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1ª Aula Teórica 13/02/17

Direito Internacional Privado- relações que envolvem vários elementos de ordenamentos jurídicos
distintos, os tais elementos de conexão os elementos que fazem a ligação entre a relação jurídica que
nós dizemos que é plurilocalizada (localiza-se em vários ordenamentos).

Regula estas relações através de normas de conflito (conflitos de espaço), vão ditar qual a lei a ser
utilizada, é um direito puramente instrumental, não tem nada de substantivo no aspeto das relações
jurídicas plurilocalizadas.

Normas de natureza formal instrumental que não procuram de todo uma justiça material, procura-se
não é aplicação mais justa, mas é uma lei que seja mais próxima da relação jurídica adequada.

Encontrar mecanismos que digam qual é a lei mais próxima, o ordenamento jurídico material que vai ser
aplicada.

1ª Aula Prática 17/02/2017

Em D.I.P não se procuram soluções que sejam materialmente mais justas, mas as que tenham maior
proximidade com os problemas controvertidos chamados a resolver.

D.I.P não traz soluções materiais traz só indiretamente soluções materiais apos determinarmos qual a
ordem jurídica a ser aplicada.

Aplicação da lei com maior identidade com aquela matéria.

Em termos de DIP prevalece sempre parte da justiça formal, a lei mais próxima, não a lei mais justa.

A mais próxima da relação jurídica.

Quando uma relação jurídica toca vários ordenamentos jurídicos ela diz-se plurilocalizada, cada um dos
elementos de conexão tocam num ordenamento.

DIP é um direito muito recente, os romanos não tinham, apesar de já terem existidos relações
plurilocalizadas desde sempre.

Surgiu em finais do Séc. 19,20, Savigny teórico de DIP, diz o que interessa é perceber o local de pertença
da relação jurídica.

Temos que descobrir e perceber os critérios que nos levam a determinar que a sede de uma relação
jurídica é aquela e não é outra.

Em NY uma instituição sem fins lucrativos, organiza uma excursão ao estado de Oregon uma vez nesse
espaço uma das jovens participava na excursão ao escalar o monte Kut teve um acidente mortal.
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A instituição organizadora tinha a sua sede em NY a jovem acidentada residia também em NY, o pai da
jovem falecida intentou uma ação por perda de danos contra a entidade organizadora da excursão.

No Oregon as instituições sem fins lucrativos como era o caso estavam isentas de responsabilidade
desta natureza, beneficiava de um estatuto de imunidade.

Em NY esse estatuto havia sido abolido o que significa que segundo a lei Nova Iorquina a entidade
organizadora era suscetível de vir a responder num processo de responsabilidade.

O núcleo da relação jurídica no que toca a chamada matéria controvertida, tem haver com
responsabilidade, ora o facto gerador da responsabilidade foi o acidente que causou a morte da jovem
Kaufman, e esse acidente ocorreu no estado de Oregon, razão pela qual o elemento de conexão
determinante é o lugar do acidente, sendo em consequência a lei desse lugar a lei mais próxima da
relação jurídica a regular.

Quid Júris?

Resposta:

Elementos de conexão entre as duas leis, nacionalidade da falecida, sede da instituição, nacionalidade e
residência do pai, Oregon foi o local da morte e do acidente, Lex domicili da acidentada e do pai, Lex
Patrie não é relevante neste caso pois ambos são dos EUA, Lex domicilie da sede também, lex cause
aonde ocorreu o acidente e o destino da excursão, elemento de conexão determinante é o lugar da
morte, o juiz determinou que o facto gerador dessa responsabilidade era a morte e essa morte ocorreu
em Oregon e portanto a lei de Oregon viria a ser aplicada. Aplica-se sempre a lei do local aonde ocorreu
o acidente. A justiça formal para o caso era esta.

II

Uma Sra.Espanhola morreu intestada (sem testamento) em Santander (Espanha) de aonde era natural, a
morte da Sra.Maldonal apareceram candidatos a herança laterais em 3º grau (primos) a herança era
constituída por títulos depositados num banco londrino, em Espanha os parentes laterais em 3º grau são
herdeiros, em Grã-Bretanha não são o sistema jurídico dispõe que as coisas que se encontram “sem
dono” no solo Britânico passam a pertencer a Coroa.

Quid Júris?

Resposta:

A questão é de âmbito sucessório, esta matéria de âmbito sucessório, é de âmbito pessoal de Estatuto
Pessoal, por exemplo as relações de natureza sucessórias, família, Status das pessoas e capacidade, esta
questão de estatuto pessoal faz sentido aplicar a lei do qual nos revemos, a lei da nossa nacionalidade
(caso não sejamos emigrantes), a Grã-Bretanha considerou que se aplica a lei de Espanha.

Estamos perante matéria de âmbito sucessório o que significa que estamos perante matéria enquadrada
no chamado estatuto pessoal e porque assim é, a lei considerada mais próxima dos sujeitos é a lei da
sua nacionalidade, no caso a lei espanhola devendo em consequência ser aplicado ao caso o regime
jurídico espanhol, isto é, a Lex patriae da Sra.Maldonal e foi esta a posição adotada pelos tribunais
britânicos lugar aonde foi intentada a Acão pelos herdeiros.
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2ª Aula Teórica 20/02/17

Fundamentos Gerais do DIP

Ao DIP compete organizar a tutela das relações jurídicas plurilocalizadas e estas porque pertencem a
diversos estados ou espaços legislativos encontram-se em situação de instabilidade, a função do DIP é
de reduzir essa instabilidade e por isso não basta ao DIP dizer qual é a lei aplicável, é preciso que ao
dize-lo essa opção de escolha da lei aplicável seja suscetível de um reconhecimento universal.

Um dos princípios do DIP é o chamado “Principio da Harmonia Jurídica Internacional”, este principio é
um principio que surge a partir do pensamento de Savigny que como já sabemos foi o fundador do
chamado moderno DIP e este principio visa assegurar a continuidade e a uniformidade das relações
jurídicas plurilocalizadas pois que só através da harmonia jurídica internacional será possível evitar o
fenómeno “Fórum Shopping”, este fenómeno acontece quando as normas de conflito dos sistemas que
se encontram em contacto com a relação jurídica plurilocalizada tem distintos elementos de conexão.

Este “Fórum Shopping” é um fenómeno completamente contrario aos interesses do DIP e só é possível
evitá-lo se cada um dos legisladores internos estiver atento as soluções admitidas e se esforçar por
adotar critério que pela sua razoabilidade se tornem critérios universais e que sendo universais vão ao
encontro dos demais direitos internacionais privados, agindo dessa forma o legislador estará incutido do
espirito do DIP.

Principio da Harmonia Jurídica Material

Ao contrario da harmonia jurídica internacional, a material não é o fim do DIP, é legitimo que cada
estado tenha o seu ordenamento jurídico próprio e que os sistemas jurídicos internos adotem distintas
soluções, para problemas idênticos não há aqui qualquer contrariedade para os fins do DIP, é mesmo
natural, que cada sistema jurídico tenha o seu complexo de normas particular distinto, identificado
pelos valores da sociedade a que pertence.

O facto de não existir harmonia jurídica material pode conduzir por vezes a situações de elevada
complexidade para o DIP nomeadamente pode conduzir a situações de mutua exclusão, é o caso que a
seguir iremos enunciar, antes da revisão do Código Alemão de 1969, um cidadão de nacionalidade grega
residente em Atenas reclamou direitos de visita ao seu filho menor, residente em Hamburgo com a sua
mãe de nacionalidade Alemã, os dois direitos materiais continham soluções mutuamente exclusivas de
exclusão, a lei grega conferia ao pai o direito de visitar o filho e ao filho o direito de ser visitado pelo pai,
enquanto que a lei alemã permitia que o detentor do poder paternal recusa-se visitas ao outro
progenitor, ora a norma de conflitos aplicável destaca distintos perfis da a relação jurídica dotando-a de
dois elementos de conexão, a saber, a relação do menor com o pai, deveria ser regulada pela “lex
patriae” do pai (lei de nacionalidade do pai) e a relação do menor com a mãe deveria ser regulada pela
lei da nacionalidade das mãe (lex patriae da mãe) o que significava que do ponto de vista pratico,
estávamos perante aparentemente sem solução já que a relação jurídica não tinha sido tomada como
um todo mas dela tinham sido destacados dois perfis o que se pergunta é como fazer para evitar
possíveis situações de mutua exclusão, deveria recomendar-se a existência de um único fator de
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conexão, por exemplo, as relações jurídicas emergentes da filiação deveriam ser reguladas por uma
única lei, por exemplo a lei da nacionalidade do menor, mas esta solução contraria o método do DIP e é
o método chamado “dépeçage” peça a peça, o método dépeçage consiste precisamente em destacar da
relação jurídica distintos perfis.

Em conclusão enquanto que a harmonia jurídica internacional é o principio e o fim do DIP serve os
interesses da continuidade da segurança das relações jurídicas plurilocalizadas e deve estar presente na
mente do legislador no momento da feitura da norma de conflitos a harmonia jurídica material não é
nem o principio nem o fim do DIP, não podemos sequer defender que seja desejável, porque cada
estado, deve ter nas suas leis o reflexo da sua individual identidade sendo certo que a falta de harmonia
material pode trazer ao DIP problemas como aquele que analisamos, identificamos de designada de
mutua exclusão.

Principio do Estado com melhor competência

É o estado que esta melhor situado para fazer acatar a decisão que venha a ser preferida esta é a ideia
que fundamenta que em matéria dos direitos reais o estado com melhor competência será sempre o da
lei do lugar dos bens imoveis, (lex rei sitae, lei do lugar da coisa), entre nos aplicasse sempre mesmo
estando em causa uma relação jurídica de âmbito sucessório, matéria que como sabemos é de âmbito
pessoal e para qual aplicamos em regra lex patriae.

Principio da Boa Administração da Justiça

É vantajoso que cada estado aplique a sua própria lei, aquela em que é mais versada, mas no DIP sendo
esta um principio também se defende um outro com este relacionado, que é a paridade de tratamento,
significa que os vários sistemas devem estar em pé de igualdade, de modo a que uma lei estrangeira seja
entre nós aplicável, sempre que em idênticas circunstancias a nossa lei seja aplicada nesse estado
estrangeiro. Esta ideia sublinha a visão universalista do DIP e é a tendência do DIP português.

Já sabemos que todas as normas de conflito são dotadas de elementos de conexão e que a escolha do
elemento de conexão deve procurar estabelecer uma ligação entre a relação jurídica controvertida e a
lei mais próxima dessa relação, também já sabemos que a lei mais próxima dos sujeitos será a lei da
nacionalidade ou a lei do domicilio e que as matérias consideradas matérias de estatuto pessoal, são as
que emergem das relações de âmbito pessoal, das relações de âmbito familiar, da questões de estado
(status) e as questões de capacidade assim como acabamos de ver que para os imoveis, o elemento de
conexão mais ajustado é o que transporta a relação jurídica para a lei do lugar dos bens imoveis (Art.17º
nº3 do C.C).

O DIP tem uma justiça formal pois a lei aplicável não é substancialmente a melhor lei, mas é aquela que
exibe melhores títulos para intervir, mais argumentos, isto é, a justiça procura sempre a lei com maior
identidade e proximidade com a relação jurídica a regular.

Há situações em que o DIP não pode satisfazer-se com a mera aplicação de princípios trazidos da justiça
formal e tal não é possível quando por exemplo dessa aplicação resulta a violação de direitos
fundamentais da nossa constituição e nessa altura o nosso julgador terá de recusar a aplicação da lei
que viola o direito ou os direitos fundamentais invocando um mecanismo que se designa por “Exceção
da Ordem Publica Internacional”
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Domínios afins do DIP

São algumas áreas que tenha alguma relação com DIP, mas não são Direito Internacional Privado
nomeadamente direitos de conflito.

Existem outras áreas do direito reguladoras de conflitos, que não são Direito Internacional Privado,
desde logo o chamado Direito Transitório, ambos são direito em segundo grau, isto é direito sobre
direito mas enquanto o DIP dirime ou rege conflitos de leis no espaço o direito transitório regula
conflitos de leis no tempo, ambos tratam dos limites de aplicação da lei, DIP espaço, transitório tempo,
o problema do DIP decorre da vigência simultânea em territórios distintos, de ordenamentos distintos
potencialmente aplicáveis a relação jurídica controvertida o direito transitório, cuida do fenómeno de
sucessão de lei no tempo, no seio da mesma ordem jurídica, de um complexo normativo ou de dois
complexos normativos.

O DIP tem haver com a dinâmica das relações jurídicas enquanto que o direito transitório tem haver
com a dinâmica das leis.

Ambos têm DIP e direito transitório, o objetivo ou o fim de garantir a estabilidade e a continuidade das
relações jurídicas inter individuais e assim tutelar a confiança e as expectativas dos interessados.

Direito Comparado

No DIP institutos jurídicos de ordenamentos de outros estados são aplicáveis no pais da lex forae, a
compreensão destes institutos e do seu alcance é muito importante para a sua boa aplicação, não se
pode esperar que um julgador aplique uma lei que desconheça e por isso neste aspeto de aplicação de
lei estrangeira a importância do direito comparado salta a vista , há também na área do DIP quem
defenda que caberia ao DIP, aprender os elementos que são comuns as varias ordens jurídicas, uma
espécies de núcleo duro do direito, e a compreensão deste núcleo duro ou deste espaço comum terá de
ser uma grande importância para o legislador, não há qualquer duvida que o DIP é o grande beneficiário
do direito comparado, porque só comparando os institutos é possível saber o que cada um deles
representa no estado aonde vigora. E esta compreensão ou este entendimento será fulcral a boa
aplicação do DIP.

Direito Privado Uniforme

O DIP regula relações plurilocalizadas que estão sujeitas a aplicação de leis distintas já o direito
uniforme, uniformiza leis materiais distintas o que significa que aonde há direito uniforme não há DIP e
o DIP só opera aonde não há Direito Privado Uniforme, o DIP procura resolver conflitos de leis enquanto
que o direito privado uniforme trata de suprimir os conflitos de leis, numa hipótese meramente
académica, se todas as matérias de âmbito privado estivessem acobertas de convenções e de tratados
universais deixaria de fazer qualquer sentido existir um DIP.

2ª Aula Prática 24/02/17

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Distinga harmonia jurídica internacional de material, diga qual a relevância de cada uma delas para o
DIP, e refira-se ao pensador que deu o seu contributo a esta matéria.

Resposta:

A harmonia jurídica material ocorre quando os institutos de vários ordenamentos jurídico contem
soluções iguais, se as soluções forem semelhantes há harmonia jurídica material, a harmonia jurídica
material não é principio ou fim do DIP a harmonia jurídica internacional já é o fim do DIP ocorre quando
as varias normas de conflito dos sistemas que estão em conexão com aquela relação plurilocalizada tem
todos o mesmo elemento de conexão.

Relação entre o DIP e o Direito Constitucional

1ª Questão: A este propósito levantam-se três questões, a primeira das quais se as normas de conflito
por serem normas meramente formais e instrumentais podem ser privas de inconstitucionalidade e a
questão levantou-se a propósito de uma situação concreta, a Constituição de Bona, consagrava o
principio da igualdade e o CC Alemão antes de 1979º continha um preceito, isto é uma norma de
conflitos que relativamente a relações de âmbito familiar estabelecia como elemento de conexão a lei
do cônjuge marido, os defensores da inconstitucionalidade, advogam que aquela norma violava o
principio da igualdade e nesse sentido e porque assim era deveria ser declarada inconstitucional,
aqueles que consideravam a que a solução deveria ser em sentido contrario argumentavam da seguinte
maneria: que o DIP se move numa esfera alternativa a esfera do direito constitucional e por ter uma
natureza instrumental ou formal reveste de neutralidade e por fim que essa neutralidade nunca poderia
colidir com a constituinte e argumentavam ainda que no caso concreto, eventualmente a lei do cônjuge
marido, poderia mesmo ser favorável a mulher, hoje é pacifico que o DIP não pode contrariar ou violar
princípios fundamentais da Constituição e que verdadeiramente norma referida era violadora do
principio da igualdade porque em ultimo caso mesmo que alei do marido fosse mais vantajosa para os
interesses da mulher ela teria sempre o direito de querer aplicada a si a sua própria lei.

2ª Questão: coloca-se no sentido de saber se é admissível que um determinado estado aplique lei
material de outro estado por força de um elemento de conexão da sua norma de conflitos (norma de
conflitos a lex forae) e nesse sentido saber se caso ela lei material considerada lei mais próxima viole
princípios da constituição da lex forae se é possível aplicar essa lei.

A resposta afirmativa a esta pergunta implicaria que o nosso julgador pudesse aplicar uma lei de um
ordenamento estrangeiro que fosse violador da nossa constituição ora tal solução seria manifestamente
chocante e como ta inadmissível a luz dos princípios do direto porque a constituição consagra um núcleo
de direitos designados direitos fundamentais, que não podem em nenhuma circunstancia ser postos em
causa , a constituição é a coluna vertebral do nosso ordenamento jurídico, os direitos fundamentais são
direitos “sagrados”.

Quando tal acontece o nosso julgador terá forçosamente de invocar a chamada exceção da ordem
publica internacional e a recusar a si a aplicação dessa lei que contem soluções violadoras dos nossos
direitos fundamentais.

Está questão coloca-se quando falamos de direitos fundamentais.

3ª Questão: Saber se é possível ao julgador da lex forae declarar que não aplica uma determinada lei
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estrangeira, lei que seria aplicada por força da norma de conflitos do ordenamento jurídico da lex forae,
porque essa lei estrangeira é inconstitucional no pais de origem e porque assim é o julgador da lex forae
recusa a sua aplicação, a resposta é declarada inconstitucional uma lei de um sistema distinto ou de um
sistema estrangeiro luz da constituição desse sistema seria uma intromissão na soberania do estado
aonde essa lei vigora e tal intromissão não é possível, cada estado só pode declarar inconstitucional
preceitos do seu próprio ordenamento jurídico, não pode, tal não é admissível, do ponto de vista do
respeito pela soberania dos demais estados, declararem inconstitucional leis estrangeiras. Poderá
quando muito como vimos no ponto anterior, recusar aplicar uma lei estrangeira se ela violar princípios
da nossa constituição, mas não pode declarar inconstitucional essa lei a luz da constituição pais de
origem.

II

O DIP é um direito formal que corresponde uma justiça formal. Mas há situações em que valores da
justiça material podem influenciar decisões ao nível do DIP, refira e explique uma dessas situações.

Resposta: Matéria em causa é a exceção de ordem publica internacional, em que há uma situação em
que já não basta estarmos atentos a aspetos de natureza formal e instrumental, o julgador tem que
estar atento a aspetos de natureza material e a analise da constituição, embora exista uma lei
considerada mais próxima por força dos princípios de DIP e do elemento de conexão da norma de
conflitos, ma logo seguir juízos de natureza material interferem na decisão, fazem que essa lei não possa
ser aplicada, o juiz invocando Exceção a ordem publica internacional, portanto não pode aplicar a essa
lei, aplica outra, direito de proximidade que traga uma lei que não viole a constituição.

3ª Aula Teórica 27/02/17

O que entende por exceção de ordem publica internacional?

Resposta:

Excepção de ordem publica internacional tal como o nome refere, é uma excepção a aplicação de uma
norma que diga respeito a uma Ordem Publica Internacional, o julgador não aplica uma certa norma de
Direito Internacional, pois tal norma poe em causa um direito fundamental da sua ordem jurídica, um
direito com base na constituição, o que é impensável para qualquer ordem jurídica.

Núcleo que é lei material.

II

Pode considerar-se normas de conflito normas neutrais? Justifique.

Resposta:

Interpretando a pergunta, considerando normas neutrais como normas que não são de, ou não são a
favor de nenhuma ordem jurídica, podemos considerar sim que normas de conflito são normas neutrais,
pois a sua aplicação não é com o objetivo de haver uma justiça material, a aplicação da norma não é
com o objetivo de haver uma aplicação mais justa, mas que se aplique a lei da ordem jurídica com maior
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identidade ao caso concreto tendo em conta os elementos de conexão.

Era para falar do direito constitucional.

III

Diga o que entende por “Fórum Shopping” e refira qual a sua relação com os fins do DIP.

Resposta:

Fórum Shopping é um fenómeno em que o propósitor da acção propõe a acção aonde for mais
beneficiário para ele, um shopping no sentido de que ele escolhe qual ordem jurídica “comprar” de
forma a ser mais beneficiário, vantajoso para ele, quanto a questão da sua relação com o DIP, este não é
o fim do DIP, pelo contrário é isto que o DIP deseja evitar.

IV

Comente “A justiça do DIP não se esgota na justiça formal”

Resposta:

Apesar de que o normal seja que DIP tenha uma justiça formal e não material, há casos em que o DIP
exceciona esta regra, há casos em que intervém uma justiça formal na aplicação do DIP, como por
exemplo a Exceção de Ordem Publica Internacional.

3ª Aula Prática 03/03/17

Indique quais os dois casos históricos que chamaram á atenção para a necessidade do DIP.

Resposta:

Como casos históricos interpreto que tenham sido casos que chegaram a tribunal, casos julgados de
uma relação jurídica entre duas ou mais pessoas que contenha elementos de duas ou mais relações
jurídicas.

Caso Kaufman e da Sra. maldonala, ver primeiras aulas.

II

Quais os fins e fundamentos do DIP?

Resposta:

Valores também são transmitidos nas leis, cada estado soberano tem as suas leis, conflito de leis,
diferentes leis sem concurso podem dar origem a um conflito positivo, ou seja, ambos os estados se
consideram competentes para regular esse caso, uma relação jurídica plurilocalizada.

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O que entende por elemento de conexão, de exemplos.

Resposta:

Lex loki ou lex causae é a lei do lugar de aonde ocorreu o facto, elementos de conexão são elementos
presentes nas relações jurídicas.

IV

Diga em poucas palavras DIP Direito uniforme Direito Comparado e direito transitório.

Apenas perguntas teóricas, de coisas que já demos na aula teórica.

4ª Aula Teórica 06/03/17

Historia do DIP

Origens do DIP

O DIP não foi legado pelos romanos, as origens do direito internacional privado, remontam ao séc. XI, os
romanos tinham relações jurídicas de natureza plurilocalizada, mas não tinham um corpo de normas
formal para resolver as questões controvertidas originadas pelas relações plurilocalizadas.
Originariamente o jus civile é um direito exclusivo dos cidadãos romanos o peregrino não tem acesso ao
jus civile e mesmo quando Roma submeteu o seu domínio aos povos vizinhos, o jus civile só se tornou
aplicável aos povos nativos.

Para as situações da natureza mista derivadas da relações jurídicas entre romanos e peregrinos era
necessário encontrar um direito que pudesse regula-lo e esse direito surgiu e surgiu sobre a forma do
chamado jus jensium, mas este não tinha uma natureza formal, o jus jensium era um direito material
substantivo e trazia consigo um problema, não era um direito completo deixando de fora áreas tao
importantes como as relações de âmbito sucessório e porque assim era o praetor peregrini, praetor
peregrino, entidade encarregue de solucionar estes casos tinha de aplicar muitas vezes leis que não
eram direito romano mas sim leis peregrinas talvez esse seja o único ponto de contacto ente o antigo
direito romano e o moderno D.I.P, a aplicação de leis diferentes pelo mesmo juiz (praetore peregrini) de
acordo com a origem das partes.

Esta pratica implicava a aplicação de distintas leis tendo em conta a origem das partes era
necessariamente geradora de conflitos de leis mas o facto é o que os romanos ignoraram essa
problemática o que significa que do ponto de vista das sua origens podemos afirmar que o direito
internacional privado não se vai encontrar no direito romano e por isso é necessário avançarmos no
nosso estudo para nos situarmos em finais do séc. XI e a partir duma reflexão acerca da forma como
foram sendo resolvidas relações jurídicas plurilocalizadas originada pelo comercio marítimo da bacia do
mediterrâneos podemos aprender as mais remotas origens do DIP.

Sabemos historicamente que a partir dos finais do séc. XI as cidades da Itália do norte eram grandes
centros de comercio marítimo e por isso geradoras de múltiplas relações jurídicas plurilocalizadas,
Modena Bolonha, Florença, Pabule, Geneva, Veneza, são verdadeiros centros comercias e são dotadas
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de estatutos que se distingue um dos outros os estatutos das cidades diferem entre si, são direito
consuetudinário de tradição oral, direito privado que não é uniforme.

Cada uma das cidades começou a sentir necessidade de colocar por escrito os seus estatutos ou seja as
suas leis que antes eram de tradição oral porque mercadores que integravam a poderosa classe em
ascensão designada por burguesia cruzavam se permanentemente gerando relações plurilocalizadas que
necessitavam de regulação e quando existiam conflitos de natureza plurilocalizada colocava-se o
problema de saber que estatuto aplicar, a primeira seria aplicar sempre a lex forae a lei do lugar onde a
questão controvertida se colocava e surgem a este propósito várias escolas de pensamento que poem
em causa esta solução regra, será que o mais correto seria aplicar sempre lex forae.

A primeira das escolas de pensamento a impor-se a este propósito é a designada escola de Bolonha, ela
vai num primeiro momento analisar e reinterpretar os velhos textos romanos á procura de uma solução.

Surgem nesta fase teses, mais ou menos audaciosas que referem que o direito local, de cada cidade tem
como limite de aplicação as fronteiras do seu estado, mas então mantem-se o problema que direito
aplicar aos estrangeiros e a verdade é que entre os seculos 13 e o séc. 14 esta discussão de natureza
jurídica se manteve acesa permanente sempre em busca de resposta.

Pela voz de Aldrico surgem princípios inovadores Aldrico diz “quando os litigantes pertençam a vários
estados o juiz devera aplicar o estatuto que lhe parecer melhor”

Fase do desenvolvimento da chamada teoria dos estatutos

Nos finais do séc.13 surge uma fase de forte elaboração doutrinal chamasse teoria dos estatutos ao
conjunto de regras doutrinais elaboradas sobre os limites de aplicação dos diversos estatutos há um
principio de reconhecimento do direito estrangeiro e da sua aplicação pelos juízes locais, nestes cinco
seculos (13 a 18) há um aspeto que é relevante e comum os juízes reconhecem a existência de conflito e
resolvem esses conflitos a partir de estatutos já existentes não criando lei nova.

Entre séculos 14 e 16 o pensamento dominante foi o da chamada escola italiana.

Dos sec. 16 a 18 dominou o pensamento da chamada escola francesa e a escola holandesa deu algum
contributo durante o séc. 17, quanto ao pensamento da escola italiana os juristas italianos reconhecem
que a regra não deve ser aplicar direito local aos estrangeiros, Bártolo admite que o juiz aplique lei
processual local, mas quanto ao mérito da causa devera aplicar lei estrangeira, Bártolo e Baldo são dois
ilustres juristas da escola de Bolonha, mas são professores na universidade de Perge, para Bártolo é
preciso distinguir os estatutos que dizem respeito as coisas dos estatutos que dizem respeito as
pessoas, e assim os estatutos que respeita as coisas devem ser considerados territoriais.

Os estatutos que respeitam pessoas são extraterritoriais e aplicam-se aos sujeitos aonde quer que eles
estejam.

Escola Francesa, séc. 16, distinguiram-se como pensador da escola francesa dois juristas Dumolin e
D’Argentre, o grande contributo de Dumoulin foi o contributo que hoje designamos por principio da
autonomia da vontade. Dumoulin defendia que há domínios aonde as partes devem poder escolher
livremente qual o estatuto que querem ver a si aplicados, por exemplo como matéria de regimes de
bens de casamento em que deveria ser possível ao casal misto escolher se queria ver se regime de bens
regulado pela lei ou estatuto da cidade da mulher ou pelo o estatuto da cidade do marido, por sua vez
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D’Argentre retoma a classificação entre estatutos reais e pessoais e seguem a linha que a escola de
Bolonha vem defender que os estatutos reais devem ser estatutos territoriais e os estatutos pessoais
aqueles que as pessoas devem ter um caracter extra territorial.

Referimos o contributo da escola holandesa para o pensamento do séc.17 e esse contributo no seu
aspeto mais relevante resume-se a ideia de que a cidade pode aplicar leis estrangeiras por um principio
de conveniência isto é para que o estado estrangeiro aplique também as suas leis, no fundo este
principio chamado na época de principio de conveniência reduz-se hoje no principio da reprocidade.

O moderno DIP pelas mãos de Savigny, Mancine e Pile. Estes três autores viraram metaforicamente a
pagina quando nos referimos ao direito internacional privado, foram eles que abriram o caminho ao
chamado moderno DIP, e fizeram no equacionando de uma outra forma o problema, os estatutários
durante cinco seculos questionaram quais os limites de aplicação das leis, sem nunca ter encontrado
uma resposta definitiva quais os estatutos que eram territoriais e quais eram extra territoriais, para
Savigny a questão deveria colocar se de outro modo, não colocar a questão partir dos limites de
aplicação da lei mas centrá-la na própria relação jurídica.

Então Savigny que o que importa responder e solucionar é qual o lugar de pertença das relações
jurídicas e argumenta que a lei mais ajustada para regular, uma determinada relação jurídica, será a lei
da sede da relação jurídica.

Assim como cada pessoa tem um domicilio que é o seu lugar de pertença, cada relação jurídica tem uma
sede e essa sede será o lugar de pertença da relação jurídica, importa agora saber quais os elementos
que decorrem de deliminar a sede da relação jurídica para Savigny esses elementos são:

-O domicilio

-Situação das coisas

-Lugar da celebração dos contractos

Que não mais do que o enunciar do que hoje designamos de elementos de conexão.

Mancini

Para Mancini o aspeto de aonde resultou o maior contributo para o DIP moderno tem haver com o
principio que este considerava fundamental o chamado principio da nacionalidade, ele alegava que é
nas relações de direito privado que se revela o espirito e o caracter de cada povo, as questões de estado
(status), de capacidade, as relações de âmbito familiar tem haver com a identidade de cada povo e essa
identidade é ditada por elementos de natureza histórica cultural e até ambiental.

A consequência ou Mancine retira deste seu pensamento é que cada sujeito for do seu estado, pode
reclamar em nome do principio da nacionalidade o conhecimento e o respeito do seu direito privado
nacional e cada estado tem o direto de proibir violações da sua ordem publica e por isso para Mancine o
direito privado é um direito de natureza pessoal e o direito publico é um direito de natureza territorial.

Poderia caracterizar-se assim o sistema de Mancine os conflitos de lei resolvem-se pela aplicação da lei
nacional dos sujeitos, (principio da nacionalidade) salvaguardando as exceções que tem haver com a
autonomia da vontade e a excepção da chamada ordem publica.
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Pillet

Para este pensador as leis devem sacrificar um de dois aspetos, ou deve-se sacrificar a generalidade ou
a permanência.

A generalidade implica que uma lei se aplique a todos os que ocupam um determinado território, a
permanência implica que a lei acompanhe ou permaneça com os sujeitos aonde quer que eles se
encontrem e assim para Pillet as leis que tem haver com os sujeitos, com as pessoas devem sacrificar a
generalidade, as leis que tem haver com as coisas e de domínio publico, interesses do estado devem
sacrificar a permanência.

Estes três autores deram um contributo muito relevante meso decisivo para a construção do chamado
DIP moderno e trouxeram com eles os fundamentos em que assenta hoje o direito internacional privado
bem como os aspetos técnicos que a ele respeitam, entenda-se os elementos de conexão.

Doutrinas Universalistas

Dizem-se doutrinas universalistas aquelas que pretendem encontrar no DIP que sejam reconhecidos
como validos no maior numero possível de estados.

Estas doutrinas pela sua característica são doutrinas muito fluidas e de difícil aplicação e por isso
embora se mantenham atuais entraram em crise no séc. 20, no séc. II muitos legisladores inscreveram
nos seus códigos, normas de DIP mas sem caracter universal, o que significou que entre os vários
sistemas legais, fatalmente existiam muitas divergências, em Portugal o verdadeiro fundador foi
chamado Vilela, foi prof na universidade de Coimbra e foi ele que levou pela primeira vez o DIP á
universidade, os seus estudos mantem a máxima atualidade, antes dele apenas um nome pode ter
algum significado ou alguma preponderância no que toca ao contributo para o DIP moderno, falamos de
Lucas Falcão em 1868, publicou um primeiro volume de DIP, pelo estudo que representa a primeira
tentativa valida de em Portugal se fazer uma exposição global das princípios matérias de DIP, no séc. 20
aparecem alguns trabalhos monografias sem grande significado e é Machado Vilela que se impõe no
panorama nacional e mantem ate hoje valida as suas teorias.

Machado Vilela iniciou os seus estudos através do direto comparado entre Portugal e Brasil, mas a obra
que o veio a distinguir foi o tratado elementar teórico e pratico de DIP, para esse autor o âmbito do DIP
é um âmbito muito alargado, o DIP para Machado Vilela não é um mero direito de conflitos embora
também o seja, é Machado Vilela que faz realçar a importância da harmonia jurídica internacional, como
um basilar principio do DIP, mas a verdade é que sendo um teórico de cariz assumidamente
universalista Machado Vilela tem a sua biografia marcada por refundas contradições.

Quando foi chamado por Salazar para vestir as vestes do legislador Machado Vilela sucumbiu aos
nacionalismos que dominavam Europa.

Machado Vilela ficou na historia não como legislador, mas como doutrinador, os nacionalistas
argumentavam em defesa de um DIP defensor dos interesses da nação que o DIP seria apenas a
projeção do direito privado nacional no âmbito internacional.

O DIP subordinava-se ao direito interno e fato de existir falta de uniformidade no DIP não traria
qualquer consequência negativa por também não há uniformidade nos direitos internos
13

Hoje sabem que o DIP nacional é a negação do próprio DIP.

4ª Aula Prática 10/03/2017

Foi apenas revisão

5ª Aula Teórica 13/03/2017

Normas de conflito bilaterais e unilaterais,

As normas ou regras bilaterais são aquelas de que temos vindo a falar, determinam sempre a aplicação
de uma lei ditada pelo elemento de conexão e essa lei depende do elemento de conexão pode ser uma
lei nacional ou estrangeira por exemplo quando o elemento de conexão se refere a lex patriae, vai
depender em concreto da nacionalidade do sujeito a escolha da lei a aplicar, as normas designadas
unilaterais, determinam o domínio de aplicação de leis materiais do ordenamento aonde essas normas
vigoram, a formulação destas normas designadas unilaterais será por exemplo o seguinte as questões
controvertidas do domínio X, serão resolvidas pelo direito local isto é pelo direito material do sistema
aonde essas normas vigoram desde que se verifique a circunstancia ou a situação Y.

O primeiro argumento do sistema unilateralista é de que o legislador interno, o de cada estado, só tem
competência para fazer aplicar as suas leis, o defensor do unilateralismo, Rolland Quadri, considera que
aplicar direito estrangeiro no fórum dependera sempre de vontade de aplicação da lex forae e defende
Rolland Quadri que o julgador da lex forae, tem sempre maior vantagens em aplicar a sua lei material.

Estrutura da regra de conflitos, as designadas normas bilaterais, indicam sempre como lei mais
competente a lei que é ditada pelo elemento de conexão da norma e por isso aquela lei que tem com o
caso a regular a chamada conexão mais forte e esta norma bilateral tem ou é constituída por três
elementos, pelo objeto de conexão, elemento de conexão, e pela consequência jurídica.

O objeto de conexão, também chamado conceito quadro, é a matéria, ou o conceito que pretende,
abarcar o que vai ser regulado, no fundo é a previsão da norma.

O segundo elemento constitutivo é o designado elemento de conexão, o elemento de conexão tem uma
função ou tarefa localizadora, num determinado espaço concreto, isto é o elemento que estabelece a
ligação entre a relação jurídica controvertida e a lei a aplicar é o elemento da norma que dita qual é a lei
mais próxima.

Exemplo lex patriae, domicili, situs, rei sitae, elementos de conexão que de acordo com a matéria a
regular.

A consequência jurídica é o terceiro elemento constitui das normas bilaterais.

É a declaração de aplicabilidade de conceitos jurídico materiais.

O elemento de conexão indica em abstrato qual é a lei competente para regular o caso, a consequência
14

jurídica é a concretização da aplicação dessa lei.

Uma das questões que se colca a propósito das normas bilaterais, é saber qual o critério a que deve
obedecer a escolha do chamado elemento de conexão, essa escolha é feita pelo legislador e que se
baseia em critérios de procura, da lei que tem maior proximidade, com a relação jurídica a regular e
quanto aos modelos de conexão, podemos alar de conexão única e conexão plúrima

Falamos de conexão única, quando a norma de conflitos, através do seu elemento de conexão, permite
apenas a aplicação de uma lei, exemplo lex rei sitae, o imóvel só pode estar locado num único lugar, se
há uma conexão daquela norma, mas neste sistema de conexão único, podem em concreto, ser
desencadeados, dois hipotéticos sistemas legislativos isto é apesar da norma ter um único elemento de
conexão, pode suscitar aplicação de pelo menos duas leis, nos casos da lex patriae em que o sujeito
tenha dupla nacionalidade, neste caso o julgador optara pela nacionalidade mais efetiva, exemplo
aquela nacionalidade que esteja mais próxima das que estão a discutir.

Sistema de conexão plúrima ou múltipla.

Fixam a conexão de duas ou mais leis, por exemplo sistema de competência alternativa, fixam-se varias
conexões, e o juiz opta por aquela conexão que garanta por exemplo a validade do negocio neste caso o
julgador recrie a juízos de valor, esta conexão defende ou pode defender o chamado favor do favor
negoti, a favor do negocio, o julgador que vai ter que decidir se opta por aplicação de uma ou outra
aplica a que for favorável ao negocio, mas a conexão plúrima, pode fixar a chamada competência
cumulativa, quando a norma faz depender a aplicação de uma lei, do reconhecimento por outra da
situação jurídica por exemplo nas adoções internacionais, pode fazer-se, depender a constituição do
vínculo de adoção, do voto de conformidade de duas leis ou mais, por exemplo da lei regulador das
relações entre o adotando e a sua família de origem e até do adotante, tem que haver conformidade das
duas leis competência cumulativa, norma de requisitos requisita requisitos da suas leis.

Quanto a aplicação distributiva ou competência distributiva

Neste caso a norma de conflitos distribui, por dois sistemas jurídicos, as condições de validade de um
determinado negocio jurídico, por exemplo, a competência para contrair casamento, tratando-se de
sujeitos de nacionalidades diferentes, avalia-se quanto a capacidade de cada um deles, pela sua
respetiva lei nacional, casamento para casar por exemplo

Ainda nas conexões plúrima as chamadas conexões subsidiarias, a conexão subsidiaria é como a sua
designação indica, uma conexão que é fixada pela norma determinando a chamada conexão primaria e
na falta dela, a indicação de uma conexão subsidiaria, por exemplo, a lei da nacionalidade comum dos
cônjuges ou na falta dela, a lei do ultimo domicilio comum.

Qual é a diferença entre uma norma bilateral e uma unilateral?

Resposta:

Diferença, as normas bilaterais fazem desencadear a utilização de duas ou mais lei, as unilaterais, lei do
lugar de aonde aquela norma emana.

II
15

Quais os elementos constitutivos de uma norma de conflitos bilateral?

Resposta:

Objeto conexão, elemento conexão e consequência jurídica.

III

Uma norma de conexão única, pode fazer desencadear a aplicação de mais do que uma lei? Justifique a
sua resposta.

Resposta:

Norma cujo elemento de conexa é único pode sim fazer desencadear mais de uma lei, quando por
exemplo o elemento de conexão é a nacionalidade, mas há uma dupla nacionalidade.

IV

Imagine uma norma de conflitos, reguladora das relações patrimoniais entre os cônjuges cuja norma de
conexão, determina que o regime de bens dos cônjuges, será regulado pela lei da nacionalidade comum
dos conjugues, caso a lei da nacionalidade comum dos cônjuges não seja possível, aplicar por terem
distintas nacionalidades, devera esse regime de bens obedecer ao critério, da lei do lugar do casamento,
e na falta de regime imperativo desta lei, aquele regime que venha a ser escolhido, por acordo dos
conjugues. Diga que tipo de conexão esta expressa nesta norma.

Resposta:

Duas conexões subsidiarias

Imagine que numa norma de conflitos relativa a validade de um casamento, define que o casamento
será valido se assim for considerado pela lei do lugar da celebração do casamento, casa esta lei
considere invalido, será o casamento valido se o for, a luz das leis da nacionalidade dos conjugues,
consideradas para o efeito ambas as leis, se os mesmos tiverem distintas nacionalidades.

Resposta:

Primeira conexão temos subsidiaria, que tem haver com ao principio do favor negocies, segunda
conexão, distributiva.

Normas rígidas e de normas abertas

Normas rígidas são aquelas normas de conflito que tem elementos de conexão predefinidos, legislador
olha e diz tenho que aplicar essa lei.

Normas abertas não tem elemento de conexão predefinido, não tem uma conexão predefinida, o
julgador que tem de aplicar a lei que tenha maior proximidade, trazem vantagens de flexibilidade, mas
menor segurança jurídica.
16

Clausula geral de exceção máximo de uma norma aberta

Método tradicional do DIP normas rígidas e normas abertas , as normas de conflito tem como missão
indicar para as relações jurídicas plurilocalizadas qual a lei que ira no seu concreto ser aplicada elas são
dotadas de elementos de conexão pré-definidos na mora e que condicionam o julgador na aplicação da
lei, o juiz sempre que se apresente uma questão jurídica concreta que corresponda a previsão da norma
, que recaia no objeto de conexão da norma, tem por força do elemento de conexão desta de aplicar
uma determinada lei, e por isso estas normas se dizem normas rígidas, a par destas normas rígidas
existem as designadas norma open ou abertas e o DIP NORTE americano tem muitas normas open,
significa que neste o caso o julgador tem uma grande abertura, flexibilidade liberdade na escolha da lei
que ira aplicar, algumas destas normas abertas, contem elemento de conexão, mas porque são abertas,
deixam ao julgador a liberdade de escolher qual de entre os elementos de conexão é o mais ajustado
para aplicar aquele caso concreto, e é o mais ajustado tendo em conta a procura de aplicação de uma lei
mais próxima outras normas também abertas estatuem ou definem um elemento de conexão
considerado mais relevante, mas permitem que na situação concreta o juiz aplique um outro, que ele
considere que tem uma conexão mais estreita com o caso concreto, por exemplo a lei Austríaca de
1978, proclama que estas situações de carácter internacional devem ser julgadas segundo o sistema
concreto que tenham uma conexão mais forte o a aplicação desta disposição do código civil Austríaco é
bastante limitado porque ao juiz apenas pode aplicar esta norma para integrar lacunas, em Portugal r
via convencional, encontramos disposições que podemos qualificar de normas abertas, a chamada
convenção de Reoma incorporada no direito português em 1994, uma convenção relativa aos
contractos, e quanto as obrigações contractuais refere o seguinte (o contracto é regido ela lei escolhida
pelas partes , na falta de escolha da lei, é regido pela lei, com a qual a relação jurídica tenha uma
conexão mais estreita, a lei da residência habitual da parte, há quem incumbe a prestação característica
que é característica do contracto em causa.

Quando o contracto tiver por objeto uma imóvel conexão mais forte é a lei do lugar aonde o imóvel se
encontra mas todas estas presunções podem ser afastadas quando resultar do conjunto das
circunstancias concretas que o contracto apresente uma conexão mais forte com a lei de um outro país.

Outros exemplos, Lei Suíça de 1987, no seu artigo 15º, estabelece numa norma que ficou conhecida
como cláusula geral de exceção, refere que o direito desta lei não é aplicável, se olhando ao conjunto de
circunstancias do caso, for manifesto, que este caso ou esta causa tem um contacto frouxo com este
direito.

Criticas a ambos os métodos

Estes sistemas tem sido objeto de criticas, uma das principais criticas é que por vezes é muito difícil
aplicar na relação jurídica em concreto qual é a conexão dominante na relação jurídica em concreto, se
é verdade que as normas rígidas apontam para o universo da vida jurídica uma maior segurança, não
deixa de ser verdade que as normas abertas pela sua flexibilidade, podem levar no concreto, a uma
melhor justiça formal isto é a aplicação ao caso concreto de uma lei materialmente mais próxima, mas
por outro lado estas normas abertas, trazem uma maior insegurança, as relações jurídicas e a sua
continuidade, porque a liberdade concedida ao julgador acarreta inevitavelmente, insegurança jurídica,
nenhum dos dois sistemas, esta assim isento de duvidas quanto a eficácia da sua aplicação e as criticas
que lhes veem sendo feitas, tem nesse sentido perfeita justeza, quer quanto as normas rígidas, que
quanto as normas abertas.
17

5ª Aula Prática 17/03/2017

Perguntas teóricas.

6ª Aula Teórica 20/03/2017

Teses Alternativas

Caso Chemoni

Chemoni emigrante em frança de origem Tunísia mas de naturalidade, o cidadão francês transformou-se
num caso paradigmático para o DIP, Chemoni residia em frança há vario anos e tendo já naturalidade
francesa, viveria com a sua segunda mulher, na Tunísia é licito que um homem case com varias
mulheres, é esta segunda mulher também de naturalidade Francesa que dá entrada de uma acção junto
dos tribunais franceses, pedindo que o senhor Chemoni fosse condenado a pagar penso de alimentos,
isto porque se encontrava separada do marido e contando que o mesmo não há tratava como igual.

Os tribunais viram-se confrontados com um complicado problema que ultrapassava um mero problema
jurídico.

Por um lado a cultura francesa e o próprio sistema jurídico proclamam o principio da igualdade num
principio basilar estruturante da sociedade francesa e por outro lado, só reconhecendo o casamento
poderiam atribuir pensão de alimentos. Porque á época, as uniões de facto ainda não tinham direitos
consagrados na lei.

Em frança os casamentos poligâmicos são proibidos, resposta: o tribunal francês colocado perante um
problema insanável quer era por um lado se aplicasse o direito internacional privado tradicional teria de
invocar a excepção de ordem publica internacional., e recusar o reconhecimento daquele casamento
que a luz do direito material francês não era possível por se tratar do segundo casamento, mas por
outro lado estavam reunidos todos os pressupostos que levariam a atribuir uma pensão de alimentos ao
autor da acção, e recusar essa pensão seria pôr em causa os valores dominantes, verdadeiramente de
ordem publica, e nesse sentido o tribunal, aceitou que não deveria questionar o primeiro estatuto de
casada por que o mesmo já se encontrava consolidado quando o casal entrou em frança e consolidado á
luz de um sistema soberano a Tunísia e aplicando direito material francês, atribui a autora a pensão de
alimentos pedida por esta, no fundo procedeu a um adoção dos dois sistemas, indo ao encontro de
valores de justiça material, tentar que a solução fosse materialmente justa.

Este é apenas um exemplo paradigmático de que por vezes podem acontecer situações concretas que
não encontrem soluções satisfatórias, através da aplicação “pura e dura” do DIP Formal.

As orientações substancialistas ou teses alternativas, propinaram a intervenção no campo do DIP, de


princípios e de critérios da justiça material e estas teses substancialistas ou alternativas são anteriores
ao caso Chemoni, remontam ao séc. 19, pelo pensamento de Gitta, um outro holandês, que defendia
18

que devem procurar-se para as relações jurídicas plurilocalizadas soluções na própria relação jurídica,
independentemente das leis que tomam essa relação jurídica, já no séc.20, o alemão Steindorff, retoma
este pensamento que podemos designar de direito livre.

Estas teses defensoras do direito livre poe em causa um lado muito importante para a ordem jurídica o
valor da segurança, também para o autor americano Mehren, veio defender que a via para a resolução
do conflito de leis deveria ser o reconhecimento de todos os pontos de vista das ordem jurídicas
envolvidas.

Esta perspetiva levaria a por exemplo numa hipótese pratica de acidente de viação, se um dos sistemas
jurídicos em causa, arbitrar um determinado montante indemnizatória e o outro sistema considera-se
que no havia direito em qualquer pagamento o julgador deveria fundido os dois sistemas decidir por
uma indemnização de 50% do valor em relação aquele que situem e se considerava que havia direito,
esta solução seria inaceitável para qualquer sistema jurídico envolvido e é uma solução que sendo
Salomónica, são reproveis que não servem nenhum dos sistemas, o autor Kegel, avoca que soluções
materiais devem ser de natureza absolutamente excecional, e sempre que existem situações de cumulo
ou de vácuo jurídico, de cumulo significa que as leis em concurso comportam entre si soluções
contraditórias e as de vácuo significam, que as leis em concurso não contem solução para o caso
concreto, e não nessas duas situações que seria admissível o recurso a mecanismos com o mecanismo
da adaptação, que combina disposições dos vários sistemas em presença, encontrando uma solução
adaptada ao caso concreto, exemplo caso Chemoni, e esta adaptação tanto pode recair sobre normas
de D.I.P, como pode recair sobre normas de direito material.

Outras teses substancialistas, procuram soluções através das leis em concurso, caso da tese chamada
busca da melhor lei, nesta tese não se repudia a chamada conexão, mas de entre as várias leis em
concurso, as varias leis em conexão deverá o julgador adotar a solução prevista naquela lei que se
mostre mais apta, o grande defensor desta tendência, da busca da melhor lei, é o autor Carvas, nesta
tese presidem dois critérios distintos, primeiro, o critério camado critério da conexão, um critério de
natureza formal, que ira recolher, ou assinalar quais as leis em conexo com o caso a julgar, o segundo
critério, é um c critério fundado em valores de justiça material, pois que de entre as leis em conexão, o
julgador ira aplicar, aquela lei que contenha uma solução mais justa.

Lex metrie, não é uma tendência ou uma tese, vamos inserir nas chamadas tendências substancialistas,
porque pela matéria que esta lex integra, estamos afalar de um direito substancialista, no fundo são,
complexos de meterias, a que alguns chama de direito mas entre nós, de terra correi, tratar-se mais de
matéria de direito, onde se incluem, os usos, do comercio internacional, os contractos tipo, são aqueles
pré-feitos, os ussos e os costumes internacionais, e a jurisprudência dos tribunais arbitrais em matéria
de natureza internacional, estas matérias, contribuem para fundamentar as sentenças, mas não tem ,
obrigatoriedade quanto a sua aplicação.

Tese por perspetiva do interesse do Estado

É de autoria de B Curie, nega ou recusa, o chamado método da conexão e nega ou recusa o sistema de
regras de conflito pra Curie a solução do conflito de leis, deve buscar-se nas politicas que inspiram as leis
em concurso.

Há regras que correspondem a interesses fundamentais do Estado e essas não podem estar sujeitas, ás
19

normas do D.I.P, só as chamadas regras de aplicação imediata e necessária, em que há uma conexão
muito especifica entre a situação a regular e a lei, mas essa conexão, não coincide com a conexão
expressa da norma de conflitos em causa.

O exemplo dado por reste autor é um exemplo recolhido da prática dos tribulais franceses que sobre a
assistência há menores residentes em frança, não tomam em consideração as regras de conflito, que
serviam ou em matéria de estatuto pessoal fossem aplicadas a lex patriae, mas aplicam sempre lei
francesa.

Em concluso as soluções metodológicas descritas enquanto alternativas, ao método tradicional aonde


podem aceitar-se, mas podem completá-lo, principalmente naquelas situações, em que o método
tradicional não oferece respostas satisfatórias, recordemos o famoso caso Chemoni.

6ª Aula Prática 24/03/2017

1-No DIP em que consiste o mecanismo da designada adaptação e quem teses se insere.

2-Relativamente aos estatutos qual a grande inovação trazida pelo pensamento de Savigny

E qual o seu contributo para o moderno DIP

3-Harmonia jurídica material é um fim do DIP, justifique?

4-Como se designam e em que consistem as doutrinas que no séc. 19 dominaram o pensamento do DIP

5-Distinga normas de conflito unilaterais de normas de conflito bilaterais

6- O que é no DIP uma norma aberta

7-No DIP português a qualificação é feita por referencia a lex forae, justifique

8-O que entende por normas de conflito o que são elementos de conexão considera o fenómeno fórum
shopping inevitável porque?

9-Disitnga justiça formal de justiça material

10-Quais as diferenças entre normas rígidas e normas abertas

11-No pensamento de pilé a que se refere em que consiste a generalidade e a permanência

12-Quais os elementos constitutivos das normas de conflito

13-Refira e explique quais os dois casos históricos que chamaram atenção para a necessidade do DIP

14-As teses substancialistas introduziram no DIP elementos de justiça material comente

15-Qual o contributo de Mancine para o moderno DIP


20

7ª Aula Teórica 27/03/2017

O conceituado ou o problema de qualificação.

Qualificação da norma de conflitos no elemento de objeto de conexão.

A norma de conflitos tem três elementos constitutivos como já sabemos.

O primeiro designasse objeto de conexão ou conceituado.

O segundo designa-se elemento de conexão.

O terceiro designa-se consequência jurídica.

O objeto de conexão é o elemento em que nos iremos dedicar não sem antes dedicarmos os nossos
conhecimentos quanto ao que é o elemento de conexão e o que é a consequência jurídica.

Elemento de conexão é um elemento localizador, é também elemento de ligação, de ligação entre a


relação jurídica controvertida que é plurilocalizada o que significa que toca vários ordenamentos
jurídicos, estabelece a ligação entre a relação jurídica controvertida e a lei que vai ser aplicada aquela
relação jurídica.

Se o elemento de conexão for a lex rei sitae, significa que vamos aplicar a relação jurídica a lei do lugar
dos bens imoveis.

A consequência jurídica que é o terceiro elementos constitutivos da norma de conflitos é a


consequência que advém, da aplicação da lei ao caso concreto, isto é, a consequência jurídica não é nem
mais nem menos que a solução para o caso.

Então resta-nos agora a analise do primeiro elemento.

O primeiro elemento verdadeiramente é a previsão da norma que sabemos que é designado por objeto
da conexão ou conceituado.

O conceituado ou objeto de conexão é um conceito técnico jurídico.

E é através deste conceito que a norma de conflitos time o seu campo de aplicação e tais conceitos, tem
atendendo a característica das relações jurídicas que incorporam (relações plurilocalizadas), tem de ser
conceitos muitos elásticos não podem como é fácil de entender ser conceitos meramente descritivos.

A previsão de uma norma de conflitos não pode nunca ser uma previsão taxativa, fechada, rígida.

Desde logo que se tratando de relações jurídicas plurilocalizadas, quando determinada regra de conflitos
se refere a um determinado instituto jurídico como o divorcio ou o casamento, não está certamente a
faze-lo tomando esses institutos por referencia a um determinado ordenamento jurídico.

O conceito quadro como conceito aberto e flexível não é um conceito de facto, não é constitutivo de
factos, não enuncia factos, não é um conceito descritivo e por isso levanta o chamado problema da
qualificação.
21

O problema da qualificação é um problema de interpretação, é um exercício que tem como finalidade


saber o que é que pode fazer naquele conceito quadro, na previsão daquela norma.

Determinada norma de conflitos refere-se ao instituo do divórcio e o primeiro problema é saber e


implementar esse conceito

É saber o que é o divórcio para a norma de conflitos, será que devemos entender que o conceituado da
norma prevê ou abarca relações jurídicas de divorcio idênticas aquelas que existem e que estão
previstas em Portugal no instituto do divorcio ou será que podemos considerar que a nossa norma de
conflitos abarca o chamado Talak que é uma forma de negocio admitindo nos países muçulmanos,
repudio da mulher pelo homem, através por uma declaração publica de repudio, que se traduz no
verbalizar perante te4stemnuhas relativamente a mulher a palavra Talak.

A partida se não estivessem em causa a violação do princípio da igualdade, sendo um princípio


fundamental do nosso ordenamento jurídico, sendo Talak um instituto capaz de produzir os mesmos
efeitos de um divorcio na sociedade, de aonde provem, teríamos provavelmente que aceitar, caberia na
previsão da nossa norma de conflitos.

Mas esta hipótese contraria uma visão, doutrinal, quanto ao problema da qualificação que se designa de
perspetiva tradicional ou da referência automática.

Segundo a perspetiva tradicional ou a teoria da referencia automática a delimitação dos conceitos que
cabem na previsão da norma de conflitos, deve ser obtida recorrendo ao direito material da ordem
local, a execução da norma deve fazer-se em termos de referencia automática aos conceitos homólogos
dos preceitos materiais da lex forae, sendo a lex forae a lei portuguesa, quando falamos de previsão da
norma quanto ao divorcio devemos considerar que o divórcio referenciado na norma de conflitos

É homologo, idêntico no instituto previsto no direito interno.

O que significa tudo que não é igual ou idêntico ao nosso divórcio deixa de caber na previsão da norma.

Ora esta soluçao0 contraria tudo o que temos dito sobre a vocação internacional do direito
internacional privado e as suas normas de conflito que coloca todos os sistemas jurídicos em pé de
igualdade aceitando sem questionar, a natural ausência de harmonia jurídica material, porque a
identidade de cada povo também, influencia determina o conteúdo e a forma dos seus institutos
jurídicos a teoria da referência automática se fosse consagrada no nosso sistema jurídico, cairia por
terra esses pressupostos que são fundamento do DIP.

Teoria do Rabel

Este autor defende a necessidade de construir e de interpretar as nomas de conflito em função dos
vários sistemas jurídicos cuja aplicação, ela é suscetível de desencadear,

Este autor defende que não é com recurso a um direito material que a norma de conflitos cumpre a
vocação internacional para que foi criada.

Na interpretação das normas de conflito, Rabel defende a necessidade de recurso ao direito comparado.

Para este auto só pelo método da comparação era possível alcançar qual é o conteúdo dos conceitos
que são localizados pelas normas jurídicas
22

Rabel diz quem um objeto de conexão ou o conceituado isto a previsão da norma não pode ser olhada
entendido como um mole rígido, mas deve ser olhado entendido com uma forma elástica, é um
conceito que vai moldar a relação jurídica, tentar abarca-la

Só o método da comparação para Rabel permitia captar as instituições dos diferentes sistemas, uma
essência e um destino comum aos vários institutos, o que significa que todo o conceituado deve ser
tomado num sentido muito lato, por ordem a poder abranger uma serie indeterminada de institutos
jurídico-materiais.

As categorias de conexão ou objeto de conexão devem por isso ter a elasticidade necessária para que
possamos incluir nelas, todos os institutos seja qual for a sua designação e ate mesmo seja qual for o seu
conteúdo que no ordenamento jurídico em que pertencem desempenhem uma função aquela que o
legislador tinha em mente quando optou por dotar a norma de um determinado elemento de conexão.

Um dos aspetos fundamentais deste exercício interpretativo é a descoberta da razão ou do fundamento


da norma de conflitos, a reconstituição do juízo de valor em que essa norma se baseia, o sistema das
regras ou normas de conflitos é um sistema que esta determinado a satisfação de determinados
interesses.

Em que cada um dos vários sectores deve considerar-se prevalente, no sector das relações pessoais,
sabendo que o sistema prevalente é o sistema da lex patriae e por isso a interpretação da norma de
conflitos o principal propósito é descobrir qual é que é o juízo que determinou o legislador a legislar
aquela norma e como também sabemos a interpretação de qualquer norma deve ser sempre teleológica
e se o DIP te a sua justiça própria tem uma intencionalidade própria, fins próprios a interpretação do
conceituado tem que ser feita á luz dos legisladores do DIP e não há luz do legislador material.

Como já vimos há quem defenda uma referência automática no que toca a interpretação as normas de
conflitos ao direito material da lex forae, mas esta opção seria completamente errada e desajustada ao
próprio espirito do DIP.

O conceito quadro deve abranger todos os conteúdos jurídicos, os institutos jurídicos, quer sejam da lei
nacional ou da lei estrangeira aos quais convêm, segundo a rácio legis (razão de ser da norma) o tipo de
conexão que foi adotada pela regra de conflitos que utiliza um determinado conceito.

A lex forae compete decidir se os preceitos considerados correspondem ou não ao tipo visado na norma
de conflitos, mas é no lugar da lex cause lei do lugar da relação jurídica, que deve pesquisar-se a
característica ou as características das normas materiais aplicáveis ao caso concreto, a norma de
conflitos tem como objetivo prevenir e eliminar conflitos, eliminar conflitos que derivam de diferentes
ordenamentos jurídicos.

O problema centrar da qualificação consistira assim em averiguar quais sejam de entre os vários
preceitos materiais, aqueles que vão ou não caber na previsão da norma,

Em suma a lex forae, caberá decidir se os preceitos considerados cabem no conceito quadro da norma
de conflitos da lex forae, mas é no lugar da lex cause, lei de origem, que vai colher-se as características
dos preceitos aplicáveis ao caso concreto.

A doutrina portuguesa vem consagrada no art.15 do CC, consagra a chamada teoria da dupla
qualificação e o exercício de qualificação consiste em averiguar se tal norma ou complexo de normas de
23

uma hipotética lex cause cabe atentas as características que desempenhem nessa lex cause na categoria
de conexão ou no objeto de conexão da regra de conflitos da lex forae, o sistema de direito português
afastou.se da chamada teoria da referencia automática o código civil português no seu art-15º vem
repudiar o processo pelo qual para chegar a determinação da regra de conflitos aplicável, teria de partir-
se das disposições do direito interno.

A lei Portuguesa tomou por isso uma posição avessa a teoria da referência automática, vejamos o
seguinte exemplo

Se a lei A regulamenta promessa de casamento como uma instituição familiar será forçoso inclui-la para
efeitos de qualificação, na norma de conflitos, cujo objeto de conexão ou cujo conceito quadro verse
sobre relações de âmbito familiar mesmo que a lex forae não averigue qualquer relevância jurídica a
promessa de casamento.

Só através do chamado recurso a dupla qualificação, isto é, a qualificação feita a partir da lex cause no
que toca aos contornos, da relação jurídica e da forma como ela é regulada e como ela é valorada nessa
lei e num segundo momento através de uma interpretação da norma de conflitos, interpretação dessa
norma feita em sede de lex fori mas como norma de conflitos que é, essa interpretação não obedece
aos critérios de direito material e só deste modo se alcança a chamada paridade de tratamento, os
fatores de aplicação de uma lei estrangeira são os mesmos dos fatores de aplicação de uma lei nacional.

O que acontece é que muitas vezes somos confrontados com os chamados conflitos de qualificação
porque a mesma matéria pode ser qualificada de forma diferente nos vários sistemas em concurso e o
julgador da lex forae vai ter que resolver esses conflitos.

E podem ocorrer conflitos positivos e negativos de qualificação

Conflitos de qualificações, A e B são Alemães e prometem-se mutuamente em casamento na Alemanha,


B entretanto muda-se para França e revoga a promessa de casamento que direito pode A fazer valer
contra B, na Alemanha a promessa de casamento esta regulada no âmbito do direito da família, a França
não contem nenhuma disposição sobre promessa de casamento e por conseguinte em frança a quebra
de promessa de casamento só pode ser relevante se encarada sobre o ponto de vista da
responsabilidade contractual.

Na escolha da norma de conflitos temos que optar por uma das duas qualificações ou optamos pela
qualificação relação de âmbito familiar a luz do direito alemão e enquadramos a questão controvertida
na norma de conflitos cujo objeto de conexão tem haver relações familiares ou optamos pela
qualificação da lei francesa porque é omissa na relação de promessa de casamento, só pode regular em
sede de responsabilidade e uma e outra qualificação levara necessariamente a aplicação de uma lei
distinta.

Estamos perante um conflito de qualificação positivo,

A concorrência de preceitos materiais distintos convocados a diferentes títulos para regular o mesmo
caso,

O julgador português ao ser confrontado com este conflito de qualificações devera fazer prevalecer a
qualificação proveniente do sistema alemão atendendo a um princípio de natureza geral que dita que o
especial prevalece sobre o geral
24

8ª Aula Teórica 03/04/2017

Conflito de Sistemas

Pode acontecer que o de conexão de diretos de conflitos, da Lex forae, não coincida com o critério de
conexão, dos outros sistemas em contacto, com a situação jurídica a regular é a este problema que
chamamos conflito de sistemas, o conflito de sistemas em DIP, pertence a uma de duas categorias, ou
falamos de conflito positivo ou falamos de conflito negativo.

Existe conflito positivos, quando duas ou mais leis, conectadas com a situação jurídica a regular, se
reclamam competentes para o fazer, falamos de conflito negativo, quando todas as leis, dos vários
sistemas, conectados com a relação jurídica a regular, se consideram, incompetentes para o fazer.

O conflito negativo de sistemas

Quero o conflito positivo quer o negativo tem invariavelmente o problema comum que é saber se cada
um dos sistemas deve aplicar as suas leis de conflito, isto é, se a minha norma de conflitos tem um
elemento de conexão e as outras normas de sistema tem outros.

Nestas situações, questionava-se ou questionou-se se haverá um princípio, um principio de nível


superior, que tenha por objeto dirimir conflitos entre normas de conflitos.

As estas perguntas existiram, varias respostas, e uma delas sugeria a criação de um super D.I.P, uma
espécie de D.I.P a segunda potencia, isto é, normas de conflito que regulavam normas de conflito,

Foram teses do séc. 19 princípio do séc. 20, trazidas ou defendidas por dois autores, Newman este
aludido super D.I.P, trazia consigo, problemas aparentemente in solucionáveis, senão vejamos, ao
preconizar a adoção, de normas de D.I.P de segundo escalão, em que as normas de escalão superior
defendiam qual a norma de conflitos a aplicar, e este escalão inferior, defendiam, qual a lei aplicar,
deixavam sem resposta, saber qual a entidade, responsável pela criação das normas de segundo
escalão, porque as primeiras, as normas de conflito do D.I.P são de competência de cada um dos
estados o problema colocava-se ao nível das normas de segundo escalão e aparentemente era uma
pergunta sem resposta.

E porque assim era, o problema manteu-se em aberto, mas foi sendo retomado pelos autores,
Frankenstein retomou esta problemática do super D.I.P, mas introduziu três escalões, ou três conexões,
para Frankenstein, existem três tipos de conexões, as primarias, as secundarias, e as falsas, as conexões
primarias, são postuladas pela die de direito, e, portanto, são conexões que são validas a priori isto é a
sua validade é independente de consagração legislativa

Exemplo de conexões primarias, para os sujeitos, para as pessoas a nacionalidade seria a conexão
primaria, para as coisas lei, lex rei sitae, quando as conexões secundarias, elas, são dotadas do mesmo
valor, universal das conexões primarias, porque são conexões, estabelecidas pelo estado, mas que
coincidem com as conexões primarias, portanto só aquelas que sendo primários os estados também os
conhece como tal, quanto ao terceiro grupo falsas conexões,

Quanto as falsas conexões elas existem quando a lei indica conexões que não são primarias, por
exemplo quando o estado aplica aos estrangeiros a sua lei, lex domicilie, sem outro critério que não seja
25

favorecer os seus interesses de estado.

Estas conexões, são falsas porque não tem, a priori, nem a força das conexões primarias, e por isso
Frankenstein considera, que cada estado deveria limitar-se a estabelecer normas de conflito apenas
para os seus nacionais.

Esta conexão de Frankenstein tem sido amplamente criticada, porque a situações em que uma aparente
falsa conexão pode não o ser, por exemplo os estrangeiros que estejam radicados num determinado
pais, desde tenra idade, terão como lei mais próxima lei do domicilio e não a lei da nacionalidade, Perre
Correia considera que o igualmente fundamentos ilegítimos, os dois sistemas, lex patriae e ou lex
domicilie, de acordo com a circunstancias de cada caso,

Autolimitação espacial

O senhor Francis Cakis, Francis Cakis veio retomar a problemática dos conflitos das chamadas normas de
conflito e veio defender, que o domínio de aplicação, de uma norma de conflitos não é um domínio
ilimitado.

As regras de conflito da lex forae só deverão poder aplicar-se a uma relação jurídica que tenha com o
“Fórum” uma qualquer conexão e em igualdade de circunstancias, deverá aceitar-se aplicar uma norma
de conflitos estrangeira.

Reenvio definição de problemas

A questão que a seguir se coloca tem haver com o facto de uma lei estringira designada como
competente pelo DIP do fórum, o DIP pode julgar aonde a acção foi intentada, e considerada
competente para regular aquela relação jurídica concreta não se considera competente, e remete para
uma outra legislação que pode ser um terceiro estado, pode ser o estado do fórum.

a) Por exemplo, um cidadão domiciliado em Portugal, de nacionalidade brasileira, morre no nosso país,
segundo o DIP português, a lei reguladora da sucesso, devera ser a lei brasileira, lei da nacionalidade,
mas a lei brasileira, considera competente para regular a sucessão a lei do domicilio, que é a lei
portuguesa, isto é a lei brasileira faz um retorno ao direito português.

Um outro exemplo, o decujus, é um cidadão dinamarquês, domiciliado em Portugal, que deixou imoveis,
em França, a lei portuguesa considera competente, lei do lugar dos bens imoveis, lex rei sitae, frança,
mas a lei francesa, considera competente, a lei da nacionalidade do decujus, Dinamarca, e
independentemente do que dia a lei dinamarquesa, já teremos aqui um fenómeno diferente ao
fenómeno anterior designado o retorno, fenómeno de transmissão de competências,

L1 Portugal envia a competência para L2 França lex rei sitae e a lex rei sitae envia a competência para a
Dinamarca que é a Dinamarca, lex patriae.

No primeiro caso temos um retorno, o segundo temos uma transmissão de competências, e pergunta-se
como resolver este problema.

Caso Forgo

Quando falamos de reenvio e remontamos a sua origem, percebemos que ele foi originado na
jurisprudência dos tribunais, o celebre caso “Forgo”, julgado definitivamente em 1882 pelo tribunal de
26

cassação Francês.

O senhor Forgo, era um cidadão Baviano da Baviera que vivera muitos anos em frança e aí morrera
intestado, a sua morte apareceram a candidatar-se a herança parentes colaterais que seriam herdeiros
para a lei bávara, mas a lei francesa não os reconhecia como tal e não reconhecendo tais herdeiros,
segundo o direito sucessório francês os bens iriam para o estado.

Os bens da herança eram mais uma vez valores imobiliários depositados nos bancos franceses.

A primeira decisão dos tribunais franceses foi que a lei a aplicar teria de ser a lei bávara que era a lei do
domicilio do senhor Forgo e a lei da sua naturalidade e em frança Forgo não tinha sequer um domicilio
legal.

E aplicando lei material Bávara a frança reconhecia o direito de os colaterais serem herdeiros.

Mas depois desta primeira decisão problematizou-se se quando a frança considerava competente a lei
Bávara não estaria a fazer aceitando a lei bávara na sua totalidade, isto é, se a primeira norma acatada,
não seria aquela norma que no sistema bávaro, considerava competente para resolver o caso a lei do
domicilio do facto.

E o domicilio do facto era a França, o que significa que se assim fosse, deveria aceitar-se que a lei
francesa era a lei competente, que os tribunais franceses aplicariam lei francesa, não reconheceriam os
colaterais como herdeiros e os bens ficavam para o estado francês, como ficaram.

Perante este conflito negativo de competências, a importância considerada competente a lei da Baviera
e a Baviera considerar competente a lei da frança são possíveis três posições

A primeira é a posição favorável ao reenvio.

A segunda é a posição condenatória do reenvio

A terceira aceita o reenvio não como um princípio, mas como um meio para atingir determinados fins

Quanto a primeira, aquela que é partilhada pelos defensores do reenvio designa-se doutrina da
devolução ou reenvio e parte da ideia de que a referência de uma norma de conflitos a uma lei
estrangeira é feita a globalidade dessa lei.

A segunda posição é a posição daqueles que condenam o reenvio e para estes que não aceitam o
reenvio a referencia de uma norma de conflitos a uma lei estrangeira é feita ao sistema material dessa
lei, esta segunda designa-se por teoria da referência material, porque a lei estrangeira designada é
designada materialmente.

A terceira via ou posição é a da doutrina alemã, a chamada posição moderna, que nós adotamos em
Portugal e nesta teoria adota-se como princípio a referencia material, mas aceita-se o reenvio não como
princípio, mas como um meio para atingir determinados fins nomeadamente a harmonia jurídica
internacional.

Teoria da Referencia Material

Aqui a referencia do DIP da lex forae é a lei material designada o que significa que o tribunal da lex
forae, vai aplicar direito material estrangeiro exatamente como ele é aplicado no seu próprio pais.
27

Argumentos a favor a teoria da referencia material.

O primeiro é que não faz sentido renunciar aos elementos de conexão da lex forae para aceitar os
elementos de conexão do direito para aonde se envia a competência, isto é para aceitar os elementos
de conexão da lei estrangeira.

Segundo argumento é de que o DIP é um direito universal e como tal quando o legislador da lex forae,
adota um elemento de conexão, deve faze-lo imovido desses valores universais do qual ele não pode
aplicar.

7ª Aula Prática 07/04/2017

Procurar aquele esquema que ela deu no quadro

Art.16º, art.17º e art.18º.

Caso pratico

Discute-se nos tribunais portugueses a validade de um casamento celebrado no Brasil, de 2 cidadãos de


nacionalidade espanhola domiciliados em Lisboa.

A lei espanhola considera competente a lei do lugar da celebração do casamento e pratica a devolução
global, a lei brasileira considera competente a lei do domicilio dos sujeitos praticando a referencia
material

A lei portuguesa considera competente a lei da nacionalidade, qual lei aplicaria os tribunais portugueses
e porque?

L1 Portugal, lex forae, lex domicilie, lugar aonde é intentada a acção.

L2 Espanha, lex patriae, aplica aqui devolução global, consulta o DIP brasileiro, não aplica diretamente a
lei interna do Brasil, reenvio ou retorno indireto a lei portuguesa.

L3 Brasil, lex loki, aplica o direito material português.

Vamos aplicar a lei portuguesa, art.18º, nº1, para aplicar este artigo tem que ter sempre uma referencia
material a lei portuguesa.
28

9ª Aula Teórica 24/04/2017

Referencia global é feita a globalidade do sistema jurídico.

Referencia material é feita na naturalidade da lei designada competente.

O contraposto disto o é a referencia global, feita a globalidade do sistema jurídico

Ter presente se estamos a fazer uma referencia global ou material, material o caso termina aí

Referencia global tenho que consultar o sistema de conexão desse D.I.P.

Teoria da referencia global

A referencia da lex forae, a lei do fórum do sistema que esta a julgar o caso

Há uma lei estrangeira é feita a globalidade dessa lei, DIP e direito material

Deste modo temos de aceitar, que possa existir, dedução ou retorno, a lex forae ou que possa existir
transmissão,

Ex: L1 faz referência global para L2 e L2 retorno com referência global a L1.

Dentro desta teoria da referência global é chamada devolução ou reenvio integral de que iremos falar
mais a frente

Teoria clássica ou da devolução simples

Na teoria clássica ou devolução simples também designada teoria do reenvio o sistema jurídico
designado como competente é tomado como um todo, lei material e DIP

E para os defensores da teoria da referência global é um todo incindível, ou seja, não é possível dissociar
o direito material do DIP

As criticas a esta pertença indivisibilidade é de que o direito material e o DIP têm fim distintos e cada um
deles pode atingir os seus objetivos independentemente do outro.

Os propósitos materiais são uns do D.I.P são outros, a justiça do DIP é uma a justiça material é outra
significa que as valorações e os conteúdos jurídicos materiais não estão condicionados a um esquema de
valorações e conteúdos de direito conflitual.

E tanto assim é que as alterações legislativas levadas em efeito num plano deixam intactas o outro
plano, de resto a verdade é que tal ocorre frequentemente o direito material é frequentemente objeto
de revisões e de alterações que em nada afetam o DIP

Segundo a chamada objeção do circulo vicioso

Se todos os estados da cadeia, praticassem referencia global mais tarde ou mais cedo teríamos o
chamado circulo vicioso e esse circulo vicioso conduzira não a uma solução legal, mas a um ping pong
interminável.

Um argumento favorável a teoria da referencia global


29

Este argumento designado harmonia de julgados ou harmonia jurídica internacional é o argumento mais
importante a favor da teoria da referência global ou a favor do chamado reenvio, se os estados
envolvidos na cadeia praticarem referencia global, poderemos obter a chamada harmonia jurídica
internacional desde que um dos estados dessa cadeia pratiquem referencia material

Ex: L1 referencia global para L2, L2 referencia global para L3 e L3 referencia material para L1.

Neste caso existe harmonia jurídica internacional todos irão aplicar a lei material de L1.

Discute-se em Portugal uma questão relativa a validade do divorcio de dois franceses tem o seu
domicilio em Portugal e que se divorciaram na Dinamarca, Portugal considera competente a lei a
nacionalidade dos sujeitos, a frança considera a lei do lugar do divorcio e a Dinamarca considera
competente a lei do domicilio.

A Dinamarca pratica referencia material e todos os outros estados da cadeia praticam referencia global

1- Que lei vai ser aplicada?

Resposta:

Portugal L1 referencia global para L2 França, L2 referencia global para L3 Dinamarca que por fim faz
retorno por referência material para L1.

2-Ha o u não harmonia jurídica internacional.

Resposta:

Tínhamos harmonia jurídica internacional todos os estados aplicariam lei material portuguesa

II

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa ao reconhecimento de um casamento de


cidadãos brasileiros que casara em Itália, e tem o seu domicilio aqui em Portugal, o Brasil a Itália
consideram competente a lei do lugar da celebração do casamento, o brasil faz referencia material
enquanto que Itália pratica referencia global, Portugal considera competente a lei da nacionalidade e
também pratica refe global.

Quid Júris que lei será aplicada em PT

Resposta:

L1 PT, referencia global para L2 BR que faz referencia material para Itália L3 que faz referencia global
para si mesma.

Teoria da dupla devolução ou reenvio integral.

A teoria da dupla devolução ou reenvio integral tem gozado de grande prestigio julgo dos tribunais
Britânicos. Segunda essa teoria a referencia de uma lei feita a uma lei estrangeira impõe aos tribunais
que procedem a esse envio o dever de julgar a causa como ela seria julgada, nos tribunais para aonde se
envia essa competência, significa que quando o sistema Britânico envia competência a outro estado esta
30

a assumir que aceita o que o outro estado venha a fazer, isto é, esta a emitir uma espécie de endosso
em branco.

No sistema Britânico o que se passa é que o envio da competência para outro estado é feito
substancialmente como se uma referencia global se tratasse, mas do ponto de vista formal é enunciado
como já tivemos oportunidade de ver, isto é, o juiz Britânico coloca-se na pele do juiz do sistema para
aonde é enviada a competência, aceitando a decisão quem venha a ser proferida desse estado se fosse
esse o estado da lex forae,

III

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a um testamento de um cidadão Britânico,
que deixou bem imoveis no brasil, PT considera competente a lei da nacionalidade do decujus, o sistema
Britânico e o brasil consideram competente a lei do lugar dos bens imoveis e cada um deles pratica a sua
referencia regra,

Resposta:

L1 pratica referencia global para sistema Britânico L2 por lex patriae, L2 para L3 referencia integral lex
rei sitae, L3 referência global para ela própria, há harmonia jurídica internacional.

Reenvio oculto é mais uma nuance do sistema britânico

Reenvio oculto, nas matérias de divorcio e de adoção, o sistema Britânico, não tem verdadeiramente
uma norma de conflitos, mas tem uma pratica jurisprudencial, e essa pratica consiste em devolver a
competência a quem a enviou no nosso caso, a competência é nos enviada a nos lex forae que significa
que o sistema Britânico considera competente a lei portuguesa, e ao considerar competente a lei
portuguesa esta a agir como se fizesse um retorno ao direito inteiro português.

Ex: L1 faz referencia global para L2 e L2 faz reenvio oculto para L1.

Na verdade, o que ocorre é o reenvio oculto.

IV

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a um testamento de um cidadão Britânico
que morre com ultimo domicilio em Portugal, Portugal considera competente a lei da nacionalidade do
de cujus e faz a esta uma referência global, o reino unido atua segundo a sua pratica, quid júris?

Resposta:

A lei portuguesa quando nos devolvem em aplicamos a lei material de L2, para evitar um ciclo vicioso,
em que L1 faria referencia global para L2 e L2 reenvio integral para L1, portanto fica L1 faz referencia
material para L2.

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a uma adoção de um menor britânico cujos
candidatos a adoção são portugueses.

Portugal considera competente a lei da nacionalidade do menor, e o reino unido, atua segundo a sua
31

prática, Portugal faz uma referencia global qual a lei que vai ser aplicada?

Resposta:

Aplicam a lei portuguesa, L1 referencia global para L2, mas como L2 faz reenvio oculto a L1, aplica-se a
lei de L1.

8ª Aula Prática 28/04/2017

Discute-se numa conservatória de registo civil, Portugal, o reconhecimento de divórcio decretado no


Reino Unido, de 2 cidadãos britânicos.

Atendendo ao que conhece sobre o sistema Britânico, e em PT, matéria de estado pessoal se reconhece
competente a lei da nacionalidade. Que lei aplicaria a conservador.?

Resposta:

Portugal envia competência para Reino Unido referencia global, elemento de conexão de Portugal é lex
fori e de Reino Unido Lex Patriae, Reino Unido faz o reenvio oculto para Portugal, competência é de
Portugal é a lei que vai ser aplicada.

II

Discute-se perante conservador do registo civil a -capacidade matrimonial de A, cidadão dos EUA,
domiciliado em Itália que pretende casar em Lisboa, a norma de conflitos PT, considera competente a
lei da nacionalidade do nubente, por sua vez, a lei do estado de NY, considera competente a lei, do lugar
da celebração do casamente e pratica a referencia material, a lei italiana, considera competente, a lei
da nacionalidade dos sujeitos fazenda a esta uma referencia global, que lei deveria aplicar o
conservador.

Resposta:

Portugal, lex fori e, L1 envia competência para L2 por referência global EUA lex patriae que faz reenvio
por referencia material para Portugal de novo pela lex causae, a competência é de Portugal, Itália que é
lex domicili L3 faz referencia global para L2.

III

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a sucessão e o súbdito do reino unido que
deixa imoveis em Portugal, considera competente para regular o caso a lei pessoal do de cujus, a lei
inglesa não se considera competente e remete para a lei do lugar dos bens praticando a dupla
devolução.

Resposta:

Portugal Lex fori envia competência para L2 referencia material, Lex Patriae, reino unido faz dupla
32

devolução para L1, Lex Rei Sitae, competência é de L2.

9ª Aula Prática 03/05/2017

Apenas Revisão da matéria

10ª Aula Teórica 03/05/2017

Art.18º Código Civil

Portugal aceita retorno, quer seja direto ou indireto, quando essa devolução ou retorno é feita em
referência material.
Regra da lei portuguesa é o artigo 16º - regra da lei material

A Lei Portuguesa

Antes do código Civil atual, a corrente dominante na doutrina portuguesa era contrária ao reenvio e o
código de Seabra não tinha disposição sobre o assunto - mas textos de fonte convencional, já tinham
acolhido o reenvio.

Existiam duas convenções, subscritas por Portugal, que continham disposições favoráveis ao reenvio -
era o caso:
- Artigo 1º da convenção de Haia de 1902: “O direito de contrair casamento é regulado pela lei nacional
de cada um dos cônjuges, a não ser que as disposições dessas leis considerem competente outra lei”

- Convenção de genebra de 1930 (conflito de leis em matéria de letras e livranças): “A capacidade de


uma pessoa se obrigar através de uma letra ou de uma livrança é regulado pela sua lei nacional, se a lei
declarar competente um outro sistema é a lei desse outro sistema que será aplicável”.

Quanto ao que se passa agora no código civil atual, veio tomar posição em relação à matéria do reenvio
e o legislador optou por uma via intermédia. Veio definir com rigor o terreno em que pode aceitar-se o
reenvio, a ideia da harmonia jurídica internacional foi uma fonte de inspiração, ou seja, o nosso
legislador aceita o reenvio quando o reenvio conduz à harmonia jurídica internacional – caso contrário,
aplica-se a regra do artigo 16º, ou seja, aplica-se a referência material.

O artigo 16º consagra a chamada doutrina da referência material e refere que a referência das nossas
normas de conflito a uma lei estrangeira é feita ao direito interno dessa lei estrangeira. Contudo, o
artigo 16º abre desde logo a porta às exceções e à aceitação do reenvio quando diz que o artigo 16º se
aplica na falta de referência em contrário, referindo-se assim às exceções do artigo 16º.

Ex: L1 referencia material para L2, aplica-se lei de L2


33

L1 referencia global para L2, L2 retorno global para L1 e L2 referencia global para L3.

Contudo o art.16 abre desde logo a porta as exceções e aceitação do reenvio quando diz que o art 16 se
aplica, na falta de referencia em contrario referindo-se assim as exceções ao art.16º.

Já temos aqui a síntese do pensamento da lei Portuguesa.

Ex: Art.18ºnº1, L1 referencia global para L2 e L2 faz referencia material para L1, aplica-se a lei de L1

Art.18º, nº1

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a capacidade matrimonial de A cidadão
Francês que se encontra domiciliado em PT e pretende celebrar o seu casamento em Portugal.

A lei Portuguesa considera competente a lei da nacionalidade, mas a lei francesa considera competente
a lei do lugar do casamento.

E faz referencia material.

Que lei os tribunais portugueses vão aplicar e dizer se há harmonia jurídica internacional ou não.

Resposta:

L1 que é Portugal lex forae, lex causae, lex domicili e lex situs pratica referência global para L2 lex
patriae que faz reenvio por referencia material para L1.

II

Discute-se nos tribunais Portugueses uma questão relativa o divorcio de um cidadão espanhol,
domiciliado em Portugal, mas que se divorciou no brasil, pretendesse saber se o divórcio é valido.

A lei portuguesa considera competente a lei da nacionalidade do sujeito, a lei espanhola pratica
devolução simples e considera competente a lei do lugar do divórcio.

Por sua vez a lei brasileira, que é anti-devolucionista, considera competente a lei do domicilio

Qual a lei que Portugal ira aplicar e porque?

Resposta:

L1 PT, lex forae e Lex domicili faz referencia global para L2 Espanha, lex patriae que faz referência global
para L3 Brasil Lex cause que por fim faz retorno para L1 pela lex domicili por referencia material.

Brasil Grécia e Dinamarca são anti-devolucionistas, praticam referência material.

Devolução simples é referencia global.

III

Discute-se em Portugal a validade do testamento de um cidadão italiano domiciliado em Portugal e que


fez o seu testamento, em França, o ultimo domicilio é Portugal.

Portugal considera competente a lei da nacionalidade do decujus, Itália, considera competente a lei do
34

lugar do testamento e a França considera competente a lei do ultimo domicilio do decujus.

A França e Itália praticam devolução simples.

Resposta:

L1 lex fori pelo art.16º pratica referencia material para L2 Itália, lex patriae que pratica referencia global
para L3 França, lex causae que por ventura pratica referência global para L1, lex domicili, aplica-se a lei
de L2.

Art.18ºnº1

No reenvio chamado primeiro grau ou retorno o direito material da lex forae, só é aplicável se a lei
estrangeira, para ela devolver e se o fizer, ao direito interno.

Reenvio não promove, quando a referência da lei estrangeira a lei portuguesa for uma referencia de
natureza global, nesse caso aplica-se a rera do art.16º e aplica-se o direito interno de L2.

No caso de haver retorno indireto, o reenvio, será sempre que aceitar quando se encontram reunidas
duas condições:

-O estado de L2 tem de praticar referencia global, isto é, tem de aceitar a devolução simples e a terceira
legislação L3 tem de praticar referencia material, o que significa que o nº1 do art.18º, deve ler-se da
seguinte forma, se a alei designada pela norma de conflitos, devolver para o direito interno português,
directa ou indirectamente.

Art.17º, nº1.

Ex: L1 pratica referencia global para L2 que pratica referencia global para L3 que faz referencia material
para si mesma, aplica-se a lei de L3.

IV

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a capacidade matrimonial de A, cidadão
francês, domiciliado em Portugal, que contraiu casamento nos E.U.A, a lei portuguesa considera
competente a lei da nacionalidade do nubente, a lei francesa considera componente a lei o lugar do
casamento a frança pratica devolução simples e o direito do estado EUA considera competente a lei do
lugar da celebração do casamento e prática referencia material

Quid Júris?

Resposta: Art.17º, nº1.

L1 Portugal lex fori e lex domicili pratica referencia global para L2 França Lex Patriae que pratica
referencia global para L3 EUA lex causae que faz referencia material para si mesma, aplica-se a lei de L3.

Discute-se nos tribunais portugueses a validade de um divorcio de um cidadão Britânico.

O reino unido, procede segundo a sua prática habitual e Portugal considera competente a lei da
nacionalidade do sujeito.
35

Resposta:

L1 Portugal Lex fori pratica referencia global para L2 pelo art.18º nº1, que é o Reino Unido, lex patriae,
reino unido pratica o reenvio oculto envia a competência para Portugal, aplica-se a lei de L1.

Justificação do art.17º

Reenvio de 2ºgrau ou transmissão de competência, art.17º, nº1, aqui aceita-se o reenvio, da lei
designada pela norma de conflitos Portuguesa (L2) para outro sistema jurídico (L3) desde que este
terceiro sistema se ache competente.

A pergunta que se coloca é de saber se será possível aplicar o art.17º, nº1 quando temos um fenómeno
chamado reenvio em cadeia, isto é, quando na transmissão de competências não temos apenas três
estados, mas quatro cinco ou mais.

A resposta é forçosamente afirmativa, se todos os estados envolvidos na cadeia praticarem referencia


global e o ultimo estado da cadeia se considerar competente estaremos perante um caso de aplicação
do art.17, nº1.

VI

O conservador do registo civil português, tem em mãos, uma questão que implica validar ou não um
testamento de um cidadão alemão que morreu com ultimo domicilio no algarve e deixou bens no Brasil,

A lei portuguesa considera competente a lei da nacionalidade do de cujus por sua vez a lei Alemã e a lei
brasileira, tem o mesmo elemento de conexão que é a lei do lugar dos bens, a lei Alemã pratica
devolução simples a lei brasileira a sua referência regra

Quid Júris?

Resposta:

L1 PT lex fori e lex domicili pratica referencia global pelo art.17º, nº1, para L2 Alemanha, lex patriae, que
transmite a competência para Brasil L3, lex sitae que se considera competente praticando referencia
material, aplica-se a lei de L3.

VII

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a validade de um casamento por Suíços,
celebrado o seu casamento e em Veneza e residem em Portugal, a lei portuguesa considera competente
a lei da nacionalidade dos sujeitos, por sua vez a lei suíça considera competente a lei do lugar da
celebração do casamento e a lei italiana considera competente a lei do domicilio a suíça e a Itália prática
devolução simples.

Quid Júris?

Resposta:

Portugal lex fori e lex domicili pratica referencia material para L2 Suíça Lex Patriae que transmite para
Itália L3 Lex causae que reenvia para Portugal por referencia global, vai ser aplicada a lei interna da
Suíça.
36

11ª Aula Teórica 08/05/2017

Restrições ao reenvio em matéria de estatuo pessoal

Na perspetiva do legislador português, existe um conjunto de normas e de matérias que pela sua
natureza pessoal devem ser regidas por uma lei próxima do sujeito e essa lei próxima do sujeito ou é a
lei da nacionalidade ou a lei da residência, quando se trata de matéria de estatuto pessoal, relações de
âmbito familiar, relações de âmbito sucessório, relações de estado ou de capacidade, a lei portuguesa só
devera ser invocada em duas situações:

a) O interessado reside em Portugal


b) O interessado reside num país que também considera competente o direito interno português.
I

Por morte de A, cidadão de nacionalidade francesa discute-se nos tribunais portugueses uma questão
relativa a sucessão dos seus bens moveis, a norma de conflitos portuguesa considera competente a lei
da nacionalidade do de cujus por seu lado a norma de conflitos francesa considera competente a lei do
ultimo domicilio do de cujus, a frança pratica devolução simples, ultimo domicilio de A foi Portugal.

Que lei aplicam os tribunais portugueses.

Resposta:

L1 Portugal lex fori e lex domicili pratica o art.16º, referencia material para L2, França lex patriae que
reenvia para Portugal referencia global, aplica-se a lei interna de França.

II

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a sucessão de um súbdito do Reino Unido
que deixou bens imoveis em Portugal, a norma de conflitos portuguesa considera competente para
regular este caso a lei da nacionalidade do de cujus e o direto Britânico considera competente a lei do
lugar dos bens imoveis o de cujus teve o seu ultimo domicilio em lisboa, qual a lei dos tribunais
portugueses a aplicar

Resposta:

L1 PT, lex for e lex rei sitae pratica referencia material para L2 lex patriae, reino unido que pratica dupla
devolução para L1, aplica-se a lei interna de L2.

III

Resposta:

L1 lex fori, lex rei sitae pelo 18, njº1 e nº2, faz referencia global para L2, Brasil Lex Patriae que faz
retorno por referencia material para L1, L3 também que é lex domicili faz reenvio para L1 por referencia
material, aplica-se lei interna portuguesa.

Restrições a aplicação do reenvio, art.17º, nº2


37

O reenvio previsto no art.17ºnº1 não será de aplicar, deve excecionar-se a aplicação do a17º1 mesmo
que os pressupostos do17 nº1 se verifiquem quando se verifica o previsto no nº2 do art.17º, isto é
quando:

a), o interessado reside em Portugal e a lei designada como competente por Portugal é a lei da
nacionalidade, isto é, L2 é a lex patriae,

b) reside num país que também considera competente o direito interno da lei da nacionalidade, isto é
também considera competente o direito interno de L2.

IV

A é cidadão Britânico, morreu em Portugal aonde tinha o seu domicilio, deixou bens moveis em frança.

O reino unido e a frança consideram competente a lei do lugar dos bens, reino unido pratica referencia
regra e frança devolução simples. Portugal considera competente a lei da nacionalidade do “de cujus”.

Resposta:

Portugal L1 lex fori referencia material para L2 lex patriae reino unido, através do art.16º e 17º nº2,
reino unido faz dupla devolução para França lex situs que faz referencia global para si própria, aplica-se
a lei interna do reino unido.

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a capacidade matrimonial de A, cidadão
espanhol que pretende casar em Itália e reside em Portugal, lei portuguesa considera competente a lei
da nacionalidade. A lei italiana considera competente a lei do lugar da celebração do casamento e faz
material e a lei espanhol faz devolução simples e também considera competente a lei do lugar da
celebração do casamento.

Resposta:

L1 Portugal, Lex Fori e Lex domicilie pelo art.16º, art.17º, nº1 e nº2, pratica referencia material para L2
Espanha lex patriae, que pratica referencia global para L3 Itália, que faz referencia material para si
própria lex causasse.

A competência é de L2, aplica-se a lei interna de Espanha.

10ª Aula Prática 12/05/2017

I
Discute-se nos tribunais portugueses questão de âmbito sucessório de cidadão domiciliado em Portugal
e nacionalidade Alemã.
O direito português considera competente a lei da nacionalidade, Alemanha considera competente a lei
do ultimo domicilio e fez a esta uma devolução global.
Quid Júris?
38

II
Discute-se nos tribunais Portugueses a validade de um testamento outorgado em Itália por cidadão
nacionalidade francesa que reside em Portugal. A lei francesa considera competente a lei do lugar da
outorga do testamento e faz devolução simples. A lei italiana considera competente a lei do domicilio e
faz referencia global.
A lei Portuguesa considera competente a lei da nacionalidade.
Quid Júris?

III
Discute-se nos tribunais portugueses uma questão de responsabilidade parental de um menor nascido
em frança e registado em Portugal aonde se encontra a residir, tem dupla nacionalidade, o progenitor
que requer a regulação das responsabilidades parentais reside na Grécia e o menor reside em Portugal
com a progenitora, a lei portuguesa, considera competente a lei da nacionalidade originaria do menor
França, a lei francesa considera competente a lei do lugar do domicilio do autor da acção e pratica uma
devolução simples, a lei grega considera competente a lei da nacionalidade originaria do menor que é
anti-devolucionista que lei aplicariam os tribunais portugueses e porque?

IV
A e B tio e sobrinha de nacionalidade Suíça, domiciliados em moscovo celebram em moscovo o seu
casamento discute-se nos tribunais portugueses a validade do acto invocando-se a disposição do CC
suíço, que proíbe o casamento entre colaterais de terceiro grau, face ao direito interno russo o
casamento seria valido,
No direito suíço a norma de conflitos considera valido o casamento celebrado por suíços no estrangeiro
se como o tal o entender a lei do lugar da celebração
O DIP russo considera a lei russa aplicável ao casamento na Rússia de estrangeiros ai domiciliados, a
norma de conflitos portuguesa remete para o direito suíço. Os tribunais portugueses consideram o acto
valido ou invalido?

12ª Aula Teórica 15/05/17

I
Discute-se nis tribunais portugueses, a capacidade patrimonial de A cidadão argentino, domiciliado em
Portugal que casou no Paraguai, Portugal considera competente a lei da nacionalidade A argentina
considera competente a lei do lugar da celebração e prática devolução simples a norma de conflitos do
Paraguai remete para a lei do domicilio e pratica igualmente devolução simples.

II
Discute-se em Portugal, a validade de um casamento celebrado entre A e B, cidadãos americanos com
residência habitual em França, Portugal considera competente a lei do estado de NY, o DIP de NY
considera competente a lei do lugar da celebração o DIP Francês considera competente a lei da
39

nacionalidade, os tribunais franceses praticam devolução simples enquanto os americanos referencia


material.

III
Discute-se nos tribunais portugueses a validade de um testamento de uma cidadã brasileira que deixou
bens moveis em Portugal a data da sua morte tinha domicilio em suíça, lei portuguesa considera
competente a lei da nacionalidade, a lei brasileira e Suíça considera competente a lei do lugar dos bens
moveis, a lei brasileira segue a sua referencia regra e a lei suíça pratica devolução simples.

IV
Discute-se na conservatória do registo civil de PT a capacidade matrimonial de A, cidadão tunisino
residente em frança que pretende contrair o seu casamento em Lisboa, Portugal considera competente
a lei da nacionalidade, a Tunísia e a França consideram competente a lei do lugar da celebração do
casamento e praticam ambas devolução simples.

Art.17º, nº3

O art.17º, nº3 é uma manifestação indireta da doutrina da chamada competência mais próxima ou de
maior proximidade e por isso o legislador considerou que não obstante estarem verificados os requisitos
previstos no nº2 do art.17º, devemos ainda assim manter a aplicação do nº1 quando a lei do ultimo
estado da cadeia for a lex rei sitae e estiver em causa uma questão que envolva bens imoveis e assim
sendo afastamos a exceção do nº2 do art.17 mantemos o nº1 e aplicamos a lei de L3.

V
Discute-se nos tribunais portugueses uma herança de uma cidadã de nacionalidade espanhola que
morreu com ultimo domicilio em Portugal deixando bens imoveis no brasil, a lei espanhola e a lei
brasileira, considera competente a lei do lugar dos bens imoveis, a lei espanhola aplica devolução
simples a lei brasileira é anti-devolucionista, a lei portuguesa considera competente a lei da
nacionalidade.
Que lei vamos aplicar e porque?

VI
Discute-se nos tribunais portugueses uma partilha por divorcio de cidadãos franceses que tinham no seu
património de bens comuns um imóvel em Itália e tem no seu domicilio na Grécia, então lei portuguesa
considera competente a lei da nacionalidade a lei francesa considera competente a lei do lugar dos bens
e a lei grega que é anti-devolucionista considera igualmente competente a lei do lugar dos bens, frança
pratica devolução simples, Itália também considera competente a lei do lugar dos bens imoveis praticam
devolução simples.

11ª Aula Prática 19/05/2017

I
40

Discute-se perante o conservador do registo civil a capacidade matrimonial de A, cidadão dos Estados
Unidos, domiciliado em Itália que pretende casar em Lisboa, a norma de conflitos portuguesa considera
competente a lei da nacionalidade do nubente por sua vez a lei do estado de Nova Iorque considera a lei
do lugar de celebração do casamento e pratica a referencia material a lei italiana considera competente
a lei da nacionalidade dos sujeitos e pratica a referencia global que lei aplicariam os tribunais
portugueses.

Resposta:

L1 Portugal, lex Fori e lex causae faz referencia global (art.16º) para L2, E.U.A, lex Patriae que faz retorno
a L1 por referencia material, L3 Itália faz referencia global para L2. Aplica-se direito interno português.

II
Discute-se nos tribunais portugueses capacidade matrimonial de A argentino domiciliado em Portugal,
que casou no Paraguai a norma de conflitos portuguesa considera competente te a lei da nacionalidade
do nubente admitisse que a norma de conflitos Argentina considera competente a lei do lugar da
celebração do casamento e que os tribunais Argentinos do casamento e que os tribunais Argentinos
praticam a devolução simples, a norma de conflitos do Paraguai pratica também a devolução simples
remetendo para a lei do domicilio que vai aplicar.

Resposta:

L1 Portugal, lex fori e lex domicili faz referencia material (art.16º) para Argentina Lex Patriae que faz
referencia global para Paraguai L3 que é a Lex Causae que faz referencia global para L1 Portugal.

III
Discute-se nos tribunais portugueses a sucessão imobiliária de um sujeito do Reino Unido que morreu
com o ultimo domicilio na Grécia e deixou bens imoveis na frança

O DIP inglês bem como o Francês submeteu á sucessão Imobiliária a lex rei sitae, o direito de conflito
porte e grego remetem ao caso a lex patriae. Os tribunais ingleses e grego praticam a referencia de cada
um dos casos, França aplica a devolução simples.

Resposta:

L1 Portugal

IV

A e B tem nacionalidade Belga, mas são ambos filhos de Italianos e são residentes em Portugal celebram
o seu casamento na India sendo que face a lei material Indiana o casamento é valido, invalido perante a
lei material Belga e italiana, o DIP belga bem como o Indiano regulam a capacidade para contrair
casamento pela lei do lugar da celebração o primeiro pratica a devolução simples e o Indiano a
referencia material assim como o sistema italiano, a norma de conflitos portuguesa considera
competente a lei da nacionalidade comum
a) O casamento é valido ou invalido em Portugal
b) E se A e B, tivessem nacionalidade Italiana, o casamento seria valido ou invalido
41

13ª Aula Teórica 22/05/2017

VG Inicio da aula

Discute-se nos tribunais portugueses a validade do testamento. A cidadão italiano que morreu ultima
morada NY, bens imoveis do Br.

Herdeiros residem em Portugal.

Por sua vez a lei Italiana, lei do lugar dos bens imoveis.

elemento de conexão que também é partilhado pela lei brasileira

Brasil e Itália praticam referencia material quanto a Nova Iorque, pratica devolução simples qual é a lei
que os tribunais portugueses irão aplicar para apreciar a validade do testamento.

Resposta:

II

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a capacidade matrimonial de A cidadão
Argentino domiciliado em Portugal que pretende casar em Veneza, a lei portuguesa considera
competente a lei da nacionalidade a lei Argentina considera competente a lei do lugar da celebração e a
lei italiana considera competente a lei do domicilio, Argentina pratica devolução simples, Itália pratica
referencia material então podem casar ou não.

Resposta:

Favor Negotis

Art.19º, a nossa regra do art.16º se considerar valido um determinado negocio vg e o reenvio puser em
causa essa capacidade não aplicamos o art.17º e o art.18º aplicamos o 16 35vg

Conexões contrarias ao reenvio, neste caso o legislador consagrou no nº1 do art.19 do CC um principio
chamado favor Negotis, o que significa que se por aplicação dos artigos 17º e 18º, artigos que
consagram o reenvio, resultar a nulidade de um negocio que seria valido pela regra do art.16º ou a
incapacidade de um sujeito que seria capaz pela regra do art.16º é rejeitado o reenvio e mantem-se a
aplicação do art.16º

III
42

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a validade de um testamento de A cidadão
Britânico que se encontra domiciliado em Portugal, testamento que foi outorgado na Holanda e que
segundo a lei material holandesa é valido, mas é invalido segunda a lei portuguesa e também é invalido
segundo a lei britânica,

O sistema Britânico e o sistema holandês consideram competente a lei do domicilio a lei portuguesa
considera competente a lei da nacionalidade, diga se Portugal vai ou não considerar valido o
testamento.

O sistema Britânico pratica a sua referencia e o sistema holandês pratica referencia material.

Resposta:

IV

discute-se nos tribunais portugueses a validade de um negocio que foi decretado no Brasil, cidadãos de
nacionalidade britânica domiciliados em Portugal e que se divorciaram no Brasil, Portugal considera
competente alei da nacionalidade dos sujeitos o Reino Unido atua segundo a sua pratica, o brasil
considera competente a lei do lugar aonde o divorcio foi decretado, brasil é anti-devolucionista, no
Brasil o divorcio é valido, em Portugal segundo a lei material portuguesa é invalido, mas no reino unido é
valido segundo a lei material do reino unido.

Discute-se nos tribunais portugueses a capacidade matrimonial de A cidadão Francês que pretende
celebrar o seu casamento no brasil e tem a sua residência em Portugal, Portugal considera competente
a lei da nacionalidade do sujeito, a frança considera competente a lei do lugar da celebração do
casamento o mesmo elemento de conexão tem o brasil, segundo a lei portuguesa o sujeito em causa
tem capacidade para casar, segundo a lei francesa não tem, segundo a lei brasileira tem.

França pratica devolução simples e o Brasil é anti-devolucionista.

Resposta:

VI

Discute-se nos tribunais portugueses a validade de um casamento, celebrado na Tailândia, por cidadãos
de nacionalidade americana (NY) residentes habitualmente em Portugal, a lei portuguesa considera
competente a lei da nacionalidade e NY considera competente a lei do lugar do domicilio dos sujeitos a
Tailândia considera competente a lei do lugar da celebração, Tailândia pratica devolução simples, NY
pratica devolução simples, casamento é valido para o direito interno português, é valido na Tailândia, é
invalido segundo a lei material nova iorquina.

Quid Júris?

Resposta:

VII

Discute-se nos tribunais portugueses uma questão relativa a validade der um contracto que foi
celebrado em Marrocos e cujo lugar de cumprimento é Espanha os outorgantes são respetivamente um
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português e um marroquino, a lei portuguesa considera competente a lei do lugar da outorga


celebração do contracto, já a lei espanhola, considera competente a lei do lugar do cumprimento e a lei
marroquina considera competente a lei do lugar do cumprimento, Portugal considera competente a lei
do lugar da outorga, Espanha e Marrocos praticam devolução simples, em Marrocos o contracto face a
lei material o contracto será considerado valido, em Espanha e PT será materialmente invalido.

Quid Júris?

FINIS

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