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A Revolução Francesa:

o início de uma nova era

Monarquia Constitucional

Soberania Nacional

Sistema representativo

Estado laico

Sufrágio censitário

As várias dimensões históricas na segunda


metade do século XVIII
Antecedentes da Revolução Francesa

Desigualdades Sociais

A sociedade francesa do século XVIII e os impostos pagos pelo terceiro


estado.

Sociedade francesa do Antigo Regime: 2% ordens privilegiadas e 98% Terceiro Estado.


O Terceiro Estado, impulsionado por uma burguesia rica e culta, constestava a desigualdade social.
Antecedentes da Revolução Francesa

Quebra da produção agrícola


Défice das Finanças Públicas Aumento da tensão
Aumento dos preços do trigo
Défice da balança comercial social
Quebra da produção manufaturada
Desigualdades contributiva e social
Aumento do desemprego
Antecedentes da Revolução Francesa

Anne-Robert-Jacques Turgot, Barão de Laune (1727-1781),


ministro das finanças francês, tentou promover a igualdade de pagamento
da corveia real por todos os proprietários e defendia o liberalismo
económico.

Jacques Necker (1732-1804),
ministro das finanças francês, de origem suíça. Propôs
em linha com propostas de outros ministros (Calonne
e Brienne) acabar com alguns privilégios de isenção
fiscal – reforma fiscal que foi sempe boicotada pela
nobreza.

As medidas eram sistematicamente boicotadas


Crise económica e financeira
Agravamento da tensão social
Antecedentes da Revolução Francesa

Estados Gerais convocados por Luís XVI a 5 maio 1789

Espetadores

Rei

270
Deputados da nobreza
Ministro Necker

291
Deputados da nobreza

578
Deputados do terceiro estado
Antecedentes da Revolução Francesa

Pedidos do terceiro estado ao rei


(…) sabedores dos propósitos benéficos de
Sua Majestade que trata os seus súbditos como
verdadeiro pai do povo, convidando-os, sem
distinções, a levar junto do trono as suas
observações e queixas (…) pedem-lhe:
– Que o terceiro estado (…) seja
representado, por um número de deputados que
iguale o número das duas primeiras ordens juntas
(…) e se vote por cabeça e não por ordem. (…)

Caderno de Queixas do Terceiro Estado de Peumerit,


maio de 1789 (adaptado).

O Terceiro Estado reivindica nos Estados Gerais o voto por cabeça


e não por ordem - a Nobreza e o Clero não aceitaram…
O início do fim do absolutismo: a Assembleia Nacional Constituinte

J. S. Bailly e Mirabeau, deputados do terceiro estado.

Quando relembrados pelo mestre-de-cerimónias de Luís XVI de que


deveriam votar por ordem e chegar a um acordo, responderam: «Uma
Nação em Assembleia não pode receber ordens!» e «Estamos aqui
pela vontade do povo e daqui só sairemos pela força das armas!»

O Juramento da Sala do Jogo da Péla


Assembleia Nacional (…) decreta que todos os membros desta assembleia prestarão (…) juramento solene de nunca
se separarem e de se reunirem (…), até que a Constituição do reino esteja estabelecida e firmada (…), com a sua
assinatura, esta resolução inabalável.

Juramento escrito por G. J. B Target


e lido por J. S. Bailly, a 20 de junho 1789
in História da Revolução Francesa,
Círculo de Leitores, 1989.

O que esteve na origem do processo de Revolução em França?


O processo da Revolução Francesa
A tomada da prisão absolutista da Bastilha

O acordar do Terceiro Estado

O Grande Medo: ataques a castelos e arquivos

Indique acontecimentos que podem


ser considerados como:
a)marcos de revolução;
b)evidência de revolta.
O processo da Revolução Francesa

Abolição de direitos e privilégios


[Decretamos] que todos os direitos feudais
serão resgatados pela comunidade, em dinheiro
ou trocados por uma justa avaliação, (…)
calculada conforme o rendimento de um ano
comum. (…) Que as corveias senhoriais, a mão-
morta e outras servidões pessoais serão extintas
sem indemnização.

Discurso do presidente da Assembleia Nacional,


4 de agosto de 1789. O fardo dos impostos suportado por todos
(pormenor de caricatura de finais de 1789).

Identifique a caricatura que pode estar


associada à realidade da sociedade
francesa com a Revolução Francesa.
Justifique.
A Revolução Francesa

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão


Os representantes do povo francês, constituídos em Assembleia Nacional, considerando que a ignorância, o
esquecimento ou o desprezo dos direitos do Homem são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos
governos, resolveram expor em declaração solene os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do Homem (…) que
contribuam para a manutenção da Constituição e para a felicidade de todos (…) os seguintes direitos (…):

Artigo 1.º Os Homens nascem e são livres e iguais em direitos. (…)


Artigo 2.º A finalidade de toda a associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescindíveis do
Homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Artigo 3.o O princípio de
toda a soberania reside essencialmente na Nação. Nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que
daquela não emane (…).
Artigo 6.º A lei é a expressão da vontade geral. (…) Ela deve ser a mesma para todos, quer se destine a proteger
quer a punir.
Artigo 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as
formas por esta prescritas. Os que (...) executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser castigados.
Artigo 10.º Ninguém pode ser inquietado pelas suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, contando que a
manifestação delas não perturbe a ordem pública (…).
Artigo 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma
contribuição comum, que deve ser repartida entre os cidadãos de acordo com as suas possibilidades.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,


26 de agosto de 1789 (adaptado).

Identifique os principais Direitos do Homem e do Cidadão.


Na sua opinião, a França tornou-se, ou não, num Estado Laico? Justifique.
A Revolução Francesa

Constituição Civil do Clero


(1790)

• Confiscação dos bens do clero


• Separação do poder político
Os assinados serviam como
e religioso certificados de empréstimos
feitos pelo Estado através da
O clero, depois e antes de
nacionalização de bens do clero.
1789 (caricatura de 1790).

Medidas administrativas
• Definição de pesos e medidas
• Liberdade económica: liberdade de
cultivo e de emparcelamento, fim
das corporações – Lei Chapelier
Pesos e medidas uniformes
para toda a França.

Na sua opinião, as medidas tomadas pela Assembleia Nacional


Constituinte foram, ou não, revolucionárias? Justifique.
A Constituição Francesa de 1791

Esquema da Constituição de 1791.

Defina:
a) monarquia constitucional; b) soberania nacional; c) sistema representativo;
d) sufrágio censitário. Justifique com informação do documento as suas definições.
A Monarquia Constitucional

Divisão Constituição Sufrágio


de poderes de 1791 censitário

Soberania Monarquia Sistema


nacional Constitucional representativo

Identifique as alterações políticas vividas em França


com a aprovação da Constituição de 1791.
Da Monarquia Constitucional à proclamação da República

Regresso do rei e da família real a Paris, após a tentativa de fuga de julho


de 1791 (gravura da época). Foram recebidos em silêncio total – a
Assembleia Constituinte avisou que «quem aplaudisse o rei seria espancado;
quem o insultasse, enforcado».

Fuga de vários nobres que pedem ajuda, entre outros, ao


imperador austríaco, cunhado de Luís XVI. Conspiram, segundo
a legenda, «para salvação do nosso infeliz soberano, desejando
restabelecer a religião e a Monarquia em toda a sua integridade»
(litografia das Memórias do Conde d’Espinchal, apoiante da
monarquia).

Na sua opinião, as mudanças provocadas


pela Revolução Francesa foram aceites por todos? Justifique.
Os sans-culottes

Um sans-cullotte é um ser que anda


sempre a pé, que não tem milhões (…)
nem castelos nem criados (…). É útil,
pois sabe cultivar um campo, fundir,
serrar (…) verter, até à última gota, o seu
sangue par salvar a República. À noite
apresenta-se na sua secção (…) para
apoiar (…) as boas moções [a apresentar
e aprovar na Convenção].

Panfleto anónimo 1793 (adaptado).

Caricatura inglesa de Gillray, finais do século XVIII.


As medidas legislativas da República

A instauração da República Francesa


A nova Convenção (…) converteu
uma monarquia de treze séculos numa
república de vinte e oito milhões de
habitantes [instituindo o sufrágio
universal]. (…) a proclamação da
República foi acolhida pelo povo com
satisfação.
Despedida de Luís XVI da família e a sua
Carta do embaixador veneziano
Para Londres, 2 outubro 1792.
execução, a 21 de janeiro de 1793
(gravuras da época).

Identifique as medidas legislativas expressas nos documentos.


Na sua opinião, a República teve, ou não, uma ação legislativa radical? Justifique.
O regime do Terror

Caricatura de George Cruikshank (1792-1878) intitulada “As


Armas Radicais” mostra a arma mais famosa da Revolução,
a Guilhotina e a forma caótica, arbitrária que provocou cerca
de 40 000 vítimas.

Caricatura de Gillray, finais do século XVIII,


intitulada “Uma Família de Sans Culottes a
descansar após as fatigas de um dia agitado”.
O regime do Terror

Maximilien François Marie Isidore Robespierre


(6 maio 1758 – 28 julho 1794), advogado e político francês
foi uma figura central na República e no período de Terror.

Se a virtude é a primavera de um governo popular em


tempos de paz, a primavera desse governo durante a
revolução é a virtude combinada com o terror: virtude,
sem o terror é destrutiva; o terror sem a virtude é
impotente. O Terror é apenas justiça pronta, severa e
inflexível; (…) uma consequência natural do princípio
geral da democracia, aplicado para perseguir os desejos
do país (…). O governo numa Revolução é o despotismo
da liberdade contra a Tirania.  

"On the Principles of Political Morality, February 1794".


Modern History Sourcebook. 1997 (tradução das autoras).
A queda de Robespierre

27 julho 1794 (9 Termidor, segundo o


Calendário Republicano), Robespierre e os
seus aliados foram presos pela Assembleia
Nacional.

(Bibliothèque Nationale de France, Paris.)


Execução na Guilhotina de Robespierre, Saint-Just,
Couthon e Dumas.

(Bibliothèque Nationale de France, Paris.)


O Diretório

A Constituição do Ano III (1795)


Art. 1.º – Os direitos do homem em sociedade são a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade.
Art. 3.º – Ninguém será levado a julgamento, acusado, preso ou detido senão nos casos determinados
pela lei e de acordo com as formas prescritas.
Estado político dos cidadãos
Art. 8.º – Todo o homem nascido e residente em França, com vinte e um anos completados, inscrito no
registo civil do seu cantão, que vive há um ano no território da República, e que paga uma contribuição direta (…)
é cidadão francês.
Art. 9.º – São cidadãos, sem qualquer condição de contribuição, os Franceses que participaram numa ou
mais campanhas para o estabelecimento da República. (…)
Poder legislativo e poder executivo
Art. 44.º – O corpo legislativo é composto por um Conselho de Anciãos [250 pessoas com mais de de 40
anos] e de um Conselho dos Quinhentos [500 pessoas com mais de 25 anos]. (…)
Art. 95.º – A proposta de lei é feita pelo Conselho dos Quinhentos (…) ao Conselho dos Anciãos, que a
rejeita ou a aprovana totalidade.
Art. 132.º – O poder executivo é delegado a um diretório de cinco membros.

Constituição do Ano III, 22 de agosto de 1795 (adaptado).

Selecione os artigos que demonstram:


a)o reforço da influência da burguesia; b) o novo modo de organização política da
França; c) as medidas para terminar o período de Terror.
O Consulado

A crise económica
Reina uma viva inquietação no público, ocasionada
pela atual situação financeira [tesouro vazio,
assinados sem valor…] (…) Ouvem-se violentos
murmúrios sobre a dívida pública. (…) Aumentou o
desemprego dos operários em Paris e dizem, que
também, na província (…).

Relatório de um agente secreto


ao ministro da Polícia (1797 ).).

Napoleão Bonaparte: primeiro-cônsul.


9 novembro 1799 – Napoleão Bonaparte pôs fim ao Diretório
e instituiu o Consulado que detinha o poder executivo, criava
as propostas de lei e nomeava os juízes;
1801 – Concordata

Na sua opinião, Napoleão com o Consulado tentou, ou não, uma convergência


entre os valores do Antigo Regime e os valores da Revolução Francesa? Justifique.
O Império

Napoleão Bonaparte: imperador

1802 – Napoleão Bonaparte foi nomeado primeiro-cônsul


vitalício;
18 maio 1804– proclamou-se imperador hereditário, coroando-
se a 2 de dezembro.

Diretório (1795-1799) Consulado (1799-1804) Império (1804-1815)

• Separação de poderes • Recuperação financeira • Napoleão proclamado


• Conselhos legislativos • Concordata com a Igreja Católica imperador
• Cinco diretores • Código Civil • Concentração de poderes
O Património no Horizonte

@ • Visita Virtual 360º ao Museu da Revolução Francesa

@
• Filmes acerca acerca da Revolução Francesa disponibilizados pelo Institut d’ Histoire
de la Revolution Française

@ • Fundação Napoleão Bonaparte – coleção

@ • A vida de Napoleão

@ • Do consulado ao Império
Revolução Francesa (1789)

Diretório, Consulado e Império (1795-


Monarquia Constitucional (1791-1792)
1815)
• Fim do absolutismo, dos privilégios feudais
• Fim da República
e da sociedade de ordens
• Do sufrágio censitário no Diretório
• Sufrágio censitário (primazia burguesa)
ao sufrágio universal, com restrições,
• Igualdade para todos
no Consulado (primazia da burguesia)
• Soberania nacional
• Igualdade jurídica (Código Civil)
• Liberalismo económico
• Direito à propriedade
• Sistema representativo
• Tolerância religiosa

República (1792-1795)
• Fim da Monarquia
• Sufrágio universal (primazia
dos sans-culottes)
• Igualdade política
• Soberania do povo
• Dirigismo económico
• Estado laico e Terror
A avaliação no Horizonte…

Clarifique o seu quadro conceptual.

Monarquia constitucional – Regime político onde existe separação de poderes, regulados


por uma constituição e em que o representante máximo da Nação é o Presidente que tem de
cumprir a lei fundamental, a Constituição..

Soberania nacional – Princípio económico que defende que todo o poder pertence aos
cidadãos privilegiados.

Sufrágio universal – O voto só é permitido aos cidadãos que paguem ao Estado uma
determinada quantia.

Sistema representativo – Modo de organização social em que os cidadãos delegam o poder


político em representantes que elegem.

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