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Apresentação
A questão dos direitos humanos como pauta internacional, com sua violação considerada crime
contra a humanidade, é muito recente na sociedade. Só a partir do fim da Segunda Guerra Mundial
e da Declaração Universal dos Direitos Humanos é que se inicia uma arquitetura internacional
sobre a temática.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre os sistemas de proteção dos direitos
humanos e os dispositivos legais a serem acionados em caso de violação de direitos humanos
fundamentais por nações ou indivíduos.
Bons estudos.
• Descrever como surgiram e o que preveem os sistemas global e regionais de proteção dos
direitos humanos.
• Explicar a importância dos tribunais penais internacionais ad hoc na defesa dos direitos
humanos.
• Identificar os dispositivos legais que garantem a proteção dos direitos humanos.
Infográfico
O sistema de proteção de direitos humanos se organiza a partir de documentos internacionais do
qual as nações-membros da Organização das Nações Unidas participam como forma de
acompanhar, fiscalizar e proteger os direitos humanos fundamentais.
Os direitos humanos devem ser defendidos pelo próprio país por meio de suas legislações e
seguindo o que recomendam as convenções internacionais. Porém, se houver desrespeito aos
direitos humanos, seja por ação do Estado, seja por sua omissão, denúncias podem ser feitas ao
sistema de proteção de direitos humanos.
Neste Infográfico, você verá como se divide o sistema global de proteção de direitos humanos e os
sistemas regionais de proteção de direitos humanos.
Conteúdo do livro
Os direitos humanos fundamentais são uma construção histórica que se inicia no século XVIII,
evolui no século XIX com novos grupos sociais e chega ao século XX considerando todos e todas,
independente de nacionalidade. Assim, o conceito de direitos humanos fundamentais se apresenta
como direito da humanidade à sua dignidade como pessoa humana de forma internacional.
Só a partir de 1948, com o advento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é que começa a
se construir um sistema de proteção, acesso e monitoramento dos direitos humanos que se
divide em global e regionais.
No capítulo Proteção, acesso e monitoramento dos direitos humanos, que faz parte da obra
Legislação social, você vai descobrir como se constroem esses sistemas, qual arcabouço jurídico
internacional se ergueu a partir deles e como acessá-los em caso de violação dos direitos humanos.
Bons estudos.
LEGISLAÇÃO
SOCIAL
Introdução
Neste capítulo, você vai ler sobre como se estruturam as redes de
proteção, o acesso e o monitoramento de direitos humanos em âmbito
internacional. A partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH) em 1948, os crimes contra os direitos humanos fundamentais,
que não são tratados de forma justa pelas nações, são casos de Direito
Internacional.
Os sistemas de proteção se apresentam de forma global e regional.
Essa organização busca defender os direitos humanos em âmbito
internacional ou por grupo de países, que, por maior proximidade física
e cultural, conseguem atender, de forma mais célere e mais próxima,
às demandas da humanidade na garantia dos seus direitos. A questão
dos direitos humanos é tratada pela Organização das Nações Unidas
(ONU), mas não apenas por ela. O desenvolvimento da sociedade e a
crescente violação contra os direitos humanos apresentaram-se como
necessárias novas instituições independentes que atuam em parceria
com a ONU.
2 Proteção, acesso e monitoramento dos direitos humanos
A primeira referência à ideia de gerações de direitos humanos foi feita por Karel Vasak, no
âmbito de um curso realizado pelo Instituto Internacional dos Direitos do Homem, em
Estrasburgo, França, em 1979, para tratar da evolução dos direitos humanos, utilizando
como parâmetro da sua reflexão a tríade de valores da Revolução Francesa: liberdade,
igualdade e fraternidade.
Assim, a evolução dos direitos humanos ocorreria em três gerações, cada uma
delas ligada a um desses valores. Em um primeiro momento, estariam os direitos de
primeira geração, tendo como referência o valor da liberdade, na forma de direitos civis
e políticos, como a liberdade política, a liberdade de expressão, a liberdade religiosa,
entre outras, todas consideradas direitos do indivíduo.
Em um segundo momento, viriam os direitos de segunda geração, ligados ao valor
da igualdade, expressos em direitos econômicos, sociais e culturais, cuja titularidade
não é apenas do indivíduo, mas de uma determinada coletividade. Em um terceiro
momento, estariam os direitos de terceira geração, relacionados ao valor de fraterni-
dade, concretizados por meio dos direitos ao desenvolvimento, ao meio ambiente
equilibrado e à conquista da paz, por isso, voltados a toda a humanidade. Para saber
mais, acesse o link abaixo.
https://qrgo.page.link/b6Twj
africano;
interamericano;
6 Proteção, acesso e monitoramento dos direitos humanos
europeu;
árabe;
asiático.
https://qrgo.page.link/w3C4b
Acesse o link a seguir para saber mais sobre a parte da Segunda Guerra esquecida, a
guerra sino-japonesa, que deixou marcas na população chinesa e é pouco divulgada.
https://qrgo.page.link/9CQiG
No filme O julgamento de Nuremberg, de 1961, você pode saber mais sobre o primeiro tribunal
internacional da história, suas contradições e contribuições relativas ao tema dos direitos
humanos e ainda conhecer um pouco da conjuntura social e política do pós-segunda guerra.
No link a seguir, você pode ler a notícia da ONU sobre o fim do tribunal internacional
ad hoc da ex-Iugoslávia e a importância desse tribunal para a consciência coletiva
sobre os direitos humanos.
https://qrgo.page.link/ZStta
10 Proteção, acesso e monitoramento dos direitos humanos
genocídio;
crimes de guerra;
crimes contra a humanidade;
crimes de agressão.
Acesse o link a seguir para saber mais sobre os atos e números do Tribunal Penal
Internacional.
https://qrgo.page.link/6vs3r
Faz-se ainda fundamental que todos os tratados possam contar com uma eficaz
sistemática de monitoramento, prevendo os relatórios, as petições individuais
e as comunicações interestatais. Insiste-se na adoção do mecanismo de pe-
tição individual por todos os tratados internacionais de proteção de direitos
humanos, já que esse mecanismo permite o acesso direto de indivíduos aos
órgãos internacionais de monitoramento.
12 Proteção, acesso e monitoramento dos direitos humanos
CIDH;
Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH).
A CIDH é um órgão independente que tem a função de zelar pela observância dos
direitos humanos nas Américas por meio da construção de relatórios e da adoção de
medidas que contribuam para que os países da OEA garantam os direitos humanos
fundamentais. A CIDH também recebe petições individuais, de grupos ou de instituições
que apresentem denúncias contra os países que a compõem, garantindo o que está
previsto na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, além de outros tratados interamericanos de direitos
humanos (MOHALLEM et al., 2015).
Se a petição for aceita por todos os caminhos, seguirá para uma atuação
consensual, respeitando a soberania nacional e porque a comissão não possui
o poder de punição.
Já a IDH não recebe petições individuais, apenas da CIDH e dos Estados-
-Membros. A Corte é uma instituição de caráter jurídico que tem a função
de julgar os casos não resolvidos de forma consensual pela CIDH. A sede
da IDH fica em São José, Costa Rica. A IDH é composta por juízes eleitos
Proteção, acesso e monitoramento dos direitos humanos 13
Quadro 1. Casos levados pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos à Corte In-
teramericana de Direitos Humanos
No link a seguir, você pode conferir a atuação da IDH com o Brasil sendo réu pela
primeira vez.
https://qrgo.page.link/htxwV
Leitura recomendada
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Tribunal penal internacional. MRE, Brasí-
lia, [20––]. http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/paz-e-seguranca-
-internacionais/152-tribunal-penal-internacional. Acesso em: 24 maio 2019.
Dica do professor
Até se chegar ao Tribunal Penal Internacional, houve experiências de julgamentos após a Segunda
Guerra Mundial que foram organizados para punir os crimes contra a humanidade. Oficiais alemães
foram julgados de forma individual por suas ações durante a guerra, e não mais o Estado alemão,
além de se submeterem a uma corte internacional.
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Exercícios
1) A partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, foi-se organizando uma
arquitetura jurídico-legal para a proteção dos direitos humanos. Assim, mediante tratados e
convenções, países se comprometem a garantir os direitos humanos fundamentais em seu
território. Como forma de monitoramento e proteção dos direitos humanos, organizaram-se
sistemas de proteção denominados:
A) sistema global, organizado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, e convenções
cardeais e regionais, que buscam atender de forma mais célere às denúncias em seus
continentes.
B) sistemas global e regional, do qual participam apenas o interamericano e o europeu, pois são
apenas esses dois continentes que julgam as violações dos direitos humanos.
C) sistemas africano e asiático, pois são esses continentes que mais violam os direitos humanos,
e assim esses sistemas são tutelados pelo sistema global.
D) sistemas asiático, árabe e africano, pois são eles que mais violam os direitos humanos, e assim
esses sistemas são tutelados pela ONU.
A) Julgamento de Tóquio.
B) Julgamento da ex-Iugoslávia.
C) Julgamento de Nuremberg.
D) Julgamento de Ruanda.
E) Julgamento de Versalhes.
B) no Pacto de São José, que, além de criar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
apontou a necessidade de um tribunal penal internacional.
D) no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que previu o julgamento
de países que não cumprirem suas determinações em um tribunal penal internacional.
Assim, o país se apresenta como defensor dos direitos humanos e garante, por meio de seu
ordenamento jurídico, as punições aos indivíduos que violam os direitos humanos. No entanto,
questões políticas, por vezes, acabam por impedir a punição desses criminosos, e o caminho a
seguir é a denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Neste Na Prática, conheça uma situação na qual a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
foi acionada e veja como se deu a resolução do caso.
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