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Escola Secundária de Santa Maria da Feira

EVOLUÇÃO DOS DIREITOS


HUMANOS
Economia C
Realizado por:
Luís Martins | Nº16 | 12ºG
1. INTRODUÇÃO
1.1 O que são direitos humanos?
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os
direitos humanos são “garantias jurídicas universais
que protegem indivíduos e grupos contra ações ou
omissões dos governos que atentem contra a dignidade
humana”.
Por outras palavras, direitos humanos podem ser
definidos como um conjunto de valores éticos, morais
e políticos universais, definidos num determinado Imagem I
período de tempo, que asseguram as condições básicas de uma vida com liberdade, igualdade e
dignidade.

1.2 Características dos direitos humanos:


De forma sintética, é possível enumerar oito características gerais dos direitos humanos:
◈ Universalidade: são universais, englobam todas as pessoas em qualquer parte do globo,
independentemente da sua nacionalidade, género, raça, idade, religião, ou convicção política e
filosófica.
◈ Imprescritibilidade: não se perdem, não caem em desuso, têm um carácter permanente.
◈ Irrenunciabilidade: ninguém pode, jamais, renunciar os seus direitos.
◈ Inalienabilidade: não é permitido a transmissão de direitos entre pessoas.
◈ Indivisibilidade: são colocados no mesmo “patamar”, ou seja, a sua aplicação não é feita de
forma isolada ou hierarquizada. Todos são importantes e necessários.
◈ Relatividade: todos os direitos têm de “conviver” uns com os outros, não podendo um anular
outro.
◈ Interdependência e complementaridade: os direitos dependem uns dos outros para se
efetivarem.

1.3 Exemplos de direitos humanos:


Os direitos humanos são garantidos legalmente pela lei e protegem indivíduos e grupos contra
ações que interferem nas liberdades fundamentais e na dignidade humana.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, regista os direitos fundamentais de todas as
pessoas que asseguram a dignidade humana.

Alguns direitos expressos nesta declaração:


◈ Artigo 1:“Todos os seres humanos nascem livres
e iguais em dignidade e em direitos…”
◈ Artigo 2:“… sem distinção de raça, de cor, de
sexo, de língua, de religião, de opinião política ou
outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação…”
◈ Artigo 3: “Todo o indivíduo tem direito à vida, à
Imagem II liberdade e à segurança pessoal”

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2. EVOLUÇÃO
É a partir da Antiguidade Clássica que os direitos humanos começam a manifestar-se sobre registos
documentais. No entanto, a ideia de direitos humanos associa-se à existência da própria
humanidade.
Os direitos humanos são considerados um processo contínuo de adaptação de leis e costumes a
novas realidades, pelo que podemos dividir este processo em várias fases ou gerações.

2.1 Primeira fase / geração

Os primeiros registos documentais de direitos humanos em


forma de leis constitucionais, surgiram com a Magna Carta,
assinado por João de Inglaterra, em 1215. Este documento
listava alguns princípios que, mais tarde, vieram a ser
considerados direitos humanos.

Imagem III - Magna Carta


Nos séculos XV e XVI, segue-se um período designado por
Modernidade.
Neste período, uma nova classe social emerge na sociedade - a
burguesia - que, unindo-se às camadas oprimidas, contesta os
benefícios das camadas privilegiadas (clero, nobreza,...) e luta pela
liberdade, igualdade e pelo fim ao poder absoluto do rei, e
submissão à autoridade do Estado.

Imagem IV - Burguesia

No entanto, foi com a Independência Americana e a Revolução Francesa que surgiram as primeiras
declarações de direitos que se mantêm até aos nossos dias, com as adaptações necessárias às
novas realidades. Foi adotada, pela Assembleia Constituinte Nacional, a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão (1789) que garantia os direitos de “liberdade, propriedade, segurança e
resistência à opressão”. Importante referir que estes direitos ainda não se aplicavam às mulheres.

2.2 Segunda fase / geração

A primeira geração de direitos humanos, mostrou-se ineficiente com o


aparecimento das desigualdades sociais e económicas, da exploração de
mulheres e crianças, que a Revolução Industrial acarretou.
Nesta fase, a maioria dos países, começa a incorporar nas suas
Constituições, além dos direitos civis, individuais e civis, os direitos de
segunda geração - direitos de igualdade, sociais, económicos e culturais.

Imagem V - Igualdade género

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A Revolução Industrial (1760-1840) foi responsável pelo aparecimento do capitalismo. O
capitalismo, por sua vez, é responsável pelo trabalho excessivo das classes oprimidas sob
rendimentos miseráveis. A população explorada, obviamente, vivia em condições de vida
deploráveis, sendo incapaz de sustentar as suas famílias. Todo este cenário, levou ao aparecimento
dos movimentos sociais, que visavam a renúncia através do manifesto, a este regime capitalista.

Após a Revolução Industrial, desenvolveu-se uma segunda guerra sangrenta marcada pela
barbaridade - a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em que a ruína, devastação, miséria e
aniquilação são palavras pouco fortes para definir a atrocidade que este marco histórico trouxe à
humanidade.
É colocado em evidência clara, os perigos
que a humanidade está exposta sem uma
rede de Direitos mais específica e concreta.
Neste sentido, foi fundada uma nova
incorporação que visava a promoção da
paz e a prevenção de futuras guerras - a
Declaração Universal dos Direitos
Humanos, na qual foi elaborada a Carta
das Nações Unidas, que deu origem à
Organização das Nações Unidas (ONU).
Imagem VI - Dresden, após Segunda Guerra Mundial

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, inspirada na Magna


Carta, decretou todos os direitos fundamentais para garantir a
dignidade humana do ser humano, mas também estabeleceu
obrigações e responsabilidades para os Estados.
Esta declaração, por si só, não poderia garantir o cumprimento dos
direitos fundamentais, pelo que uniu-se de várias forças jurídicas
(Pactos e Tratados) para garantir que os Estados signatários respeitam
os direitos reconhecidos na Declaração. Como exemplo temos o Pacto
Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional de
Imagem VII - logótipo da Direitos Económicos, Sociais e Culturais.
Declaração Universal dos
Direitos Humanos

2.3 Terceira fase / geração


A partir dos anos 60 novas realidades sociais como o
preconceito e a intolerância começam a desabrochar
no seio da humanidade.
Assim, a terceira adaptação dos direitos humanos surge
com o intuito de proteger os grupos sociais vulneráveis
bem como proteger o ambiente da progressiva
destruição ambiental, no sentido de promover o ideal
da dignidade humana. Imagem VIII
Importante referir que foi a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos a dar um impulso à
revisão dos direitos fundamentais existentes.

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3. CONCLUSÃO
3.1 Esquema-síntese das três gerações

3.2 As quarta e quinta gerações

É possível já falar de uma quarta e quinta geração de adaptação dos direitos humanos.
Uma das bases desta provável adaptação dos direitos humanos assenta na questão da bioética que
abrange preocupações como o aborto, a eutanásia, a procriação artificial, o tráfego de órgãos, a
transexualidade, a manipulação do código genético e a clonagem humana. A outra base da
provável adaptação reside nos avanços na tecnologia que abrange questões como proteção de
pessoas de problemas resultantes da sociedade de informação, invasões de privacidade, direitos
autorais, comércio eletrónico, pirataria, entre outros.

3.3 Considerações finais

Ao realizar este trabalho fui capaz de reconhecer novas conceções relativas aos direitos humanos.
Percebi que os direitos humanos visam salvaguardar a dignidade de todas as pessoas. São mais
que meras intenções, são considerados normas jurídicas consagradas nas Constituições nacionais
ou adotadas pelos Estados através de Organizações Internacionais como a ONU. Prendem-se com a
própria existência da humanidade, apesar que os primeiros registos sucederam-se somente na
Antiguidade Clássica, com a Magna Carta.
Ainda, consegui compreender e averiguar a evolução deste processo. Entendi que os direitos
humanos não são estáticos, ou seja, fixos e estanques, mas evolutivos - vão-se progressivamente
adaptando à dinâmica da própria vida em sociedade e às suas novas exigências.

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