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O SISTEMA UNIVERSAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

The universal system for the protection of human rights

Amanda Rios de Oliveira

Resumo:
O Sistema Universal de Proteção dos Direitos Humanos considerou os mecanismos
convencionais e não-convencionais, condensando a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, o Conselho de Direitos Humanos e o Alto Comissariado das Nações Unidas para
Direitos Humanos no diálogo para analisar, sob o ponto de vista do Direito Civil, o sistema
como um todo. O objetivo do estudo foi analisar, sob o ponto de vista do Direito Civil, o
sistema universal de proteção dos direitos humanos. A metodologia aplicada ao estudo seguiu
o método bibliográfico, sendo de natureza descritiva e qualitativa. Conclui-se que a busca pela
efetivação dos direitos humanos constituiu sistemas internacionais de proteção dos direitos
humanos, convencionais e não-convencionais, com o intuito de promover a proteção destes
em todo o mundo, por meio da integração dos sistemas jurídicos nacionais e internacionais,
com desenvolvimento de políticas que possam fortalecer o sistema, através da participação
coletiva – sendo esse um ator fundamental para a efetivação dos direitos e aquele capaz
promover um discurso mais concreto, legitimando as normas dos direitos, principalmente dos
grupos vulneráveis e que são desprovidos de seus direitos.

Palavras-chave: Direitos humanos. Direito Civil. Sistema Universal de Proteção.


Mecanismos de proteção.

Abstract:
The Universal System for the Protection of Human Rights considered conventional
and non-conventional mechanisms, condensing the Universal Declaration of Human Rights,
the Human Rights Council and the United Nations High Commissioner for Human Rights in
the dialogue to analyze, from the point of view of Civil Law, the system as a whole. The
objective of the study was to analyze, from the point of view of Civil Law, the universal
system of protection of human rights. The methodology applied to the study followed the
bibliographic method, being descriptive and qualitative in nature. It is concluded that the
search for the realization of human rights constituted international systems for the protection
of conventional and non-conventional human rights, with the aim of promoting their
protection throughout the world, through the integration of national and international legal
systems, with the development of policies that can strengthen the system, through collective
participation - this being a fundamental actor for the realization of rights and the one capable
of promoting a more concrete discourse, legitimizing the norms of rights, mainly of
vulnerable groups who are deprived of their rights. rights.

Keywords: Human rights. Civil right. Universal Protection System. Protection mechanisms.
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1 INTRODUÇÃO

Os Direitos Humanos (DH) é uma conquista adquirida e compartilhada pela maioria


dos países que corroboram o sistema democrático de direito, onde busca-se assegurar a
implantação das decisões tomadas democraticamente, contribuindo para eficiência desse
regime. Surgem pela necessidade de garantir a realização da justiça, tendo como base os
princípios da Revolução Francesa (1789-1799): Liberdade, Igualdade e Fraternidade, trazendo
o conceito de direitos humanos ligado a ideia de liberdade de pensamento e expressão e
igualdade perante a lei.
Após o mundo vivenciar múltiplos eventos agravantes cometidos à vida humana, e
como forma de assegurar direitos relacionados à vida, a liberdade individual de cada cidadão
e sob os variados aspectos é instituído um documento aprovado pela Organização das Nações
Unidas – ONU, constando normativas que venham reconhecer e proteger a dignidade de todos
os seres humanos (UNICEF, 2023).
Esse documento ou Carta da ONU, como também é chamada, é a Declaração dos
Universal dos Direitos Humanos – DUDH, considerada um marco histórico dos direitos
humanos e que tem como principais características a historicidade, a universalidade e a
essencialidade, pois, seu objeto de debate é fruto de uma evolução histórica, conquistada
progressivamente, onde todos os direitos proclamados no documento são destinados para todo
ser humano, considerando sua natureza e essência (BRAZ, 2018).
Os principais direitos proclamados na DUDH são: Direito à vida; a liberdade;
segurança pessoal; a não sujeição da escravidão ou servidão; a não sujeição da tortura; a não
sujeição de qualquer tipo de tratamento ou castigo desumano e degradante; direito ao
trabalho; liberdade de escolha de emprego; condições justas e favoráveis de trabalho e
proteção contra o desemprego. Direitos esses que estão sempre em debate nas cortes
internacionais e nacionais devido serem constantemente violados (PROCURADORIA
GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2018; ARLATI et al. 2022).
Os DH são amparados em um sistema internacional de proteção que condiz a conjunto
de regulamentos, órgãos e mecanismos que se sugere serem seguidos em todo o mundo.
Tratam-se da própria DUDH, das Constituições de cada país membro do sistema democrático
de direito, dos Estatutos de defesa das pessoas com grau de vulnerabilidade social e de povos
originários; do sistema da ONU, do sistema da Organização dos Estados Americanos e
Interamericano – OEA, das Convenções sobres os direitos humanos e dos Pactos sobre os
aspectos econômicos, sociais e culturais (ACNUR, 2010; OHCHR, 2013; PROCURADORIA
GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2018).
É um tipo de sistema que tem a responsabilidade de salvaguardar todos os direitos de
cada indivíduo. Nesse sentido, existem mecanismos de proteção que são organismos que
monitoram e cooperam com as obrigações e compromissos assumidos pelos Países-Membros
das Nações Unidas que conservam a Carta da ONU.
Esses organismos de proteção dos direitos humanos podem ser convencionais (ou
extra convencionais) e não convencionais. No primeiro caso, tratam-se daqueles previstos em
convenções de Direitos Humanos – procedimentos de proteção criados por convenções
específicas de direitos humanos, como aquelas que se direcionam para a discriminação racial,
a discriminação contra a mulher, os direitos da criança, os direitos civis e políticos e os
direitos econômicos, sociais e culturais. No segundo caso, são aqueles que decorrem de
resoluções de órgãos da Carta da ONU, ou seja, de dispositivos genéricos e sem está
convencionado a nenhum tratado específico, tendo principais instrumentos os Relatórios
Especiais e os Grupos de Trabalho que se dedicam a (GIANNELLA; CASTANHEIRA,
2013).
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A proteção dos direitos humanos está diretamente relacionada aos direitos sociais e
civis, como direito à educação, à saúde, à justiça, à liberdade, à moradia e à alimentação, por
exemplo. São direitos dados por lei a todos os cidadãos de um país, garantindo as liberdades
individuais e que são referenciados na Carta Magna de cada país-membro das Nações Unidas
(ESCOLA PAULISTA DE DIREITO, 2020).
Portanto, existem situações que negativam a proteção dos DH onde se observa o
desrespeito às normas gerais da Carta da ONU, como nos casos dos refugiados, sobre a
violência contra a mulher, crianças e idosos e no caso da Covid-19 onde muitos morreram
sem ter-lhes garantido o direito à vida, entre outras questões que elevam o debate sobre tema.
Para além dos direitos sociais, à luz do Direito Civil, os DH agrupam liberdades
individuais que precisam ser salvaguardados, sendo normas protetivas para garantir uma vida
digna e de respeito às liberdades. Sobre isso, entra em questionamento: como os mecanismos
de proteção atuam para proteger os direitos universais dos direitos humanos, mesmo após 75
anos da constituição da DUDH, onde o debate, a fundamentação e a implementação desses
direitos passam por profundas divergências e desafios, quando se observa a continuidade da
violência em diversas áreas (e graus) da vida humana, tornado a vida indigna sob todos os
aspectos – social, econômico, político e cultural?
Com isso, este estudo visa discorrer, sob o ponto de vista do Direito Civil, o sistema
Universal de Proteção dos Direitos Humanos. Além disso, pretende-se realizar uma análise
sobre os mecanismos convencionais e não convencionais e como estes contribuem para
preservação dos Direitos Universais Humanos, destacando o Alto comissionado das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Conselho de Direitos Humanos e a própria DUDH.
Essa análise aproxima-se do pensamento lógico e objetivo de entender, ver e interferir
nas coisas, a partir de uma ação observacional, questionadora e discursiva para obtenção de
novos conhecimentos sobre as coisas. De modo que a metodologia aplicada ao estudo segue o
método bibliográfico, sendo de natureza descritiva e qualitativa, possíveis às Ciências da
Filosofia do Direito, vislumbrando, a priori, conhecer o objeto de estudo, depois, analisar este
objeto a partir de outros estudos já elegíveis pela ciência metodológica, e por final, alcançar as
conclusões sobre um estado presente das coisas.

2 SISTEMA UNIVERSAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

2.1 Filosofia e contextualização

O sistema universal de proteção decorre da natureza dos direitos humanos em si


própria. Ou seja, a centralidade da proteção é inerente à pessoa humana e sob quaisquer
circunstâncias. Daí se sustenta o sistema que é a unificação de todas as jurisdições nacional e
internacional que lutam pela preservação e proteção dos indivíduos e seus direitos universais e
inalienáveis, indivisíveis, interdependente e interrelacional, não discriminatório e que busca
pela igualdade de direitos, promoção participativa e inclusiva, e de responsabilização para
garantia do Estado Democrático de Direito.
A história que antecede o sistema de proteção dos DH surge com a consolidação da
razão, quando Tomás de Aquino traz que a lei e o direito, embora estejam relacionados, não
são sinônimos, compreendendo-se que “o conhecimento e a aplicação da lei não esgotam o
conceito de direito”, possuindo “uma pluralidade de aplicações”. Assim, a lei e o direito têm
relação direta com a justiça, passando-se a analisar o direito a partir da ideia de justiça – é a
“justiça englobando o direito” e apresentando seu caráter relacional. Tal pensamento, “implica
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ordenar o homem no que diz respeito ao outro”, onde o foco está no que é justo – o que traz a
concepção de igualdade (SOUZA; PINHEIRO, 2016, p.121).
Nesse sentido, o justo – a justiça, “funda-se em uma igualdade que não depende da
vontade humana (quer de um indivíduo, quer de um povo), trata-se do direito natural”
(SOUZA; PINHEIRO, 2016, p.121). O direito natural, nessa ordem, parte da observação
sobre a importância de focalizar o debate jurídico à natureza humana – a saber de sua relação
com direito positivo para concretização da ordem. É onde o direito natural advindo da ideia de
justo vem afirmar “as garantias da humanidade independentemente da acedência dos
legisladores” (MENDONÇA, 2018, p. 94).
Desse modo, vale trazer as palavras de Cícero Do De Legibus e sua compreensão
sobre direito natural e que corrobora com o disposto anteriormente (Cícero, ano, p.71;77
SGARBI, 2021, p.334-335):

A lei é a razão fundamental ínsita na natureza, que ordena o que se deve fazer e se
proíbe o contrário. Tal razão, uma vez que se concretiza e se afirmar na mente
humana é lei... Há que se considerar a lei como princípio do Direito, sendo como é a
lei essência da natureza humana, o critério racional do homem prudente, a regra do
justo e do injusto. (...). Como nada há melhor que a razão e esta é comum a Deus e
ao homem, a comunhão superior ente Deus e o homem é a razão. Ou seja, os
participantes da razão comum o são também da reta razão; e já a lei é uma reta
razão, logo também devemos considerar os homens como sócios da atividade como
lei; todos os participantes de uma lei comum, o são também em um Direito comum.

Isso, portanto, confirma o pensamento tomista onde a lei humana deriva da lei natural,
para isso preciso atentar para a relação entre o Direito e a Justiça, mesmo distintas em seus
conceitos, precisam ser equilibradas e combinadas para preservação dos direitos individuais e
para o bem comum. Parte-se da ideia de contrato social a ser inserido e respeitado por todos
os viventes em sociedade, onde, parafraseando Pufendorf (1632-1694), se “Afirma a noção do
contrato porque o contrato baseia-se em compromisso de cada um dentro de um pacto que ao
mesmo tempo em que assenta o respeito à liberdade individual, objetiva realizar a felicidade
de todos” (SGARBI, 2021, p. 342).
A ideia de pessoa e bem comum, seguindo os critérios éticos, já reconhecida e
superada pelo (jus)naturalismo e positivismo jurídico – direito natural e direito positivo,
consiste em aceitar alguns “núcleos de princípios indisponíveis” para constituir “um mínimo
ético” para concretizar uma ordem jurídica justa, baseando-se na dignidade da pessoa o que
para isso “exige uma compreensão e uma adesão puramente éticas” (RENAUD, 2021, p.79).
Em suma, o que se pretende esclarecer sobre a relação entre o direito natural e o
direito positivo à luz dos direitos humanos e os princípios éticos, supracitado Barbosa de
Melo (1998, p. 31-32), segundo Miche Renaud (2021, p. 80), é:

(…) procurar estabelecer condições adequadas à descoberta de uma decisão


suficientemente racional (H. Simon) (13), porque credenciada em valores e
princípios jurídicos, ética e socialmente aceites, institucionalizando processos de
consulta e de deliberação virados, menos para a descoberta de razões objetivas
permanentes e mais para a obtenção dos consensos circunstanciais indispensáveis à
paz social.

Portanto, o que quis dizer os autores supracitados é que é preciso abandonar as teses
excessivamente fixa e que acreditam ser imutáveis e seguir um caminho mais flexível e que
equilibre os direitos natural e positivo. Os princípios éticos ou valor ético estão entrelaçados
ao princípio universal, fazendo parte do direito natural e também do direito positivo quando o
objeto da disputa teórica é a pessoa e o bem comum, na busca pela pacificidade social.
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Os princípios éticos – em sua essência valorativa, correspondem ao comportamento e


ao campo da moralidade. São fundamentais para a convivência social saudável e justa, sendo
diretrizes às ações humanas e bens humanos inteligíveis, tratando-se de atitudes relativas ao
respeito mútuo; ao não exercício da violência; ao conceito de solidariedade e honestidades e
de coerência (MENDONÇA, 2018; RENAUD, 2021).
Sobre os princípios universais, com fins éticos, são imutáveis e seus direcionamentos
são de conduta universal e atemporal. Os princípios universais incluem: amor, igualdade,
justiça, liberdade, paz, plenitude, equilíbrio, pertinência e ordem, ou seja, incluem valores
universais, como: respeito, cooperação, responsabilidade, educação, generosidade,
solidariedade e honestidade, princípios e valores importantes para uma vida social harmônica
e que tão em quase todas as sociedades do mundo (MENDONÇA, 2018)
Proteja-se das duas noções de princípios éticos e universais a noção de civilidade,
frente a necessidade de atenção para o respeito a individualidade e o bem comum – equilíbrio
social, correspondente aos direitos humanos. Assim, a ideia de justiça, moral e razão consiste
em compreender que a lei e a razão estão para o bem comum, as quais não devem ignorar os
fins particulares (SOUZA; PINHEIRO, 2016).
A lógica filosófica, conforme Elden Souza e Victor Pinheiro (2016, p. 124; 130) que
contextualiza a constituição de um sistema de proteção dos direitos humanos parte de uma
relação que precisa ser flexível e equilibrada entre os direitos natural e positivo, pois a
“plenitude do homem depende de uma sociedade ordenada na busca do bem comum, o que
inclui a realização dos fins particulares”. Nesse caso, é incontestável a separação das duas já
“que ao tratar os direitos humanos afastados de uma noção de Lei Natural acaba por negar a
possibilidade de rejeição a um sistema normativo que não os reconheça”, tendo como
consequência, a anulação de uma delas.
Considerando todos esses aspectos, principalmente a partir da visão ontológica do ser
humano pela sua própria humanização, a constituição dos direitos humanos surge imerso as
lutas por liberdade e pelo respeito à vida humana, ou seja, de ser garantido a todos os direitos
básicos, como o de viver livre e em igualdade com os demais, segundo Freire (1999) apud
Ebenezer Melo Júnior e Marlice Nogueira (2011).
A história mostrou (e ainda mostra) as várias atrocidades das guerras e os crimes
contra a humanidade praticados, confirmando o homem é capaz de fazer para determinar sua
vontade. O cenário mundial em que os direitos humanos surgem é justamente em meio aos
questionamentos sobre as atitudes humanas que ocorrem, de forma contínua, contra a própria
humanidade, onde desrespeitam todos os tipos de direitos – de se viver, de viver em liberdade,
ao simples acesso de ir e vir e a direitos como saúde, educação, alimentação, moradia, renda,
trabalho e etc. (BRASIL, 2013; BRAZ, 2018).
O momento que inicia o sistema universal de proteção dos direitos humanos, segundo
Antônio Trindade (2018, p.101), é aquele que está ligado as “atrocidades da II guerra
mundial”, pois, milhares de indivíduos encontravam-se sob condições desumanas, além
daquelas “em situações circunscritas como no passado”. Sob um olhar generalizante da
proteção dos direitos humanos foi essencial “a restauração do direito internacional em que
viesse a ser reconhecida a capacidade processual dos indivíduos e grupos sociais no plano
internacional” para exclusiva “proteção de minoria, de habitantes de território sob mandato,
de trabalhadores”, entre outros, o objetivo era o de “proteger o ser humano como tal”.
Percebe-se, portanto, na história que os grupos que diferem raça, etnia, gênero e
classes possuem sentidos e significados diferentes e que são suprimidos a partir da ideia de
superioridade, o que, consequentemente, se exclui do “Outros” assim denominados de
inferiores, “alijados do acesso a direitos básicos”. Daí surge a segregação social que está
baseada em vários fatores, como: raça, classe, religião, gênero, poder de compra, etnia,
educação, nacionalidade, cultura (ARROYO, 2015, p.17).
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Reafirmando o que a ONU traz sobre “os nascidos livres e iguais”, a obrigação de
todos é compreender melhor suas obrigações e como cumprir os direitos humanos em relação
a todas as comunidades, primando pela igualdade e não discriminação, seja de raça, étnica,
sexual e etc., em preservação dos direitos e da dignidade humana (OHCHR, 2013).
É através das Convenções, dos Conselhos e suas Resoluções, como: sobre os
refugiados (Convenção de 1951); sobre os povos originários/indígenas/tribais (Convenção nº
169, da OIT, de 1989); sobre orientação sexual e identidade de gênero (Resolução 17/19 de
2011); e entre outras, tais como: sobre a defesa dos direitos das mulheres, das crianças, das
pessoas idosas e pessoas privadas de liberdade, de acordo com Joaquin Chacin (2022, p. 3)
que:

(...) destacamos a importância de assegurar o pleno exercício dos direitos em um


contexto de paz e segurança, em que os espaços de pensamento crítico e o
protagonismo da cidadania sejam promotores de políticas públicas democráticas e
inclusivas. Isso também pode envolver colaborações multidisciplinares que
favoreçam a comunicação e a divulgação de iniciativas jornalísticas cidadãs para
capacitar atores sociais marginalizados e fortalecer sua respectiva capacidade de
exercer seus direitos políticos. As barreiras ideológicas e as lacunas territoriais da
desigualdade podem ser superadas incentivando a troca de experiências e narrativas
de apoio à promoção de uma agenda de direitos e liberdades para todos.

Portanto, tem-se como objetivos proteger os indivíduos de qualquer tipo de violência;


prevenir tortura e tratamento cruel, desumano e degradante; revogar leis que criminalizam a
violação dos direitos; proibir qualquer tipo de discriminação baseada na raça, na etnia, na
orientação sexual ou identidade de gênero e etc.; e proteger para serem respeitadas as
liberdades de expressão, de associação e de reunião pacífica (OHCHR, 2013) (grifos do
autor).
É no condicionamento do reconhecimento dos direitos humanos que se torna
importante a aprovação de documentos internacionais para dizer quais são os direitos mais
básicos do ser humano e torná-los positivamente seguros a partir de leis gerais e específicas,
tratando dos limites legais e institucionais para garantia da dignidade humana.

2.2 A Declaração Universal dos Direitos Humanos e suas barreiras

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), organizada pelas Nações


Unidas, adotada em 1948, trouxe uma concepção holística de todos os direitos humanos,
superando as divisões ideológicas do mundo e em qualquer tempo histórico (TRINDADE,
2018). Nela consta, em seu art. 1º, que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e em direitos (...) devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”,
de modo que os direitos humanos venham garantir a igualdade social, para promoção de um
convívio solidário, de tolerância e de paz (MOREIRA et al. 2012).
De acordo com Antônio Trindade (2018, p. 100), a DUDH é reconhecidamente um
documento que marca os mais de setenta anos “de um movimento universal irreversível de
resgate do ser humano como sujeito do Direito Internacional dos Direitos Humanos, dotado
de plena capacidade jurídica internacional”. E sua projeção deu-lhe uma autoridade:

(...) sobretudo porque gerações sucessivas de seres humanos, de culturas distintas e


por todo o mundo, nela reconheceram o “ideal comum a ser atingido” (...), que
correspondia a suas aspirações mais profundas e legítimas. (...) tendo inspirado,
aberto caminho, à adoção de mais de 70 tratados de direitos humanos, por ter
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servido de modelo para a promulgação de numerosas normas de direitos humanos


em constituições e legislações nacionais, e por ter ajudado a fundamentar decisões
de tribunais nacionais e internacionais. (...) em muito contribuindo para tornar os
direitos humanos a linguagem comum da humanidade (TRINDADE, 2018, p. 113).

E “trouxe ao ordenamento jurídico uma agenda internacional de direitos do homem


que não permite o retrocesso”, justamente por ter como prioridades “a garantia do acesso
direto das vítimas de violações de direitos aos tribunais internacionais”. O direito ao acesso à
justiça e as garantias judiciais estão previstos nos artigos 8º e 10º da DUDH e ampliado pela
Convenção Americana de Direitos Humanos, artigos 8º e 25. Consoante a isso, os sistemas
globais de proteção existentes, para além da DHDH, como o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e demais
sistemas nacionais de proteção, são complementares e se interagem em benefício de todos os
indivíduos, por adotar o valor da pessoa humana, para proporcionar efetividade na tutela e
promoção de direitos fundamentais (MIGUEL; RIGOLDI, 2018, p. 387; 388)
Trinta são os direitos fundamentais previsto na DUDH (1948) (BRASIL LACESSE,
1998; BRASIL, 2013; UNICEF, 2023):
a) direitos à liberdade e igualdade em dignidade e direitos, sem qualquer tipo de
distinção, seja ela política, econômica, cultural ou social (arts. 1º, 2º, 7º);
b) direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal; ninguém ser submetido à
escravidão ou servidão, tortura e nenhum tratamento desumano (arts. 3º, 4º e 5º);
c) direito de acesso a uma justiça igualitária (arts. 6º, 8º ao 12);
d) direito de ir i vir, de gozar asilo em outros países e a uma nacionalidade (arts. 13, 14
e 15);
e) direito de constituir família, casar, ter filhos, com proteção da sociedade e do Estado
(art. 16); à propriedade e não ser arbitrariamente privado dela (art. 17);
f) direitos de liberdade de pensamento, consciência e religião, assim como de opinião
e expressão, reunião, ser partidário a qualquer governo e serviços públicos (arts. 18 ao 21);
g) direito à segurança social (art. 22);
h) direito ao trabalho, renda compatível ao trabalho exercido, justa e satisfatória para
assegurar a sua subsistência e de sua família (art. 23);
i) direito ao lazer, ter um padrão de vida que assegura a si e sua família à saúde e bem-
estar, aos cuidados relativos a maternidade e a infância (arts. 24 e 25);
j) direito à educação e instrução gratuita nos graus elementares e fundamental, a
participar livremente da vida cultural e proteção dos interesses morais e materiais (arts. 26 e
27);
E que esta Declaração seja parâmetro para qualquer ordem social e internacional,
garantindo que todos e independente de onde quer que estejam tenham garantidos todos os
direitos aqui citados (arts. 28 ao 30) (BRASIL LACESSE, 1998; BRASIL, 2013; UNICEF,
2023).
Os DUDH são direitos internacionais, inatos e universais que tem como princípios
bases a igualdade, a liberdade e a solidariedade. São direitos indivisíveis, inerentes à
dignidade de todas as pessoas e que não podem ser separados uns dos outros, tendo todos os
mesmos valores e um não poder ser dissociado do outro. Em suma, a DUDH possui princípios
essenciais e correspondem a: universalidade, interdependência, indivisibilidade, igualdade e
não-discriminação (PACHECO, 2018).
Porém, mesmo que haja uma maioria de estados-membros permanecendo de acordo
com a DUDH e fazendo parte do sistema como um todo, barreiras são encontradas para sua
concreta efetivação. Conforme Ana Maria Lopes e Leandro Bessa (2018, p. 135), “A primeira
dificuldade que a CorteIDH vem enfrentando se refere ao cumprimento das condenações
referentes às investigações efetivas dos fatos que originaram as violações”.
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Em Antônio Trindade (2018), a DUDH passa por constantes avaliações desde a


urgência de efetivá-la devido observar novos dilemas e desafios na primeira década do século
XXI. Explica o autor:

(...) defrontam-se hoje com novos e grandes problemas, gerados em parte pelas
modificações do cenário internacional, pela própria expansão e sofisticação de seu
âmbito de atuação, pelos continuados atentados aos direitos humanos em numerosos
países, pelas novas e múltiplas formas de violação dos direitos humanos que deles
requerem capacidade de readaptação e maior agilidade, e pela manifesta falta de
recursos humanos e materiais para desempenhar com eficácia seu labor
(TRINDADE, 2018, p. 127).

Para Ana Arlati et al. (2022, p. 4), o problema se concentra justamente na “governança
multinível” e na “sua aplicação para a proteção dos direitos humanos”. O debate acerca da
“integração europeia no início da década de noventa, surgiu como uma reação ao paradigma
dominante, no qual protagonistas foram os governos centrais dos Estados-membros (como a
Alemanha ou a França)”, o que se deu origem ao termo “governança multinível”.
Corroboram Vital Moreira e colaboradores (2012, p. 78), que “o desafio maior para
dos direitos humanos tornou-se a implementação dos compromissos firmados”, acrescenta-se
a isso o problema da impunidade, que se tornou uma preocupação geral e global. “A garantia
de impunidade a grandes violadores de direitos humanos tem sido prática comum por todo o
mundo”, quando se observa que os violadores buscam “convencer governantes
antidemocráticos, normalmente generais, a transmitirem o poder a governos eleitos
democraticamente”. (grifos dos autores). “A impunidade viola o princípio da prestação de
contas” e fragiliza todo o sistema de proteção, pela sua incapacidade de agir de forma mais
veemente e célere. (grifos do autor)

2.3 Mecanismos de proteção dos direitos humanos

Os mecanismos de proteção dos direitos humanos são qualificados por convencionais


e não convencionais, onde o primeiro correspondem, como já mencionado, àqueles criados
por convenções específicas de direitos humanos para atender uma minoria desprotegida –
mulheres, crianças, negros, índios, LGBTQI+, refugiados entre outros que necessitem que
seus direitos sejam salvaguardados, criados com base em Convenções, Tratados, Protocolos,
Pactos internacionais, onde “cuja finalidade é garantir a tutela dos direitos humanos inerentes
ao homem” (BRAZ, 2018, p.12). Já os não-convencionais (ou extraconvencionais) são as
medidas afirmativas de direitos tomadas em casos de violação sistemática de Direitos
Humanos, aplicáveis a qualquer Estado, mesmo aqueles que não possuam convenção
afirmativa de direitos (BARRETO, 2017).
De acordo com Berenice Giannella e Beatriz Castanheira (2013, p. 5), quanto so não-
convencionais, correspondem aos mecanismos de proteção os Conselhos, as Petições, os
Relatórios e os Procedimentos de Investigação, que servem para combater violações de
direitos humanos; acolher as reclamações individuais ou grupos ou de Estados; apresentar
relatórios sobre um determinado tema de violação dos direitos humanos, e proceder com
investigação, a partir dos relatórios, de forma permanente ou ad hoc – “os primeiros são
institucionalizados, previstos nos tratados para situações específicas” e “os últimos decorrem
diretamente do sistema de relatórios e de petições, uma vez que iniciam a partir do
recebimento de uma comunicação de violação aos direitos universais”.
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O primeiro mecanismo convencional de proteção dos direitos humanos foi a


Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e a Carta da Organização do Estado
Americano (OEA), adotadas em 1948 e que possui 35 estados-membros, contudo, apenas 25
deles “ratificaram a Convenção Americana, que entrou em vigor em 1978” (BRAZ, 2018, p.
2). Em seguida, foi criada a partir dessas duas, em 1959, a Comissão Internacional de Direitos
Humanos, que a princípio foi constituída por 7 membros, sendo o órgão mais importante de
todo sistema (MELLO, 2013; MIGUEL; RIGOLDI, 2018).
Em 1965 foi criada a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação Racial, fortalecendo o princípio da igualdade, relativo ao art. 1º da DUDH,
consagrando “a superioridade da pessoa humana, unidade, centralidade, universalidade e
indivisibilidade de todos os direitos humanos” e a Declaração deve aderir a ação dos Estados
associados e comunidade internacional, assumindo as características de unidade e
interdependência “de todos os direitos do Homem” e influenciando “no processo de
constitucionalização dos direitos fundamentais” – direitos econômicos, sociais e culturais
(PACHECO, 2018).
Depois disso, é realizada a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, adotada
em 1969, com 24 estados-membros, sendo complementada por dois protocolos adicionais que
atendiam os direitos econômicos, sociais e culturais (Protocolo Adicional em Matéria de
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1988, com 16 estados-membros), e a abolição da
pena de morte (Protocolo Adicional referente à Abolição da Pena de Morte, de 1990), porém,
os Estados Unidos não fizeram parte dos membros dessa convenção, apesar do evento ocorrer
em solo americano. Através dessa Convenção foi criada, em 1979, o Tribunal Interamericano
de Direito Humanos, com sede na Costa Rica, que entrou em vigor em 1984. Nesse rol entra
ainda Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher, em 1994, com participação de 32 estados-membros e a Convenção Interamericana
para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de
Deficiência, em 1999, com participação de 19 estados-membros (MELLO, 2013;
TRINDADE, 2018; BRAZ, 2018).
Os mecanismos não-convencionais e que funcionam como sistema afirmativo dos
direitos humanos são os Conselhos e
Para Berenice Giannella e Beatriz Castanheira (2013, p. 1; 2) os “mecanismos
assecuratórios” de implementação dos direitos humanos tem como características principais
“a multiplicidade e a diversidade”. A multiplicidade e diversidade de tratados na esfera
mundial e regional configura-se no estabelecimento de “uma unidade conceitual dos direitos
humanos, sua proteção internacional” e ascensão crescente, em que diversos documentos
internacionais são criados para garantia dos direitos humanos, formando “um conjunto de
regras bastante diversificadas, com origens diversas (...), com âmbito de aplicação distinto (...)
e com conteúdo, força e efeitos jurídicos variáveis”.
Além disso, os mecanismos surgem, segundo Pedro Braz (2019, p. 2; 11), com a
finalidade “de obstruir o poder arbitrário emanado” por monarcas ou ditadores ou governos
antidemocráticos e, por conseguinte, proteger dos direitos da pessoa humana. Contudo, alerta-
se que as intenções dos “mecanismos internacionais de proteção aos direitos humanos não
visam suplantar o controle a proteção doméstica de cada país, mas complementá-la,
ampliando a proteção dos direitos e dando-lhes maior efetividade”.
E isso ocorre por meio de mecanismos que possam trazer soluções aos desafios que se
encontram no percurso histórico para a efetivação dos Direitos Humanos. Um desses meios
(ou mecanismos), até para responder o atual desafio em decorrências de algumas guerras
internacionais, é garantir que a justiça seja, de fato, concretizada em relação àqueles governos
que violam os direitos humanos, sendo essencial, de acordo com o ACNUCH:
“Procedimentos de denúncia de violações aos direitos humanos à Organização das Nações
11

Unidas”, que atualmente podem ocorrer por meio do Conselho de Direitos Humanos e do
Alto Comissariado para os Direitos Humano. O primeiro, “é usado para tratar padrões
consistentes de violações em todo o mundo”, com base “nas comunicações recebidas de
indivíduos, grupos ou organizações” e o segundo, é qualificado como um “dos procedimentos
especiais”, onde as “denúncias são aceitas independentemente de o Estado ter ratificado os
tratados dos direitos humanos correspondentes” (OHCHR, 2015; 2023).
Recomenda-se, segundo Inés Pousadela (2016, p. 2), em discussão sobre as ameaças
para o espaço cívico, no caso da América Latina e Caribe (corroborando com outros países), e
em referência a independência dos Estados-membros que acordam com os tratados
internacionais, é essencial que todos reconheçam “o papel legítimo desempenhado pelas
organizações independentes e redes de sociedade civil através das garantias para o exercício
da liberdade de associação”; que sejam removidas “as restrições legais e burocráticas
injustificadas que dificultam a formação e funcionamento das OSC”; além de “garantir que
todas as leis e regulamentos que são aplicáveis à sociedade civil seja transparente, inequívoca
e respeitosas a autonomia da sociedade civil”
Frente a isso, é essencial a participação social, abrindo-se espaço para que a sociedade
civil discuta e participe diretamente com os mecanismos de proteção dos direitos humanos,
sendo uma dessas formas a ação de cooperação com o registro de denúncias sobre violação
dos direitos humanos (OHCHR, 2015; 2023).
Onde se possibilita à sociedade civil contribuir com o monitoramento dos direitos,
tendo uma relação complementar com presenças de campo, onde, de perto, pode registrar a
realidade vivida por aqueles que têm seus direitos violados. A mídia, por exemplo, é uma das
principais fontes desses registros, trazendo imagens e relatos das vítimas in loco do está
acontecendo no exato momento em que ocorre os conflitos, perseguições e violações dos
direitos humanos (POUSADELA, 2016; OECD, 2021).
Destaca Joaquim Chacin (2022, p. 2), trazendo que:

(...) a sociedade civil pode explorar novos formatos de mídia para convocar a
solidariedade frente ao fechamento e censura dos espaços cívicos nos países da
região. Compreender a lógica da polarização e estabelecer estratégias de resposta em
relação às comunicações e divulgação de informações com uma perspectiva ampla
dos interesses coletivos e do bem-estar da sociedade pode ajudar a prevenir a
polarização. Acreditamos especialmente no potencial das áreas locais para a gestão
da verdade como um bem comum. Nesse sentido, consideramos ser importante
entender os espaços cívicos como “cooperativas pela verdade”, onde o diálogo e a
negociação são impostos diante da violência e da censura como ferramentas
políticas.

As recomendações da OCDE e CAD (OECD, 2023) sobre a capacitação da sociedade


civil na cooperação para o desenvolvimento e na cooperação para assistência humanitária,
seguem quatro pilares 1. Respeitar, proteger e promover o espaço cívico; 2. Prestar apoio e
envolvimento com a sociedade civil; 3. Incentivar a eficácia das Organizações da Sociedade
Civil – OSC, com transparência e responsabilidade. Para isso, é preciso:
1. Desenvolver posições políticas claras e objetivas, e inclusiva e independente; por
meio do diálogo permanente, coordenando as ações entre os fornecedores e com organismos
internacionais, regionais e nacionais para monitoramento dessas ações (OECD, 2023, p.6);
2. Tomar medidas razoáveis para não interferir nos espaços cívicos dos países ou
territórios parceiros (OECD, 2023, p. 6);
3. Explorar e partilhar estratégias; explorar e enfrentar os desafios, riscos e
desigualdades sistemáticas associadas ao digital e tecnologias que interfiram nos direitos
humanos (OECD, 2023, p. 7);
12

4. Estimular a cooperação dos agentes que atuam nas funções de cooperação para o
desenvolvimento e prestadores de assistência humanitária; por meio do estabelecimento, em
consulta com organização civil, de políticas e estratégias para preservação dos direitos
humanos (OECD, 2023, p. 7);
5. Procurar a sociedade civil para definir as prioridades, criação, implementação de
políticas e programas complementares, com monitoração e avaliação (OECD, 2023, p. 7);
6. Fornecer apoio financeiro as diversos atores e apoiadores da sociedade civil,
principalmente aqueles que representam as pessoas nas posições mais vulneráveis ou
marginalizadas (OECD, 2023, p. 8);
7. Promover e investir na liderança dos agentes locais da sociedade civil em países e
territórios parceiras (OECD, 2023, p. 8);
8. Explorar e partilhar lições sobre a melhor forma de apoiar uma ampla gama de
atividades formais e informais, tradicionais, e novos tipos de intervenientes e ações da
sociedade civil a nível regional, nacional e subnacional em parceiros países ou territórios
(OECD, 2023, p. 8);
Além de outras orientações que tem como foco o estabelecimento das relações entre os
atores e agentes de ações voltadas para efetividade e eficácia dos mecanismos de proteção
universal dos direitos humanos, com isso, instrumentos jurídicos da OECD foram criados,
desde 1961, com a finalidade de concretizar tais ações, por meio de declarações e acordos
internacionais. Nesse sentido, a OECD apresenta um compêndio de instrumentos jurídicos,
que estão em vigor ou revogados, que incluem decisões, recomendações, documentos de
resultados substantivos e acordos internacionais e que representam cinco categorias de ação:

As decisões são adotadas pelo Conselho e são juridicamente vinculativas para todos
os Membros, exceto aqueles que abster-se no momento da adoção. Estabelecem
direitos e obrigações específicos e podem conter mecanismos de monitoramento. As
recomendações são adoptadas pelo Conselho e não são juridicamente vinculativas.
Eles representam um compromisso político com os princípios que eles contêm e
implicam uma expectativa de que os Aderentes fazer o seu melhor para implementá-
los. Documentos de Resultados Substanciais são adotados pelos Aderentes
individuais listados, em vez de por um órgão da OCDE, como resultado de uma
reunião ministerial, de alto nível ou outra reunião dentro do quadro da Organização.
Geralmente estabelecem princípios gerais ou metas de longo prazo e têm um caráter
solene. Os acordos internacionais são negociados e concluídos no âmbito do
Organização. Eles são juridicamente vinculativos para as Partes. Acordo,
Entendimento e Outros: vários outros tipos de questões jurídicas substantivas
instrumentos foram desenvolvidos no âmbito da OCDE ao longo do tempo, como o
Acordo sobre Créditos à Exportação com Apoio Oficial, o Entendimento
Internacional sobre Transporte marítimo, Princípios e o Comitê de Ajuda ao
Desenvolvimento (CAD) Recomendações (OECD, 2023, p. 11).

O engajamento político e constitucional das OSC tem como propósito fortalecer a


democracia e a justiça social, através de um contínuo diálogo para estabelecer à vontade e
ação coletivas e promover causas políticas e sociais que venham (re)afirmar os direitos de
todos os cidadãos e cidadãs – trabalhando para o bem comum e em coletividade (DUARTE;
FROTA; CRUZ, 2021).
Os mecanismos, portanto, tem como base na Carta das Nações Unidas e o Conselho de
Direitos Humanos, que substitui a Comissão de Direitos Humanos em 2006; a Revisão
Periódica Universal, processo estabelecido em 2006 e os Procedimentos especiais, onde 41
relatores e grupos de trabalhos se reunirem para debater sobre o tema ou um país que esteja
violando os direitos humanos. Além disso, existem organismos baseados nos tratados, sendo
nove comitês que atuam diretamente na monitoração da implementação dos principais
tratados dos direitos humanos, a saber: Comitê de Direitos Humanos (CCPR); Comitê de
13

Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CESCR); Comitê para a Eliminação de Todas


Formas de Discriminação Racial (CERD); Comitê para a Eliminação da Discriminação contra
a Mulher (CEDAW); Comitê contra a Tortura (CAT) e o Protocolo Facultativo à Convenção
contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou degradantes
(OPCAT); Comitê sobre os Direitos da Criança (CRC); Comitê para a Proteção dos Direitos
de Todos os Trabalhadores Migrantes e Membros das Suas Famílias (CMW); Comitê sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD) e o comitê para a Proteção de Todas as Pessoas
contra os Desaparecimentos Forçados (CED) (OHCHR, 2015; 2023).
O Conselho de Direitos Humanos é um “órgão consultivo que dirige recomendações
aos Estados-membros, por força dos Pactos” já instituídos (PACHECO, 2018; p. 234) e seu
processo de preparação dos Princípios Orientadores constituídos a partir da situação relativa a
Extrema Pobreza e Direitos Humanos, dando como resposta a criação de uma Comissão
responsável para aplicar as obrigações de direitos humanos em decisões políticas nacionais e
internacionais. Princípios aprovados em 2011 e que fundamentam o reconhecimento de que os
Estados-membros devem respeitar, proteger e implementar os direitos humanos e as
liberdades fundamentais, sob os aspectos econômicos e sociais (ONU, 2012).
Os Princípios Orientadores do Conselho de Direitos Humanos da ONU são
estruturados em três pilares: Proteger; Respeitar e Reparar. Onde, é dever de cada Estado-
nação proteger sua população de abusos de direitos humanos por parte de terceiros; ser
responsável pelas ações daqueles que violam os direitos humanos e reparar os danos causados
por tais violação aos direitos humanos. Com isso, deve-se integrar, pela via dos princípios
gerais de direito, os direitos fundamentais, cuja finalidade é de assegurar os direitos humanos.
Cabe, portanto, que sejam esses assegurados, segundo normas estabelecidas, decididas em
coletividade e respeitando os limites constitucionais de cada território parceira e concordante
da DUDH (CAMPOS, 2019; AVELINO; FONSECA; POMPEU, 2020).
Normas e princípios das Nações Unidas para proteção universal dos direitos humanos
é sobre prever a violação desses direitos, é trabalhar pela garantia da efetividade das regras
pré-estabelecidas, pois, conforme reafirma Mariane Miguel e Viviane Rigoldi (2018, p. 387),
“o regime objetivo dos tratados de direitos humanos é um conjunto de normas protetoras de
um interesse coletivo dos Estados, cujo o objeto e fim é a proteção de direitos do indivíduo”.
Nesse caminho, a participação da sociedade civil é essencial para afirmação e ação
colaborativa para contribuir com a monitoria e avaliação do que já foi feito e do que se precisa
fazer para enfrentar os desafios de garantir a efetividade das normas e princípios dos Direitos
Humanos (CHACIN, 2022).
É importante dar condições para que uma sociedade civil seja livre e independente
para atuar no campo de ação. Isso só pode ocorrer se os Estados criem “condições
econômicas, políticas, sociais, culturais e legais – que apoiem ativamente as competências e
as capacidades das pessoas, individualmente ou em associação com outros, para se
empenharem em atividades cívicas” (OHCHR, 2014, p.7).
Para isso, é preciso seguir os princípios dos direitos humanos – participação, a não-
discriminação, a dignidade e a transparência e responsabilidade, enquadrados nas relações
entre as autoridades públicas e os atores da sociedade civil para criação de ambiente político e
público que favoreça, valorize e incentive a contribuição cívica (PONT; BOETTGER, 2021).
Nesse sentido, um dos mecanismos não-convencionais de proteção universal dos
direitos humanos que existe é o ACNUCH, com sede em Genebra, possui “competência para
a promoção e defesa dos direitos humanos, constituindo a estrutura permanente e burocrática
da ONU, dependente do Secretariado-Geral” (PACHECO, 2018, p. 235).
A finalidade do escritório do ACNUCH, de acordo com Benigno Novo (2018, p. 53):

É reforçar a efetividade dos mecanismos de direitos humanos das Nações Unidas,


coordenar as atividades de promoção e proteção dos direitos humanos em todo o
14

sistema das Nações Unidas, fomentar a capacidade nacional, regional e universal


para promover e proteger os direitos humanos e difundir os instrumentos e
documentos informativos de direitos humanos.

O ACNUCH destaca-se como sendo:

(...) a principal organização das Nações Unidas em matéria de promoção e proteção


dos direitos humanos. Trabalha em estreita colaboração com as agências
especializadas, os fundos e os programas das Nações Unidas (por exemplo, a
Organização Mundial da Saúde, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados, a UNICEF, a Organização Internacional do Trabalho, a UNESCO, etc.),
de modo a otimizar o impacto da ação no domínio dos direitos humanos (OHCHR
2014, p.5).

Considerando o contexto dialógico instituído no ACNUCH – Agência da ONU para


Refugiados, tem como finalidade “proporcionar proteção e buscar soluções para milhões de
pessoas em todo o mundo em situações de deslocamento forçado ou apatridia”, enfrentando
sua magnitude e complexidades relativo ao deslocamento forçado de pessoas, “por conflitos,
perseguição e violação de direitos humanos” (ACNUR, 2010, p. 2). Continua o documento:

À luz deste desafiador contexto surgem inquietações quanto à adequação e ao uso de


marcos jurídicos para a proteção em situações de deslocamento forçado
transfronteiriço e interno e apatridia. Em reconhecimento à diversidade de razões
pelas quais as pessoas fogem, o conceito de refugiado tem sido ampliado na África e
na América Latina para abarcar, entre outros, as vítimas de violência generalizada e
as vítimas de perseguição. Ainda assim, muitos sistemas nacionais permanecem
vinculados a uma definição mais limitada. O ACNUR esforça-se ao máximo para
promover um enfoque flexível da definição de refugiado, mas a verdade é que a
atual arquitetura mundial para a proteção dos refugiados baseia-se
significativamente em uma definição que alguns governos têm usado para limitar o
alcance de suas responsabilidades com os refugiados. Esta é uma fraqueza do
sistema. Existem outras fraquezas, como o silêncio da Convenção de 1951 sobre as
soluções duráveis (ACNUR, 2010, p. 3).

Conforme Andrei Pont e Constanza Boettger (2021), o ACNUCH busca agir diante de
um cenário crescente de eventos que violam os direitos humanos, como o caso da Venezuela,
que iniciou em 2013, em que mais de cinco milhões de venezuelos deixaram sua pátria, por
estar relacionada à desvalorização do petróleo no mercado internacional, instabilidades
políticas e econômicas, comprometendo a governabilidade, o que tem aprofundado a crise
humanitária com consequências que levou a falta de alimentos, falta de acesso a produtos
básicos, falta de remédios e serviços essenciais e violência e insegurança.
A crise humanitária só agrava, pós-pandemia, como afirmam os supracitados autores:

A crise humanitária na Venezuela não é o único exemplo da situação atual na região;


também houve turbulência recente em outras partes da região. A “onda de
manifestações” de 2019 na Bolívia, Colômbia, Chile, Triângulo Norte da América
Central (Guatemala, Honduras e El Salvador), Paraguai e Peru são reflexo das crises
institucionais, econômicas, políticas e sociais, que só não foram mais intensas em
2020 devido à quarentena e ao confinamento. A panela de pressão de 2019, posta em
pausa em 2020, pode se transformar em fazer de 2021 um ano ainda mais complexo
em toda a região. Eventos recentes no Peru reafirmam uma iminente instabilidade
pós-pandêmica das instituições democráticas já abaladas, onde a proteção de
populações vulneráveis exigirá inevitavelmente ações conjuntas para dar respostas
multidimensionais à crise atual (PONT; BOETTGER, 2021, p. 3).
15

Em suma, é importante colocar que através do campo de ação da Sociedade Civil e os


sistemas dos direitos humanos das Nações Unidas é possível utilizar os resultados da ação dos
mecanismos, como “as constatações e recomendações internacionais aos governos sobre
medidas jurídicas, administrativas ou outras”, de modo a proteger o sistema social e
responsabilizar os atores sociais civis. O sistema como um todo, portanto, segue fornecendo
informações e participando ativamente das discussões sobre os principais temas que violam os
direitos humanos, implantando um Sistema dos Direitos Humanos das Nações Unidas mais
efetivo, a nível internacional e por meio de instrumentos de apoio, definindo uma ação local
mais concreta e objetiva (OHCHR, 2014).

2.4 O sistema jurídico perante a universalidade de proteção dos direitos humanos

Em meio ao sistema universal de proteção dos direitos humanos está o diálogo entre as
Cortes internacionais e entre os Poderes locais, por onde perpassa pela discussão sobre como
efetivar as ações jurídicas para o enfrentamento das violações dos direitos humanos. A
discussão cerca o “transconstitucionalismo”, termo criado por Marcelo Neves para explicar
como entrelaçar diferentes ordens jurídicas, como estatais e transnacionais, internacionais e
supranacionais, em torno de problemas constitucionais comuns para efetivar os direitos
fundamentais (ARLATI et al., 2022).
Para Marcelo Neves (2009), o que propõe o transconstitucionalismo é promover a
abertura dos constitucionalismos estatais para outras ordens jurídicas. É aumentar o nível de
proteção dos direitos e ampliar o poder de diálogo uns com os outros, para uma troca de ideias
justas e equilibradas, podendo garantir, de fato e de direito, que as ações para proteção dos
direitos humanos seja universal e uma constância nos debates políticos, econômicos, sociais e
cultural, porque, caso contrário, as diferenças políticas, econômicas e sociais continuarão
determinando quem tem mais poder para comandar o sistema, onde as decisões acabam por
ficar nas mãos daqueles países/governos que possuem a hegemonia global, constituindo
impasses que prejudicam na cooperação e ajuda em contexto de crise humanitária e torna
moroso o sistema de punição àqueles que cometem a violação dos direitos humanos.
Torna-se esse um desafio pela pluraridade de sistemas existentes de proteção aos
direitos humanos, contudo, diversos países, assim como o Brasil, buscam agir em
conformidade com o sistema, seguindo parâmetros internacional e supranacional para atuar no
enfrentamento da violação dos direitos humanos, principalmente no que tange a garantia dos
direitos fundamentais (ARLATI et al., 2022),
Por exemplo, no caso brasileiro, a Constituição Federativa do Brasil de 1988 – arts. 5º
e 6º, respectivamente rege o seguinte: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza” e, para todos é garantido “direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” (BRASIL, 1988).
Porém, assim como em outras constituintes existentes o contexto vivenciado traz
cenários desoladores, onde o igual perante a lei não existe e os direitos sociais menos ainda.
Onde fatos os atos internacionalmente ilícitos, crimes sexuais, homofóbicos, racismo,
transfobias, misoginia, genocídio, feminicídio e entre outros, vivenciados em várias partes do
mundo e por vários indivíduos e grupos de minoria da sociedade, além das desobrigações dos
Estados-membros em relação a adequação da legislação interna à Carta da ONU, tem elevado
as preocupações sobre como eliminar tais comportamentos e criar um sistema que de fato
mostre que há punição para aqueles que os cometem. O foco, portanto, é justamente a falta de
16

impunidade ou fragilidade dos sistemas nacionais e internacionais em relação a punição


(MOREIRA; GOMES, 2012; BRAZ, 2018).
A possibilidade de punição perpassa pela ação efetiva de todo o sistema de proteção
dos direitos humanos, onde os responsáveis pelo sistema – Estados, órgãos e sociedade civil
precisam se empenhar para formar um sistema jurídico unificado e seguro, que siga “no
caminho da afirmação dos valores jurídicos básicos” – justiça, respeito a dignidade pessoal do
homem, manutenção da vida social, na contribuição para o bem comum e com base na
eticidade, socialidade e operabilidade do sistema de defesa dos direitos humanos (CAMPOS,
2019, p. 357).

3 CONCLUSÃO

O estudo sobre o Sistema Universal de Proteção dos Direitos Humanos considerou os


mecanismos convencionais e não-convencionais, condensando a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, o Conselho de Direitos Humanos e o Alto Comissariado das Nações
Unidas para Direitos Humanos no diálogo para analisar, sob o ponto de vista do Direito Civil,
o sistema como um todo.
Observa-se a evolução da DUDH, organizada pela ONU, que passa por desafios e
conquistas para o enfrentamento das violações dos direitos humanos. Que por meios dos
mecanismos convencionais e não-convencionais, normas gerais e específicas e órgãos se
busca incansavelmente atuar e efetivar os Direitos Humanos para promoção da proteção dos
direitos. Tendo como órgãos permanentes o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Direitos Humanos e o Conselho de Direitos Humanos, e os Tratados internacionais de
proteção.
Diante da magnitude e complexidade dos cenários que resultam em crise humanitária é
oportuno e primordial o debate acerca do tema e compreender que os direitos humanos são
institutos básicos para garantia da dignidade pessoal do homem, bem como da liberdade e da
condição de igualdade a todos e sem qualquer distinção. Os direitos humanos são traduzidos
em normas para garantir seu reconhecimento e respeito.
A ONU, desde a DUDH, composta por 30 artigos, busca efetivar os direitos humanos
ali inclusos, constituindo sistemas internacionais de proteção, convencionais e não-
convencionais, com o intuito de promover a proteção dos direitos em todo o mundo, por meio
da integração dos sistemas jurídicos nacionais e internacionais, com desenvolvimento de
políticas que possam fortalecer o sistema, através da participação coletiva – sendo esse um
ator fundamental para a efetivação dos direitos e aquele capaz promover um discurso mais
concreto, legitimando as normas dos direitos, principalmente dos grupos vulneráveis e que
são desprovidos de seus direitos.

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