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Professora Catherine
10/3/2023
Frequência – 2 de junho
Capítulo 1
1. Magna carta – tem raízes bastante antigas, rei cobrava impostos cada vez mais altos
porque a Inglaterra possuía terras e os barões forneciam homens para a defesa dos
territórios, e o rei precisava de dinheiro para o fazer, ele consultava sempre os barões
quando os impostos subiam, e enquanto o rei foi militarmente sucedido no que tocava as
terras, o problemas foi quando o rei perde as lutas militares e começa a perder as terras,
as tensões sobem e em 1204 as terras são perdidas no Norte da França e são impostos
novos impostos sem consulta dos barões, toma a decisão unilateralmente o que era uma
violação dos costumes feudais, os barões revoltam-se com os fracassos do rei e tomam a
cidade de londre com a ajuda do clero e forçam o rei a assinar a Magna carta, o
instrumento solene foi assinado entre os Barões e o rei João sem terra que vai determinar
que em troca dos barões revigorarem a seu juramento de fidelidade ao rei, mas em troca
disto os poderes do rei são limitados e tem de respeitar as leis e os costumes do reino.
Esta carta não tinha a importância mítica que agora tem e foi simplesmente no início uma
forma para os senhores feudais fazem valer os seus direitos, imporem que o rei governa-
se respeitando os costumes, o que marcou nessa época foi q eu houve pela primeira vez
que o rei não se encontra por cima da lei, há costumes a respeitar e esta Magna Carta
tronou-se um símbolo de liberdade do povo sendo a primeira conquista do Parlamento
contra o Absolutismo real. premissas da separação dos poderes e também uma proteção
dos direitos humanos (liberdade da igreja, liberdade das cidades, liberdade dos cidadãos
e serem protegidos de impostos excessivos)
2. Petition of Right – Inglaterra, este instrumento reforça a Magna Carta, não surge por
vontade do rei, surge em resultado de lutas. Foi adotada depois de protestos contra criação
de impostos sem o consentimento do Parlamento e contra a prisão arbitrária, neste
documento temos estes dois princípios
3. Habeas corpus act – ato legislativo, foi uma lei adotada pelo parlamento, sancionada por
Carlos II, que buscava reforças o antigo e já existente habeas corpus, lei visa garantir a
liberdade individual contra a prisão ilegal, abusiva ou arbitrária (sem julgamento), esta
lei garante o direito de ser apresentada a um juiz para que seja julgada.
- nestas duas revoluções só se previam direitos cívicos (integridade física e moral, direito á
liberdade – consciência, religião, reunião) e políticos (direito ao voto e de ser eleito, equidade
pessoal – direitos do arguido)
• Movimentos abolicionistas
- apelavam á abolição da escravidão
• Movimentos nacionalistas
- sec.19 e 20 invocaram os princípios das declarações para a autodeterminação e a independência
para os países colonizados
• Movimentos socialistas
- nasceram no contexto da revolução industrial no sec.19, grande transformação económica social
e política, maquina de fiar, a vapor mudando a economia e a produção que era domiciliária passa
a ser feita em fabricas e grandes empresas, e os donos foram se tornando cada vez mais ricos ao
custo da massas trabalhadoras, começam aqui as teorias relativamente a precariedade das
condições de trabalho, no sentido da proteção do trabalhador, como Karl Max. O estado liberal
reconhece os direitos sociais e políticos, são agora reconhecidos direitos ESC, direitos que são
aqui acolhidos nas constituições: direitos económicos (remuneração justa, condições dignas de
trabalho, descanso semanal, ferias, direito á saúde, educação)
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24/3/2023
O caracter objetivo dos DH implica uma responsabilidade coletiva dos estados. Deste modo,
não se deve permitir a invocação do princípio da não ingerência nos assuntos internos, principio
fundamental do DI clássico.
A ultrapassagem do princípio da não ingerência nos assuntos internos também se
caracteriza:
- Pelas obrigações erga omnes criadas pelos tratados dos DH (TIJ, acórdão Barcelona
Traction, 1970)
• Ação dos países baixos com vista a processar a Síria por tortura (setembro de 2020)
• TIJ, Aplicação da Convenção sobre a Prevenção e Punição do crime do Genocídio
(Gâmbia c. Myanmar) 2019
- Pela natureza de algumas normas consideradas como imperativas ou de jus cogens
Artigo 30 da convenção contra a tortura – ir ver!
53º e 64º - norma jus cogens – CVDT
- proibição do trafico de escravos
- proibição do genocídio
- proibição da tortura
- para ficar desvinculado do tratado, mesmo depois de assinar, se o estado enviar uma declaração
oficial que revele a não intenção de alguma vez ratificar o tratado, fica desvinculado e pode agir
contra este.
B. Reservas
Princípio da irreversibilidade
B: Suspensão
Artigo 15. Derrogação em caso de estado de necessidade – convenção EDH (1950)
4 direitos absolutos: direito à vida, proibição da tortura, proibição da escravatura e do trabalho
forçado, princípio da legalidade.
B: aplicabilidade extraterritorial
A jurisdição de um EP pode estender-se a atos do Estados que tenham efeitos fora do seu
território:
- em razão do controlo efetivamente exercido sobre a pessoa em causa (ratioe personae);
- em razão do controlo efetivamente exercido sobre o território estrangeiro em questão
(ratione loci)
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25/3/2023
A. Categoria dos direitos humanos, direitos civis e políticos
Direitos civis= garantia da integridade física e mental + direitos individuais
Direitos políticos= equidade processual (direito a um julgamento justo, justa reparação,
processo justo) + direitos de participação na sociedade civil e política.
Contexto:
Os direitos CP emergiram das conceções dos direitos fundamentais que protegem a vida,
integridade, a liberdade e a opinião de uma pessoa face a um estado que pode ser destruidor da
liberdade.
Traços distintivos
É uma condição sine qua non dos demais direitos, quer dizer que é uma condição para que os
outros direitos existam.
A violacão do direito à vida é irreversível e irreparável.
- Há evidente desconforto doutrinário na sua delimitação
Duas dimensões:
- A dimensão vertical envolve a proteção da vida nas diferentes fases do desenvolvimento
humano.
- A dimensão horizontal engloba a qualidade da vida gozada.
O DIDH acompanha a pluralidade desta abordagem mas não define o que é a vida o que obriga
o recurso a outros instrumentos para a definição do conceito de vida
Prática
A vida pode estar em risco através do uso da força pelo estado e da sua incapacidade de fornecer
uma proteção adequada contra as ameaças à vida
A justiça extrajudicial acontece a nível interno, por exemplo quando as forças militares violam o
direito à vida em relação à população do estudo, desaparecimentos forçados.
B: evolução e fontes
4 fases
1ª fase: regulação da legitimidade das condutas que ocasionavam a perda de vida
2ª fase: fixação de obrigações ao Estado de zelo à vida das pessoas submetidas à sua jurisdição
3ª fase: fixação da obrigação do Estado de zelar pela observância do direito à vida nas relações
privadas (obrigação de due diligence)
4ª fase: mínimo existencial necessário a uma vida digna
Consagração
- a nível interno
Artigo 24º da CRP
- a nível internacional
Artigo 6º do PIDCP (1966) Artigo 2º da Convenção EDH (1950)
Artigo 4º da Convenção ADH (1969) Artigo 4º da Carta ADHP (1981)
Crimes internacionais
Genocídio – eliminação física, intencional, total ou parcial de um grupo (nacional,
étnico, religioso, e muitas das vezes é uma prática que pretende eliminar minorias
Crimes contra a humanidade – crimes cometidos como parte de um ataque
generalizado ou sistemático contra a população civil (limpeza étnica, experimentações
humanas, sequestros, violações, tortura em massa)
Crimes de guerra - cometidos durante um contexto de guerra, graves violações das
regras de guerra, deportação de crianças, massacre de população civil, utilização de
armas proibidas
Direito a não ser privada arbitrariamente a vida é absoluto, mas não o direito a vida em si, prova
disso são os tratados que autorizam o uso da força letal, desde que seja autorizada pela lei.
Mesmo nos casos mais difíceis, o Estado não deve aceitar uma política de “tudo vale” nem pensar
que os fins justificam os meios, o que significa que o uso da força deve ser regulado pela lei e
apenas em casos necessário, e usar a força de forma proporcional.
B. Fontes
Tratados detalhados: a nível internacional, a convenção contra a tortura e outros tratamentos ou
penas cruéis, desumanos ou degradantes – CAT (1984), a nível regional, a Convenção IA para
prevenir e punir a tortura (1985)
Tortura é particularmente grave, a reparação deve ser prevista na lei e um dever de estabelecer o
julgamento ou extraditar de uma pessoa suspeita de atos de tortura
Violência mental ou física, objetivamente grave (duração dos atos, condição da pessoa), dor
(física e mental)
- dor física e mental grave
- feita intencionalmente
- finalidade – meio para um fim – obtenção de informações, confissões
- envolvimento oficial – funcionário publico ou em atuação de funções publicas
Artigo 3º da convenção europeia
E. Obrigações
Os estados têm:
A obrigação negativa de se abster de se envolver em qualquer ato de tortura ou outros
maus-tratos;
Uma obrigação positiva de prevenir, investigar, processar, punir e corrigir tais atos.
Em realidade, os direitos ESC não são; de forma nenhuma, o parente pobre dos direitos CP:
- muitos dos direitos CP não têm sentido sem os direitos ESC
- os direitos ESC não são obrigações vagas, mas são suscetíveis de uma mensuração qualitativa
e quantitativa
O direito à vida e dependente de outros direitos – alimentos, água, habitação decente, cuidados
de saúde
Consagração
- CNU (1945) no artigo 55, alíneas a) e b)
- DUDH (1948) nos artigos 22-27
- PIDESC (1966)
- Carta Social Europeia (1961)
- Protocolo Adicional à Convenção Americana DH sobre Direitos Económicos, Sociais e
Culturais, “Protocolo de São Salvador”
Hoje, não há dúvidas de que os direitos ESC são vinculativos para os EP: obrigação de
respeitar, proteger e cumprir.
- disponibilidade, qualidade, acessibilidade
Realização progressiva
Origem do conceito: a maioria, se não todos os Estados são incapazes de fornecer toda a gama de
direitos ESC, pelo menos com efeito imediato.
Os estados não estão dispostos a assumir obrigações onerosas associadas aos direitos ESC, sem
que essas sejam acompanhadas da salvaguarda de que a sua realização é progressiva
- Tribunal constitucional da Colômbia: Bermudez Urrego c. Transmilenio (2002)
- Supremo Tribunal da África do Sul: Madzodzo e outros c. Ministro da educação básica (2014)
O comité DESC comentou (CG 3; 1990) que: “ não obstante estar previsto que o pleno exercício
dos direitos relevantes poderá ser obtido progressivamente, as medidas que visam esse objetivo
devem ser tomadas em um período razoavelmente curto apos a entrada em vigor do Pacto”.
O facto de os Estados terem a obrigação de implementar esses direitos ESC decorre da sua
indivisibilidade dos direitos CP.
O Tribunal IDH forneceu uma ampla interpretação dos direitos CP, de modo a incluir poe
extensão os direitos ESC.
- Tribunal IDH, Caso das crianças da rua c. Guatemala (1999)
- Em muitos casos, os Estados falham na sua tarefa de utilizar os recursos máximo disponíveis:
- capacidade administrativa limitada, burocracia excessiva, corrupção, incapacidade de
cobrar impostos …
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29/04/2023
2. Órgãos
1. Assembleia geral ( autoridade suprema da OEA)
2. Conselho permanente
C) Comissão IADH
1959 – criação da comissão IADH
1960 – adoção do estatuto
1961 – primeiras visitas
1965 – alteração do estatuto para autorizar a Comissão a
Receber e examinar comnicaçoes individuais
Fazer recomendações aos EM
1967 – revisão da Carta da OEA => consagração oficial da Comissao IADH como um órgão
principal da OEA.
A comissão é responsável por assegurar a promoção e a proteçao dos DH até a entrada em
vigor da Convenção ADH
a) Comissão IADH
Sede em Washington DC (EUA). Tira a sua autoridade da Carta da OEA de 1948 e da Convenção
de 1969. Destina-se a representar todos os EM da OEA.
Composto por 7 membros: pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido saber em matéria
de DH. Eleitos a titulo pessoal, com um mandato de 4 anos
Queixas individuais
- petição inadmissível => a comissão informa o peticionário e encerra o caso
- petição admissível => a comissão abre um processo, informa o peticionário e apresenta todas as
informações pertinentes ao MNE do Governo em causa
- se não for alcançado um acordo amigável, a Comissão elabora um relatório, que é encaminhado
ao Estado em causa.
- num prazo de 3 meses apos a entrega do relatório da Comissão aos Estados em causa :
Queixas interestatais
- a comissão so pode receber comunicações interestatais se todos os estados em causa
reconhecerem a sua competência (10 estados dos 23 EP da Convenção)
b) Tribunal IADH
Instituição judiciaria autónoma, cuja função é interpretar e aplicar a Convenção ADH. Criado em
1978, começou a funcionar em 1979.
Composto por 7 juízes, nacionais dos EM da Organização, eleitos a titulo pessoal dentre juristas
da mais alta autoridade moral
Todos EM da OEA não podem submeter casos, apenas aqueles que não só ratificam a Convenção
ADH (23), mas que também aceitaram a sua competência (20)
Competencia consultiva
- o tribunal interpreta de forma ampla a noção de “outros tratados”
- o tribunal considera que:
os EM da OEA podem consultar o Tribunal IADH sobre a compatibilidade de qualquer uma das
suas leis nacionais
competência contenciosa
Os casos podem ser submetidos ao Tribunal, quer pela Comissão IADH, quer por um EP que
tenha aceitado a competência do Tribunal.
B. Tribunal ADHP
1998: adoção do Protocolo à Carta Africana que cria o Tribunal ADHP (que entrou em vigor em
2004) => 31 EP.
O Tribunal iniciou o seu trabalho em 2006. Tem sede em Arusha (na Tanzânia). É composto por
11 juízes, nacionais dos EM da UA.
Competência consultiva
Podem solicitar pareceres consultivos um EM, a própria UA, qualquer dos seus órgãos ou
qualquer organização africana reconhecida pela UA, sobre qualquer questão jurídica relacionada
à Carta Africana ou a qualquer outro instrumento de DH.
Competência contenciosa
O Tribunal pode julgar quaisquer casos relativos quer à interpretação quer à aplicação da Carta
Africana DHP, dos Protocolos à Carta Africana e de qualquer outro instrumento de DH ratificado
pelo Estado em causa.
Têm acesso ao Tribunal Africano: a Comissão Africana; os EP que aceitaram a competência do
Tribunal (31 EP); organizações intergovernamentais africanas; e ONGs com estatuto de
observador junto da Comissão, assim como os indivíduos, desde que o Estado tenha reconhecido
esta competência (6 EP).
2008: adoção do Protocolo Relativo ao Estatuto do Tribunal Africano de Justiça e dos DH.
2014: adoção do Protocolo sobre as Alterações ao Protocolo de 2008 Relativo ao Estatuto do
Tribunal Africano de Justiça e DH (Protocolo de Malabo) => Tribunal Africano de Justiça e dos
DH, com 3 secções: (1) assuntos gerais, (2) DH e dos povos e (3) DI penal.
B. Países árabes
1994: adoção da Carta Árabe dos Direitos Humanos pela Liga Árabe (22 EM, sediada no Cairo
(Egipto)).
2004: adoção de uma versão revista que entrou em vigor em 2008 => 10 EP.
A Carta não prevê o direito de petição individual, nem a criação de um Tribunal dos DH.
2009: criação do Comité árabe de DH.
2014: adoção do Estatuto do Tribunal árabe dos DH, autorizando queixas inter-estatais
relativamente a violações da Carta.
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4/5/2023
União europeia
A carta dos direitos fundamentais da EU (2000), que se tornou vinculativa como parte
integrante do tratado de lisboa e 2007, constitui hoje o principal instrumento de DH da
EU.
- 6 capítulos (valores-chave): dignidade, liberdades, igualdade, solidariedade, cidadania
e justiça
Estrutura
• Comité de ministros: órgão de decisão do Conselho, composto pelos ministros dos
negócios estrangeiros de cada EM
• Assembleia parlamentar: órgão de deliberação, composto por parlamentares dos
46 EM, nomeados pelos parlamentos nacionais dos EM
• Secretario geral: órgão de ligação entre o Comité e a assembleia
Queixas individuais
Artigo 34: "O Tribunal pode receber petições de qualquer pessoa singular, organização
não governamental ou grupo de particulares que se considere vítima de violação por
qualquer Alta Parte Contratante dos direitos reconhecidos na Convenção ou nos seus
protocolos. As Altas Partes Contratantes comprometem - se a não criar qualquer entrave
ao exercício efetivo desse direito".
Queixas interestatais
Artigo 33: "Qualquer Alta Parte Contratante pode submeter ao Tribunal qualquer
violação das disposições da Convenção e dos seus protocolos que creia poder ser
imputada a outra Alta Parte Contratante".
Pareceres consultivos
Artigo 47: "1. A pedido do Comité de Ministros, o Tribunal pode emitir pareceres sobre
questões jurídicas relativas à interpretação da Convenção e dos seus protocolos “.
Secção V. A luta pela eficácia e as reformas institucionais
2 importantes desafios
(1) Como gerir o fluxo importante das queixas
(2) Como melhorar a execução dos seus acórdãos
- procedimento do julgamentos-piloto
- reformas processuais e estruturais