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Os Direitos Humanos abarcam a maneira pela qual cada um de nós gostaria de ser
tratados pelos nossos pares, com respeito e igualdade. Além disso, trata-se do direito de ser
respeitado por suas ideias e atitudes., engloba o direito de falar o que se pensa (liberdade de
pensamento) e o de professar a sua fé (liberdade religiosa), fundamentando-se na dignidade da
pessoa humana.
Nesse sentido, os Direitos Humanos abarcam os seguintes conceitos
fundamentais:
Os Direitos Humanos são aplicáveis igualitariamente a todos aqueles pertencentes
à espécie humana em qualquer lugar, independentemente de cor, etnia, país, governo, classe
social, idade etc. TODOS TÊM, EXATAMENTE, OS MESMOS DIREITOS!! Não há castas,
separação e diferenciação entre os humanos (todos são iguais perante a lei).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento que elenca os
direitos inerentes à condição humana. Não tem força de lei, mas com caráter de recomendação
a todos os países integrantes da Organização das Nações Unidas – ONU.
No início da conformação de nossas sociedades, os direitos humanos não existiam.
Diversas cidades guerreavam entre si, sendo que os ganhadores vendiam os vencidos como
escravos e praticavam as mais variadas barbaridades.
A Magna Carta de 1215 limitou o poder monárquico. Este documento é
considerado o 1º instrumento de defesa dos indivíduos e referência para os futuros tratados sobre
direitos humanos.
Os ideais ILUMINISTAS fundamentaram revoltas populares dentre as quais se
destacam a REVOLUÇÃO FRANCESA, de caráter UNIVERSAL (LIBERDADE, IGUALDADE E
FRATERNIDADE) e a REVOLUÇÃO AMERICANA.
O Petition of Rights (07 de junho de 1628 na Inglaterra) foi o documento que
impôs ao soberano restrições, como a cobrança e/ou aumento de impostos sem a autorização
parlamentar, a prisão de indivíduos sem julgamento justo e à lei marcial. Portanto, os pontos
insertos no “Petition of Rights” submetiam e condicionavam a autoridade do Rei ao controle e
autorização do Parlamento Inglês.
O Habeas Corpus Act de 1679 protegeu a liberdade de locomoção sendo que se
encontra presente no ordenamento jurídico de diversos países até os dias atuais.
O Bill of Rights foi o documento que buscava blindar a liberdade, a vida, a
propriedade privada e o poder parlamentar.
O fim da 2ª grande guerra e a criação das Nações Unidas foram o 3º marco
histórico na evolução dos Direitos Humanos, juntamente com o Iluminismo e a Revolução
Francesa.
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DIREITOS HUMANOS – TEORIA E EXERCÍCIOS
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos não é vinculante, não tem força de
lei, mas guarda apenas um caráter enunciativo, de recomendação e princípios gerais a serem
aplicáveis por cada Estado.
Da Declaração Universal dos Direitos Humanos, decorrem 3 princípios
fundamentais:
1) Inviolabilidade da pessoa humana;
2) Autonomia da pessoa humana;
3) Dignidade da pessoa humana.
Fundamentos dos Direitos Humanos:
• Positivistas;
• Jusnaturalistas.
POSITIVISMO:
a) Mutável;
b) Caráter coercitivo das normas;
c) Foco na efetividade dos direitos humanos
JUSNATURALISMO:
a) Indivíduo como centro e fundamento absoluto dos direitos humanos;
b) Foco na dignidade do ser humano;
c) Os direitos humanos independem da cultura e da história específica de cada povo;
d) Os direitos humanos já existiam antes mesmo da positivação das normas.
O UNIVERSALISMO adere ao JUSNATURALISMO e o RELATIVISMO ao
POSITIVISMO.
UNIVERSALISMO:
a) Direitos humanos acima da Lei, da cultura e do Estado;
b) Considera plausível a aplicação da coercitividade para obrigar um Estado soberano a seguir
os ditames insertos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
RELATIVISMO:
a) O Direito é uma produção cultural dependente do desenvolvimento dos povos na história;
b) Considera necessário respeitar o multiculturalismo e a soberania dos povos;
c) Contra a universalização dos direitos humanos.
Historicamente, com o surgimento dos direitos humanos sobreveio a necessidade de
mitigar o poder estatal, em face da proteção dos direitos da pessoa humana. Assim, em um 1º
momento, os direitos humanos surgiram como tutela às liberdades individuais, resguardando as
pessoas das ações abusivas do Estado.
Dessa forma, foi imposto ao Estado as liberdades NEGATIVAS, ou seja, o dever de
abster-se e de não interferir nas liberdades individuais. Com o aparecimento dos direitos
humanos, houve uma ampliação da autonomia do indivíduo.
A Emenda Constitucional 45/2004 introduziu no art. 5º, § 3º, os tratados e
convenções internacionais de DIREITOS HUMANOS com status de emenda constitucional, caso
sejam aprovados formalmente pelas 2 Casas do Congresso Nacional (Senado e Câmara), em 2
Turnos, por 3/5 dos votos dos membros.
Assim, para que os tratados e convenções internacionais de Direitos Humanos
tenham status de emendas constitucionais, devem-se preencher os seguintes requisitos:
a) Ser aprovados pelas 2 Casas do Congresso Nacional (Senado e Câmara);
b) 2 Turnos de votação (não votação única);
c) Aprovação por pelo menos 3/5 dos votos dos membros de cada Casa
Legislativa.
INFLUÊNCIA DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
INTERNACIONAL INTERNA
• Influência a construção de • Fundamenta a jurisprudência de
tratados que protegem os Tribunais como, por exemplo, o STF;
Direitos Humanos. • Os Direitos presentes em seu texto
serviram de molde para diversos artigos
de nossa Constituição;
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• Serve como modelo de cunho valorativo
para a interpretação dos normativos
pátrios que disponham sobre Direitos
Humanos;
• Quando seguem o mesmo trâmite de
aprovação das emendas
constitucionais, os tratados e
convenções internacionais sobre direitos
humanos adquirem a força de normas
constitucionais (não apenas
infraconstitucionais).
GERAÇÃO/DIMENSÃO DIREITOS
CIVIS E POLÍTICOS - fundamentados na LIBERDADE (são os
1ª direitos e garantias individuais e políticos clássicos - liberdades
públicas)
2ª SOCIAIS, ECONÔMICOS e CULTURAIS
SOLIDARIEDADE OU FRATERNIDADE (Direito ao meio ambiente, ao
3ª
Desenvolvimento e à Paz).
Cabe informar que parte da doutrina incluiu mais 2 gerações/dimensões de
direitos fundamentais:
GERAÇÃO/DIMENSÃO DIREITOS
4ª Democracia, informação e pluralismo
5ª Direito à PAZ
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CARACTERÍSTICAS como inerentes aos DIREITOS HUMANOS:
CARACTERÍSTICA CONCEITO
Alcançam a todos os seres humanos,
indistintamente, independente de sua raça, sexo,
UNIVERSALIDADE; cor, nacionalidade, credo ou convicção. Todo e
GENERALIDADE; qualquer ser humano é sujeito ativo desses
IMPESSOALIDADE direitos, podendo pleiteá-lo em qualquer foro
nacional ou internacional (parágrafo 5º da
Declaração e Programa de Ação de Viena de 1993).
Não podem ser analisados separadamente
(ISOLADAMENTE). Compõem um único conjunto
INDIVISIBILIDADE
de direitos (parágrafo 5º da Declaração e Programa
de Ação de Viena de 1993).
Os direitos estão vinculados uns aos outros
INTERDEPENDÊNCIA (parágrafo 5º da Declaração e Programa de Ação
de Viena de 1993).
Os direitos humanos e os sistemas de proteção
inter-relacionam-se, possibilitando às pessoas
escolherem entre o mecanismo de proteção global
INTER-RELACIONARIDADE
ou regional, pois não há hierarquia entre eles
(parágrafo 5º da Declaração e Programa de Ação
de Viena de 1993).
Tais direitos não se perdem com o passar do
tempo, com o decurso de prazo. Os direitos
IMPRESCRITIBILIDADE humanos não sofrem alterações com o decurso do
tempo, pois têm caráter ETERNO. São anteriores,
concomitantes e posteriores aos indivíduos.
INDIVIDUALIDADE Podem ser exercidos por apenas 1 indivíduo.
Os direitos humanos devem ser interpretados em
COMPLEMENTARIDADE
conjunto, NÃO havendo HIERARQUIA entre eles.
Os direitos humanos podem ser exercidos
simultaneamente, não encontrado limitações nos
demais direitos. Assim, havendo conflito entre
RELATIVIDADE
direitos é necessária uma solução que ajuste os
direitos envolvidos (ponderação dos direitos em
questão).
Não podem ser violados por leis
infraconstitucionais, nem por ato de autoridade do
Poder Público, sob pena de responsabilidade civil,
INVIOLABILIDADE
penal e administrativa. Os direitos humanos não
podem ser descumpridos ou violados por nenhuma
pessoa ou autoridade.
Não se pode dispor desses direitos (abrir mão,
INDISPONIBILIDADE
renunciar).
Os direitos humanos não podem ser vendidos,
transferidos ou, de qualquer forma, negociados.
Ou seja, não existe possibilidade de transferência,
INALIENABILIDADE a qualquer título (seja a título gratuito ou oneroso),
desses direitos. Nesse sentido, não podem ser
objeto de comércio ou transferidos de indivíduo
para indivíduo.
Os direitos humanos apresentam natureza
histórica, advindo do Cristianismo, superando
HISTORICIDADE
diversas revoluções até chegarem aos dias atuais.
Estão vinculados ao desenvolvimento histórico e
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cultural do ser humano.
Deles não pode haver renúncia, pois ninguém pode
abrir mão da própria natureza. Não se pode
renunciar aos direitos humanos. Eles são
IRRENUNCIABILIDADE
inerentes à pessoa humana. Ressalte-se que
essa é uma discussão que gera muita controvérsia.
Exemplos: Eutanásia e aborto.
O Estado não pode proteger menos do que já
protege. Uma vez estabelecidos os direitos
humanos, não se admite o retrocesso visando a sua
VEDAÇÃO DO RETROCESSO limitação ou diminuição (art. 4º, parágrafo 3º,
da Convenção Americana sobre Direitos Humanos –
não se pode restabelecer a pena de morte nos
Estados que a hajam abolido).
Os direitos humanos são inerentes ou inatos
INERÊNCIA (naturalmente ligados) aos seres humanos, desde a
sua concepção e nascimento com vida.
O Estado deve garantir a efetivação dos direitos
humanos (no mínimo, os direitos civis e políticos).
EFETIVIDADE Ou seja, o Poder Público constituído deve criar
mecanismos coercitivos para a garantia dos
direitos humanos.
Os direitos humanos são essenciais por excelência,
na medida em que são inerentes ao ser humano,
tendo por base os valores supremos do homem e
sua dignidade (aspecto material), assumindo
posição normativa de destaque (aspecto formal).
São essenciais aos seres humanos, podendo ser
dividido em:
• Direitos Humanos MATERIAIS -constituem
ESSENCIALIDADE
a dignidade da pessoa humana)
• Direitos Humanos FORMAIS - prevalecem
em face da legislação interna para
proteger as pessoas – art. 7º, parágrafo
7º da Convenção Americana de Direitos
Humanos – prisão civil só para devedor de
alimentos – RE 466.343 e Súmula
Vinculante 25).
ATENÇÃO!!! Os direitos humanos NÃO são
ABSOLUTOS, pois sofrem restrições nos
momentos constitucionais de crise (Liberdade
ambulatória x Estado de Sítio) e também frente aos
interesses ou direitos que, acaso confrontados,
sejam mais importantes (Princípio da
Ponderação). Desse modo, os direitos humanos
LIMITABILIDADE
podem ser limitados em situações
excepcionais previstas nas legislações, como, por
exemplo, a prisão de um indivíduo que cometeu um
delito (limitação da liberdade de ir e vir). No Brasil,
é possível limitar o direito de reunião nos casos de
estado de defesa e de estado de sítio (artigos 136 e
139 da CF/88, respectivamente).
São inesgotáveis no sentido de que podem ser
expandidos, ampliados, sendo que a qualquer
INESGOTABILIDADE OU
tempo podem surgir novos direitos (vide art. 5º,
INEXAURIBILIDADE
parágrafo 2º, da C.F.). Os direitos humanos não
são elencados em um rol fechado ou limitado,
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podendo ser ampliados de acordo com a evolução
histórica da sociedade.
Os direitos fundamentais podem ser exercidos de
forma acumulada, quando, por exemplo, um
jornalista transmite uma notícia e expõe sua
CONCORRÊNCIA opinião (liberdade de informação + comunicação +
opinião). É possível o seu exercício concomitante
ou simultaneamente (direito de reunião e
manifestação, entre outros).
As primeiras bases fundamentais para a tripartição dos poderes e, por conseguinte,
para o sistema de “checks and balances” foram lançadas por Aristóteles, em sua obra Política.
O pensador grego vislumbrava a existência de 3 funções distintas exercidas pelo poder soberano:
• a função de editar normas gerais a serem observadas por todos (Poder
Legislativo);
• a de aplicar as referidas normas no caso concreto (Poder Executivo);
• e a função de julgamento, dirimindo os conflitos oriundos da execução das
normas gerais nos casos concretos (Poder Judiciário).
Tendo em vista o exposto, a separação dos poderes é um princípio fundamental
que impacta vigorosamente em nossa Lei Maior (CF). Nessa direção, são os seguintes alguns
exemplos de delimitação de poder abraçados por nossa Constituição de 1988:
• O controle de constitucionalidade das leis e atos normativos do Poder Público
(exercido pelo Judiciário);
• O poder dos chefes do Executivo em vetar projetos de lei aprovados pelo
Congresso Nacional, quando esses forem inconstitucionais ou contrários ao
interesse público;
• Iniciativa de leis do Executivo e o poder de criar seus próprios regimentos
internos do Judiciário;
• Poder fiscalizatório do Legislativo, que tem mecanismo de controle e
investigação de atos dos outros poderes;
• Poder de emenda de projetos de lei do Executivo, além do poder de rejeição
do veto do chefe do Executivo;
• Participação na nomeação de Membros do Poder Judiciário pelo Poder
Executivo e Legislativo (Ex: nomeação pelo Presidente da República e sabatina
no Senado Federal).
Podemos definir a institucionalização dos direitos e garantias fundamentais
como os meios de FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO de POLÍTICAS PÚBLICAS E
PROGRAMAS para PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. Portanto, quando se fala na
institucionalização dos direitos, estamos querendo se referir aos instrumentos que pretendem
concretizar os direitos e garantias fundamentais que a nossa CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1988 estabeleceu.
Vimos que esses instrumentos compreendem os programas nacionais de
direitos humanos (PNDH) e os órgãos competentes para o planejamento e a implementação
dessas políticas públicas (SDH/PR, CDDPH, ONDH...).
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) é o
órgão responsável pela articulação interministerial e intersetorial das políticas de promoção
e proteção aos Direitos Humanos no Brasil. Criada em 1997 dentro da estrutura do Ministério
da Justiça, foi elevada ao status de MINISTÉRIO em 2003, por meio da Lei nº
10.683/2003. Em 2010, esta Secretaria ganhou o atual nome.
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CDDPH - é um órgão
colegiado, criado pela Lei nº 4.319/1964, situado na estrutura da SDH/PR, com
representantes de setores representativos, ligados aos direitos humanos, e com importância
fundamental na promoção e defesa dos direitos humanos no País.
Vimos que um cuidado que o candidato ter é que a Lei de criação do CDDPH (1964) previa ser
esse Conselho integrante da estrutura do Ministério da Justiça. Ocorre que com a elevação da
Secretaria de Direitos Humanos ao nível de ministério, logicamente, o CDDPH foi
incorporado à estrutura daquela Secretaria por força do art. 24, § 2º, da Lei nº
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10.683/2003.
De forma resumida, observamos que o Conselho tem por principal atribuição
receber denúncias e investigar, em conjunto com as autoridades competentes locais, violações
de direitos humanos de especial gravidade com abrangência nacional, como chacinas,
extermínio, assassinatos de pessoas ligadas a defesa dos direitos humanos, massacres, abusos
praticados por operações das polícias militares, etc. Para tanto, o Conselho constitui comissões
especiais de inquérito e atua por meio de resoluções.
A ONDH é um órgão de assistência direta e imediata da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, que tem por competência legal exercer as funções de
Ouvidoria Geral:
• Da cidadania;
• Da criança;
• Do adolescente;
• Da pessoa com deficiência;
• Do idoso;
• De LGBT;
• E de outros grupos sociais mais vulneráveis.
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos poderá agir de ofício sempre que
tiver conhecimento de atos que violem os direitos humanos individuais ou coletivos e
também poderá receber denúncias anônimas.
O Fórum Nacional de Ouvidores de Polícia é uma instituição que congrega todas
as Ouvidorias de Polícia do Brasil, das esferas federal, estadual e do Distrito Federal. Ele se
encontra no âmbito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR),
pasta que tem a atribuição de fornecer os serviços administrativos necessários para o
funcionamento do Fórum.
A Política Nacional de Direitos Humanos é uma política pública de
abrangência nacional prevista no art. 24 da Lei nº 10.683/2003.
A Política Nacional de Direitos Humanos é coordenada pela Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República e todas as ações relacionadas com essa política
deverão ser exercidas respeitando as diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH).
1ª OBSERVAÇÃO: a sigla PNDH é utilizada pelos documentos oficiais brasileiros
para se referir ao Programa Nacional de Direitos Humanos e não à Política Nacional de
Direitos Humanos.
2ª OBSERVAÇÃO: não confundir a Política Nacional de Direitos Humanos com o
Programa Nacional de Direitos Humanos!
O PNDH é resultado dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil em
relação à temática dos direitos humanos.
Os PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS
HUMANOS SÃO OS PROGRAMAS NACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS, estando vigente
atualmente o III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), aprovado pelo Decreto nº
7.037, de 2009.
Existem iniciativas governamentais que pretendem ampliar a proteção aos Direitos
Humanos. Tratam-se dos seguintes temas:
• Conferência Nacional de Direitos Humanos.
• Principais políticas setoriais de Direitos Humanos.
A Conferência Nacional de Direitos Humanos é o principal fórum de discussão da
sociedade acerca da Política Nacional de Direitos Humanos do Brasil.
Todos os Programas Nacionais de Direitos Humanos (PNDH) instituídos pelo Governo
Federal receberam contribuições das Conferências Nacionais de Direitos Humanos.
A Conferência tem sido, desde sua primeira edição em 1996, um espaço solidário,
democrático e pluralista de definição de estratégias para a promoção e proteção dos Direitos
Humanos no Brasil.
Políticas públicas de direitos humanos:
- Gerais
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- Específicas ou setoriais
Há órgãos e políticas que tratam dos Direitos Humanos de forma geral (ex. a
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o PNDH-3) e de forma específica
(ex. o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA).
Principais políticas setoriais de Direitos Humanos que o Governo brasileiro vem
implementando:
Educação em Direitos Humanos
Erradicação do trabalho escravo
Profissionais de segurança pública
Criança e adolescente
Pessoas idosas
Pessoas com deficiência
LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Tolerância religiosa
Igualdade racial
Combate à violência doméstica
Saúde mental
A política setorial de Educação em Direitos Humanos é uma política pública
especificamente voltada para a disseminação da informação sobre os Direitos Humanos.
A ONU tem reconhecido o direito à educação em direitos humanos em diversos
documentos internacionais.
A institucionalização pelo Brasil da política setorial de Educação em Direitos Humanos
tem se dado pelos seguintes órgãos:
Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos;
Coordenação Geral de Educação em Direitos Humanos.
Atenção! Os órgãos responsáveis pela Educação em Direitos Humanos se encontram na
estrutura administrativa da SDH/PR.
Já o principal instrumento de implantação dessa política pelo Estado brasileiro é o
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos.
Além de estabelecer concepções, princípios, objetivos, diretrizes e linhas de ação, o
vigente PNEDH está estruturado em cinco grandes eixos de atuação:
Educação Básica;
Educação Superior;
Educação Não-Formal;
Educação dos Profissionais dos Sistemas de Justiça e Segurança Pública; e
Educação e Mídia.
A Política Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (PNETE), cuja origem
remonta ao Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério do Trabalho, grupo instituído
em 1995 que reunia auditores-fiscais do trabalho entre outros agentes públicos, encontra-se
consolidada por meio dos seguintes instrumentos e instituições:
2º Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo;
Cadastro de empresas e pessoas autuadas por exploração do trabalho
escravo (“Lista Suja”);
Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE)
O Brasil desenvolveu três programas nacionais de direitos humanos visando
consolidar a Política Nacional de Direitos Humanos:
• PNDH-1 (1996)
• PNDH-2 (2002)
• PNDH-3 (2009)
O PNDH-1 foi resultante de um longo e, muitas vezes, penoso processo de
democratização da sociedade e do Estado brasileiro.
A natureza do PNDH-1 é a de plano de ação que tinha ênfase nos direitos civis, ou
seja, aqueles que ferem mais diretamente a integridade física e o espaço de cidadania de cada
um. Assim, foram abordados nesse programa os entraves à cidadania plena, que levam à
violação sistemática dos direitos, visando a proteger o direito à vida e à integridade física; o
direito à liberdade; o direito à igualdade perante a lei.
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O PNDH-2 foi instituído pelo Decreto n° 4.229, de 13 de maio de 2002 e tinha
como um dos objetivos principais a promoção da concepção de direitos humanos como um conjunto
de direitos universais, indivisíveis e interdependentes, que compreendem direitos civis,
políticos, sociais, culturais e econômicos.
O PNDH-2 promovia a INCLUSÃO DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E
CULTURAIS, mantendo a coerência com a noção de INDIVISIBILIDADE E
INTERDEPENDÊNCIA de todos os direitos humanos expressa na Declaração e Programa de
Ação de Viena (1993), orientando-se pelos parâmetros estabelecidos pela própria Constituição
Federal de 1988, no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966 e no
Protocolo de San Salvador em matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Ratificados pelo
Brasil em 1992 e 1996, respectivamente.
Nesse sentido, o PNDH-2 incorporou ações específicas visando garantir diversos
direitos sociais, tais como a educação, a saúde, a previdência e assistência social, ao meio ambiente
saudável, entre outros, com vistas à construção e consolidação de uma cultura de respeito aos
direitos humanos.
O PNDH-3 é um programa governamental que visa concretizar os Direitos Humanos
(DH) e se divide em 6 eixos orientadores que se subdividem em 25 diretrizes, 82 objetivos
estratégicos, e 521 ações programáticas.
O PNDH-3 não é uma política exclusiva de um órgão da Administração Pública, mas
envolve uma articulação interinstitucional de diversos órgãos para que possa ser executado, tendo
instituído o Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3, órgão colegiado
composto por 21 ministérios que visa acompanhar a execução desse programa.
De acordo com o Anexo do Decreto nº 7.037, de 2009, existe uma distribuição de
atribuições por ação programática, na qual uma ação programática será exercida por um ou mais
órgãos públicos. Em relação aos Planos de Ação de Direitos Humanos, o PNDH-3 estipulou que
esses Planos de Ação passaram a ser bianuais.
EIXO ORIENTADOR I:
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Eixo Orientador I:
Interação democrática entre
Estado e Sociedade Civil
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EIXO ORIENTADOR V:
Eixo Orientador V:
Educação e Cultura em DH
Diretriz 18: Diretriz 19: Diretriz 20: Diretriz 21: Diretriz 22:
Efetivação da Democracia e DH Reconhecimento da Educação em DH Direito à
PNEDH nos sistemas de educação não- nos serviços comunicação
educação formal públicos transversal democrática
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criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
O fundamento para a adoção dessas normas jurídicas que visam tutelar os direitos
humanos é o princípio da dignidade da pessoa humana, segundo o qual os indivíduos possuem
um VALOR PRÓPRIO. Todavia, existem duas abordagens principais sobre essa questão:
Universalismo
Relativismo
UNIVERSALISMO = concepção uniforme dos direitos humanos
RELATIVISMO = concepção distinta dos direitos humanos de acordo com cada
cultura.
As três vertentes que compõem a proteção internacional dos direitos humanos:
Direito internacional humanitário
Direito internacional dos refugiados
Direito internacional dos direitos humanos
A palavra “FUNDAMENTO” se refere principalmente à razão de ser desses direitos, ou
seja, o que justifica ou motiva a sua existência ou importância. Com o fim da Segunda Guerra
Mundial, o panorama inaugurado pela ONU e seus instrumentos normativos passaram a reconhecer
na DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA o fundamento dos direitos humanos, de acordo com a
doutrina majoritária.
Identificamos a seguinte evolução das diferentes formas de justificação
(fundamentos) dos direitos humanos:
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• Vedação do retrocesso
• Inerência
• Inesgotabilidade ou inexauribilidade
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assuntos:
Guerras de libertação nacional
Guerra civil (conflitos internos)
O direito internacional humanitário se aplica somente em situações de
CONFLITOS ARMADOS, externos ou internos.
Uma distinção importante: Direito de Genebra x Direito de Haia.
O Direito de Genebra: foco principal na proteção das vítimas das guerras.
O Direito de Haia: foco principal na regulamentação das operações militares (o
Direito de Guerra), disciplinando os direitos e as obrigações dos beligerantes nos combates.
O direito internacional dos refugiados visa regular a proteção de pessoas
envolvidas no fenômeno dos deslocamentos em massa com o fim de obter REFÚGIO ou abrigo
diante de situações de conflitos armados, desastres ou perseguições e, também, do
estabelecimento do marco legal da cooperação internacional contra o problema.
Definição de REFUGIADO:
Trata-se da pessoa que sofre ou teme sofrer, em seu Estado de origem, perseguição
por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou questões políticas e que, por esses
motivos, deixa esse Estado em que estava, pois sua integridade corria riscos.
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tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
1ª Assinatura PRESIDENTE
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2ª Decreto Legislativo CONGRESSO NACIONAL
3ª Decreto Presidencial PRESIDENTE
Na aula de hoje, abordamos alguns temas relacionados ao sistema internacional de
direitos humanos, os aspectos relativos ao debate entre universalismo e relativismo, os precedentes
históricos da internacionalização dos direitos humanos e a organização internacional do trabalho.
O Brasil faz parte de diversos tratados que compõem um complexo sistema de
proteção dos direitos humanos, que se divide em dois sistemas:
• Sistema global de direitos humanos
o Mecanismos convencionais
o Mecanismos não-convencionais
• Sistemas regionais de direitos humanos
Os MECANISMOS CONVENCIONAIS são aqueles criados por convenções específicas.
Esses mecanismos seguem o parâmetro do primeiro dos órgãos convencionais criado por tratado: o
Comitê de Direitos Humanos, instituído pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
(PIDCP).
O Comitê dos Direitos Humanos (CCPR) é o órgão criado pelo art. 28º do Pacto
Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos com o objetivo de controlar a aplicação, pelos
Estados que fazem parte do citado Pacto, das normas contidas no próprio PIDCP (bem como do seu
segundo Protocolo Adicional com vista à Abolição da Pena de Morte).
Os MECANISMOS NÃO-CONVENCIONAIS são aqueles criados por resoluções
elaboradas pelos órgãos da ONU, ou pelos próprios documentos de constituição do sistema ONU
(ex. a Carta das Nações Unidas).
Os principais organismos internacionais que interferem na temática dos direitos
humanos são:
Conselho Econômico e Social (ECOSOC)
Conselho de Direitos Humanos (antiga Comissão de Direitos Humanos)
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) faz recomendações à Assembléia Geral
sobre questões de direitos humanos. Também revisa os relatórios apresentados pelo Conselho de
Direitos Humanos e submete as versões com emendas à Assembléia Geral.
O Conselho de Direitos Humanos (UNHRC) é um órgão inter-governamental no
âmbito do sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por fortalecer a promoção e proteção dos
direitos humanos em todo o mundo e para a resolução de situações de violações de direitos
humanos e fazer recomendações sobre eles. Sua sede fica em Genebra (Suíça).
Atenção! NÃO confundir o COMITÊ de Direitos Humanos com o CONSELHO de
Direitos Humanos!
Comitê de Direitos Humanos = mecanismo convencional
Conselho de Direitos Humanos = mecanismo não-convencional
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) é uma
agência independente da ONU que coordena as atividades da área de direitos humanos através do
Sistema das Nações Unidas e supervisiona o Conselho de Direitos Humanos.
Já os sistemas REGIONAIS são sistemas localizados, que abrangem um determinado
número de Estados, e complementa o Sistema Global, em observância a uma das principais
características dos direitos humanos, ou seja, a universalidade.
O Brasil integra o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que é administrado
pela Organização dos Estados Americanos (OEA).
No que se refere ao alcance das normas de direitos humanos, existem duas
concepções ideológicas principais:
Universalismo
Relativismo cultural
O universalismo defende que a proteção dos direitos humanos não deve ficar
limitada ao âmbito interno da soberania dos Estados, mas deve ser uma realidade jurídica
compartilhada em nível internacional, ou seja, os direitos humanos devem ser protegidos em todo o
Planeta, de forma absoluta e padronizada.
De acordo com Antônio Cançado Trindade, a principal crítica do universalismo ao
relativismo cultural é que ele pode ser usado como justificativa (ou pretexto) para graves casos de
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violações dos direitos humanos.
O relativismo cultural dos Direitos Humanos se ampara no fato de que cada
cultura, com suas crenças e princípios, valoriza e conceitua de forma diferente o que seriam os
Direitos Humanos. Assim, aquilo que seria fundamental para a cultura X poderia não ser para a
cultura Y e vice-versa. Um exemplo disso seria a dignidade humana, que pode ter significados
diferentes quando comparamos as culturas X e Y.
Críticas do relativismo ao universalismo:
Estimulam o imperialismo cultural
É uma construção exclusiva da sociedade ocidental
Promove a destruição da diversidade cultural
UNIVERSALISMO = concepção uniforme dos direitos humanos
RELATIVISMO = concepção distinta dos direitos humanos de acordo com cada
cultura.
Resumindo, são precedentes históricos da internacionalização dos direitos
humanos:
Direito Humanitário
Liga das Nações
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
A Liga das Nações (ou Sociedade das Nações - SdN) foi criada em 1919, pelo
Tratado de Versalhes, após a Primeira Guerra Mundial com a finalidade de promover a cooperação,
a paz e segurança internacional, condenando agressões externas contra a integridade territorial e a
independência política dos seus membros.
A Convenção da Liga das Nações, celebrada em 1920, previa normas genéricas sobre
os direitos humanos (ex.: sistema de mandatos, sistema das minorias, normas internacionais do
direito ao trabalho, etc.) que representavam um limite à concepção de soberania estatal absoluta,
pois a Liga poderia aplicar sanções econômicas e militares contra os Estados que violassem seus
dispositivos.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é um organização internacional
intergovernamental criada, em 1919, pelo Tratado de Versalhes, após a Primeira Guerra Mundial
que também contribuiu com a internacionalização dos direitos humanos.
Em 1944, os delegados da Conferência Internacional do Trabalho adotaram a
Declaração de Filadélfia que, como anexo à sua Constituição, constitui, desde então, a carta de
princípios e objetivos da OIT.
A principal finalidade da OIT era promover padrões internacionais de condições de
trabalho e bem estar.
Atualmente, 185 dos 193 Estados membros da ONU integram a OIT. Sua sede fica
em Genebra (Suíça). A estrutura organizacional da OIT é composta da seguinte forma:
Conferência Internacional do Trabalho
Conselho de Administração
Repartição Internacional do Trabalho, chefiada por um Diretor-Geral.
Os documentos internacionais oriundos da OIT são de dois tipos:
As convenções da OIT (tratados internacionais).
As recomendações da OIT
As CONVENÇÕES da OIT são normas jurídicas emanadas da Conferência
Internacional da OIT com propósito de fixar regras gerais e de natureza obrigatória para os
Estados deliberantes que participam de seu ordenamento interno, observados os ditames
constitucionais pertinentes.
As Convenções da OIT, sob o prisma da natureza de suas normas, podem ser
classificadas em três modalidades:
• Auto-aplicáveis
• De princípios
• Promocionais.
As RECOMENDAÇÕES da OIT são normas de caráter precário e facultativo, que
não criam direitos e obrigações.
Os principais instrumentos de direitos humanos que são previstos pelo sistema
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internacional são os seguintes:
Carta das Nações Unidas.
Declaração universal de direitos humanos (DUDH).
Pacto internacional de direitos civis e políticos (PIDCP).
Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais (PIDESC).
Além desses instrumentos, existem outros que tratam de matérias bem mais
específicas (ex. combate a tortura, direitos da criança, racismo, direitos das mulheres, etc.).
A Carta das Nações Unidas possui as seguintes características:
• Possui 111 artigos.
• Tem anexo: Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
• É um tratado.
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), adotada em 1948,
constitui tecnicamente uma recomendação que influencia os Estados na promoção dos direitos
humanos. Ela teve a aprovação de 48 Estados e 8 abstenções.
A DUDH introduz a noção de indivisibilidade dos direitos humanos e estabelece duas
categorias desses direitos:
Direitos civis e políticos (arts. 3º a 21).
Direitos econômicos, sociais e culturais (arts. 22 a 28).
A DUDH possui as seguintes características:
• Possui 30 artigos.
• É uma recomendação.
A DUDH de 1948, apesar de ter natureza de recomendação, tendo sido veiculada por
meio de uma resolução, não apresenta instrumentos ou órgãos próprios destinados a tornar
compulsória sua aplicação.
O Pacto internacional de direitos civis e políticos (PIDCP) e o Pacto internacional de direitos
econômicos, sociais e culturais (PIDESC) são instrumentos internacionais celebrados em 1966
destinados a proteger os chamados direitos humanos de primeira e segunda geração.
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Quando esse Conselho era a Comissão de Direitos Humanos, ele desempenhou um
importante papel na redação dos principais tratados de direitos humanos das Nações Unidas e por
desenvolver o sistema de "relatores especiais".
A revisão periódica universal, também chamada de exame periódico universal ou
informe periódico universal, é um procedimento conduzido pelos Estados, sob a supervisão do
Conselho de Direitos Humanos, no qual, cada Estado declara quais as medidas e providências que
adotaram nos últimos anos para melhorar a situação dos direitos humanos em seus países e
cumprir as obrigações internacionais pertinentes.
Atenção!
Carta das Nações Unidas ≠ Carta Internacional de Direitos Humanos
Os artigos finais tratam de aspectos que buscam dar sistematicidade e força à DUDH.
Observa-se, mais uma vez, que a DUDH inclui tanto direitos relacionados à não-
intervenção estatal, de índole liberal, como também os direitos de cunho econômico e social, que
demandam a participação do Estado.
A DUDH de 1948, tradicional e tecnicamente, tem sido considerada como portadora
da natureza de recomendação, tendo sido veiculada por meio de uma resolução, não apresentando
instrumentos ou órgãos próprios destinados a tornar compulsória sua aplicação.
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tradicional, segundo o qual a DUDH não possui juridicidade e vinculação.
No entanto, se houver pelo examinador uma “complementação” (uma breve
explicação do por quê da DUDH ser obrigatória ou vinculante), é possível que ele esteja querendo
do candidato um entendimento mais contemporâneo quanto a natureza jurídica da Declaração.
Outro dado que merece atenção para o candidato é o fato de que a Declaração
Universal dos Direitos Humanos NÃO cria, nem institui, quaisquer órgãos voltados para a
efetivação de seus dispositivos, DIFERENTEMENTE do que ocorre com a Carta das Nações Unidas
que prevê diversos órgãos responsáveis pela execução de suas disposições.
O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos foi adotado pela Assembléia Geral
da ONU em 16/12/1966, passando a vigorar em 23/03/1976, sendo incorporado pelo Brasil ao seu
direito interno pelo Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992.
O PIDCP está estruturado da seguinte forma:
É um tratado internacional.
Normas autoaplicáveis.
Possui 53 artigos.
Objeto: normatizar e disciplinar os direitos civis e políticos.
Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de Direitos Humanos.
Possui dois protocolos adicionais (ou facultativos):
o 1º Protocolo: trata do Comitê de Direitos Humanos (sistemática de
petições individuais).
o 2º Protocolo: abolição da pena de morte.
O PIDCP busca aplicar de forma imediata os direitos civis e políticos, ao invés de
simplesmente enunciá-los como fez a DUDH.
O PIDCP trata de direitos direcionados aos indivíduos.
Principais “novidades” do PIDCP em relação à DUDH:
• Pacto não só incorpora inúmeros dispositivos da DUDH, com maior
detalhamento, como ainda estende o elenco desses direitos.
• Pacto abriga novos direitos e garantias não incluídos na Declaração Universal.
A quarta parte do Pacto trata de um importante mecanismo de implementação do
PIDCP (mecanismo convencional do sistema global de direitos humanos) denominado: Comitê de
direitos humanos.
O Comitê de direitos humanos tem como atribuições principais:
Receber e analisar os relatórios sobre a situação dos direitos civis e políticos
nos Estados que integram o PIDCP.
Receber denúncias formuladas contra Estado que integre o PIDCP por outros
Estados ou particulares.
As decisões do Comitê de Direitos Humanos NÃO possuem caráter vinculante, não
sendo de cumprimento obrigatório.
O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) foi
adotado pela Assembléia Geral da ONU em 19/12/1966, sendo incorporado pelo Brasil ao seu
direito interno pelo Decreto nº 591, de 6 de julho de 1992.
O PIDESC está estruturado da seguinte forma:
É um tratado internacional.
Normas de aplicação progressiva.
Possui 31 artigos.
Objeto: normatizar e disciplinar os direitos econômicos, sociais e culturais.
Prevê um mecanismo convencional: o Comitê de Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais.
Possui um protocolo facultativo: admissão de denúncias em relação ao
descumprimento do Pacto.
O PIDESC trata de direitos direcionados aos Estados.
O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais é um órgão de monitoramento
específico para o PIDESC criado pela Resolução nº 1.985/17 do Conselho Econômico e Social da
ONU (ECOSOC).
Esse Comitê tornou-se o órgão do ECOSOC responsável pelo acompanhamento e
análise dos relatórios encaminhados pelos Estados em virtude das disposições do PIDESC, por isso
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ele é um mecanismo convencional.
Esse Comitê possui competências e procedimentos semelhantes aos do Comitê de
Direitos Humanos. As principais diferenças entre ambos são as seguintes:
• Documento internacional objeto de monitoramento.
• No Comitê do PIDESC não há a possibilidade de apresentação de denúncias
feitas por Estados em relação a outros Estados, nem de petições
(reclamações) individuais (No Comitê de Direitos Humanos isso é possível).
A Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação
racial foi adotada pela ONU em 21 de dezembro de 1965, tendo sido incorporada pelo Brasil ao seu
direito interno pelo Decreto nº 65.810, de 08 de dezembro de 1969.
O conceito de discriminação racial inclui não apenas a discriminação por motivo de
RAÇA, mas também pelos elementos:
Cor
Descendência ou origem étnica
Descendência ou origem nacional
A Convenção NÃO inclui como discriminação racial, as seguintes práticas dos
Estados:
• Distinções entre cidadãos e não cidadãos (art. 1º, § 2º).
• Normas estatais relativas à nacionalidade, cidadania e naturalização, desde
que os Estados não discriminem qualquer nacionalidade em particular (art.
1º, § 3º).
• Políticas de ação afirmativa (art. 1º, § 4º)
Os Estados se obrigam a adotar políticas públicas destinadas a eliminar a
discriminação racial, mesmo quando a discriminação é institucionalizada com apoio (expresso ou
tácito) do Estado.
O cumprimento das normas da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas
as formas de Discriminação Racial é uma atribuição que pertence a um mecanismo convencional
chamado Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD/CEDR), órgão criado pela
própria Convenção (arts. 8 a 16).
Um detalhe importante é que a Convenção sobre Discriminação Racial foi o primeiro
instrumento internacional de direitos humanos a introduzir mecanismo próprio de supervisão.
Mecanismos utilizados pelo CEDR:
Denúncias preventivas
Denúncias entre Estados
Denúncias de particulares (indivíduos ou grupos)
Para ser realizada uma denúncia perante o CEDR é obrigatório o esgotamento dos
recursos internos, exceto quando o funcionamento desses recursos ultrapassar prazos razoáveis.
Há também a Comissão de Conciliação ad hoc, que buscará solucionar
amigavelmente os conflitos envolvendo a discriminação racial.
De acordo com o Decreto nº 4.738/2003, o Brasil reconheceu, de pleno direito e por
prazo indeterminado, a competência do CEDR para receber e analisar denúncias individuais de
violação dos direitos humanos previstos na Convenção sobre Discriminação Racial.
Por fim, as decisões do CEDR são destituídas de força jurídica obrigatória ou
vinculante da mesma forma como acontece com as decisões do Comitê de Direitos Humanos.
Assim, apenas é publicado um relatório anual elaborado pelo CEDR que é encaminhado à
Assembléia Geral da ONU.
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