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Introdução:
Foi a maior de todas as revoluções liberais, quer pelos extraordinários acontecimentos que lhe
deram corpo, quer pela enorme repercussão que teve. O processo revolucionário frânces foi longo
(1789-1804). Dele resultou uma nova ordem sociopolítica: o Liberalismo.
Contextualização/os Antecedentes:
A partir de 1770, a França passou por um período de grande agitação política e instabilidade social.
O seu regime político e social era profundamente injusto e desigual, já que assentava numa
monarquia absoluta de direito divino e na velha sociedade de ordens (tradicionalista).
Clero e Nobreza
O destaque sobre a desigualdade e injustiça cai para as isenções de impostos que ambas as classes
possuíam e para o direito de alguns nobres de poderem cobrar impostos dos camponeses que
trabalhavam em suas terras (prerrogativas senhoriais).
(letras mais pequenas) Mas para além disso: detinham 50% do solo francês; ocupavam os mais
importantes cargos políticos, diplomáticos, militares, administrativos e religiosos; possuíam foro
próprio.
Terceiro Estado
Representava 98% da população, e era constituído pelos contribuintes, que suportavam uma pesada
carga fiscal e não possuíam quaiquer direitos políticos.
- Camponeses
- Povo Urbano
- Burguesia
Agricultura:
Um conjunto de maus anos agricolas afetara as culturas da vinha e dos cereais e a criação de gado.
Reaparece, então, a psicose da fome. Consequência: subida dos preços, carestia e inflação.
Legenda: Preço do trigo e produção têxtil (1786-1789)
Comércio:
Registara-se uma quebra no comércio colonial, provocada pela Guerra dos 7 anos, pela perda de
muitas colónias, mas, sobretudo, pelo fracasso de alguns tratados de comércio internacional
celebrados com vista ao incremento das exportações francesas. Consequência: aumento das
importações e agravamento do défice da balança comercial.
Indústria:
Vive-se uma crise industrial, em consequência dos tratados de comércio. A concorrência inglesa foi
fatal para a indústria francesa. Consequência: aumento do desemprego, baixa dos salários, fome,
instabilidade social.
As más condições de vida (crise económica e financeira) trazem instabilidade social, à qual Luís XVI
não consegue dar resposta.
Cientes da gravidade da situação, bem como da urgência em aumentar as receitas públicas, vários
ministros de Luís XVI esboçaram algumas tentativas de reforma fiscal, que inevitavelmente
passavam pelo aumento da carga fiscal e pela extensão às ordens privilegiadas da obrigação de
pagar impostos, nomeadamente de um imposto- a “subvenção territorial”-, que incidia sobre as
rendas fundiárias...
Medidas propostas pelos ministros de Luís XVI para resolver a crise financeira
(esquema do PP (slide 4)
(próximo slide) A estas ideias reformistas, tanto os parlamentos (tribunais regionais) como as
assembleias de notáveis (órgãos controlados pela nobreza) manifestaram sempre uma forte
oposição.
“A miséria do povo não se deve às isenções fiscais dos privilegiados, mas à incompetência do rei.”
O Rei convocou os Estados Gerais para, então, procurar uma solução para a crise. Nesta, todos
poderiam apresentar as suas reclamações, elaborando cadernos de queixas; o Terceiro Estado
aproveitou para apresentar a sua oposição ao sistema tradicional de votação, defendendo o voto por
cabeça.
Face à intransigência dos privilegiados e à indecisão real, os deputados do Terceiro Estado proclamam-
se Assembleia Nacional (17 junho).
A 20 de junho, o mesmo jurou não se separar até redigir uma Constituição para a França, ficando esse
episódio conhecido como o Juramento da Sala do Jogo da Pela.
“Os homens nascem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na
utilidade comum.”
A Guarda Nacional juntamente com o povo de Paris revoltado com a subida do preço do pão e a
desconfiança do rei face à Assembleia Nacional Constituinte, desencadeia um motim no qual vai
invadir e tomar a prisão-fortaleza da Bastilha símbolo da repressão, do absolutismo e do Antigo
Regime.
A 4 de agosto a ANC decreta a abolição de todos os direitos e privilégios feudais (de índole pessoal):
A sociedade do Antigo Regime, baseada no privilégio, dava lugar a uma sociedade baseada na
igualdade de todos perante a lei.
Constituição do clero
Sem rendimentos, o clero é reorganizado através da CCC de 12 de julho de 1790, que regulamenta o
novo estatuto da Igreja.
Passa a ter direito de veto, com o qual suspendia a vigência das leis votadas na Assembleia Legislativa;
podia escolher e demitir os ministros (não obstante as suas decisões terem de ser sempre
referendadas por um deles); comandava o exército e a marinha; declarava a paz e a guerra. O rei
passava a ser o primeiro funcionário do Estado, tendo de governar em fiel cumprimento da
Constituição. Embora inviolável e sagrado, deixava de governar arbitrariamente.
Clima de descontentamento
Entre as antigas classes privilegiadas, a oposição era generalizada. Logo após o início da Revolução,
milhares de nobres tinham abandonado o país e passado a conspirar junto dos monarcas estrangeiros
contra o novo regime revolucionário.
O descontentamento do povo tinha outras razões. Sem ter visto a sua situação melhorar (somente a
burguesia viu os seus interesses satisfeitos; foram, inclusive, proibidas as greves e as associações
operárias) e marginalizado politicamente (a maioria dos populares eram cidadãos passivos), o povo,
sobretudo o das cidades, achava que a Revolução não podia parar.
A Assembleia Legislativa iniciou os seus trabalhos em outubro de 1791, num ambiente de grande
perturbação política e social. As razões são as disputas político-ideológicas entre as várias fações
revolucionárias e entre estas as forças contrarrevolucionárias (apoiantes do Rei e do Antigo Regime)
que tornaram iminente uma guerra civil.
O aumentando do descontentamento social provocado pela crise económica trouxera mais distúrbios
e motins. Elementos extremistas e revolucionários do povo - os sans cullottes (artesão e pequenos
comerciantes), entendem que a revolução deve servir os interesses do povo e não os da alta burguesia
como até aí.
Há uma real ameaça de invasão estrangeira, por parte da Áustria e da Prússia que, receando que o
movimento alastrasse aos seus países, se preparam para invadir a França
- Os emigrados conspiravam a partir do exterior contra a revolução, apelando aos reis e aos exércitos
das potências estrangeiras, opositoras da revolução, como a Prússia e a Áustria;
A Revolução:
Detido na sua tentativa de fuga, Luís XVI e a família são conduzidos a Paris e instalados no Palácio das
Tulherias.
Em 1792 uma comuna insurrecional assalta o Palácio, o rei é preso e destituído de funções pela
Assembleia Legislativa, a Constituição suspensa, o poder é assumido pela comuna de Paris, que
convoca eleições para uma nova Assembleia - a futura Convenção - a eleger por sufrágio universal.
A República
A prisão do rei (1792) e mais tarde a execução do rei (1793) provocou uma
Áustria, Prússia, Inglaterra, Espanha, que assim reagiam à política de anexações territoriais da
Convenção e à execução de Luís XVI.
Entre 1794 e 1795, a Convenção manteve-se como assembleia legislativa. Passou a ser dominada por
elementos mais moderados. Os novos deputados defendiam os interesses da burguesia, por isso se
diz que à república popular sucedeu uma república burguesa.
Prestes a terminar funções, a Convenção aprovou uma nova Constituição – a Constituição do ano III,
mais conservadora de que de 1791 e 1793 de matriz liberal, destinada a restabelecer a ordem e a
paz.
O Diretório
A oposição e a conspiração dos monárquicos (realistas) e jacobinos (radicais) não davam tréguas ao
Diretório, que se via obrigado a uma atitude repressiva e à força militar para abafar as conspirações
ou anular resultados eleitorais desfavoráveis.
Prosseguimento da guerra
Entretanto, com o contributo do jovem general Napoleão Bonaparte, a França alcançou uma série de
vitórias militares: no Piemonte, na Lombardia, no ducado de Mântua e na Áustria que culminaram
com a assinatura do tratado Campo-Fórmio. Com os tributos cobrados aos povos vencidos, a França
pode reequilibrar o orçamento
O tratado de Campo Fórmio foi assinado a 17 de outubro de 1797. Assinado entre Francisco II,
Imperador romano-germânico e a República Francesa, vitoriosa ao final da campanha contra a
Primeira Coligação, a 17 de outubro de 1797.
Fim do Diretório
Esta política teve como consequência a constituição de uma segunda coligação estrangeira contra a
França por parte da Inglaterra, Áustria, Estados alemães, Prússia e Rússia), não evitou contudo a
nível interno a eclosão de vários golpes militares o último dos quais daria fim ao desacreditado
Diretório: foi o 18 do Brumário (9 de novembro de 1799), dirigido por Napoleão Bonaparte.
Do Consulado ao Império
Após o 18 do Brumário, o poder executivo foi entregue a uma comissão formada por três cônsules, o
Consulado, no qual pontificava Napoleão. Era um governo republicano, com poder partilhado
embora a Constituição de 1799 previsse a possibilidade de ele vir a concentrar-se. E, com efeito,
durante a sua vigência (1799/1804), vai assistir-se ao reforço progressivo do poder pessoal de
Napoleão.
Legenda: retrato de Napoleão Bonaparte (1769-1821)
Do Consulado ao Império
Napoleão foi nomeado 1° Cônsul por dez anos, tornando-se o chefe do poder executivo. A
Constituição de 1802 proclama-o Cônsul vitalício. O Senado proclama-o Imperador hereditário e em
1804 coroa-se Imperador, em Notre-Dame, na presença do Papa Pio VII. Era o fim da República e o
início do Império.
• Fim das perseguições aos republicanos radicais, desde que dispostos a servir poder;
• Fim do diferendo com a Santa Sé e a assinatura da concordata (1801), que garantia a confissão
católica.
Napoleão sempre procurou dar ao seu governo uma aparência democrática. Na realidade tratou-se
de uma ditadura do tipo monárquico. Poderemos considerar este período um regresso ao Antigo
Regime? À partida não. Porque a sua base de apoio foi a burguesia e não a aristocracia. Depois,
durante quinze anos em que esteve no poder, Napoleão procurou consolidar as conquistas da
revolução.
Mas não consolidou só as conquistas da revolução, realizou uma obra modernizadora notável.
- Centralização Administrativa:
Os funcionários da administração local, passaram a ser nomeados pelo governo (ex: os maires).
- Recuperação Financeira:
-Reforma do Ensino:
Criação dos liceus para acolher os filhos da burguesia, de quem se esperava mais tarde devoção ao
serviço do Estado;
› consagrava a igualdade perante a lei, mas, sobretudo, unificava a França do ponto de vista legal,
acabando com a diversidade de leis do Antigo Regime.
Sobre a Revolução Francesa...
A Revolução Francesa foi olhada por contemporâneos como um acontecimento excecional. As suas
ideias ecoaram por toda a Europa. Foi alvo da mais entusiástica adesão por parte dos liberais, que a
consideraram um modelo a seguir, enquanto que foi objeto da mais violenta rejeição, por parte dos
conservadores, que receavam o efeito de contágio.
Quando em 1792 o país iniciou a guerra, fê-lo para defender a revolução, mas também para expulsar
os tiranos do poder.
O que inicialmente era uma guerra de libertação, depressa se converteu numa guerra de conquista,
revelando uma pulsão expansionista. Anexou a Bélgica, Nice, Sabóia, a margem esquerda do Reno,
entre outras.
No auge do poder napoleónico, a França estendera o seu domínio a um vasto território, desde a
Espanha à Polónia, a cujos povos se apresentava como portadora de uma mensagem de liberdade,
igualdade e fraternidade, mas também de esperança numa futura autodeterminação.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-francesa.htm
Revolução Francesa
Revolução Francesa
https://escolakids.uol.com.br/historia/revolucao-francesa-monarquia-constitucional-1789-1792.htm
https://padlet.com/MJRM/HST/wish/262791883