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Instituições e funcionamento de

defesa e promoção dos direitos


humanos

Apresentação
Os direitos humanos têm sido tema central de debate nas diversas organizações e tema de
interesse de vários governos. Percebe-se hoje uma violação dos direitos humanos manifestada de
diversas formas, principalmente com as transformações da sociedade capitalista. Entretanto, há que
se considerar a existência de diversas organizações que desempenham trabalhos importantes para
a defesa, promoção e proteção dos direitos humanos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá identificar as instituições internacionais e os locais de


defesa e promoção dos direitos humanos. Posteriormente, reconhecerá as atuais configurações dos
direitos humanos diante dos desafios humanitários contemporâneos. E, por fim, saberá em que
consiste a Organização das Nações Unidas e qual é o seu papel na garantia dos direitos humanos.
Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as instituições internacionais e locais de defesa e promoção dos direitos humanos.


• Reconhecer as atuais configurações dos direitos humanos diante dos desafios humanitários
contemporâneos.
• Definir no que consiste a Organização das Nações Unidas e qual é o seu papel na garantia dos
direitos humanos.
Desafio
A questão dos direitos humanos tem sido tema central para debates diante de diversos
acontecimentos ocorridos em todo o mundo, que refletem a dificuldade dos governos em manter a
proteção e a promoção dos direitos humanos frente à desigualdade social, fome, desemprego,
precarização da saúde, e também na ocorrência de desastres naturais.

Imagine que você é assistente social de um município de grande porte. Houve uma chuva muito
forte que provocou enchentes em vários pontos e, em alguns lugares, há riscos de desabamento de
terra. Como consequência, muitas famílias ficaram ilhadas e perderam seus pertences.

Diante da situação apresentada, descreva, no mínimo, três medidas que você tomaria para
defender os direitos humanos nesse caso.
Infográfico
A luta pelos direitos humanos é histórica e permeada por grandes desafios que permanecem até os
dias de hoje. Lutar pelos direitos humanos significa defender o direito à liberdade, à vida,
à educação, ao trabalho, à cultura, à moradia, entre outros, que dizem respeito a todos os seres
humanos, independentemente de cor, classe social ou etnia.

Confira, neste Infográfico, os principais marcos históricos das instituições nacionais e internacionais
que trabalham em prol da defesa e promoção dos direitos humanos e dos Movimentos Sociais, em
especial, no Brasil.
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Conteúdo do livro
As transformações societárias trouxeram alguns desafios aos organismos internacionais e aos
governos para que os princípios de promoção e proteção dos direitos humanos sejam garantidos. A
ONU é um organismo internacional que também tem suas representantes nos Estados-membro e
tem por objetivos desenvolver ações que trabalhem a promoção e a proteção dos direitos
humanos. Além da ONU, existem várias organizações e conselhos que se preocupam com a defesa
e a promoção dos direitos humanos e que exercem papel fundamental na sociedade.

No capítulo Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos, da obra


Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos, você conhecerá sobre o
funcionamento das instituições de defesa e promoção dos direitos humanos. Posteriormente,
reconhecerá as atuais configurações dos direitos humanos diante dos desafios humanitários
contemporâneos. E, por fim, saberá no que consiste a Organização das Nações Unidas e qual é o
seu papel na garantia dos direitos humanos.

Boa leitura.
LEGISLAÇÃO
SOCIAL

Laís Vila Verde Teixeira


Instituições e funcionamento
de defesa e promoção
dos direitos humanos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar as instituições internacionais e locais de defesa e promoção


dos direitos humanos.
 Reconhecer as atuais configurações dos direitos humanos diante dos
desafios humanitários contemporâneos.
 Definir no que consiste a Organização das Nações Unidas e qual é o
seu papel na garantia dos direitos humanos.

Introdução
Historicamente, os direitos humanos foram elemento de discussão,
principalmente após as duas grandes guerras mundiais, em que a bar-
bárie e o totalitarismo eram os meios para conquista e manutenção de
poder. Assim, a reafirmação dos direitos humanos foi defendida como
meio mais efetivo para a construção de uma sociedade mais pacífica
e desenvolvida.
Neste capítulo, você vai ler sobre as instituições internacionais e os
locais de defesa e promoção dos direitos humanos. Há diversas organi-
zações no mundo todo que se dedicam a defender e proteger os direitos
humanos, denunciando toda e qualquer forma de violação. Você também
vai reconhecer as atuais configurações dos direitos humanos diante dos
desafios humanitários contemporâneos. Ao passar por transformações
societárias e do desenvolvimento econômico, os direitos humanos so-
freram desmontes, dificultando o acesso da população.
Por fim, você vai ler sobre a Organização das Nações Unidas (ONU)
e o seu papel na garantia dos direitos humanos. A ONU possui papel
de grande importância na defesa, promoção e proteção dos direitos
2 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

humanos por ser um organismo internacional criado para ser o elo entre
os Estados-membros responsáveis pela tomada de decisões referentes
aos direitos humanos.

Instituições internacionais e locais de defesa


e promoção dos direitos humanos
Os direitos humanos são os direitos e as liberdades básicas, sendo considerados
como o direito à vida e à liberdade, seja de pensamento, expressão ou igualdade
perante a lei. São chamados de direitos humanos porque são universais e estão
baseados no princípio de respeito em relação ao indivíduo.
Com relação à Declaração dos Direitos Humanos, foi proclamado pela
Assembleia Geral que:

[…] como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre
em mente esta Declaração, se esforce, por meio do ensino e da educação, por
promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reco-
nhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos
próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua
jurisdição (ONU, [2018], documento on-line).

Os direitos humanos que conhecemos atualmente são uma expressão das vá-
rias mudanças que acompanharam o direito durante a história da humanidade,
com relação ao direito natural que estava inscrito nas sociedades medievais.
Assim, “[…] transpor o abismo enorme entre o ideal de direitos humanos
universais e a realidade das violações generalizadas dos direitos humanos é
o que impede os defensores dos direitos humanos” (A HISTÓRIA..., [20--],
documento on-line), ou seja, a realidade de violação de direitos vivenciada
em muitos países impede os defensores de direitos de exercerem seu trabalho.
A Declaração de Direitos Humanos de 1948 representou um avanço na
história dos direitos e para a humanidade, pois colocou as ações humanas
nas vias da luta contra a desigualdade. Foi elaborada por diversos represen-
tantes jurídicos de diferentes povos e culturas de todas as regiões do mundo.
A declaração foi proclamada na Assembleia Geral das Nações Unidas em
Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução nº. 217 A (III) da
Assembleia Geral como uma diretriz para ser alcançada por todos os povos,
estabelecendo, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos.
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 3

A Declaração de Direitos Humanos teve forte influência na elaboração da Constituição


Federal de 1988. Ao observarmos com mais atenção, vemos que os princípios dos
direitos humanos são fundamentos do art. 5º da Constituição Federal de 1988 no
Título II — Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I — Dos Direitos e Deveres
Individuais e Coletivos (BRASIL, 1988).

De 1948 a 1966, a Comissão dos Direitos Humanos da ONU criou um corpo


de lei internacional de direitos humanos baseado na declaração. A Comissão
de Direitos Humanos elaborou dois documentos: a Convenção Internacional
sobre Direitos Civis e Políticos (CIDCP) e o Convênio Internacional sobre
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CIDESC), que se tornaram lei
internacional em 1976. Em conjunto com a Declaração Internacional dos
Direitos Humanos, esses dois convênios constituem o que chamamos de Lei
Internacional de Direitos Humanos.
Em março de 2006, foi criado o Conselho de Direitos Humanos das Na-
ções Unidas. O conselho é um corpo intergovernamental composto por 47
Estados, que tem como objetivo promover e proteger os direitos humanos
internacionalmente:

Os seus mecanismos para promover estes fins incluem uma Revisão Periódica
Universal que avalia situações em todos os 192 Estados Membro da ONU, um
Comitê Consultivo que providencia conhecimentos, peritus sobre questões
de direitos humanos e um Procedimento de Queixas para indivíduos e orga-
nizações, de modo a levar as queixas de violações dos direitos humanos à
atenção do Conselho (A HISTÓRIA..., [20--], documento on-line, grifo nosso).

Entre esses convênios, também existe a Convenção Europeia sobre Direitos


Humanos. Essa convenção foi criada em 1953 pelo Conselho da Europa, que
compreende um total de 47 nações, sendo a forma encontrada, pós-Segunda
Guerra, para reforçar e promover a democracia e a autoridade da lei. A con-
venção se cumpre por meio do Tribunal Europeu de Direitos Humanos em
Estrasburgo, França. Qualquer pessoa ou organização que teve seus direitos
violados pode procurar o recurso do Tribunal Europeu. Também foi criada
a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) a fim de
assegurar o governo democrático, sendo composta por 56 Estados partici-
pantes, incluindo Estados Unidos e Canadá. Caso haja violação de direitos, a
4 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

OSCE ouve as queixas e requer uma defesa por parte dos governos acusados
de conduta imprópria.
Dois pactos internacionais também foram criados com base na Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH): a Convenção Americana sobre Direi-
tos Humanos e o Contrato Africano sobre os Direitos Humanos. A Convenção
Americana sobre os Direitos Humanos entrou em vigor em 1978 e pertence aos
Estados interamericanos. Estabelece uma comissão dos direitos humanos e um
tribunal dos direitos humanos para supervisionar o cumprimento com as suas
provisões. Já o Contrato Africano sobre os Direitos Humanos entrou em vigor
em 1986, sendo composto por mais de 50 Estados. Trata dos direitos econômicos
sociais e culturais e dos direitos civis e políticos. Além disso, estabeleceu uma
comissão em 1987 para supervisionar e interpretar o contrato.

Organizações de direitos humanos


Espalhadas pelo mundo, existem diversas organizações que se preocupam com a
proteção dos direitos humanos, desenvolvendo ações de combate à sua violação.
Muitas mantêm sites ativos para auxiliar no combate à violação dos direitos
humanos, exigindo ações imediatas tanto governamentais quanto da comunidade.
Existem algumas organizações não governamentais (ONGs) cujo papel é
chamar a atenção dos governos para o desenvolvimento de ações a favor dos
direitos humanos. Portanto, regulam as ações dos governos, pressionando-
-os para agir conforme os princípios dos direitos humanos. Algumas dessas
organizaões estão listadas a seguir (ORGANIZAÇÕES..., [20--]).

 Anistia Internacional — realiza pesquisa e gerações para prevenir


e colocar fim a violações graves dos direitos humanos e para exigir
justiça em caso de violação de direitos.
 Fundo das Nações Unidas para a Infância (CDF) — defende políticas
e programas que tiram as crianças da pobreza, protegem-nas de abusos
e negligência e asseguram o seu direito à igualdade na educação e nos
cuidados.
 Centro de Ação dos Direitos Humanos, localizado em Washington
(DC) — trabalha em questões da DUDH e usa as artes e tecnologias
para inovar, criar e desenvolver novas estratégias para parar abusos dos
direitos humanos. Eles também apoiam o desenvolvimento de grupos
dos direitos humanos em todo o mundo.
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 5

 Human Rights Watch — dedica-se a proteger os direitos humanos


das pessoas de todo o mundo. Investiga e expõe violações dos direitos
humanos, acusa os abusadores como responsáveis e desafia os governos
e aqueles que estão no poder a parar as suas práticas abusivas e respeitar
a lei internacional dos direitos humanos.
 Human Rights Without Frontiers (HRWF) — centra-se em super-
visionar, pesquisar e analisar no campo dos direitos humanos, assim
como na promoção da democracia e do regime de direito nacional e
internacionalmente.
 National Association for the Advancement of Colored People (NA-
ACP) — tem por missão assegurar a qualidade política, educacional,
social e econômica dos direitos de todas as pessoas e eliminar o ódio
e a discriminação racial.
 Centro Simon Wiesenthal — gera mudanças confrontando o an-
tissemitismo, ódio e terrorismo, promovendo os direitos humanos e
a dignidade, mantendo-se com Israel, defendendo a segurança dos
judeus em todo o mundo e ensinando as lições do Holocausto às
gerações futuras.

Também existem as organizações intergovernamentais e as governamentais,


entre as quais podemos citar (ORGANIZAÇÕES..., [20--], documento on-line):

 Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos


Humanos — tem por missão ajudar a dar poder às pessoas para con-
cretizarem os seus direitos e prestar assistência aos responsáveis por
assegurar que esses direitos sejam implementados.
 Conselhos dos Direitos Humanos — são um corpo intergoverna-
mental que tem a tarefa de promover e proteger os direitos humanos
internacionalmente.
 Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas
(UNESCO) — tem por objetivo fortalecer a consciência e atuar como
um catalisador para ações regionais, nacionais e internacionais em
direitos humanos.
 Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugia-
dos — tem por objetivo garantir que todos possam exercer o direito de
pedir asilo e encontrar refúgio seguro em outro Estado, com a opção
de regressar à sua casa de forma voluntária, integrar-se no lugar ou
reinstalar-se em um terceiro país.
6 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

 Gabinete de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do Depar-


tamento de Estados dos Estados Unidos — realiza ações para fazer
parar abusos em curso e mantém parcerias com organizações dedicadas
aos direitos humanos.
 Gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da
OSCE — dedica-se a atividades dos direitos humanos, centrando-se
na liberdade de circulação e religião, prevenção de tortura e tráfico
de pessoas.

Também existem as comissões de direitos humanos, entre as quais podemos


citar (COMISSÕES..., [20--], documento on-line):

 Comissão para os Direitos Humanos, Conselho da Europa — é uma


comissão independente dentro do conselho, que foca se trabalho em
encorajar medidas para melhorar a área da promoção e proteção dos
direitos humanos.
 Defensor do Povo Europeu — investiga as reclamações sobre a má
administração nas instituições e nos órgãos da União Europeia.
 Comissão Europeia para o Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade
de Oportunidades — trabalha para a criação de mais e melhores em-
pregos, visando uma sociedade abrangente com oportunidades iguais
para todos.
 Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos — tem três
funções principais: a proteção dos direitos humanos e dos povos, a
promoção dos direitos humanos e dos povos e a interpretação da Carta
Africana sobre os Direitos Humanos e dos Povos.
 Comissão Asiática dos Direitos Humanos — tem por objetivo
proteger e promover os direitos humanos por meio de supervisão,
investigação, defesa e adoção de medidas de solidariedade, entre
outras prioridades.

Com relação ao Brasil, o País possui alguns órgãos públicos que elaboram
e fiscalizam políticas de promoção dos direitos humanos, sendo a proteção e
a promoção articuladas com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e
com as organizações da sociedade civil. Cabe à Secretaria Especial dos Direitos
Humanos (SEDH) da Presidência da República o planejamento de ações em
defesa do cidadão. Entre as principais entidades ligadas à defesa dos direitos
humanos, estão os conselhos gerais, sendo eles:
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 7

 Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana;


 Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente;
 Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência;
 Conselho Nacional dos Direitos do Idoso;
 Conselho Nacional de Combate à Discriminação;
 Conselho Nacional de Promoção do Direito à Alimentação Adequada.

Os conselhos específicos são:

 Conselho Deliberativo do Programa Federal de Assistência a Vítimas


e a Testemunhas Ameaçadas;
 Conselho das Autoridades Centrais Brasileiras em Matéria de Adoção
Internacional de Crianças;
 Conselho da Autoridade Central Administrativa Federal contra o Se-
questro Internacional de Crianças;
 Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos;
 Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo;
 Comissão Intersetorial de Acompanhamento do Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo;
 Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria
de Adoção Internacional;
 Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de
Crianças;
 Comissão Interministerial de Avaliação de Casos de Pessoas Atingidas
pela Hanseníase.

Os comitês são (BRASIL, 2009):

 Comitê Nacional para Prevenção e Controle da Tortura no Brasil


(CNPCT);
 Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH).

Como os direitos humanos são um assunto secular, é muito importante que


os governos criem uma pasta para que a questão da proteção e promoção dos
direitos humanos seja debatida também com a sociedade civil e que qualquer
conduta contra esses direitos possa ser denunciada.
8 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) é responsável


pela articulação interministerial e intersetorial das políticas de promoção e proteção
aos direitos humanos no Brasil. Sua atual estrutura tem origem nas antigas Secretarias
Especiais da Presidência da República:
 Secretaria de Direitos Humanos (SDH);
 Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM);
 Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR);
 Secretaria Nacional da Juventude (SNP).
Para saber mais, acesse o link a seguir.

https://qrgo.page.link/DPgv

A Lei nº. 13.502, de 1º de novembro de 2017, estabelece a organização básica dos


órgãos da Presidência da República e dos Ministérios, inclusive o de Direitos Humanos.
Veja-a no link a seguir.

https://qrgo.page.link/cyRn

Atuais configurações dos direitos humanos


diante dos desafios humanitários
contemporâneos
Os direitos humanos são fruto de um processo de construção que envolveu e
envolve os interesses de toda a sociedade, tanto governos quanto sociedade
civil, ou seja, não foi algo dado. Tem por objetivo assegurar a dignidade e
evitar o sofrimento humano, por meio de um espaço de luta e ação social, algo
que deve ser sempre reivindicado. Segundo Bobbio (2004, p. 96):

Pois bem, o que distingue o momento atual em relação às épocas precedentes


e reforça a demanda por novos direitos é a forma de poder que prevalece sobre
todos os outros. A luta pelos direitos teve como primeiro adversário o poder
religioso; depois, o poder político; e, por fim, o poder econômico. Hoje, as
ameaças à vida, à liberdade e à segurança podem vir do poder sempre maior
que as conquistas da ciência e das aplicações dela derivadas dão a quem está
em condição de usá-las. Entramos na era que é chamada de pós-moderna e
é caracterizada pelo enorme progresso, vertiginoso e irreversível, da trans-
formação tecnológica e, consequentemente, também tecnocrática do mundo.
Desde o dia em que Bacon disse que a ciência é poder, o homem percorreu
um longo caminho! O crescimento do saber só fez aumentar a possibilidade
do homem de dominara natureza e os outros homens.
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 9

No sentido a que se refere Bobbio, a elaboração e a promulgação da DUDH


tem por objetivo primordial responder às atrocidades e à barbárie totalitária,
trazendo uma concepção contemporânea de direitos humanos, que é reconhe-
cida pela universalidade e indivisibilidade desses direitos. A DUDH abrange,
de forma universal, os direitos humanos, fundamentada no princípio de que
o ser humano é o único requisito para exercer os direitos, considerando que é
um ser essencialmente moral, dotado de existência e dignidade.
Como os direitos humanos têm característica indivisível, a DUDH acaba
estabelecendo que a garantia dos direitos civis e políticos é condição para a
observância dos direitos sociais, econômicos e culturais e vice-versa. Se um
deles for violado, os demais também o são. Portanto, os direitos humanos se
constituem em uma unidade indivisível, interdependente e inter-relacionada,
conjugando os direitos civis e políticos aos direitos sociais, econômicos e
culturais.
Observando o desenvolvimento da sociedade capitalista na contempora-
neidade, vemos um aumento considerável de situações que violam os direitos
humanos. A flexibilização do modo de produção influencia o modo de vida
das pessoas, e consequentemente a classe trabalhadora sofre as consequên-
cias por estar à margem da sociedade e ter dificuldade de acesso às políticas
públicas. Além disso, não se pode deixar de considerar a tendenciosa postura
do Estado em favorecer a classe dominante para manutenção de seu status
quo. Portanto, os direitos humanos e sua promoção ou violação têm relação
direta com a questão de classe social, em que os menos favorecidos têm seus
direitos negligenciados.
Contudo, a ordem contemporânea assinala sete desafios centrais à imple-
mentação dos direitos humanos, segundo Piovesan (2005, documento on-line):

a) universalismo vs. relativismo cultural (o que traduz o questionamento


acerca do próprio fundamento dos direitos humanos e da existência de um
mínimo ético irredutível; isto é, se a fonte dos direitos humanos é a dignidade
humana ou é a cultura);
b) laicidade estatal vs. fundamentalismos religiosos (debate que impacta,
sobretudo, os direitos humanos das mulheres, no que se refere à sexualidade
e à reprodução);
c) direito ao desenvolvimento vs. assimetrias globais (em um mundo em que
85% da renda mundial concentra-se em poder dos 15% mais ricos, enquanto
que os 85% mais pobres retêm apenas 15% da renda mundial);
d) proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais vs. desafios da glo-
balização econômica (o que aponta ao temerário processo de flexibilização
dos direitos sociais e de redefinição de políticas públicas em uma ordem
acentuadamente assimétrica);
10 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

e) respeito à diversidade vs. intolerâncias (o que implica o desafio de assegurar


a igualdade com respeito à diferença e às diversidades);
f) combate ao terror vs. preservação de direitos e liberdades públicas (o que
acena aos desafios da agenda pós 11 de setembro, tendencialmente restritiva
dos direitos humanos);
g) unilateralismo vs. multilateralismo (em uma ordem marcada pela existência
de uma única superpotência mundial e pelo esforço de resgate de organismos
multilaterais).

Como os direitos são uma construção e não algo dado, as violações a esses
direitos também o são, ou seja, as violações, as exclusões, as discriminações e
as intolerâncias são produtos da construção do processo histórico e das ações
humanas, o que necessita, com urgência, ser revisto ou até mesmo descontruído.
É necessário romper com a cultura que se formou sobre a naturalização e a
banalização das expressões da questão social, que, enquanto produto histórico
do desenvolvimento do capitalismo, demonstra ser implacável. Romper as
amarras do capital requer o renascimento das possibilidades do protagonismo
dos sujeitos históricos, da dignidade e da potencialidade de seres humanos.
Assim, emerge o desafio de fortalecer o Estado de Direito e a construção
da paz nas esferas global, regional e local, mediante uma cultura de direitos
humanos, enquanto racionalidade de resistência e única plataforma emanci-
patória de nosso tempo (PIOVESAN, 2005).
A realidade brasileira, analisada historicamente, ainda está distante da
garantia à inviolabilidade dos direitos humanos, ao observarmos, por exemplo:

 violência policial e sua impunidade;


 superlotação do sistema prisional;
 proliferação de doenças;
 acesso inadequado à saúde;
 tortura;
 trabalho escravo;
 impedimento do exercício do direito à vida, à liberdade, ao trabalho, à
moradia, à saúde, à educação e à previdência social;
 injustiças;
 discriminações;
 perseguições;
 genocídios;
 tráfico de pessoas;
 outras violações à dignidade do ser humano.
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 11

O ser humano deve ser valorizado e respeitado, independentemente de


nacionalidade, etnia, opção política, origem social, crença religiosa ou qualquer
outra particularidade. São situações que se multiplicam não apenas no Brasil,
mas no mundo todo. A violência é crescente, e falta prioridade dos governos
nas três instâncias — federal, estadual e municipal — para criar estratégias
de ação articuladas de combate à violência. Vemos mau uso dos recursos
públicos, que poderiam ser investidos em educação, saúde, esporte, lazer,
habitação, cultura, assistência social, trabalho, entre outros.
Em meio a diversas violações de direitos, ressaltamos também a proteção de
alguns direitos, como a Lei Maria da Penha em resposta à violência doméstica,
a queda na mortalidade infantil e a aprovação da união civil de pessoas do
mesmo sexo. Segundo Bobbio (2004, p. 96):

O mundo real nos oferece, infelizmente, um espetáculo muito diferente. À


visionária consciência a respeito da centralidade de uma política tendente a
uma formulação, assim como a uma proteção, cada vez melhor dos direitos
do homem, corresponde a sua sistemática violação em quase todos os países
do mundo, nas relações entre um país e outro, entre uma raça e outra, entre
poderosos e fracos, entre ricos e pobres, entre maiorias e minorias, entre
violentos e conformados. O ethos dos direitos do homem resplandece nas de-
clarações solenes que permanecem quase sempre, e quase em toda parte, letra
morta. O desejo de potência dominou e continua a dominar ocurso da história.

A universalidade e a efetividade dos direitos humanos e suas normas


internacionais são desafios atuais. Segundo Vasconcelos (2009, documento
on-line), “[…] O processo de emancipação social com base nos direitos hu-
manos está ligado às lutas e políticas de reconhecimento das diferenças e
em defesa da diversidade cultural que ocorrem na esfera da globalização
contra-hegemônica”. Os direitos humanos não alcançam sua universalidade,
não ocorrem devido a uma globalização hegemônica que reforça as ideias
dominantes, hegemônicas. O que deve ser observado é o respeito universal a
alguns direitos e liberdades fundamentais, que, em qualquer sistema político,
econômico e social, devem ser legitimados.
É importante ressaltar a importância do papel dos movimentos sociais, que
buscam a garantia e a efetividade dos direitos humanos e sociais por meio das
diversas lutas articuladas desses movimentos, que visam dar visibilidade não
apenas localmente, mas levar a discussão para as demais instâncias. As redes de
movimentos sociais que se encontram globalmente “[...] têm sido fundamentais
na democratização do processo de globalização, indo de encontro ao seu projeto
12 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

hegemônico e proporcionando maior diálogo e intercâmbio comunicativo da


sociedade civil global” (VASCONCELOS, 2009, documento on-line).
No campo dos direitos humanos, esses movimentos sociais e organizações
desempenham papel de fiscalizadores, abrindo possibilidades para denunciar as
situações de violação de direitos realizadas dentro dos Estados e inclusive pelo
Estado, que, mesmo estando inseridos no regime de proteção dos direitos huma-
nos ao ratificar tratados com a ONU, continuam desrespeitando suas diretrizes.
Vivemos hoje um caos às avessas, em que muitas vezes se questiona: em
que estão os direitos humanos? Porém, como lembra Neiva (2012, documento
on-line), “É preciso lembrar todos os dias que direitos humanos são para todos
e todas. Isso significa que independe de gênero, raça, etnia, idade, origem,
classe, orientação sexual, condição física, presos ou livres”. Assim, não deve
haver distinção no exercício dos direitos, como proclama a desigualdade de
classes sociais, pois todos os seres humanos nascem livres e iguais.

Organização das Nações Unidas e seu papel na


garantia dos direitos humanos
Os direitos humanos, como conhecemos hoje, são frutos de diversas lutas de
pessoas que almejavam construir uma sociedade mais justa e igualitária. Sua
existência remonta ao século XVIII com a Revolução Americana e a Revolução
Francesa, que foi a primeira afirmação histórica consequente da noção de direitos
humanos. Foi um período em que se revela um novo modo de se pensar a política,
que, mesmo com a preocupação de exercer bons governos, ainda existiam aqueles
que se entregavam à tirania. Até então, a população tinha apenas deveres, e essas
duas revoluções trazem em seu bojo a ideia da promoção da noção de direitos do
cidadão, sendo isso a base para a construção dos regimes democráticos da Idade
Contemporânea. A soberania ilimitada passa a ter limites, havendo o favorecimento
da relação entre a ética e política. Segundo Lafer (1995, documento on-line):

O que importa é deixar claro que o surgimento e o triunfo da ideia de direitos


humanos na esfera doméstica dos Estados se inserem em um longo processo
de amadurecimento de concepções de natureza ética, centradas nos conceitos
de dignidade humana e de universalidade do ser humano, acima de quaisquer
particularismos.

Durante o século XX, no que se refere aos direitos humanos, ocorreu a


criação, por meio do Tratado de Versalhes, da Organização Internacional
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 13

do Trabalho (OIT), vinculada à Sociedade das Nações, de representação


operária e patronal, com o objetivo de harmonizar as condições de vida dos
trabalhadores. Sua fundação ocorreu em resposta à inquietação operária e ao
desafio da Revolução Bolchevista, “[…] bem como de evitar que discrepân-
cias muito grandes entre os custos da mão de obra trouxessem prejuízos ao
comércio exterior dos países em que os direitos sociais já haviam conhecido
importantes avanços” (LAFER, 1995, documento on-line).
Após o término da Primeira Guerra, época em que foi criada a Sociedade
das Nações, houve um desenvolvimento relevante na área de direitos humanos,
que se atentava aos problemas das minorias e dos refugiados. A preocupação
era criar condições capazes de evitar que crises pudessem atingir níveis que
colocassem em risco a paz internacional.
Após a Segunda Guerra, os direitos humanos passaram a receber no sistema
internacional um direito novo a partir da Carta da ONU, com uma abordagem
diferente daquela que vinha sendo considerada em outros tratados. Os des-
mandos do totalitarismo que assolavam a Europa levaram muitos governos
à compreensão de que os regimes democráticos que se apoiam nos direitos
humanos são mais indicados para a manutenção da paz e da segurança inter-
nacionais. Assim, houve a necessidade de apoiar normas internacionais para
os direitos humanos. Esse contexto levou à reflexão sobre a criação de uma
organização internacional, que futuramente levou à criação da ONU. Segundo
Lafer (1995, documento on-line):

A Carta da ONU representa a concretização das aspirações referidas, impri-


mindo um teorético à futura organização, em que pesem as motivações nem
sempre de cunho ético que estão na sua origem e as divergências de interpre-
tação a que seus dispositivos se prestavam. Esse teorético — cujo potencial
de realizações esteve longamente limitado pela confrontação ideológica
— vincula-se a valores como a paz enquanto valor positivo que vai além da
mera ausência de guerra, abrangendo os direitos humanos, a democracia, a
tolerância, a cooperação e a legitimação da aspiração pelo desenvolvimento
econômico. Como já foi dito, a Carta contém diversas referências aos direitos
humanos.

A Comissão de Direitos Humanos, criada em 1946 e fundamentada nos


acontecimentos da Segunda Guerra, estabeleceu uma estratégia de atuação
da ONU na área de direitos humanos sob o conceito da Carta Internacional
dos Direitos Humanos, que, em seu texto compreendia, a elaboração de uma
DUDH, estabelecendo também medidas de implantação. Assim, em 1948,
foi dado o primeiro passo para a elaboração da DUDH durante a Assembleia
14 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

Geral, por 48 votos a favor e oito contra. A declaração estabeleceu uma nova
diretiva, pois, além dos direitos civis e políticos, também incorporou os direitos
econômicos, sociais e culturais, constituindo-se em uma manifestação clara
de repúdio a regimes totalitários.

Cabe à ONU consolidar mecanismos de monitoramento, como relatórios e reforço de


articulação das diversas instâncias, voltados para os direitos humanos. Todas as decisões
tomadas na ONU são resultado de negociações entre os Estados-membro, em que várias
estratégias são utilizadas, como a pressão e a persuasão, que velam também motivações
nobres e éticas, de cooperação de natureza política, estratégica ou econômica. As
decisões também são estabelecidas por meio do diálogo, da moderação e da razão,
favorecendo o desenvolvimento de uma ética com foco na tolerância e na razão.

Dessa forma, a ONU exerce papel importante na defesa e promoção dos


direitos humanos por ser o órgão representativo internacionalmente que toma
decisões que refletem em todos os povos, sem discriminação de cor, etnia
ou classe social. A ONU foi fundada a partir da Carta das Nações Unidas,
em que as expressões de ideais e os propósitos dos povos cujos governos se
uniram para constituir as Nações Unidas. É uma organização internacional
formada por países que se reuniram para imprimir ações voltadas para a paz
e o desenvolvimento mundiais. Posteriormente, a ONU foi criada em 24 de
outubro de 1945.
O Sistema de Direitos Humanos da ONU consiste em quatro entidades
permanentes, de forma interligada, e algumas entidades temporárias, como
comissões de inquérito independentes. Os quatro organismos permanentes
de direito são (ONU, [20--a]):

 Conselho de Direitos Humanos da ONU, órgão subsidiário da Assem-


bleia Geral, com 47 Estados-membros eleitos por um período de 3 anos.
O Brasil foi eleito em 2016, e o mandato começa em 2017;
 procedimentos especiais (na sua maioria relatores especiais, mas também
alguns grupos de trabalho e especialistas independentes);
 organismos de tratados da ONU;
 Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos
Humanos (ACNUDH), que faz parte do Secretariado da ONU.
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 15

A ONU internacional e a ONU Brasil possuem alguns documentos para


tratar dos direitos humanos, que são:

 DUDH (1948);
 Guia Prático Campo de ação da sociedade civil e o sistema dos direitos
humanos das Nações Unidas;
 Mapa do Encarceramento — os jovens do Brasil;
 Relatório do Subcomitê de Prevenção da Tortura (SPT) sobre o Brasil
(2012);
 Diretrizes para a Observação de Manifestações e Protestos Sociais;
 Guia de Orientação das Nações Unidas no Brasil para Denúncias de
Discriminação Étnico-racial;
 Relatório sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias e Arbitrárias (2007);
 Declaração de Durban (2001).

Em tempos de capitalismo financeiro, é necessário que os organismos


ligados à defesa e promoção dos direitos humanos estejam atentos às trans-
formações que ocorrem nas esferas políticas, sociais, ambientais, culturais e
econômicas para que os direitos humanos não sejam negligenciados. Desde
1947, a ONU tem representação fixa no Brasil, e sua apresentação varia de
acordo com as demandas de cada governo. “Seu principal objetivo é maximizar,
de maneira coordenada, o trabalho da ONU, para que o Sistema possa propor-
cionar uma resposta coletiva, coerente e integrada às prioridades e necessidades
nacionais, no marco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e
dos demais compromissos internacionais” (ONU, [20--b], documento on-line).
O Sistema das Nações Unidas no Brasil tem por objetivo alinhar os seus
serviços às necessidades de um país dinâmico, multifacetado e diversificado,
contribuindo para o desenvolvimento humano sustentável, o crescimento do
País e o combate à pobreza. Como resultado, a ONU Brasil tem elaborado
alguns artigos técnicos nos diferentes campos do conhecimento para incitar
o debate e a reflexão sobre os desafios de uma sociedade cada vez mais he-
terogênea e a necessidade de soluções inovadoras para tais desafios. Alguns
artigos técnicos já publicados são:

 direitos humanos das mulheres;


 trabalho escravo;
 adolescência, juventude e redução da maioridade penal;
 trabalho infantil: uma agenda rumo ao cumprimento das metas de
erradicação;
16 Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos

 avanços e desafios da proteção aos refugiados no Brasil;


 inclusão social e os direitos das pessoas com deficiência no Brasil: uma
agenda de desenvolvimento pós-2015;
 população e direitos: Conferência Internacional de População e Desen-
volvimento (CIPD) para além de 2014.

Diante desse panorama, percebemos que a ONU tem desenvolvido muitas


ações desde a sua fundação para que os direitos humanos estejam assegurados e
se desenvolvam de acordo com os avanços da sociedade. Nesse sentido, a ONU
desempenha um importante papel quanto à garantia do acesso aos direitos, uma
vez que as cartas constitucionais dos países vão seguir também os princípios
dos direitos humanos definidos pela ONU. Portanto, é importante fortalecer
o debate sobre os direitos humanos entre organismos de representatividade
nacional e internacional, como ONU e as instituições que atuam em defesa
dos direitos humanos, para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

A HISTÓRIA dos direitos humanos. Unidos pelos Direitos Humanos, [s. l.], [20--]. Disponível
em: https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/voices-for-human-rights/
human-rights-organizations/non-governmental.html. Acesso em: 6 maio. 2019.
BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti-
tuicao/constituicao.htm. Acesso em: 6 maio. 2019.
BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Órgãos e fóruns.
Governo do Brasil, Brasília, DF, 4 nov. 2009. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/
cidadania-e-justica/2009/11/orgaos-e-foruns. Acesso em: 6 maio. 2019.
COMISSÕES de Direitos Humanos. Unidos pelos Direitos Humanos, [s. l.], [20--].. Disponível
em: https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/voices-for-human-rights/
human-rights-organizations/commissions.html. Acesso em: 6 maio. 2019.
LAFER, C. A ONU e os direitos humanos. Estudos Avançados, [s. l.], v. 9, n. 25, p. 169-185,
1995. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/8895. Acesso em:
10 maio. 2019.
NEIVA, J. M. Desafios na implementação dos direitos humanos. Revista Teoria e Debate,
[s. l.], n. 101, 5 jul. 2012. Disponível em: https://teoriaedebate.org.br/2012/06/05/desafios-
-na-implementacao-dos-direitos-humanos/. Acesso em: 6 maio. 2019.
Instituições e funcionamento de defesa e promoção dos direitos humanos 17

ONU. A ONU no Brasil. Nações Unidas do Brasil, [s. l.], [20--b]. Disponível em: https://
nacoesunidas.org/onu-no-brasil/. Acesso em: 6 maio. 2019.
ONU. Assembleia Geral das Nações Unidas. Declaração universal dos direitos huma-
nos. Unicef Brasil, [s. l.], [2018]. Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/
uploads/2018/10/DUDH.pdf. Acesso em: 6 maio. 2019.
ONU. Direitos humanos. Nações Unidas do Brasil, [s. l.], [20--a]. Disponível em: https://
nacoesunidas.org/docs/direitoshumanos/. Acesso em: 6 maio. 2019.
ORGANIZAÇÕES dos direitos humanos. Unidos pelos Direitos Humanos, [s. l.], [20--].
Disponível em: https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/voices-for-human-
-rights/human-rights-organizations/governmental.html. Acesso em: 6 maio. 2019.
PIOVESAN, F. Direitos humanos: desafios contemporâneos. Carta Maior, [s. l.], 9 dez.
2005. Disponível em: https://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Direitos -humanos
-desafios-contemporaneos/21933. Acesso em: 6 maio. 2019.
VASCONCELOS, D. M. A globalização dos direitos humanos: impactos e desafio na or-
dem mundial contemporânea. Revista Eletrônica de Direito Internacional, [s. l.], v. 4, p. 128,
2009. Disponível em: http://centro direitointernacional.com.br/static/revistaeletronica/
volume4/arquivos_pdf/sumario/art_v4_X.pdf. Acesso em: 6 maio. 2019.

Leituras recomendadas
BARROCO, M. L. S. A historicidade dos direitos humanos. In: FORTI, V.; GUERRA, Y. (org.).
Ética e direitos: ensaios críticos. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013. (Coletânea Nova
de Serviço Social).
ONU. As Nações Unidas e os Direitos Humanos. Nações Unidas do Brasil, [s. l.], [20--c].
Disponível em: https://nacoesunidas.org/direitos humanos/sistemaonu/. Acesso em:
6 maio. 2019.
ONU. Conheça a ONU. Nações Unidas do Brasil, [s. l.], [2014?]. Disponível em: https://
nacoesunidas.org/conheca/. Acesso em: 6 maio. 2019.
Dica do professor
A questão dos direitos humanos tem acompanhado o desenvolvimento da sociedade capitalista e
hoje se tornou um debate que exige reflexão. Deve-se considerar que os direitos humanos
implicam na materialização de outros direitos como: sociais, culturais, educacionais, ambientais,
entre outros. Hoje, percebe-se a ocorrência de muitos desastres que exigem um posicionamento
dos governos e da ONU, portanto, é necessário discutir a respeito da promoção e proteção dos
direitos humanos.

Veja, nesta Dica do Professor, o olhar da ONU sobre os desastres humanos e ambientais acerca da
promoção e proteção dos direitos humanos.

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Exercícios

1) Sabendo que os direitos humanos, dentre outros, defendem a garantia de liberdade a todos,
qual é caraterística que justifica o porquê de os direitos humanos receberem essa
denominação?

A) Ser utilizado para manutenção da legitimidade do poder do Estado.

B) Ser utilizado como mecanismo de controle social.

C) Ser universal e abranger a todos os indivíduos.

D) Ser restrito à classe dominante para manutenção do status quo.

E) Ser apenas para a classe operária.

2) Como forma de responder às atrocidades e à barbárie totalitária, a Declaração Universal dos


Direitos Humanos traz uma concepção contemporânea de direitos dos cidadãos, a fim de
responder aos anseios da sociedade. Desta forma, assinale em quais características a
Declaração está baseada.

A) Dignidade e justiça.

B) Universalidade e indivisibilidade.

C) Justiça e igualdade social.

D) Liberdade e igualdade.

E) Ética e liberdade.

3) Os direitos humanos preconizam o exercício da cidadania e da liberdade em qualquer


contexto econômico, político e social. Contudo, qual cenário no Brasil demonstra se os
direitos humanos estão sendo efetivados de acordo com os princípios preconizados na
Declaração Universal dos Direitos Humanos?

A) Violência, acesso inadequado à saúde, desigualdade social e falta de acesso aos direitos.
B) Acesso à educação, exercício da cidadania, acesso à saúde e direito à liberdade e à justiça
social.

C) Exercício pleno da liberdade, acesso à saúde, exercício de um trabalho digno e acesso à


moradia.

D) Exercício pleno da liberdade, exercício do direito ao trabalho, à educação de qualidade e à


assistência.

E) Acesso às políticas sociais, à previdência social, equidade e igualdade social.

4) No Brasil, em especial no final dos anos 1970, a sociedade se uniu em grupos para defender
a democracia. Porém, desde 1990, até os dias de hoje, verificamos um cenário de desmonte
de direitos humanos. Quais instrumentos podem ser usados como estratégia de
enfrentamento desta situação atual?

A) Sindicatos e movimento operário.

B) Movimento estudantil e sindicatos.

C) Movimento operário e organizações sociais.

D) Movimentos e organizações sociais.

E) Movimentos sociais e sindicatos.

5) Diante do contexto da Segunda Guerra Mundial, foi elaborado um documento que


concretizou as aspirações almejadas, imprimindo um teor ético visando à paz, que
fundamentou a criação de uma organização internacional. Qual documento é esse?

A) Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

B) Contrato Africano sobre os Direitos Humanos.

C) Tratado de Versalhes.

D) Declaração Universal dos Direitos Humanos.

E) Carta da ONU.
Na prática
O trabalho desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) se relaciona com os princípios
defendidos pelo Código de Ética do Serviço Social, em que a atuação profissional se pauta também
no princípio da defesa intransigente dos direitos humanos, atuando na perspectiva de
fortalecimento do sujeito e defesa dos direitos humanos.

Veja, Na Prática, a atuação de um assistente social no atendimento de crianças vítimas de desastres


ambientais que perderam suas famílias.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Direitos Humanos e Políticas Públicas


O artigo que ora apresentamos resulta do conjunto de atividades desenvolvidas pela Secretaria de
Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SEJU, com a finalidade de aprofundar o debate e
fomentar a implementação de políticas públicas de Direitos Humanos e Cidadania, no estado do
Paraná.

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Direitos Humanos e Serviço Social: demandas e desafios


contemporâneos
O presente estudo sintetiza algumas reflexões sobre a relação entre os direitos humanos e o
serviço social. Discorrendo acerca dos direitos humanos na atualidade, tomando como ponto de
análise o contexto de retirada de direitos advindos de um processo de avanço do neoliberalismo.
Nessa conjuntura, situa-se o trabalho profissional do assistente social em um terreno movido por
interesses contraditórios que impõem limites às respostas profissionais.

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Como funciona a Organização das Nações Unidas (ONU)?


Este vídeo explica a história, os objetivos, os sucessos e a estrutura da Organização das Nações
Unidas, que foi criada após a Segunda Guerra Mundial e, desde então, tem lutado pela manutenção
da paz.
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