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UNIDADE I
Para Comparato (2003), a Magna Carta inglesa de 1215, ao tempo que conferia
direitos para a nobreza e o clero que independiam da vontade do soberano, limitava o
poder real, estabelecendo os preceitos enunciadores da democracia moderna. Sua
importância atravessou o tempo e foi reconhecida quando da independência dos Estados
Unidos da América e a consequente Declaração de direitos de Virgínia de 1776, que
consolidou as bases do regime democrático moderno.
Com a Bill of Right inglesa de 1689 há, pela primeira vez, os direitos civis
incorporados a um sistema político perfeitamente funcional, ou seja, politicamente
integrado aos anseios dos cidadãos. Todavia, apesar de tais direitos representarem o
estágio gestacional dos direito de liberdade, seus princípios ficaram restritos ao
indivíduo nascido na Inglaterra, desprovido, assim, do princípio supremo, caracterizador
dos Direitos Humanos – o universalismo.
Na visão de Bobbio (1992, p. 27), a Declaração Universal foi o modo pelo qual
os valores passaram a ser humanamente e universalmente fundados. Segundo o filósofo,
“com essa declaração, um sistema de valores é – pela primeira vez na história – universal
[...] explicitamente declarado”. Bobbio considera que a DUDH resolveu o problema da
busca do fundamento absoluto dos Direitos Humanos, mas ao mesmo tempo adverte
para o problema político da necessidade de efetivação desses institutos na sociedade
globalizada.
A responsabilidade existe nos casos onde o próprio Estado - por intermédio dos
poderes Legislativo, Executivo ou Judiciário, suas normas ou atos de qualquer outra
autoridade - é o perpetrador e em situações onde a conduta de uma pessoa ou órgão
pode ser imputada a esse Estado. O Estado não é responsável perante o direito
internacional pela conduta de uma pessoa ou grupo de pessoas que não agem em seu
nome.
É um princípio do direito internacional que qualquer inobservância ou
violação de um compromisso resulta na obrigação de fazer uma reparação.
Assim sendo, os Direitos Humanos são títulos legais que toda pessoa possui
como ser humano. São universais e pertencem a todos, ricos ou pobres, homens ou
mulheres.
“Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Para finalizar essa Unidade será apresentado um paralelo entre alguns direitos
consignados na Declaração Universal dos Direitos Humanos – DUDH e os respectivos
artigos em nossa Carta Magna (CF/88) que positivou esses direitos.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH)
Artigo 2°
I. Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor,
sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,
riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Art. 5º - I – os homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos
termos desta Constituição:
VII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política. (...)
II. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política,
jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate
de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer
outra limitação de soberania.
Artigo 3° - Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no pais a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à segurança e a propriedade nos termos seguintes:(...)
Artigo 7° - Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção,
a igual proteção da lei. Todos tem direito a igual proteção contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no pais a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à segurança e a propriedade nos termos seguintes:(...)
5. EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM
Apresentação de vídeo com flagrante violação dos DH por profissionais de
segurança pública no Brasil. O objetivo é a identificação dos DH violados pelos
funcionários e as consequências para a vítima, para os violadores diretos e para o país.
UNIDADE II
A ONU tem um Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei
(CCFRAL).
MISSÕES POLICIAIS:
prevenir, detectar e reprimir delitos;
manter e preservar a ordem pública;
apurar e investigar infrações;
prestar auxílio e assistência em emergências.
PODERES POLICIAIS
Para proteger a sociedade, os policiais têm poderes, de acordo com a lei, para:
abordar e revistar pessoas, sempre que presenciarem alguma atitude suspeita;
prender e apreender pessoas, desde que em flagrante ou com ordem judicial;
empregar a força e as armas de fogo, quando necessário e de forma proporcional à ameaça
sofrida.
A ONU tem um conjunto de princípios que devem ser observados em relação ao uso da
força e de armas de fogo pela polícia:
1) Use meios não-violentos, na medida do possível, antes de recorrer ao uso da força e armas de fogo.
2) Só é aceitável o uso da força e armas de fogo quando os outros meios se revelarem ineficazes ou
incapazes de produzirem o resultado legal pretendido.
3) Caso o uso legítimo da força e de armas de fogo seja inevitável, o policial deve:
(a) Exercê-las com moderação e agir na proporção da gravida- de da infração e do objetivo legítimo a
ser alcançado;
(b) Minimizar danos e ferimentos, respeitar e preservar a vida humana;
(c) Assegurar que qualquer indivíduo ferido ou afetado receba assistência e cuidados médicos o mais
rápido possível;
(d) Garantir que os familiares ou amigos íntimos da pessoa ferida ou afetada sejam notificados o mais
depressa possível.
Antes de empregar os poderes que a lei lhe confere, faça a você mesmo, sempre, as três
perguntas:
1) O poder ou a autoridade que estou utilizando nesta situação têm fundamento na legislação?
2) O exercício deste poder ou autoridade é estritamente necessário ou existem alternativas?
3) O poder ou a autoridade utilizados são proporcionais à seriedade do delito e do objetivo legal a ser
alcançado?
LEGALIDADE E RESPONSABILIDADE
Quando você se deparar com infratores da lei somente utilize procedimentos e táticas legais.
A função policial é levar os infratores à justiça e não “fazer justiça”.
Não improvise, seja profissional.
MULHERES
As revistas pessoais e das vestimentas de mulheres serão sempre feitas por uma policial feminina.
Mulheres detidas ou presas devem ser mantidas, em todas as circunstâncias, separadas dos
homens detidos.
Mulheres e meninas vítimas de crime sexual devem receber atendimento, sempre que possível,
de policiais femininas.
Quando envolvem violência, brigas de marido e mulher são assuntos de polícia. Os policiais não
devem hesitar em interferir.
Sempre que houver caracterização de crime sexual, constrangimento ilegal, ameaça, crimes
contra a honra ou lesão corporal, os policiais devem adotar providências legais de imediato.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Criança é toda pessoa de até doze anos de idade incompletos; adolescente é toda pessoa entre doze
e dezoito anos de idade incompletos.
A forma segura de saber a idade de uma pessoa é conferindo seu documento de identidade.
Conforme estabelece a Constituição Federal, crianças e adolescentes são pessoas em peculiar fase
de desenvolvimento e, portanto, não devem ser tratados como adultos.
Crianças e adolescentes não podem ser tratados de modo atentatório à sua dignidade ou com risco
à sua integridade física ou mental.
A proibição do uso de algemas e do transporte em comparti- mento fechado de veículos deve ser
tratada como regra.
Em caso de apreensão, o adolescente não poderá ser coloca- do com presos adultos.
Quando a apreensão se der em virtude de ordem judicial, o adolescente deverá ser imediatamente
encaminhado ao juiz e não à autoridade policial.
Sempre que houver repartição policial especializada, o adolescente apreendido em flagrante de ato
infracional deverá ser a ela encaminhado, ainda que o ato infracional tenha sido come- tido em co-
autoria com maior de idade.
IDOSOS
Considera-se idosa a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
As pessoas idosas demandam especial atenção dos agentes e autoridades policiais e devem ser
tratadas com respeito e conforto.
Ao abordar-se uma pessoa idosa deve-se levar em consideração suas especificidades físicas e
sensoriais decorrentes de sua condição etária, de modo que a ação policial não represente risco à sua
integridade física.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA- são todas as pessoas que têm algum tipo de limitação
física, mental ou sensorial, que reduza a sua capacidade de exercer as atividades da vida
diária.
A população GLBT tem os mesmos direitos que todas as pessoas e não deve ser desrespeitada,
violada ou humilhada.
Respeite a orientação sexual de cada um e não faça gracejos ou críticas.
Todas as denúncias de pessoas que aleguem ser vítima de crime devem ser registradas,
independentemente de sua orientação sexual.
Pergunte à pessoa abordada como deseja ser chamada.
Não constranja ou humilhe o travesti ou transexual lendo em voz alta o seu nome constante da
carteira de identidade.
Ao referir-se a travestis e transexuais, utilize pronomes femininos.
CONDIÇÕES DE TRABALHO DO POLICIAL MILITAR - Policiais também têm
direitos!
LEMBRE-SE: se os direitos dos policiais forem violados também há violação dos Direitos
Humanos.