesão.
e aos outros participantes na Assembleia.
2 - As alterações apresentadas nos termos deste artigo, sobre as quais não Artigo 127.º
seja possível chegar a um consenso, serão adoptadas pela Assembleia dos Retirada
Estados Partes ou por uma conferência de revisão por uma maioria de dois
terços dos Estados Partes. Tais alterações entrarão em vigor, para todos os
Estados Partes, seis meses após a sua adopção pela Assembleia ou, 1 - Qualquer Estado Parte poderá, mediante notificação escrita e dirigida ao
conforme o caso, pela conferência de revisão. Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, retirar-se do presente
Estatuto. A retirada produzirá efeitos um ano após a data de recepção da
notificação, salvo se esta indicar uma data ulterior.
Artigo 123.º 2 - A retirada não isentará o Estado das obrigações que lhe incumbem em
Revisão do Estatuto virtude do presente Estatuto enquanto Parte do mesmo, incluindo as obri-
gações financeiras que tiver assumido, não afectando também a coopera-
1 - Sete anos após a entrada em vigor do presente Estatuto, o Secretário- ção com o Tribunal no âmbito de inquéritos e de procedimentos criminais
Geral da Organização das Nações Unidas convocará uma conferência de relativamente aos quais o Estado tinha o dever de cooperar e que se inicia-
revisão para examinar qualquer alteração ao presente Estatuto. A revisão ram antes da data em que a retirada começou a produzir efeitos; a retirada
poderá incidir nomeadamente, mas não exclusivamente, sobre a lista de em nada afectará a prossecução da apreciação das causas que o Tribunal
crimes que figura no artigo 5.º A Conferência estará aberta aos participan- já tivesse começado a apreciar antes da data em que a retirada começou a
tes na Assembleia dos Estados Partes, nas mesmas condições. produzir efeitos.
2 - Em qualquer momento ulterior, a requerimento de um Estado Parte e
para os fins enunciados no n.º 1, o Secretário-Geral da Organização das Artigo 128.º
Nações Unidas, mediante aprovação da maioria dos Estados Partes, con- Textos autênticos
vocará uma conferência de revisão.
3 - A adopção e a entrada em vigor de qualquer alteração ao Estatuto
examinada numa conferência de revisão serão reguladas pelas disposições O original do presente Estatuto, cujos textos em árabe, chinês, espanhol,
do artigo 121.º, n.os 3 a 7. francês, inglês e russo fazem igualmente fé, será depositado junto do
Secretário-Geral das Nações Unidas, que enviará cópia autenticada a todos
os Estados.
Artigo 124.º
Disposição transitória
Em fé do que os abaixo assinados, devidamente autorizados pelos respec-
tivos Governos, assinaram o presente Estatuto.
Não obstante o disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 12.º, um Estado que se
torne Parte no presente Estatuto poderá declarar que, durante um período
de sete anos a contar da data da entrada em vigor do presente Estatuto no Feito em Roma, aos 17 dias do mês de Julho de 1998.
seu território, não aceitará a competência do Tribunal relativamente à
categoria de crimes referidos no artigo 8.º, quando haja indícios de que um
crime tenha sido praticado por nacionais seus ou no seu território. A decla- Os Direitos Humanos e a Segurança Pública.
ração formulada ao abrigo deste artigo poderá ser retirada a qualquer
DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA
momento. O disposto neste artigo será reexaminado na conferência de
revisão a convocar em conformidade com o n.º 1 do artigo 123.º No momento da transição para a democracia e já no período
posterior à promulgação da Constituição cidadã, de 1988, no Brasil, foi
Artigo 125.º clara a divisão entre os militantes dos direitos humanos, e aqueles que
Assinatura, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão clamavam por eficiência policial no combate ao crime. Os que estavam do
lado oposto dos direitos humanos consideravam-no um empecilho à ação
das instituições de segurança pública, sendo que alguns policiais expressa-
1 - O presente Estatuto estará aberto à assinatura de todos os Estados na vam como sendo uma forma de proteger bandidos; enquanto os militantes
sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultu- dos direitos humanos denunciavam suas constantes violações.
ra, em Roma, a 17 de Julho de 1998, continuando aberto à assinatura no
Ministério dos Negócios Estrangeiros de Itália, em Roma, até 17 de Outubro Cabe então a indagação, porque este tema, tão importante para
de 1998. Após esta data, o presente Estatuto continuará aberto na sede da a paz social, é encarado de forma distorcida e preconceituosa, em especial
Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, até 31 de Dezembro de por aqueles profissionais que, em primeiro lugar, deveriam ter no respeito
2000. aos Direitos Humanos sua bandeira de luta, seu objetivo maior de servir e
2 - O presente Estatuto fica sujeito a ratificação, aceitação ou aprovação proteger a sociedade.
dos Estados signatários. Os instrumentos de ratificação, aceitação ou
A polícia é vista como uma instituição ontológica, entretanto ela
aprovação serão depositados junto do Secretário-Geral da Organização
é composta por pessoas, policiais, que antes de tudo são cidadãos, e na
das Nações Unidas.
cidadania devem nutrir sua razão de ser. Tornando-se iguais a todos os
3 - O presente Estatuto fica aberto à adesão de qualquer Estado. Os ins-
membros da comunidade, em direitos e deveres (Balestreli, 2003).
trumentos de adesão serão depositados junto do Secretário-Geral da
Organização das Nações Unidas. O operador de Segurança Pública é um cidadão qualificado pelo
serviço, representante, por vezes, mais visível e habitualmente encontrada
Artigo 126.º pela população, haja vista o contato direto, servindo o policial de ouvidor
Entrada em vigor social em uma missão por vezes não explicitada. Além disso, está autoriza-
do no âmbito legal a utilizar a força, conferindo-lhe uma diferenciada autori-
dade tanto utilizada para o amadurecimento social ou para seu extermínio.
1 - O presente Estatuto entrará em vigor no 1.º dia do mês seguinte ao
termo de um período de 60 dias após a data do depósito do 60.º instrumen-

Direitos Humanos 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É evidente a importância do tema para a construção de um Es- com suas possibilidades orçamentárias, de educação infantil prestada em
tado democrático de direito, onde as instituições públicas, em particular a creche e pré-escola, bem como de ensino superior gratuito;
polícia, exercem suas atividades com base nos princípios de respeito à C) é nulo de pleno direito e, portanto, não gera direitos e obrigações, o
dignidade humana; vislumbram-se algumas considerações sobre a falha de contrato de trabalho em que menor de 14 anos figura como empregado,
percepção do tema Direitos Humanos no meio policial. sendo indevidas as verbas trabalhistas dele decorrentes, com exceção dos
salários;
A primeira proposição que surge para discussão é se tal reação D) a Constituição Federal brasileira não consagrou expressamente o
decorre do desconhecimento dos policiais sobre a temática dos Direitos princípio da universalidade dos direitos fundamentais, pois restringiu sua
Humanos; a segunda, se os mesmos discordam dos procedimentos práti- titularidade aos brasileiros e estrangeiros residentes no país.
cos e legais de proteção desses direitos, adotados por instituições de E) N. R. A.
defesa dos Direitos Humanos; e a terceira, se ocorre um erro conceitual
acarretado pela falta de balizamento teórico sobre as dimensões ideológi- 2 . (SEJUS-DF, Funiversa - Técnico Penitenciário - 2008) Analise as afirma-
cas dos Direitos Humanos, seja no campo ético-filosófico, religioso ou tivas de acordo com o Tratado de Direitos Humanos e assinale a alternativa
político. correta.
A disciplina Direitos Humanos só entrou na grade curricular das I — O direito à propriedade é uma das garantias do tratado de
diversas instituições de ensino policiais do Brasil recentemente, surgindo dá direitos humanos.
necessidade dos órgãos de segurança pública se adaptarem ao novo II — Ninguém será submetido a castigo cruel.
modelo democrático vigente. O referido tema está, ainda, sob um manto III — Ninguém será preso preventivamente.
demasiadamente teórico, cercado de utopia, faltando-lhe uma metodologia IV — Todo ser humano tem direito à vida.
para a sua aplicação prática pelos agentes de segurança pública, saindo do A) Todas as afirmativas estão erradas.
campo filosófico para o real. B) Há apenas uma afirmativa certa.
C) Há apenas duas afirmativas certas.
Apesar desse fato, o policial, já ouviu algo a respeito dos Direitos D) Há apenas três afirmativas certas.
Humanos, mesmo não sabendo da importância que este discurso teria se E) Todas as afirmativas estão certas.
incorporado a sua profissão, já que ele não enxerga o caráter pedagógico
de sua profissão na construção de uma sociedade democrática, deixando 3 . (SEJUS-DF, Funiversa - Técnico Penitenciário - 2008) Com relação aos
de ser um profissional especializado apenas em prender bandidos. A partir mandamentos expressos no Tratado de Direitos Humanos, analise as
da segunda hipótese apresentada, ou seja, se existe discordância entre os afirmativas e assinale a alternativa correta.
policiais a cerca dos procedimentos práticos e legais de proteção dos I — Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo
Direitos Humanos. menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será
Faz-se necessário visualizar o tema sem corporativismo ou pre- obrigatória. A instrução técnico- profissional será acessível a todos, bem
conceitos. Buscando explicações para os diferentes pontos de vista, mes- como a instrução superior, esta com base no mérito.
mo alguns sendo equivocados. Helena Singer, pesquisadora do Núcleo de II — A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
Estudos da Violência USP, alerta que a prática conservadora da penaliza- personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos huma-
ção, faz parte do discurso da militância dos Direitos Humanos. Como ocorre nos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreen-
nos casos de abuso de autoridade ou tortura, praticados por policiais, ou são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
nos crimes de violência contra a mulher e nos casos de injúria por racismo. religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manu-
tenção da paz.
Não que esteja errado buscar um aprimoramento do estatuto III — Os pais têm prioridade de direito na escolha da escola em que estuda-
penal, mas o que Helena Singer enfatiza é que a penalização se tornou o rão seus filhos.
centro do debate em torno dos Direitos Humanos, e as práticas denunciati- IV — Todo ser humano tem direito a trabalhar no máximo 6 horas diárias.
vas o único instrumento de proteção. A) Todas as afirmativas estão erradas.
B) Há apenas uma afirmativa certa.
A terceira reflexão é no sentido de haver um erro conceitual na
C) Há apenas duas afirmativas certas.
percepção dos Direitos Humanos por parte dos policiais, gerando como
D) Há apenas três afirmativas certas.
consequências disparidades e críticas a respeito das práticas de proteção
E) Todas as afirmativas estão certas.
desses direitos. Segundo Professor Fernando Sorondo, Direitos Humanos é
um conjunto de valores que admite interpretações e conotações diversas.
4 . (DEPEN, Funrio - Agente Penitenciário Federal - 2009) O Decreto nº
Englobam uma gama ilimitada de direitos e deveres do homem para com o
6044/2007 aprova a Política Nacional de Proteção aos Defensores dos
homem e por extensão para com a natureza, pois dela depende a humani-
Direitos Humanos – PNPDDH – define prazo para a elaboração do Plano
dade para sua sobrevivência; tem na Filosofia, na História, na Sociologia,
Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos e dá outras
no Direito, entre outras ciências, sua fundamentação teórica.
providências. A Política Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos
Esta visão macro quando não didaticamente dimensionada, pro- Humanos - PNPDDH – tem por finalidade estabelecer princípios e diretrizes
duz um grave erro de percepção sobre as responsabilidades individuais, de proteção aos defensores dos direitos humanos, conforme as leis brasi-
coletivas e institucionais de cada ente da sociedade na promoção, proteção leiras e os tratados internacionais de direitos humanos de que o Brasil faça
e defesa dos Direitos Humanos. Não individualiza as responsabilidades parte. Por isso, são diretrizes específicas de proteção aos defensores dos
pelas violações dos Direitos Humanos praticadas, deixando margem à direitos humanos:
dúvida sobre contra quem devemos nos proteger, ou contra o que estamos A) fortalecimento do pacto federativo, por meio da atuação conjunta e
lutando para a preservação de nossos direitos como seres humanos. articulada de todas as esferas de Governo na proteção aos defensores dos
direitos humanos e na atuação das causas que geram o estado de risco ou
DIREITO HUMANOS vulnerabilidade.
PROVA SIMULADA I B) fomento à cooperação internacional bilateral ou multilateral.
C) articulação com organizações não-governamentais, nacionais e interna-
1 . (MPT - Procurador do Trabalho - 2008) Com relação aos direitos huma- cionais.
nos fundamentais no Brasil, é CORRETO afirmar que: D) apoio e realização de campanhas socioeducativas e de conscientização
A) sendo a intimidade um direito individual assegurado pela CF, decorrente nos âmbitos internacional, nacional, regional e local, considerando suas
do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, a jurisprudência especificidades, que valorizem a imagem e atuação do defensor dos direi-
pátria vem se firmando no sentido de não admitir, em nenhuma hipótese, a tos humanos.
revista íntima de mulheres ou homens; E) estruturação de rede de proteção aos defensores dos direitos humanos,
B) a educação, direito de todos, é dever do Estado que se materializa na envolvendo todas as esferas de governo e organizações da sociedade civil.
garantia de ensino fundamental gratuito e na universalização do ensino
médio, facultando-se ao Poder Público a concessão, ou não, de acordo

Direitos Humanos 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5 . (SEAD-AP, FMZ - Agente Penitenciário - 2010) A Declaração Americana levando em conta os princípios de igualdade, soberania e livre determina-
dos Direitos e Deveres do Homem, também conhecido como Pacto de San ção dos povos; e à realização de cooperação internacional para solução de
Jose da Costa Rica, estabelece que problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitá-
A) os direitos essenciais do homem derivam do fato de ele ser nacional de rio, incluindo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais,
um determinado Estado e, por isso, merecem proteção no âmbito interno sem fazer distinção por motivos de raça, sexo, idioma ou religião. A Carta
de cada país respectivamente. das Nações deu origem à ONU, que, posteriormente, criou uma carta de
B) os Estados-Partes, signatários da Convenção, obrigam-se a respeitar os direitos - a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) - adotada e
direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercí- proclamada pela Resolução 217-A (III) da Assembleia Geral das Nações
cio, sem discriminação alguma, aos seus cidadãos nacionais. Unidas, em 10 de dezembro de 1948.
C) os países que ainda não aboliram a pena de morte somente poderão Acerca dos direitos fundamentais previstos no documento mencionado no
impô-la aos delitos mais graves, tais como os crimes políticos, em cumpri- texto acima, assinale a opção incorreta.
mento de sentença final de tribunal competente. A) A DUDH surgiu para atender ao clamor de toda a humanidade e buscou
D) toda pessoa tem direito a ser indenizada por erro judiciário, no caso de realçar alguns princípios básicos fundamentais para a compreensão da
haver sido condenada em sentença passada em julgado, conforme a lei dignidade humana, entre eles, a liberdade e a igualdade.
estabelecer. B) A DUDH protege o genoma humano como unidade fundamental de
E) toda pessoa que for acusada de um delito tem direito a que se presuma todos os membros da espécie humana e também reconhece como ineren-
sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa, mas, tes sua dignidade e sua diversidade. Em um sentido simbólico, a DUDH
quando o delito em questão disser respeito à segurança nacional, a acusa- reconhece o genoma como a herança da humanidade.
ção formulada permanecerá sob sigilo, tendo acesso a ela apenas o Minis- C) A DUDH afirma que o desrespeito aos direitos humanos é causa da
tério Público. barbárie.
D) A DUDH assegura o direito de resistência.
6 .(SEAD-AP, FMZ - Agente Penitenciário - 2010) A Declaração Universal E) A DUDH assegura o direito de resistência. E A DUDH correlaciona o
dos Direitos Humanos, de 1948, estabelece uma série de direitos a toda a estabelecimento de uma compreensão comum dos direitos humanos com o
pessoa. Dentre eles, é possível citar os seguintes, EXCETO seu pleno cumprimento.
A) toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e
pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de 10 .(PC-PB, Cespe - Delegado - 2009) À luz da Convenção Americana
seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal sobre Direitos Humanos (Pacto São José), julgue os seguintes itens.
contra ele. I. Admite-se a pena de morte em relação aos delitos políticos e aos delitos
B) toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro conexos com delitos políticos, devendo o Estado signatário fazer tal opção
das fronteiras de cada Estado. expressamente, quando da ratificação da Convenção.
C) toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, dire- II. O direito à vida deve ser protegido pela lei desde o momento do nasci-
tamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. mento, que se dá com o início do trabalho de parto.
D) toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a III. As penas privativas de liberdade têm por finalidade essencial a retribui-
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desempre- ção do mal causado.
go. IV. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigató-
E) toda pessoa, que puder por ela pagar, tem direito à instrução nos dife- rio. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de
rentes níveis. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem liberdade acompanhada de trabalhos forçados, essa disposição não pode
como a instrução superior, esta baseada no mérito. ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, imposta
por um juiz ou tribunal competente.
7 .(SERES-PE, UPE - Agente Penitenciário - 2010) Na história dos Direitos V. Ninguém deve ser detido por dívidas. Esse princípio não limita os man-
Humanos, o momento mais importante ocorreu após a 2ª guerra mundial, dados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de ina-
quando os países uniram-se, buscando restabelecer a paz mundial. Assim, dimplemento de obrigação alimentar.
no dia 10 de dezembro de 1948, durante reunião da Assembleia Geral das Estão certos apenas os itens
Nações Unidas, foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Huma- A) I e II.
nos, que, dentre outros tópicos, consagrou, EXCETO: B) I e III.
A) a liberdade de pensamento, consciência e religião. C) II e IV.
B) o direito à alimentação e habitação. D) III e V.
C) o direito ao trabalho e à educação. E) IV e V.
D) o direito a fazer parte de um governo.
E) o direito ao transporte gratuito e à previdência social. 11. Tecnicamente a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948)
constitui
8 .(DPE-PI, Cespe - Defensor Público - 2009) A Declaração Universal dos A) Um acordo internacional.
Direitos Humanos (DUDH) foi redigida à luz das atrocidades cometidas B) Uma recomendação.
durante a 2ª Guerra Mundial. Nesse documento, marco da proteção inter- C) Um tratado internacional.
nacional dos direitos humanos, foi afirmado que D) Um pacto.
A) o meio ambiente é um direito das presentes e futuras gerações. E) Um decreto
B) o Fundo Monetário Internacional não deve conceder empréstimos para
países que usem mão de obra infantil. 12. A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos
C) liberdade, igualdade e fraternidade são os três princípios axiológicos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumera-
fundamentais em matéria de direitos humanos. dos os direitos que todos os seres humanos possuem. Assim, é correto
D) sanções econômicas deverão ser aplicadas pela ONU às nações que afirmar que, em seu preâmbulo, a Declaração Universal dos Direitos Hu-
não adotarem as recomendações da DUDH. manos prevê:
E) deverá ocorrer intervenção humanitária pela ONU caso as nações não A) que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da
adotem as recomendações da DUDH. família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis não é o fundamento
da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
9 .(MP-RO, Cespe - Promotor de Justiça - 2008) Após as consequências B) que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em
devastadoras da Segunda Guerra Mundial, os países resolveram criar uma atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o adven-
organização multi e supranacional para regular as relações entre os povos. to de um mundo em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e
Nesse marco, surgiu, em 1945, a Carta das Nações, cujos fundamentos da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade não pôde ser
visavam, essencialmente, à manutenção da paz internacional, que incluía a proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum.
proteção da integridade territorial dos Estados frente à agressão e à inter- C) que é essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império
venção externa; ao fomento entre as nações de relações de amizade, da lei, para que o ser humano seja compelido, como último recurso, à

Direitos Humanos 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rebelião contra a tirania e a opressão. rança pessoal a critério da administração pública através da polícia militar,
D) que não se prevê ser essencial promover o desenvolvimento de relações civil e federal.
amistosas entre as nações. D) Tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
E) que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé perante a lei, salvo nos casos previstos em lei específica.
nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser huma- E) Tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio
no e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liber- reconhecidos pela constituição ou pela lei.
dade mais ampla.
16. A Declaração Universal dos Direitos Humanos preconiza em seu art.
13. A Constituição Federal, em seu título II, capítulo I, prevê os Direitos e XIII que todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residên-
Garantias Fundamentais e os direitos e deveres individuais e coletivos e, cia dentro das fronteiras de cada Estado e que todo ser humano tem o
assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, são enumera- direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
dos os direitos que todos os seres humanos possuem, EXCETO: Quanto ao asilo político previsto nesta declaração é correto afirmar que:
A) Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, A) Deverá promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
desumano ou degradante. sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
B) Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a B) Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de
igual proteção da lei. gozar asilo em outros países.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole C) Este direito poderá ser invocado mesmo em caso de perseguição legiti-
a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. mamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos
C) Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido objetivos e princípios das Nações Unidas.
processo legal. D) Rege-se pelo princípio da autodeterminação dos povos.
D) Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência E) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
dentro das fronteiras de cada Estado, mas não tem o direito de deixar em virtude de lei
qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
E) Conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 17. O artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, preceitua que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
por ilegalidade ou abuso de poder. natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran-
14. Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promo- ça e à propriedade, nos termos seguintes. Neste sentido é correto afirmar
ver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos que:
direitos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses A) Homens e mulheres são iguais somente em direitos, nos termos desta
direitos e liberdades, e que uma compreensão comum desses direitos e Constituição.
liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse B) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
compromisso, pode-se afirmar que: em virtude de lei C) Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento
A) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos desumano ou degradante, salvo nos casos em que a lei permitir.
básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumera- D) É livre a manifestação do pensamento, podendo ocorrer o anonimato.
dos os direitos que todos os seres humanos possuem. E) É assegurado o direito de resposta, não necessitando ser proporcional
B) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada um acordo, ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
pois este termo é usado, geralmente, para caracterizar negociações bilate-
rais de natureza política, econômica, comercial, cultural, científica e técni- 18. Em relação ao direito de associação a Constituição da República Fede-
ca. Acordos podem ser firmados entre países ou entre um país e uma rativa do Brasil de 1988 prevê que todos podem reunir-se pacificamente,
organização internacional. sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autoriza-
C) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada um tratado ção, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para
já que tratados são atos bilaterais ou multilaterais aos quais se deseja o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competen-
atribuir especial relevância política. te.
D) A Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma convenção, pois Sobre o direito de associação é correto afirmar que:
essa palavra costuma ser empregada para designar atos multilaterais, A) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter
oriundos de conferências internacionais e que abordem assunto de inte- paramilitar.
resse geral. B) As entidades associativas, sempre têm legitimidade para representar
E) Declaração Universal dos Direitos Humanos é um protocolo e se designa seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
a acordos menos formais que os tratados. O termo é utilizado, ainda, para C) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associa-
designar a ata final de uma conferência internacional. do.
D) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
15. A Assembléia Geral proclamou a Declaração Universal dos Direitos suas atividades suspensas por decisão judicial, não se exigindo em ne-
Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas nhum caso, o trânsito em julgado;
as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da socieda- E) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas depen-
de, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforcem, através do dem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcio-
ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberda- namento.
des, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e inter-
nacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância univer- 19. É reconhecida a instituição do júri pela Constituição da República
sal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto Federativa do Brasil de 988, com a organização que lhe der a lei, e são
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Assim, conforme procla- assegurados:
mou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo ser humano: A) A plenitude de defesa; a soberania dos veredictos; defesa da paz;
A) Tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos B) O sigilo das votações; a dignidade da pessoa humana; autodetermina-
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, ção dos povos;
sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacio- C) A soberania dos veredictos; defesa da paz; o sigilo das votações;
nal ou social, riqueza, nascimento, com algumas restrições. D) A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; a
B) Poderá fazer distinção fundada na condição política, jurídica ou interna- plenitude de defesa; o sigilo das votações.
cional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um E) Defesa da paz; a dignidade da pessoa humana; a soberania dos veredic-
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a tos;
qualquer outra limitação de soberania.
C) Tem direito à vida, à liberdade, podendo esta ser restringida, e à segu- 20. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-

Direitos Humanos 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos garantias individuais está relacionada aos direitos e garantias do indivíduo
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o dotado de personalidade jurídica ou não. Desse modo, a aplicação do
limite do valor do patrimônio transferido, deste modo, a lei regulará a princípio da dignidade humana exige a proteção dos embriões humanos
individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes penas: obtidos por fertilização in vitro e congelados, devendo-se evitar sua utiliza-
A) De caráter perpétuo. ção em pesquisas científicas e terapias.
B) De banimento.
C) De trabalhos forçados. 25 (OABSP – 137) Segundo a Constituição Federal de 1988 (CF), o sigilo
D) Cruéis. das comunicações telefônicas
E) Privação ou restrição da liberdade. A) poderá ser violado, por ordem judicial ou administrativa, para instrução
processual de ação de improbidade administrativa.
21 (DPESP – 2009). A Lei Federal no 11.900, de 8 de janeiro de 2009, ao B) é absolutamente inviolável.
prever a possibilidade de realização de interrogatório e outros atos proces- C) poderá ser violado, por ordem de ministro de Estado, para instrução de
suais por sistema de videoconferência, processo administrativo disciplinar.
(A) viola a Convenção Americana de Direitos Humanos, que garante o D) poderá ser violado, por ordem judicial, para fins de investigação criminal.
direito de toda pessoa presa de ser
conduzida à presença de um juiz. 26 (OABSP – 137) É correto afirmar que a lei penal
(B) não padece da mesma inconstitucionalidade da Lei Estadual no A) não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
11.819/05, declarada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do B) retroagirá, salvo disposição expressa em contrário.
Habeas Corpus no 90.900-SP, pois exige decisão fundamentada do juiz. C) não retroagirá, salvo se o fato criminoso ainda não for conhecido.
(C) padece da mesma inconstitucionalidade da Lei Estadual no 11.819/05, D) retroagirá, se ainda não houver processo penal instaurado.
declarada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Habeas Corpus
no 90.900-SP. 27 (OABSP – 137) Segundo a CF, pode ser instituída pena
(D) não viola a Convenção Americana de Direitos Humanos, que garante o A) de caráter perpétuo.
direito de toda pessoa presa de ser ouvida por um juiz, mesmo que à B) de trabalhos forçados.
distância. C) de perda de bens.
(E) não viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que não dispõe D) de banimento.
sobre garantias judiciais.
28 (MPSP – 85) Assinale a alternativa incorreta.
22 (OAB – 2009.3) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais, O art. 5.º da Constituição Federal assegura o seguinte:
assinale a opção correta. (A) é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
A) A proteção à reprodução da imagem não abrange as atividades despor- comunicação, independentemente de censura ou licença.
tivas. (B) é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
B) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização de suas obras, assegurados a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos
mas não o de reprodução delas. veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
C) O direito de propriedade intelectual abrange tanto a propriedade indus- vida.
trial quanto os direitos do autor. (C) as associações não poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
D) Às representações sindicais não é assegurado o direito de fiscalização suas atividades suspensas.
do aproveitamento econômico de obras criadas por artistas a elas associa- (D) são assegurados, nos termos da lei, a proteção às participações indivi-
dos. duais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclu-
sive nas atividades desportivas e o direito de fiscalização do aproveitamen-
23 (OAB – 2009.1) De acordo com a CF, todos são iguais perante a lei, to econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estran- aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.
geiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à (E) a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
igualdade, à segurança e à propriedade. No que diz respeito aos direitos e para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à proprie-
garantias fundamentais previstos na CF, assinale a opção correta. dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
A) Os direitos fundamentais não são assegurados ao estrangeiro em trânsi- tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e eco-
to no território nacional. nômico do país.
B) Como decorrência da inviolabilidade do direito à liberdade, a CF assegu-
ra o direito à escusa de consciência, desde que adstrito ao serviço militar 29 (DPESP – 2007) A lei estadual paulista no 12.142/05, com o intuito de
obrigatório. se respeitar a guarda sabática, estabelece períodos para a realização de
C) É admitida a interceptação telefônica por ordem judicial ou administrati- concursos ou processos seletivos para provimento de cargos públicos, de
va, para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal. exames vestibulares e de provas a alunos do ensino fundamental, médio e
D) O duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não superior. Essa lei está sendo questionada no STF através da ADI 3714,
consubstancia garantia constitucional. proposta pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
(CONFENEN). Da análise do exposto acima pode-se concluir, conforme a
24 (OAB – 2008.3) Assinale a opção correta no que se refere à aplicação ADI 3714, que essa Lei é
do princípio da dignidade da pessoa humana. (A) inconstitucional porque fere o pluralismo político previsto no artigo 1o,
A) A aplicação do princípio da insignificância, embora seja consequência do inciso V, da Constituição Federal.
princípio da dignidade da pessoa humana, não é aplicável aos crimes (B) inconstitucional porque, em relação às escolas particulares, invade
militares, haja vista a dignidade do bem jurídico protegido pelos tipos pe- competência legislativa da União para legislar sobre diretrizes e bases (22,
nais que têm por objeto de proteção os interesses da administração militar. XXIV da CF) e fere a autonomia das universidades por impor regras pró-
B) A ausência de indicação da conduta individualizada dos acusados de prias de gestão administrativa (artigo 207 da CF).
crimes societários, além de implicar a inobservância aos princípios do (C) constitucional porque no preâmbulo da nossa Constituição consta o
devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, fere o princípio nome de “Deus” e, portanto, incentiva a sociedade brasileira à prática da
da dignidade da pessoa humana. religião.
C) O uso de algemas não requer prévio juízo de ponderação da necessida- (D) inconstitucional porque a liberdade religiosa, prevista no artigo 5o,
de, como em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo inciso VII da Constituição, é espécie pertencente ao gênero liberdade
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, constitucional de pensamento e prevê o direito de não professar nenhuma
pois, como a fuga é ato extremamente provável no momento da prisão, as fé
algemas podem ser utilizadas como regra. (E) inconstitucional porque fere o princípio federativo que diz caber ao
D) A referência, na CF, à dignidade da pessoa humana, aos direitos da município a edição de leis que tratem de assuntos de interesse local, nos
pessoa humana, ao livre exercício dos direitos individuais e aos direitos e termos do que dispõe o artigo 30, I, da CF.

Direitos Humanos 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10. (CESPE/2008/Hemobrás/Advogado - Adaptada) De acordo com o
30 (DPESP – 2007) A Constituição da República Federativa do Brasil posicionamento majoritário na doutrina, os direitos sociais integram os
estabelece que denominados direitos humanos de segunda geração.
(A) são destinatários dos direitos e garantias fundamentais os brasileiros e 11. (CESPE/2008/STF/Analista Judiciário - Adaptada) Os direitos humanos
estrangeiros residentes no Brasil, daí a proibição de extradição de brasilei- não podem ser reconhecidos e aplicados aos estrangeiros em trânsito pelo
ros natos e naturalizados em qualquer circunstância. território nacional.
(B) o direito fundamental à tutela jurisdicional se confunde com o direito de
petição, eis que em ambos os casos exige-se a comprovação de um gra- 12. (CESPE/2007/TJ-DFT/Analista Judiciário - Adaptada) Os direitos huma-
vame pessoal ou uma lesão de direitos. nos de segunda geração se caracterizam por impor ao Estado uma obriga-
(C) a seguridade social deva garantir um salário mínimo de benefício previ- ção positiva de atuação em favor dos administrados, com vistas a diminuir
denciário mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que com- as diferenças materiais existentes entre eles.
provem não possuir meios de prover a própria subsistência ou tê-la provida. 13. (CESPE/2009/SEGER/Contador - Adaptada) Na evolução histórica dos
(D) é dever do Estado o oferecimento de ensino fundamental e médio direitos humanos em gerações, entende-se que o direito de propriedade é
obrigatórios e gratuitos a todos e a progressiva universalização do ensino um direito de primeira geração.
superior.
14. (CESPE/2009/SEGER/Contador) O direito de propriedade é limitado.
(E) a previdência social se organiza sob a forma de regime geral, de caráter
Um exemplo dessa limitação é a previsão constitucional da desapropriação
contributivo e filiação obrigatória, já a assistência social é endereçada a
por interesse social.
todos os que dela necessitarem independentemente de contribuição à
seguridade social. 15. (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia)
“Cidadania, portanto, engloba mais que direitos humanos, porque, além de
incluir os direitos que a todos são atribuídos (em virtude da sua condição
humana), abrange, ainda, os direitos políticos. Correto, por seguinte, falar-
RESPOSTAS se numa dimensão política, numa dimensão civil e numa dimensão social
01. D 11. B 21. A 31. 41. da cidadania”. (Prof. J. J. Calmon de Passos).
02. E 12. E 22. C 32. 42.
03. C 13. D 23. D 33. 43. Ao alargar a compreensão da cidadania para as três dimensões supra-
04. D 14. A 24. B 34. 44. referidas, o prof. Calmon de Passos:
05. D 15. E 25. D 35. 45. a) inova, ao focar somente o caráter educacional da cidadania plena
06. E 16. B 26. A 36. 46. na Grécia.
07. E 17. B 27. C 37. 47. b) contribui, doutrinariamente, para que a noção da cidadania ultra-
08. C 18. C 28. C 38. 48. passe a clássica concepção que a restringia tão-somente ao e-
09. B 19. D 29. B 39. 49. xercício dos direitos políticos.
10. A 20. E 30. E 40. 50. c) restringe o entendimento da cidadania ao exercício dos direitos de
primeira geração – especialmente quanto à igualdade.
d) promove reflexão crítica em torno dos interditos proibitivos à cons-
trução de uma sociedade respeitosa para com as nuanças de
PROVA II - QUESTÕES DE FIXAÇÃO
sexo, gênero, raça e idade.
1. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) A Magna Carta, de 1215, e) contradiz a noção fundamental de extensão da cidadania a todos
instituiu a separação dos poderes ao declarar que o funcionamento do sem distinção – mulheres especialmente.
parlamento, um órgão que visa defender os súditos perante o rei, não pode
estar sujeito ao arbítrio deste.
2. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) A importância histórica do
habeas corpus, de 1679, consiste no fato de que essa garantia judicial,
instituída na Inglaterra para proteger a liberdade de locomoção, serviu de
modelo para a criação de outras formas de proteção das liberdades funda-
mentais, como o juicio de amparo, na América Latina.
3. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) A Constituição de Weimar PROVA SIMULADA III
foi o primeiro documento a afirmar os princípios democráticos na história
política moderna. QUESTÃO 01 – São direitos previstos na Declaração dos Direitos Humanos
4. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Os direitos fundamentais de 1948, exceto:
podem ser restringidos tanto por expressa disposição constitucional quanto a) Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
por norma infraconstitucional com fundamento na CF. dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras
com espírito de fraternidade.
5. (CESPE/2007/TSE/Técnico Judiciário - Adaptada) A propriedade é um
b) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito social, logo não está entre os direitos humanos.
direito de mudar de nacionalidade.
6. (CESPE/2007/TSE/Técnico Judiciário) Os direitos e garantias individu- c) As mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacio-
ais só podem ser invocados contra o Estado, pois foram concebidos em nalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma
relação a ele. família, com autorização dos pais.
7. (CESPE/2007/TSE/Técnico Judiciário - Adaptada) Os direitos sociais, d) Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
como o próprio nome indica, não figuram entre os direitos humanos. condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desempre-
go.
8. (CESPE/2007/Oficial do CBM-DF) Enquanto os direitos de 1ª geração
são (civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas, negati-
vas ou formais – realçam o princípio da liberdade, os direitos de 2ª geração QUESTÃO 02 - A Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal
(econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as liberdades comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo
positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da igualdade. de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente
9. (CESPE/2007/Prefeitura de Rio Branco-AC/Técnico de Gestão Pública - esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promo-
Adaptada) Os direitos humanos, previstos na CF/88 na forma de direitos ver o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
fundamentais, não são imputáveis aos estrangeiros que estejam em territó- progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu
rio brasileiro em viagem de turismo. reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os

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povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios d) Piso salarial proporcional à complexidade do trabalho.
sob sua jurisdição. Dentre os direitos previstos na DUDH é corretos afirmar:
a) Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competen- QUESTÃO 09 – Sobre os direitos políticos, marque a opção correta:
tes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que a) O voto é facultativo para os maiores de 18 anos e menores de 70
lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Os estrangeiros e os anos de idade.
índios que são amparados por leis próprias não estão sujeitos ao acesso b) O Voto é obrigatório aos maiores de 18 anos e aos maiores de 70
aos tribunais nacionais. anos de idade.
b) Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si c) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habita- d) Não é condição de elegibilidade a idade mínima exigida para o cargo.
ção, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou QUESTÃO 10 – A Lei 11.340/06 cria mecanismos para coibir e prevenir a
outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art.
c) Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas
comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana
seus benefícios, se o Estado autorizar. para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros
d) No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa gozará de tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil;
liberdade absoluta sem nenhuma interferência do Estado. dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulhe-
QUESTÃO 03 – São direitos dos Presos, exceto: res em situação de violência doméstica e familiar. Sobre a Lei 11.340/06 e
a) O cumprimento da pena em estabelecimentos distintos, de acordo correto afirmar:
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado. a) Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo
b) Ao trabalho forçado para diminuir a sua pena. dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à
c) O respeito à integridade física e moral. cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
d) Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação. comunitária.
b) O poder privado desenvolverá políticas que visem garantir os direitos
QUESTÃO 04 – Sobre os direitos dos presos é correto afirmar: humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
a) Será concedida a extradição de estrangeiro somente por crime políti- sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação,
co ou de opinião. exploração, violência, crueldade e opressão.
b) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e c) Na interpretação desta Lei, não serão considerados os fins sociais a
fundamentada de autoridade policial competente. que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres
c) A prisão legal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. em situação de violência doméstica e familiar.
d) O preso tem o direito à identificação dos responsáveis por sua prisão d) A violência doméstica e familiar contra a mulher não constitui uma das
ou por seu interrogatório policial. formas de violação dos direitos humanos.

QUESTÃO 05 – Os direitos e garantias fundamentais estão previstos na QUESTÃO 11 – Segundo a Lei 11.340/06, são formas de violência domés-
Constituição Federal de 1988 e em tratados e convenções internacionais tica e familiar contra a mulher, EXCETO:
ratificados pelo Brasil. São direitos previstos no artigo 5º da Constituição a) a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
Federal , exceto: integridade ou saúde corporal;
a) a lei somente excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou b) a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe
ameaça a direito. cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e
b) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
coisa julgada; ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constran-
c) não haverá juízo ou tribunal de exceção; gimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perse-
d) não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia guição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limita-
cominação legal; ção do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;
QUESTÃO 06 – Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, marque c) a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constran-
a alternativa correta: ja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
a) são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: o mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a
registro civil de nascimento e a certidão de óbito; comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
b) são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, todas impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimô-
as ações que versem sobre garantia dos direitos fundamentais. nio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
c) Somente no âmbito judicial, são assegurados a razoável duração do suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos
processo. sexuais e reprodutivos;
d) Os direitos e garantias expressos nesta Constituição excluem outros d) a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi-
decorrentes dos tratados internacionais em que a República Federativa do gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, ins-
Brasil seja parte. trumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, excluindo os destinados a satisfazer suas necessi-
QUESTÃO 07 – O artigo 6º da Constituição Federal de 1988 trata dos dades.
Direitos Sociais. Entre os direitos abaixo relacionados qual deles não cor-
responde aos Direitos Sociais do art. 6º da CF/88: QUESTÃO 12 – A Lei 9807/99 estabelece normas para a organização e a
a) Educação. manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemu-
b) Saúde. nhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a
c) Segurança. Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou
d) Justiça Gratuita. condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à
investigação policial e ao processo criminal. Poderá solicitar o ingresso no
QUESTÃO 08 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de programa, conforme estabelece a Lei, EXCETO:
outros que visem à melhoria de sua condição social, EXCETO: a) Presidente da República;
a) Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado. b) O interessado.
b) Décimo terceiro salário. c) A autoridade policial encarregada pela investigação
c) Repouso semanal remunerado, somente aos domingos. d) Representante do Ministério Público

Direitos Humanos 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b) Aquele que se omite em face da tortura quando tinha o dever de
QUESTÃO 13 – Em relação à Lei 9807 de 1999, podemos afirmar: evitá-las ou apurá-las, cumprirá a pena em regime fechado.
a) Toda admissão no programa ou exclusão dele será precedida de c) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
consulta ao Ministério Público e somente poderá se comunicada ao juiz do d) A condenação por tortura acarretará a perda do cargo, função ou
processo. emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da
b) Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja pena aplicada.
composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciá-
rio e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e Gabarito:
a defesa dos direitos humanos. 1–C
c) As medidas e providências relacionadas com os programas não 2–B
serão adotadas, executadas e mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos 3–B
agentes envolvidos em sua execução. 4–D
d) Os órgãos policiais não poderão prestar colaboração e apoio na 5–A
execução do programa. 6–A
7–D
QUESTÃO 14 - Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, 8–C
conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao 9–C
acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente 10 – A
com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração 11 – D
tenha resultado: 12 – A
a) a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação crimino- 13 – B
sa; 14 – A
b) a localização da vítima mesmo sem a sua integridade física preserva- 15 – C
da; 16 – B
c) a recuperação total do produto do crime somente. 17 – D
d) a concessão do perdão judicial não levará em conta a personalidade 18 - B
do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social
PROVA SIMULADA IV
do fato criminoso.
Acerca da afirmação histórica dos direitos humanos, ANALISE AS
QUESTÃO 15 - Constitui abuso de autoridade, exceto: ASSERTIVAS (QUESTÃO MODIFICADA)
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as
formalidades legais ou com abuso de poder; 1. A Magna Carta, de 1215, instituiu a separação dos poderes ao declarar
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constran- que o funcionamento do parlamento, um órgão que visa defender os súdi-
gimento não autorizado em lei; tos perante o rei, não pode estar sujeito ao arbítrio deste.
c) deixar de comunicar aos órgãos policiais competentes a prisão ou deten-
( ) Certo ( ) Errado
ção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que 2.Os sistemas das minorias e de mandatos, criados no âmbito das Nações
lhe seja comunicada; Unidas, garantiam que os habitantes pertencentes às minorias de determi-
nados países europeus enviassem petições ao Comitê de Minorias.
QUESTÃO 16 – Sobre a Lei 4898/65 é correto afirmar, exceto:
a) Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce ( ) Certo ( ) Errado
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que 3.A Declaração de Filadélfia é considerada a primeira carta política a atribu-
transitoriamente e sem remuneração. ir aos direitos trabalhistas o estatuto de direito fundamental, juntamente
b) O abuso de autoridade sujeitará o seu autor apenas à sanção admi- com as liberdades individuais e os direitos políticos.
nistrativa.
c) Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ( ) Certo ( ) Errado
ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou
4. A importância histórica do habeas corpus, de 1679, consiste no fato de
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou
que essa garantia judicial, instituída na Inglaterra para proteger a liberdade
militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
de locomoção, serviu de modelo para a criação de outras formas de prote-
d) A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do
ção das liberdades fundamentais, como o juicio de amparo, na América
abuso cometido e consistirá em: advertência; repreensão; suspensão do
Latina.
cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda
de vencimentos e vantagens; destituição de função; demissão; demissão, a ( ) Certo ( ) Errado
bem do serviço público.
5.A Constituição de Weimar foi o primeiro documento a afirmar os princípios
QUESTÃO 17 - Constitui crime de tortura, exceto: democráticos na história política moderna.
a) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, ( ) Certo ( ) Errado
causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação,
b) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, A respeito do desenvolvimento histórico dos direitos humanos e seus
causando-lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter declaração ou marcos fundamentais, ANALISE AS ASSERTIVAS (QUESTÃO MODIFI-
confissão da vítima; CADA)
c) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, 6. Os direitos fundamentais surgem todos de uma vez, não se originam de
causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão processo histórico paulatino.F
de natureza criminosa;
d) constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, ( ) Certo ( ) Errado
causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão de qualquer tipo de
7. Não há uma correlação entre o surgimento do cristianismo e o respeito à
discriminação.
dignidade da pessoa humana.F
QUESTÃO 18 - Sobre a Lei 9455/97 é correto afirmar, exceto: ( ) Certo ( ) Errado
a) Aquele que se omite em face da tortura quando tinha o dever de
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 8.As gerações de direitos humanos mais recentes substituem as gerações
de direitos fundamentais mais antigas.

Direitos Humanos 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


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( ) Certo ( ) Errado tência social, trabalho, moradia, meio ambiente saudável, alimentação,
cultura e lazer, assim como de estabelecer propostas voltadas para a
9. A proteção dos direitos fundamentais é objeto também do direito interna- educação e sensibilização de toda a sociedade brasileira, visando à cons-
cional. trução e consolidação de uma cultura de respeito aos direitos humanos.
( ) Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado
10.A ONU é o órgão responsável pela UDHR e pela Declaração Americana 20.Com relação à Política Nacional contra as Práticas de Discrimina-
de Direitos. ção Racial, julgue o próximo item.
( ) Certo ( ) Errado O Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial é uma forma de
11. A dignidade da pessoa humana é um fundamento da República Federa- organização e de articulação voltada à implementação do conjunto de
tiva do Brasil. políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existen-
tes no país, de responsabilidade exclusiva do poder público federal.
( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
12. Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-
Geral da República, com a finalidade de assegurar cumprimento de obriga- GABARITO
ções decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais 1) E 2) E 3) E 4) C 5) E 6) E 7) E 8) E 9) C 10) E
o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em qualquer fase do
11) C 12) C 13) C 14) E 15) E 16) C 17) E 18) E 19) E 20)E
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a
justiça federal.
( ) Certo ( ) Errado DIREITOS FUNDAMENTAIS – TEORIA GERAL
A CF, visando eliminar todas as formas de discriminação na sociedade 01 (TRF3 – 13) 9. Sobre os direitos e garantias fundamentais, é correto
brasileira, estabelece alguns valores e medidas para assegurar igual- afirmar-se que:
dade entre as pessoas. Com relação à discriminação racial, julgue o a) os de primeira geração são denominados direitos negativos, de absten-
item subsecutivo. ção, focados no princípio da igualdade e fraternidade universal;
13. A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacio- b) os de segunda geração, ao contrário, enfatizam o princípio da liberdade
nais, pelo repúdio ao racismo. do cidadão em face do Estado, a busca de melhores condições de vida, a
criação de políticas sociais de intervenção contra o arbítrio da liberdade
( ) Certo ( ) Errado individual;
14.Constitui discriminação racial toda distinção, exclusão, restrição ou c) as garantias têm caráter instrumental, são meios destinados a assegurar
preferência que, fundada em raça, cor, descendência ou origem nacional o exercício dos direitos, preservá-Ios ou repará-Ios, quando violados, como
ou étnica, objetive anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, ocorre quando, no artigo 5°, X, da Constituição Federal, é assegurado o
em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais direito à indenização, pelo dano material ou moral decorrente da violação
nos campos político, econômico, social, cultural, ou em qualquer outro dos direitos à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas;
campo da vida pública ou privada, constituindo a prática do racismo crime d) têm como características essenciais a temporariedade, excepcionalida-
inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de detenção. ( de, irrenunciabilidade e concorrência.

( ) Certo ( ) Errado 02 (DPESP – 2007) Direitos e Garantias Fundamentais.


I. A Constituição Federal deu enorme relevância a esses direitos assegu-
Considerando que a Política Nacional de Direitos Humanos é respon-
rando-os de maneira quase absoluta, mas certas conturbações sociais
sável pelo desenvolvimento de políticas públicas para a afirmação dos
podem desencadear a necessidade de supressão temporária de certos
direitos humanos na sociedade brasileira, assinale a opção correta
direitos no atendimento do interesse do Estado e das instituições democrá-
acerca dos programas nacionais de direitos humanos (PN-
ticas.
DHs).(questão modificada)
II. A Constituição Federal compreende-os como sendo os direitos individu-
15. A implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos ais e os direitos coletivos previstos no artigo 5o, excluindo dessa categoria
visa fortalecer os direitos humanos como instrumento transversal das os direitos sociais e os direitos políticos.
políticas públicas e revisar a legislação sobre abuso de autoridade e desa- III. Os direitos republicanos têm surgido na doutrina como uma nova cate-
cato à autoridade, conforme definido no PNDH-1. goria onde o cidadão passa a pensar no interesse público explicitamente
para fazer frente à ofensa à coisa pública, como o nepotismo, a corrupção,
( ) Certo ( ) Errado bem como às políticas de Estado que, a pretexto de se caracterizarem
16. O PNDH-3 apresenta propostas para o aperfeiçoamento do poder como públicas, na verdade podem atender a interesses particulares inde-
público no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção ao crime e à fensáveis.
violência, reforçando a noção de acesso universal à justiça como direito (A) Somente a afirmativa I está correta.
fundamental. (B) Somente a afirmativa II está correta.
(C) Somente a afirmativa III está correta.
( ) Certo ( ) Errado (D) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
17 O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e (E) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
Proteção do Trabalhador Adolescente tem por finalidade coordenar as
diversas formas de intervenção estabelecidas no PNDH-2, de forma a 03 (DPESP – 2007) A respeito da relação entre o jusnaturalismo e o juspo-
assegurar a eliminação do trabalho infantil. sitivismo, o Direito Internacional dos Direitos Humanos consagra a noção,
segundo a qual
( ) Certo ( ) Errado (A) o reconhecimento dos direitos humanos nas Constituições caracteriza a
transição da fundamentação daqueles, do direito natural ao direito positivo.
18.O PNDH-2 prevê ações em prol do direito à memória e à verdade, que (B) só se pode admitir a formulação de novos direitos humanos por parla-
incluem a promoção da apuração e do esclarecimento público das viola- mentos legitimamente eleitos, tendo em vista o primado da soberania
ções de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política estatal, atualmente.
ocorrida no Brasil, com o propósito de promover a reconciliação nacional. (C) é recomendável a positivação dos direitos humanos sem, contudo,
( ) Certo ( ) Errado olvidar sua fundamentação no Direito Natural, permitindo o paulatino reco-
nhecimento de
19.O PNDH-1 foi lançado em 1996 com o objetivo de estabelecer ações novos direitos.
específicas para garantir o direito a educação, saúde, previdência e assis-

Direitos Humanos 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(D) é irrelevante seu reconhecimento pela legislação interna dos países, A) Uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que
considerando que os direitos humanos são inerentes ao ser humano. criem compromissos gravosos à União, são automaticamente incorporados
(E) os direitos humanos, historicamente fundados no Direito Natural, neces- visto que são aprovados por parlamento comunitário.
sitam ser reconhecidos pelo Direito Positivo para se tornarem exigíveis. B) Após firmados, os tratados passam a gerar obrigações imediatas, não
GABARITO: 01-C, 02-E, 03-C podendo os Estados se eximir de suas responsabilidades por razões de
direito interno.
INTERPRETAÇÃO (CONSTITUICIONAL) DOS DIREITOS HUMANOS C) Uma vez ratificados pelo Congresso Nacional, os tratados passam, de
01 (DPESP – 2009). De acordo com o Direito Internacional dos Direitos imediato, a compor o direito brasileiro.
Humanos, no tocante à interpretação, em caso de conflito, das normas D) Aprovados por decreto legislativo no Congresso Nacional, os tratados
definidoras de direitos e garantias, podem ser promulgados pelo presidente da República.
(A) prevalece sempre a norma interna. GABARITO: 01-D, 02-A, 03-B, 04-D
(B) norma posterior derroga a anterior.
(C) norma especial derroga a geral no que apresenta de específico. SISTEMA DE PROTEÇÃO (REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS)
(D) prevalece sempre a norma mais benéfica à pessoa humana. 01 (MPSP – 86) “Qualquer cidadão, no pleno gozo de seus direitos políti-
(E) prevalece sempre a norma internacional. cos, pode invalidar atos ou contratos administrativos ilegais ou lesivos ao
patrimônio da União, Distrito Federal e Municípios”.
02 (DESP – 2009). “A Constituição tem compromisso com a efetivação de Essa afirmação refere-se a
seu núcleo básico (direitos fundamentais), o que somente pode ser pensa- (A) Mandado de segurança.
do a partir do desenvolvimento de programas estatais, de ações, que (B) Habeas Data.
demandam uma perspectiva não teórica, mas sim concreta e pragmática e (C) Ação popular.
que passe pelo compromisso do intérprete com as premissas do constitu- (D) Ação de improbidade administrativa.
cionalismo contemporâneo.” Este enunciado diz respeito à (E) Mandado de injunção.
(A) implementação de políticas públicas e ao neoconstitucionalismo.
(B) desconstitucionalização dos direitos sociais e à interpretação aberta da 02 (TJSP – 182) O Habeas Data
sociedade de Häberle. (A) é da competência originária do Supremo Tribunal Federal, quando
(C) petrificação dos direitos sociais e à interpretação literal de Savigny. impetrado contra ato de Ministro de Estado.
(D) ilegitimidade do controle jurisdicional e ao ativismo judicial em direitos (B) será concedido para assegurar o conhecimento de informações relati-
sociais. vas à pessoa do impetrante, ou de membros do Congresso Nacional,
(E) constituição reguladora de Juhmann e ao método hermenêutico clássi- constantes dos registros de entidades governamentais.
co. (C) será concedido para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-
GABARITO: 01-D, 02-A lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
(D) é da competência originária do Superior Tribunal de Justiça, quando
TRATADOS INTERNACIONAIS impetrado contra ato do Tribunal de Contas da União.
01 (DPESP – 2009). A incorporação, no Brasil, de um tratado internacional
de direitos humanos exige a 03 (OAB – 2009.1) No que se refere aos remédios constitucionais, assinale
(A) ratificação pelo presidente da República e a edição de um decreto de a opção correta.
execução. A) A doutrina brasileira do habeas corpus, cujo principal expoente foi Rui
(B) assinatura do tratado, sua aprovação pelo Poder Legislativo, sua ratifi- Barbosa, conferiu grande amplitude a esse writ, que podia ser utilizado,
cação pelo presidente da República e a edição de um decreto de execução. inclusive, para situações em que não houvesse risco à liberdade de loco-
(C) ratificação pelo presidente da República. moção.
(D) assinatura do tratado, sua aprovação pelo Poder Legislativo e sua B) O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciário, independente-
ratificação pelo presidente da República. mente de prévio requerimento na esfera administrativa.
(E) aprovação pelo Poder Legislativo e a ratificação pelo presidente da C) A ação popular pode ser ajuizada por qualquer pessoa para a proteção
República. do patrimônio público estatal, da moralidade administrativa, do meio ambi-
ente e do patrimônio histórico e cultural.
02 (OAB – 2009.3) Os tratados internacionais sobre direitos humanos D) A ação civil pública somente pode ser ajuizada pelo MP, segundo de-
firmados pela República Federativa do Brasil serão equivalentes às emen- termina a CF.
das constitucionais, se forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, 04 (OAB – 2008.3) Assinale a opção incorreta acerca dos remédios consti-
A) em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. tucionais
B) em dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos mem- A) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
bros. constituída e em funcionamento há pelo menos um ano têm legitimação
C) em único turno, por maioria absoluta dos votos dos respectivos mem- ativa para impetrar mandado de segurança coletivo em defesa dos interes-
bros. ses de seus membros ou associados.
D) em único turno, por três quintos dos votos dos respectivos membros. B) A ação popular só pode ser proposta de forma repressiva, sendo incabí-
vel, assim, sua proposição antes da consumação dos efeitos lesivos de ato
03 (TJSP – 182) Os tratados e as convenções internacionais sobre direitos contra o patrimônio público.
humanos celebrados pelo Brasil C) No habeas data, o direito do impetrante de receber informações constan-
(A) serão imediatamente incorporados ao direito nacional, com a natureza tes de registros de entidades governamentais ou de caráter público é
de emenda constitucional. incondicionado, não se admitindo que lhe sejam
(B) equivalerão às emendas constitucionais quando forem aprovados, em negadas informações sobre sua própria pessoa.
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos D) O mandado de segurança pode ser proposto tanto contra autoridade
votos dos respectivos membros. pública quanto contra agente de pessoas jurídicas privadas no exercício de
(C) vigerão, no Brasil, após o exequatur do Supremo Tribunal Federal. atribuições do poder público.
(D) equivalerão às emendas constitucionais quando aprovados pelo Sena-
do Federal, em dois turnos, pela maioria 05 (OAB – 2008.1) No que diz respeito aos direitos fundamentais, assinale
a opção correta.
04 (OAB – 2008.3) Tratados são, por excelência, normas de direito interna- A) São gratuitas as ações de habeas corpus, habeas data e o mandado de
cional público. No modelo jurídico brasileiro, como nas demais democracias injunção.
modernas, tratados passam a integrar o direito interno estatal, após a B) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer
verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, assinale partido político.
a opção correta, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro. C) O Estado deve prestar assistência jurídica integral e gratuita a todos.

Direitos Humanos 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


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D) O direito de qualquer cidadão propor ação popular é previsto constitu- 05 (MPSP – 86) Considerando que o Brasil é signatário da Convenção
cionalmente. Americana de Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San
José da Costa Rica, assinale a alternativa correta.
06 (JTSP – 181) Diretor de sociedade de economia mista da qual o Municí- (A) O Brasil está sujeito à jurisdição contenciosa da Corte Interamericana
pio participa pratica ato lesivo ao patrimônio da empresa. A anulação do ato de Direitos Humanos, porque se trata de cláusula obrigatória da Conven-
pode ser pleiteada ção.
(A) em ação popular proposta por qualquer pessoa residente no País. (B) A competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos está
(B) em ação popular proposta por qualquer cidadão. limitada à emissão de sentença declaratória por violações da Convenção.
(C) apenas pelos que foram prejudicados pelo ato. (C) A cláusula da Convenção relativa à jurisdição obrigatória da Corte é
(D) em mandado de segurança impetrado por qualquer pessoa residente no facultativa e o Brasil a ela não aderiu até hoje.
Município. (D) O Brasil sujeitou-se voluntariamente à jurisdição da Corte e pode ser
GABARITO: 01-C, 02-C, 03-A, 04-B, 05-D, 06-B condenado à obrigação de fazer cessar as violações à Convenção e inde-
nizar as vítimas.
SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO (E) A Constituição Federal não permite a sujeição do Brasil à jurisdição de
01 (DPESP – 2009). As decisões proferidas pela Corte Interamericana de Tribunais Internacionais.
Direitos Humanos, quando não implementadas pelo Estado brasileiro,
(A) podem ser executadas como título executivo judicial perante a vara 06 (OAB – 2008.1) Acerca de tribunais internacionais e de sua repercus-
federal competente territorialmente. são, assinale a opção correta.
(B) podem ser executadas como título executivo judicial perante o Supremo A) O Tribunal Penal Internacional prevê a possibilidade de aplicação da
Tribunal Federal. pena de morte, ao passo que a Constituição brasileira proíbe tal aplicação.
(C) servirão para que a Assembléia Anual da Organização das Nações B) O § 4.º do art. 5.º da Constituição Federal prevê a submissão do Brasil à
Unidas advirta o Estado brasileiro jurisdição de tribunais penais internacionais e tribunais de direitos huma-
pelo descumprimento da Convenção Americana de Direitos Humanos. nos.
(D) podem ser executadas como título executivo judicial perante a vara C) O Estatuto de Roma não permite reservas nem a retirada dos Estados-
federal competente territorialmente, desde que homologadas pelo Supremo membros do tratado.
Tribunal Federal. D) O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, estabele-
(E) servirão para que o Estado brasileiro sofra sanções internacionais, ce uma diferença entre entrega e extradição, operando a primeira entre um
como a vedação à obtenção de financiamentos externos. Estado e o mencionado tribunal e a segunda, entre Estados.

02 (DPESP – 2009). No Sistema Interamericano de Direitos Humanos, 07 (DPESP – 2007) Defensor Público levou caso de violação de direitos
pessoas e organizações não-governamentais podem peticionar diretamente humanos, ocorrido em São Paulo, ao conhecimento da Comissão Intera-
(A) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri- mericana de Direitos Humanos, que a entendeu pertinente. Contudo, o
cana de Direitos Humanos, a esta última somente para solicitar medidas Estado brasileiro não cumpriu as recomendações respectivas. Diante de tal
provisórias em casos que já estejam sob sua análise. situação, o Defensor Público
(B) somente à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. (A) deve peticionar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos reque-
(C) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri- rendo a remessa do caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos,
cana de Direitos Humanos, a esta última somente para solicitar medidas para que o Brasil seja formalmente condenado.
provisórias (B) deve requerer à Corte Interamericana de Direitos Humanos que seja o
(D) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri- caso trazido à sua apreciação, para que o Brasil seja formalmente conde-
cana de Direitos Humanos. nado.
(E) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Corte Interameri- (C) pode quedar inerte, pois a remessa do caso pela Comissão Interameri-
cana de Direitos Humanos, a esta última somente como instância recursal cana de Direitos Humanos à Corte Interamericana de Direitos Humanos é
das decisões proferidas pela Comissão Interamericana de Direitos Huma- automática nestes casos.
nos. (D) pode requerer a homologação da decisão da Comissão Interamericana
de Direitos Humanos perante o Supremo Tribunal Federal, nos termos do
03 (DPESP – 2009). O denominado “Sistema ONU” de proteção dos direi- artigo 483 do Código de Processo Civil, para posterior execução.
tos humanos inclui (E) deve peticionar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para
(A) o Conselho de Direitos Humanos e o Tribunal Penal Internacional. que oficie diretamente o Governo do Estado de São Paulo para que cumpra
(B) o Conselho de Direitos Humanos, os altos comissários, os relatores suas recomendações.
especiais, os comitês criados pelos tratados internacionais e o Tribunal
Penal Internacional. 08 (DPESP -2007) A respeito do Tribunal Penal Internacional, é INCORRE-
(C) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, a Corte Européia de TO afirmar:
Direitos Humanos e a Corte Africana de Direitos Humanos. (A) Sua jurisdição é adicional e complementar à dos Estados, cabendo a
(D) o Conselho de Direitos Humanos, os altos comissários, os relatores estes a responsabilidade primária quanto ao julgamento das violações de
especiais, os comitês criados pelos tra tados internacionais e a Corte direitos humanos.
Internacional de Justiça. (B) Suas penas estão limitadas à prisão por 30 anos, podendo ser aplicada
(E) o Conselho de Direitos Humanos, Corte Internacional de Justiça e o excepcionalmente a pena de morte, quando justificada pela extrema gravi-
Tribunal Penal Internacional. dade do crime e pelas circunstâncias pessoais do condenado.
(C) Além de sanções de natureza penal, pode determinar a reparação às
04 (DPESP – 2009). O Tribunal Penal Internacional tem competência para vítimas de crimes e respectivos familiares.
julgar pessoas (D) Tem competência para apreciar denúncias de cometimento de crimes
(A) acusadas de crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio, contra os direitos humanos praticados por agentes públicos, sem distinções
ocorridos a partir da entrada em vigor do Estatuto de Roma, em 2002. baseadas em cargo oficial.
(B) acusadas de crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio, (E) Tem natureza permanente e pode ser acionado em face do cometimen-
ocorridos a partir da entrada em vigor do Estatuto de Roma, em 1998. to dos crimes contra a humanidade, de genocídio, e de guerra, os quais
(C) acusadas de crimes de guerra, contra a humanidade, genocídio e obedecem aos princípios da legalidade e anterioridade penal.
terrorismo.
(D) e Estados acusados de crimes de guerra, contra a humanidade, geno- 09 (DPESP – 2007) O Caso Velasquez Rodriguez, julgado pela Corte
cídio e terrorismo. Interamericana de Direitos Humanos em 1988, tem relevância histórica
(E) e Estados acusados de crimes de guerra, contra a humanidade e geno- porque o tribunal
cídio.

Direitos Humanos 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) estabeleceu que os Estados têm o dever de prevenir, investigar e punir _______________________________________________________
violações de direitos humanos enunciados na Convenção Americana de
Direitos Humanos. _______________________________________________________
(B) ordenou, pela primeira vez, medidas provisórias para garantir a vida e a _______________________________________________________
integridade física da vítima.
(C) consolidou o entendimento de que leis de anistia são incompatíveis com _______________________________________________________
a Convenção Americana de Direitos Humanos. _______________________________________________________
(D) fixou os parâmetros para o pagamento de indenização em caso do
desaparecimento forçado de pessoas. _______________________________________________________
(E) entendeu, pela primeira vez, que os direitos previstos no Protocolo de
São Salvador têm exigibilidade imediata.
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GABARITO: 01-A, 02-A, 03-B, 04-A, 05-D, 06-D, 07-C, 08-B, 09-A _______________________________________________________
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Direitos Humanos 66 A Opção Certa Para a Sua Realização

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