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Os Ideais da Revolução Francesa

Trabalho realizado por:


Beatriz Santos, 12ºJ, nº3
Bernardo Cruz, 12ºJ, nº6
Gonçalo Vaz, 12ºJ, nº12

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Índice

1- Convocação dos Estados Gerais----------------------------------------


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2- Primeiro ato revolucionário--------------------------------------------
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2.1 - Juramento da sala do Jogo da Péla------------------------------
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3- Tomada da Bastilha----------------------------------------------------- 5
4- Fim dos Direitos Feudais------------------------------------------------
6
5- A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão----------------
7

6. Constituição Civil do Clero---------------------------------------------


8

7. Reorganização administrativa e económica------------------------- 9

8. Medidas administrativas da monarquia constitucional------------


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9. Bibliografia--------------------------------------------------------------
11
10. Índice das ilustrações-------------------------------------------------
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11.Webgrafia---------------------------------------------------------------12

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1. Convocação dos Estados Gerais

Os Parlamentos e a Assembleia dos Notáveis, ambos controlados por


membros da nobreza, mostraram-se resistentes às novas tentativas de
reformas políticas, levando-os a decretar que a miséria do povo não se devia
às isenções fiscais dos privilegiados, mas sim à incompetência do próprio
absolutismo régio. O que contribuiu para o clima de violência que ocorreu
entre 1787 e 1789, onde se verificou um aumento significativo da fome e do
desemprego.

Por conta dessa situação, o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais para
maio de 1789, convidando ainda a população a exprimir as suas queixas, sendo
estas registadas nos «Cadernos de Queixas», onde tanto a nobreza e o clero,
quanto o povo (tanto da cidade quanto do campo) e os burgueses [isto é, o
Terceiro Estado] se fizeram ouvir. As críticas mais severas vieram do Terceiro
Estado, que se encontrava muito descontente com os elevados direitos
senhoriais e impostos que tinha de pagar.

A abertura dos Estados Gerais, que já não acontecia desde 1614, afinal a
França vivia em Absolutismo Régio. Esta reunião teve lugar em Versalhes e
iniciou-se a 5 de maio de 1789, mas as esperanças do Terceiro Estado de obter
o direito ao voto por cabeça foram ignoradas, pois tanto o clero quanto a
nobreza eram grandes defensores do voto por ordem, já que este os favorecia

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em grande modo. Como o rei Luís XVI se mostrava incapaz de tomar uma
decisão definitiva, a Assembleia [dos Estados Gerais] terminou num empasse.

Fig.1 Assembleia dos Estados Gerais

2. Primeiro ato revolucionário

Devido aos resultados da Assembleia, o Terceiro Estado (que


representavam quase toda a população francesa) e se encontrava
extremamente descontente por não ver satisfeita as suas exigências levou a
cabo, a 17 de junho, o primeiro ato revolucionário: os deputados do Terceiro
Estado juntos proclamam-se Assembleia Nacional. Estes tornavam-se, a partir
dessa data, nos responsáveis por todas as decisões que o monarca apenas
deveria executar. Assim, a fonte de poder legítimo e a maior autoridade
política deixava de ser Deus através do Rei “escolhido por vontade Divina”
como defendia a Teoria do Direito Divino, para dar lugar às decisões da Nação
soberana cuja voz se fazia ouvir através dos deputados do Terceiro Estado.
Este ato marca o fim da monarquia absoluta em França.

2.1 Juramento da Sala do Jogo da Péla


No dia 20 de junho foi então efetuado o célebre juramento da Sala do
Jogo da Péla, onde os deputados do Terceiro Estado juraram jamais se separar
e reunirem-se sob que circunstâncias fossem, até que fosse elaborada
uma Constituição para a França que afirmasse a manutenção da ordem
pública e assegurasse os princípios da Monarquia. Para a redigir, a Assembleia

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Nacional transformou-se em «Assembleia Nacional Constituinte». O juramento
foi aclamado pela maioria dos membros ali presentes, tendo-se oposto apenas
um deputado de seu nome, Martin Dauch, que não aprovou o ato por o
considerar revolucionário.

Fig.2 Juramento do Jogo da Péla

3. Tomada da Bastilha

A transformação dos Estados Gerais na Assembleia Nacional Constituinte,


mostrou que estava em curso um processo revolucionário na França, processo
esse que fugia completamente do controlo de Luís XVI. O que ficou ainda mais
evidente a 14 de julho de 1789, com a Tomada da Bastilha.

A Tomada da Bastilha tratou-se de uma ação violenta do povo de Paris


que, revoltados com o preço elevado do pão e indignados com a desconfiança
do rei Luís XVI para com os deputados da Assembleia Nacional Constituinte 1,
tomaram a velha fortaleza-prisão após um combate de cerca de 4 horas,
seguida da demolição da mesma tempos depois. Este episódio possui grande
simbolismo, com a maior parte dos historiadores a atribuírem-lhe o início
da Revolução Francesa, embora esta tivesse sido iniciada, tanto em termos
políticos, quanto ideológicos, dois meses antes quando a Assembleia dos
Estados Gerais se constitui em Assembleia Nacional. 

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O rei Luís XVI tinha cerca de 50 mil homens armados às portas de Paris e o Terceiro Estado
temia que estes acabassem por prender os deputados à Assembleia Nacional Constituinte. É
por esta altura que a burguesia parisiense criou uma milícia popular que estará na origem da
Guarda Nacional.

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Fig.3 Tomada da Bastilha

4. Fim dos Direitos Feudais

A de 4 de agosto de 1789, os deputados da Assembleia Nacional Constituinte


da França, proclamam unanimemente a abolição dos direitos feudais (ideia
esta que teria sido proposta pelo Duque d’Aiguillon no Clube Bretão, tendo
sido posteriormente proposta na Assembleia pelo Visconde de Noailles, que
justificava esta ação como esta uma forma de trazer calma às províncias,
acabando com os “restos odiosos do
feudalismo”), sendo esta seguida pela
supressão das banalidades, das
pensões sem título , das jurisdições
senhoriais, do direito à caça e dos
privilégios eclesiásticos

A abolição dos privilégios tratou-


se de uma consequência
direta da Queda da Bastilha. Tendo
sido seguida por uma revolta dos
camponeses, que temiam uma
reação da nobreza como as que já se
tinham manifestado nas décadas anteriores, com a reativação dos velhos

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direitos feudais caídos em desuso, além de serem pressionados pela fome,
agravada pelas más colheitas dos últimos anos. Estes camponeses atacaram
castelos, queimaram arquivos senhoriais onde constavam os registos feudais e
chegaram até a matar nobres que lhes fizessem frente. Este movimento foi
conhecido como o Grande Medo, tendo levado os nobres a consentirem na
supressão dos direitos e privilégios feudais.

Fig.4 «Reforma dos diferentes direitos feudais e do dízimo»

5. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

Os deputados da Assembleia Nacional Constituinte entenderam a necessidade


de elaborarem uma declaração que legitimasse as conquistas obtidas em
relação ao rei e aos privilegiados, além de fundamentar a futura Constituição.
Este texto foi aprovado a 26 de agosto de 1789, ficando conhecido como A
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Esta declaração proclamou que “os homens que permanecerem livres e iguais
em direitos”, sendo esses o direito à liberdade, à propriedade, à segurança e
a resistência à opressão, condenando assim os privilégios da sociedade de
ordens.

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Fig.5 Declaração
dos Direitos do Homem
e do Cidadão

6. A

Constituição Civil do Clero

Devido à Revolução, o clero viu-se despojado de todos os seus privilégios,


assim como as outras entidades senhoriais (abolição dos Direitos Feudais),
encontrando-se agora desprovido de rendimentos.

A Constituição Civil do Clero, votada pela Assembleia Nacional Constituinte,


garantiu a reestruturação do clero, atribuindo aos membros do clero secular

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(arcebispos, bispos, curas) a qualidade de funcionários do Estado, além de
lhes exigir um juramento de fidelidade à Nação e ao Rei. Já o clero
regular ficou condenado à extinção, em virtude da supressão das ordens
e congregações religiosas.

A Constituição Civil do Clero foi um dos diplomas mais controversos da


Revolução, merecendo a condenação do Papa em março de 1791, e
dividindo os franceses, pois, especialmente no Oeste, haviam ainda
muitos crentes que se mantiveram fiéis aos padres refratários, sendo o
próprio Luís XVI um deles.

Fig.6 «As três


ordens forjam a

Constituição»

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7. A Reorganização administrativa e económica

A Assembleia Nacional Constituinte tinha o dever de instituir uma nova


organização administrativa mais descentralizada. As antigas províncias deram
lugar a 83 departamentos, divididos em distritos, cantões e comunas, cujas
leis eram aplicadas pelos respetivos órgãos eleitos e funcionários pagos pelo
Estado. Estes eram também responsáveis pelo superintender do ensino,
salubridade (saúde), obras públicas, policiamento, exercício da justiça e pela
cobrança de impostos.

Fez-se com que todos os grupos sociais ficaram sujeitos ao imposto direto
sobre as suas receitas e rendimentos, juntamente com a eliminação das
alfândegas internas e dos monopólios, prevendo um uniforme sistema de
pesos e medidas que facilitariam as trocas comerciais. Quanto à agricultura,
invocou-se a liberdade de cultivo e de emparcelamento, mantendo os baldios,
no interesse dos mais pobres. Por fim, para a industria as medidas foram
consideravelmente mais radicais, abolindo-se as corporações e declarando a

liberdade da empresa. Em suma, podemos dizer que estas medidas


pretendiam instituir o princípio da liberdade económica.

Fig.7 «A liberdade guiando o povo»

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8.Medidas administrativas da Monarquia Constitucional

Com o fim do antigo regime foram tomadas uma série de medidas


administrativas como:

 A imposição de impostos a todos;


 A afirmação da liberdade económica;
 A definição de pesos e medidas uniformes em toda a França
(a fim de facilitar as trocas comerciais);
 A afirmação da liberdade de cultivo e emparcelamento;
 A abolição das corporações e dos seus privilégios;
 A proibição de greves.

Fig.8 Pormenor de estudos para a tela Cortes Constituintes de 1821, de Veloso


Salgado.

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9. Bibliografia

MOREIRA, Conceição (2015), Ciência Política, 12º ano de escolaridade,


Porto Editora

10. Índice das Ilustrações


Figura de capa: https://maniadehistoria.files.wordpress.com/2009/03/rev-franc.jpg?
w=840
Fig.1:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5a/
Couder_Stati_generali.jpg/800px-Couder_Stati_generali.jpg
Fig.2:https://pt.wikipedia.org/wiki/Juramento_do_Jogo_da_P%C3%A9la
Fig.3:https://pt.wikipedia.org/wiki/Tomada_da_Bastilha
Fig.4:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6b/R
%C3%A9forme_des_droits_f%C3%A9odaux.jpg
Fig.5:https://www.canavezzi.adv.br/wp-content/uploads/2019/06/0-Declara
%C3%A7%C3%A3o-dos-Direitos-do-Homem-e-do-Cidad%C3%A3o-1789-Advocacia-
Canavezzi-Rio-Claro-Advogado.jpg
Fig.6:http://3.bp.blogspot.com/FU_Nay15fFg/Vq9TFG83qQI/AAAAAAAACPw/VV1vsiVremk/
s1600/Constitui%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BCivil%2Bd%2BClero.jpg

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Fig.7:https://cdn.culturagenial.com/imagens/quadro-a-liberdade-guiando-o-
povo-de-eugene-delacroix-og.jpg
Fig.8: https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/monarquia.aspx

11. Webgrafia

https://operamundi.uol.com.br/hoje-na-historia/30407/hoje-na-historia-
1789-franca-proclama-abolicao-dos-direitos-feudais [28/10/2022] [online]

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucaofrancesa.htm
[3/11/2022] [online]
https://pt.slideshare.net/vmsantos/5-02-a-revolucao-francesapptx
[3/11/2022] [online]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_Civil_do_Clero
[13/11/2022] [online]

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