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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Administração Pública e Privada

Estruturas tradicionais e suas influências na administração pública

Sistema de administração do tipo francês ou executivo

Alberto Bauth Jemusse – 708201713

Curso: Licenciatura em Ensino da Administração Pública

Disciplina: Teoria Geral da Administração Pública

Ano de Frequência: 1° Ano

Chimoio, Abril de 2020


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cuidada, coerência /
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nacional e internacionais 2.0
relevantes na área de
estudo
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Conclusão  Contributos teóricos
práticos 2.0
Aspectos Paginação, tipo e tamanho
gerais Formatação de letra, parágrafo, 1.0
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Bibliográficas citações e citações/referências 4.0
bibliografia bibliográficas

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Índice

I. Introdução................................................................................................................................1
II. Capitulo 1: Administração Pública e Privada........................................................................2
1.1 Contextualização...................................................................................................................2
1.2. Características......................................................................................................................3
1.3 Funções da Administração Pública.......................................................................................3
III. Capitulo 2: Estruturas Tradicionais e suas influências em administração pública...............5
2.1 Contextualização...................................................................................................................5
2.2 Características.......................................................................................................................5
IV. Capitulo 3: Sistema Administrativo de Tipo Francês...........................................................6
3.1 Contextualização...................................................................................................................6
3.2 Características.......................................................................................................................6
V. Conclusão...............................................................................................................................8
VI. Referencias Bibliográficas....................................................................................................9

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I. Introdução

Neste presente trabalho, abordamos sobre os seguintes temas: administração pública e privada;
estruturas tradicionais e suas influências na administração pública e sistemas de administração de
tipo francês, procurando trazer o contexto do seu surgimento e as suas principais características.

Entretanto, ao abordamos estes conteúdos fizemos por forma a alcançar os seguintes objectivos:

Geral:

 Conhecer as diferenças existentes entre administração pública e privada;

Especifica:

 Explicar a influência das estruturas tradicionais na administração pública;


 Caracterizar o sistema de administração do tipo francês ou executiva.

Entretanto, para a efectivação do trabalho, apoiamos no método de procedimento Bibliográfico,


que consistiu na recolha, selecção e leitura de obras gerais e especificas relacionado com o tema
em análise.

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II. Capitulo 1: Administração Pública e Privada

1.1 Contextualização

A Administração Pública começou a se organizar nos séculos XVIII e XIX, nessa época era
ainda embrionária devido ao Estado Absolutista, que anteriormente detinha todo o poder
centralizado e não permitia um desenvolvimento público. A administração não tinha ainda uma
elaboração normativa baseadas nos princípios constitucionais próprios que tem hoje, apenas
algumas obras e regras esparsas que dariam início aos actuais conceitos de direitos
constitucionais e administrativos.

Foi quando o Estado de Direito começou a se estabelecer, juntamente com o Direito


Constitucional, e os demais ramos de direito público que o Direito Administrativo começou a se
formar, a partir da separação dos poderes do Estado e com o Princípio da Legalidade, para dar
mais segurança aos direitos do povo em relações particulares e também nas relações públicas.

A partir da Revolução Francesa é que o Estado de Direito, com a separação dos três poderes, se
consolidou e só nesse momento que se foi começar a delimitar normas que organizariam a
Administração Pública, retirando a aplicação do direito privado das relações jurídicas em que o
Estado participa. O direito administrativo amplia a sua actuação para actividades antes efetuadas
pelo direito privado, estendendo-se a actividades com objectivo de promover o bem-estar social,
como por exemplo, a educação, saúde, cultura.

Entretanto, hoje, expressão Administração Pública, tecnicamente, pode ser definida tanto em
sentido objectivo quanto em sentido subjectivo e formal.

Objectivamente, é actividade desenvolvida pelo Estado voltada à consecução do bem


colectivo. Em sentido subjectivo, é o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas a quem a
lei atribui o exercício daquelas actividades e sob o aspecto formal, é a manifestação
do Poder Público decomposta em actos jurídico-administrativos dotados da
propriedade da auto-executoriedade, ainda que de carácter provisório.
(Chiavenatto,2003, p.14).

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1.2. Características

Características Pública Privada


Quanto ao Incide sobre as necessidades Incide sobre as necessidades individuais
Objecto colectivas ou particulares;
Quanto ao fim Prossegue sempre o interesse público Prossegue interesses particulares ou
ou colectivo; pessoais
Quanto ao Nota-se a existência de um comando Nota-se a existência da igualdade entre as
meio unilateral, sob forma de acto partes, na medida em que usam os
normativo (regulamento mesmos meios jurídicos e não a
administrativo) e não na forma de autoridade.
contracto administrativo ou seja, usam
como meio a autoridade.
Outros As suas organizações encontram-se As suas organizações encontram-se
aspectos dependentes das vontades políticas dependentes essencialmente do mercado.
dos representantes da colectividade e
tem uma sobrevivência dependendo de
dotações orçamentais.

1.3 Funções da Administração Pública

Administração Pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procura


satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, dentre
outras áreas. Em outras palavras, Administração Pública é a gestão dos interesses públicos por
meio da prestação de serviços públicos.

A Administração Pública tem como objectivo trabalhar em favor do interesse público e dos
direitos e interesses dos cidadãos que administra. Ou seja, nela estão duas actividades distintas
como a superior de planejar e a inferior de executar. “Administrar significa não só prestar
serviço executá-lo como, igualmente, dirigir, governar, exercer a vontade com o objectivo de
obter um resultado útil e que até, em sentido vulgar, administrar quer dizer traçar programa de

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acção e executá-lo” (Junquilho, 2010, p. 44). Por outra, a Administração Pública tem como
função a garantia do bem-estar social; ou defesa dos interesses da comunidade; ou zelar pelo
bem comum da colectividade. A afirmativa comum é de que a actividade do administrador
deve ser orientada para esse objectivo. Ou seja, a defesa do interesse público corresponde à
finalidade da Administração Pública.

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III. Capitulo 2: Estruturas Tradicionais e suas influências em administração pública

2.1 Contextualização

O sistema administrativo tradicional vigorou na europa até aos séculos XVII e XVIII. Este
sistema limitava as liberdades dos cidadãos na sua relação com a administração, saindo sempre
sacrificada na medida em que estes não beneficiavam de protecção dos actos ilegais praticados
pela administração, isso, resultante pela forma como a administração estava organizada e como
funcionava perante o cidadão fazendo com que os órgãos da administração estivessem com
poderes exorbitantes sobre eles e não havendo órgãos independentes para a fiscalização.

2.2 Características

O sistema administrativo tradicional tinha duas características essenciais: falta de separação de


poderes e ausência de estado de direito.

Entretanto, isso contribuiu para a indiferenciação das funções administrativas das jurisdicionais
e, consequentemente, inexistência de uma separação rigorosa entre os órgãos do poder executivo
e do poder judicial. Granjeiro (2003, p. 23) afirma que:

Os órgãos de administração julgavam e administravam sem distinção, e não havia


subordinação da administração pública ao princípio da legalidade e, como
consequência, havia insuficiência do sistema de garantias jurídicas dos particulares
face às decisões da administração. Portanto, não havia estado de direito.

Analisando os depoimentos de caetano, podemos entender que no sistema administrativo


tradicional os poderes estavam concentradas na mesma figura e a administração não funcionava
regida por normas jurídicas. Desta forma, “os cidadãos estavam desprovidos de um sistema de
garantias jurídicas que pudessem lhes proteger em situação de ilegalidades da administração”.
(Simango, 2014, p.77).

Portanto, só com o fim do absolutismo que teve como marco a grande revolução na Inglaterra em
1688 e a revolução francesa em 1789, que esta forma do cidadão se relacional com a
administração terminou, surgindo assim os sistemas modernos de administração.

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IV. Capitulo 3: Sistema Administrativo de Tipo Francês

3.1 Contextualização

Sistema administrativo de tipo francês é também conhecido como sistema de administração


executiva por apresentar autoridade própria de executar as decisões, está marcado por traços do
direito romano-germânico, ou seja, pouca relevância do costume, sujeição a reformas globais
impostas pelo legislador, papel primordial da lei como fonte de direito, distinção entre o direito
pública e o direito privado, função de importância variável dos tribunais na aplicação do direito
legislado, grande influência da doutrina em comparação com a jurisprudência e por fim maior
prestígio ao poder executivo do que ao poder judicial.

3.2 Características

Amaral (2015), apresenta como características essenciais do sistema administrativo do tipo


francês as seguintes:
 Separação dos poderes: este principio foi proclamado com a revolução francesa em 1789, e
vem afirmar a separação da Administração da Justiça, ou seja, o poder executivo, autónomo,
por um lado e o poder judicial por outro;
 Estado de Direito: com base nas ideias de Locke e de Montesquieu torna-se possível a
invocação dos direitos subjectivos públicos, pelos indivíduos, contra o Estado;
 Centralização: com a Revolução Francesa e com a chegada de una nova elite ao poder o
Estado tem de alterar o funcionamento da Administração de forma a ser possível a
implementação de novas reformas políticas, económicas e sociais. Decide-se então a
organização dos funcionários da administração central segundo o princípio da hierarquia,
divide-se o território francês em departamentos que vira a ser chefiado por prefeitos, que vêm
a formar a administração local. Quanto aos municípios estes vêm a perder tanta autonomia
administrativa bem como financeira, e vêm a ser chefiados por alguém nomeado pelo
Governo. Por fim as autarquias locais, apesar de serem dotadas de personalidade jurídica
própria, não passam de meros instrumentos administrativos do poder central;
 Sujeição da Administração aos tribunais administrativos: como os tribunais comuns estavam
sobre o controlo da nobreza que se opunha as novas ideias bem como as reformas, forçando
assim o poder político a tomar medidas de forma a impedir as intromissões do poder judicial.

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Desta forma ocorre a separação de poderes de modo a que o poder executivo não possa
intrometer-se nos assuntos da competência dos tribunais e o poder judicial também não possa
interferir no funcionamento da Administração Pública. Em 1799 são criados os tribunais
administrativos, órgãos da administração pública independentes e imparciais que tinham
como função a fiscalização da legalidade dos actos Administrativos, como também julgar o
contencioso dos seus contratos e da sua responsabilidade civil;
 Subordinação da Administração ao Direito Administrativo: pelo facto de a administração
exercer funções de interesse público e de utilidade geral, esta deve dispor de poderes de
autoridade que lhe permita impor as suas decisões aos particulares, pois estes não se
encontram na mesma posição que a Administração. Devido a isto é necessário a criação de
uma jurisdição especializada de modo a impor deveres e restrições à Administração impostos
pelo Direito Administrativo. Mesmo assim para proteger a parte mais fraca, ou seja, os
particulares, os tribunais administrativos só têm o poder de anulação, não podem definir
efeitos ou condenar, estando limitado;
 O privilégio da execução prévia: O direito administrativo confere à Administração Pública
um conjunto de poderes sobre os cidadãos que lhe permite executar as suas decisões por
autoridade própria. Quando um órgão da Administração toma uma decisão desfavorável a um
particular e se ele não a acata voluntariamente, esse órgão pode por si só empregar meios
coactivos, inclusive a polícia, para impor o respeito pela sua decisão e pode fazê-lo sem ter
de recorrer a tribunal para o efeito.
 As garantias dos particulares: por se tratar de um Estado de Direito, este assegura aos
cidadãos um conjunto de garantias, que são concebidas pelos tribunais administrativos e não
pelos tribunais comuns, de modo a proteger os particulares dos abusos e ilegalidades da
Administração Pública. Por outro lado, mesmo os tribunais administrativos não gozam de
plena jurisdição, estando estes limitados ao poder de anulação do ato caso este seja ilegal, ao
contrario não podem declarar as consequências da anulação, nem proibir a Administração de
proceder determinado ato. Ou seja, se os tribunais são independentes perante a
administração, esta também é perante eles por isso cabe exclusivamente a ela decidir como
executa os actos anulados. Assim, este sistema surgiu em França e vigora até hoje em dia na
maioria dos países do continente europeus.

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V. Conclusão

A expressão Administração Pública, tecnicamente, pode ser definida tanto em sentido objectivo
quanto em sentido subjectivo e formal. Sob o aspecto subjectivo, a Administração Pública é o
conjunto de órgãos e pessoas jurídicas; sob o aspecto objectivo, compreende as actividades do
Estado destinadas à satisfação concreta e imediata dos interesses públicos; e sob o aspecto
formal, é a manifestação do Poder Público decomposta em actos jurídico-administrativos dotados
da propriedade da auto-executoriedade, ainda que de carácter provisório.

Entretanto, ela começa a se organizar nos séculos XVIII e XIX, apesar de ser ainda embrionária
devido ao Estado Absolutista, que anteriormente detinha todo o poder centralizado e não
permitia um desenvolvimento público, mas hoje, com a instalação do Estado de Direito começou
a se estabelecer, juntamente com o Direito Constitucional, e os demais ramos de direito público
que o Direito Administrativo, a partir da separação dos poderes do Estado e com o Princípio da
Legalidade, para dar mais segurança aos direitos do povo em relações particulares e também nas
relações públicas.

Actualmente, o direito administrativo amplia a sua actuação para actividades antes efetuadas
pelo direito privado, estendendo-se a actividades com objectivo de promover o bem-estar social,
como por exemplo, a educação, saúde, cultura.

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VI. Referencias Bibliográficas

 Amaral, D. (2015). Curso de Direito Administrativo. Volume I, 4ªEdição. São Paulo


 Chiavenatto, I. (2003). Introdução à Teoria Geral da Administração. 7 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier.
 Granjeiro, J. (2003). Administração pública. 11ᵃ ed. Brasília: Vestcon.
 Junquilho, G. (2010). Teorias da administração pública. Departamento de Ciências da
Administração / UFSC: Brasília.
 Simango, E. (2014). Teoria Geral de Administração Publica. Beira: UCM-CED.

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