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Externato Marista de Lisboa

História A

O Vintismo

Carlota Rei nº 3
Francisco
1 Serras nº 9
Marta Cervantes nº 17
Sílvia Liu nº 21
Índice

- Introdução…………………………………………………………………………. 3
1.Triunfo da Revolução…………………….………….……………………..…… 4
2. Constituição 1822…………………………....………………………………..… 6
3. Precariedade da legislação vintista de caráter socioeconómico……………. 8
- Conclusão………………………………………………………………………….. 10
- Fontes……….……………………………………………………………………… 11

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Introdução

Ao longo deste trabalho iremos aprofundar o tema a Revolução de 1820


e as dificuldades da implantação da ordem liberal. O vintismo e a revolução
liberal situam-se no panorama histórico das décadas vinte e trinta do século
XIX .

No decorrer deste trabalho, iremos focar-nos na análise de determinados


momentos dentro do vintismo entre eles o triunfo da revolução vintista sucedido
no Porto a 24 de agosto de 1820, o pronunciamento militar, a criação da
constituição de 1822 que era vista como muito progressista para o tempo em
que estava, cujos principais líderes eram Fernandes Tomás e Ferreira Borges.
Finalmente, iremos desenvolver a precariedade da legislação vintista e as
medidas mais significativas que as cortes implementaram.

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1. Triunfo da Revolução

Em 1807 com a aproximação do exército Napoleónico a Lisboa, a família


Real decide ir para o Brasil, no qual mais tarde estabelecem, no Rio de Janeiro,
a capital do reino. Deixando assim Portugal sobre a regência absolutista dos
ingleses e numa crise económica, uma vez que Lisboa deixava de ser a capital
e consecutivamente deixava de ser um dos principais locais de comércio, o que
veio a criar um clima de agitação e conflito na sociedade, sendo assim criada
em 1817 uma associação secreta, o Sinédrio, no qual a maioria dos membros
pertenciam a classe social da burguesia que juntamente com a propaganda da
revolução liberal espanhol de janeiro de 1820, e a difusão de ideias Iluminista
permitiu que em 24 de agosto de 1820 acontece-se a tão esperada revolução.

Uma revolução, que apesar de ter durado cerca de três anos deu origem
a um dinâmico movimento de mudança na sociedade portuguesa, pois pôs em
causa as estruturas de um Estado de Antigo Regime e trouxe consequências
que ainda permanecem no nosso século.

Durante esta revolução, caraterizada principalmente por ser um


pronunciamento militar, destacam-se o brigadeiro António da Silveira, os
coronéis Sepúlveda e Cabreira e dos burgueses José Ferreira Borges, José da
Silva Carvalho e Manuel Fernandes Tomás, fundador do Sinédrio, uma
associação secreta, em 1817 e redator do “Manifesto aos Portugueses” em
1820 no qual se dava a conhecer os objetivos do movimento, revelando assim
o empenho dos revolucionários em subverter as instituições, transmitindo um
profundo nacionalismo e respeito pela monarquia e pelo catolicismo. Dispostos
a regenerar a pátria sendo necessária haver a aliança do rei com as forças
sociais nas Cortes que se deixaram de reunir.

Em Portugal desde cedo houve uma grande adesão por parte do povo
na revolução, ocorrendo assim em 1820, a 15 de setembro, uma data que
celebrava a vitória sobre o invasor francês Junot em 1808, um movimento
autónomo apoiado pela burguesia e pelos populares que secundou o do Porto,
expulsando assim os regentes e obrigando o Estado a constituir um governo
interino.

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Os governos do Porto e de Lisboa a 28 de setembro de 1820 acabam
por fundira-se numa nova Junta Provisional do Supremo Governo do Reino,
composto por Freire de Andrade e membros que se destacaram no
pronunciamento militar, exerceu funções durante quatro meses acabando por
conquistar a unanimidade do país, teve com principal função a preparação das
eleições para as Cortes Constituintes.

Desta forma revolução vintista foi considerada um triunfo sem derrame


de sangue por parte da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino, uma
vez que não houve qualquer vítima.

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2. Constituição de 1822

A criação desta constituição aprovada em 1822, teve como base a


constituição espanhola de 1812 e nas constituições francesas de 1791, 1793 e
1795.

Foi a primeira lei portuguesa imprescindível, que marcou a tentativa de


passagem de um absolutismo régio para uma monarquia constitucional, no
qual se garantia os direitos naturais e positivos, o da liberdade, da segurança,
do direito à propriedade e da igualdade perante a lei e afirmava a soberania da
nação, dano independência aos poderes – legislativo, executivo e judicial.

A eleição dos deputados era feita através da eleição direto através do


voto dos varões, que tinha de ter idade superior a 25 anos e ser alfabetizados.
Desta forma houve um novo modelo Político constituído por tribunais
autónomos e independentes com juízes eleitos pelo rei, uma assembleia única
as Cortes Extraordinárias e Constituintes também chamadas de Soberano
Congresso, que detinham o poder legislativo constituído por deputados eleitos
a cada 2 anos que fiscalizavam e controlavam o poder executivo, o rei que
possuía o poder executivo e um Conselho de Estado formado por sete
elementos, os quais são propostos pelas Cortes e nomeados pelo rei.

Nesta constituição não se reconhece nenhuma regra nem ao clero nem


à nobreza e o poder real centraliza-se nas Cortes Legislativas.

Foi uma atitude radical da época que se veio a chamar de vintismo


devido ao radicalismo das suas ações, à proclamação da soberania popular e à
delimitação dos privilégios reais;

Desde do início desta época, um alvo muito claro era o respeito que
tinham pelo catolicismo e pela monarquia houve sempre uma tendência para a
existência de uma Constituição mais conservadora, sendo os líderes deste
movimento Fernandes Tomás, Ferreira Borges e Borges Carneiro. Havendo um
foco na religião, os deputados defendiam que a religião oficial dos cidadãos
fosse única e exclusivamente o catolicismo, apesar deste principio, os

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estrangeiros poderiam continuar a realizar os seus cultos sem haver qualquer
restrição, sendo por esta razão que este princípio não foi cumprido.

Os deputados mais conservadores defendiam que Portugal tal como


Inglaterra devia ter um sistema bicameral, ou seja, uma Câmara alto a qual
representa-se as classes mais altas e uma Câmara de deputados do povo, o
que representaria respetivamente a Câmara dos Lordes e a Câmara dos
Comuns do sistema britânico. Por outro lado, a ala radical da assembleia
defendia a existência de apenas uma Câmara única tendo o monarca o direito
do veto que consistia no poder de anular uma lei para que houvesse uma
segunda votação.

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3. Precariedade da legislação vintista de caráter
socioeconómico

Com a finalidade de eliminar qualquer vestígio de Antigo Regime, as


Cortes tomaram posse de muitos outros domínios apesar da instauração de um
novo sistema de governo parlamentar e da elaboração da Constituição de
1822.

A partir da Constituição de 1822 as Cortes tomaram diversas medidas


como o estabelecimento da liberdade de impressa e de ensino, através da
abolição da Inquisição e da censura prévia, ocorreu também a criação do
primeiro banco português, cujo o nome era o Banco de Lisboa, a transição dos
bens da coroa para bens nacionais, havendo também a extinção das ordens
religiosas, o encerramento de mosteiros, a suspensão dos noviciados e
consecutivamente a revogação do pagamento da dizima à igreja.

A reforma dos forais, outra medida tomada pela Constituição de 1822


teve como objetivo a libertação dos camponeses dos vínculos de cariz
senhorial para que se arranjasse uma solução para a justificação do atraso da
agricultura, para esta reforma suceder os deputados das Cortes retiraram
muitos dos direitos, como os quais, os direitos banais e de tributos pessoais,
como por exemplo o monopólio de fornos e lagares, as portagens e as jeiras,
entre outros, havendo desta também a supressão das justiças privadas e dos
privilégios judiciais.

A criação de lei dos Forais, a 3 de julho de 1822, no qual o preço das


rendas e das pensões obrigatórias para os agricultores foi reduzida para
metade. Este restringimento pôs alguns dos camponeses descontentes por
diversas razões. Em primeiro lugar, as rendas passaram a ter prestações fixas,
que podiam ou não ser convertidas em dinheiro, e foi nesta conversão que
surgiram os constrangimentos, especificamente nas arbitrariedades. Em
segundo lugar, as terras que não eram regulamentadas por cartas de Foral

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continuavam com as prestações tradicionais, essa desigualdade que criou um
clima de fragilidade social.

A ação do vintismo revelou ter muitas contradições, com a tomadas


algumas medidas liberais, uma das quais resultou na elaboração da
constituição, porém no que toca à parte económica, o vintismo era muito pouco
desenvolvido.

Quanto à composição socioprofissional das Cortes Constituintes, pode-


se afirmar que as Cortes representavam apenas os interesses da burguesia
rural, uma vez que na generalidade os proprietários de terras eram militares
magistrados, professores universitários, entre outros.

-Conclui-se então que as Cortes Liberais tinham uma atitude


protecionista em relação aos proprietários rurais, defendendo assim os
privilégios económicos da companhia da agricultura das vinhas do Alto Douro,
proibindo-se assim a importação de vinhos, licores, azeites, entre outros.

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Conclusão
Neste trabalho conseguimos adquirir uma melhor perceção sobre o tema
desenvolvido, no qual destacamos que a revolução vintista foi uma revolução
pacífica. A junção do governo do Porto com o de Lisboa formou a Junta
Provisional do Supremo Governo do Reino que organizou as eleições para as
Cortes Constituintes que veio a elaborar a Constituição de 1822, que foi a
primeira lei portuguesa imprescindível, a partir da qual ocorreu a divisão dos
poderes e ao não reconhecimento de nenhuma regra ao clero nem à nobreza.
As Corte a partir da Constituição de 1822, tomaram medidas tais como
abolição da censura e a reforma dos forais.

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Bibliografia
- COUTO, Célia Pinto do, ROSAS, Maria Antónia Monterroso, Um novo tempo
de História 11º parte 2, Porto, Porto Editora, 1ª edição, reimpressão 7ª, 2019
- MATTOSO, José (dir.), História de Portugal, volume V, Lisboa, Editorial
Estampa, 1ª edição, s.d.

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