Você está na página 1de 13

Vice-Reitoria da Área Académica

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Licenciatura em Administração Pública

Cadeira: Noções de Economia

Equilíbrio de Mercado do arroz e situações de excesso e escassez

Discente: Tutor:
Edna da Conceição Carlos Mualeve dr.

Chimoio, Março de 2023


Vice-Reitoria da Área Académica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Curso de Licenciatura em Administração Pública

Equilíbrio de Mercado do arroz e situações de excesso e escassez

Trabalho de Campo da cadeira de Noções de


Economia a ser submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Administração
Pública na UnISCED, 2° ano.

Tutor:

Chimoio, Março de 2023


Índice
1. Introdução...............................................................................................................................1
1.1. Objectivos do Trabalho........................................................................................................2
1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................2
1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................2
1.2. Metodologia do Trabalho.....................................................................................................2
2. Análise e discussão.................................................................................................................3
2.1. Conceito de Procura.............................................................................................................3
2.1.1. Lei da procura...................................................................................................................3
2.1.2. Determinantes da procura.................................................................................................4
2.2. Conceito de oferta................................................................................................................4
2.2.1. Lei da oferta......................................................................................................................5
2.2.2. Determinantes da oferta....................................................................................................6
2.3. Mercado...............................................................................................................................6
2.3.1. Papel central dos mercados...............................................................................................7
2.3.2. Equilíbrio de mercado.......................................................................................................7
2.4. Os motivos que levam a excedente e escassez no mercado do arroz...................................8
3. Conclusão................................................................................................................................9
4. Referências Bibliográficas....................................................................................................10
1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Noções de Economia aborda acerca do Equilíbrio de


Mercado do arroz e situações de excesso e escassez. Assim ao longo do seu desenvolvimento
serão discutidos os seguintes tópicos: conceito de Procura, conceito de oferta, conceito de
equilíbrio de mercado e os motivos que levam a excedente e escassez no mercado do arroz.
Entretanto, este trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira: no capítulo 1 temos a
introdução; capítulo 2 se encontra a análise e discussão do tema em estudo, no capítulo 3
encontra-se as conclusões em torno dos objectivos traçados, e finalmente no capítulo 4 temos
as referências bibliográficas.

1
1.1. Objectivos do Trabalho

1.1.1. Objectivo Geral


 Compreender os factores de equilíbrio do mercado de arroz e os motivos que levam ao
seu excesso e escassez.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Definir os conceitos de oferta, procura e mercado;
 Conhecer o papel central dos mercados;
 Identificar situações em que um mercado está em equilíbrio;
 Identificar os motivos que levam a excedente e escassez no mercado do arroz.

1.2. Metodologia do Trabalho


A metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a execução de uma
pesquisa. Entretanto para a execução deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico. No
âmbito deste método, fez-se a leitura de vários manuais que tratam sobre o tema em análise.

2
2. Análise e discussão

2.1. Conceito de Procura

Para Vaconcellos e Garcia (2008), “procura pode ser definida como a quantidade de certo
bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo”
(p.55).

Rosseti (2009) refere que, “a procura de determinado produto é determinada pelas várias
quantidades que os consumidores estão dispostos e aptos a adquirir, em função de vários
níveis possíveis de preços, em dado período de tempo” (p.410).

Na definição da procura, ou demanda como alguns autores chamam, devemos tomar em


consideração duas variáveis: o preço (P) e a quantidade (Q) procurada. Neste sentido, para
cada preço estipulado no mercado existirá sempre uma quantidade procurada. Assim sendo,
sempre que os preços oscilarem, as quantidades procuradas também o farão. Desta forma,
podemos dizer que a procura refere-se a quantidade que os consumidores desejarão adquirir a
um determinado preço de mercado num dado período de tempo.

2.1.1. Lei da procura

Como vimos na definição da procura, existe uma relação entre os preços e as quantidades
procuradas. A lei da procura elucida esta relação e mostra que a mesma é negativa, isto é,
mantendo o resto constante, a medida que os preços vão aumentando, as quantidades
procuradas serão cada vez mais reduzidas (vão diminuindo).

De acordo com Vaconcellos e Garcia (2008), “há uma relação inversamente proporcional
entre a quantidade procurada e o preço do bem, coeteris paribus. É a chamada lei geral da
demanda” (p.55). Interpretando a lei da procura temos o seguinte: se todos os outros factores
forem mantidos constantes, quanto mais alto for o preço de um bem, menor será a quantidade
procurada deste bem, e, quanto mais baixo for o preço de um bem, maior será a quantidade
procurada deste bem.

A lei da procura pode ser representada numa escala de procura bem como através da curva de
procura e/ ou por meio de uma função procura ou equação de procura (vide figura abaixo).

3
Figura1: Escala de Procura e curva de procura

Qd = 30 – 4P => Função procura ou equação da procura. A expressão Q d= 30 – 4P mostra que


a quantidade procurada é uma função do preço e, o sinal patente no coeficiente associado a
variável preço representa a relação negativa existente entre estas duas variáveis.

Tanto a escala de procura assim como a curva de procura e a equação da procura mostram
uma relação negativa entre as quantidades procuradas e o preço. Pode-se observar nelas que, a
medida que o preço vai aumentando, mantendo o resto constante, as quantidades procuradas
vão diminuindo expressando a lei da procura.

2.1.2. Determinantes da procura

Para além do preço do bem, existem outras variáveis que afectam a procura do bem. Samuelson e
Nordhaus (2010) apresentam como factores que afectam a procura os seguintes: o rendimento
médio dos consumidores; o tamanho da população; o preço do bem substituto; o preço do bem
complementar; os gostos ou preferências; influências especiais. Existem muitos outros
factores que afectam a procura como é o caso da expectativa futura que os consumidores têm
em relação ao preço de um dado bem.

2.2. Conceito de oferta

Para Vaconcellos e Garcia (2008), “pode-se conceituar a oferta como as várias quantidades
que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo” (p.60).

Rosseti (2009) refere que, “a oferta de determinado produto é determinada pelas várias
quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a oferecer, em função de vários níveis
possíveis de preços, em dado período de tempo” (p.420).

4
Na definição da oferta, devemos tomar em consideração duas variáveis: o preço (P) e a
quantidade (Q) oferecida. Neste sentido, para cada preço estipulado no mercado existirá
sempre uma quantidade que os produtores estarão dispostos a oferecer ao mercado. Assim
sendo, sempre que os preços oscilarem, as quantidades oferecidas também o farão. Desta
forma, podemos dizer que a oferta refere-se a quantidade que os produtores desejarão oferecer
a um determinado preço de mercado num dado período de tempo.

2.2.1. Lei da oferta


Como vimos na definição da oferta, existe uma relação entre os preços e as quantidades
oferecidas. A lei da oferta nos mostra que existe uma relação positiva entre o preço e a
quantidade oferecida, isto é, mantendo o resto constante, a medida que os preços vão
aumentando as quantidades oferecidas serão cada vez maiores e vice-versa.

De acordo com Vaconcellos e Garcia (2008), “a função oferta mostra uma correlação directa
entre quantidade oferecida e nível de preços, coeteris paribus. É a chamada lei geral da
oferta” (p.60). Interpretando a lei da oferta temos o seguinte: se todos os outros factores forem
mantidos constantes, quanto mais alto for o preço de um bem, maior será a quantidade
oferecida deste bem, e, quanto mais baixo for o preço de um bem, menor será a sua
quantidade oferecida.

A lei da oferta, a semelhança da procura, pode ser representada numa escala de oferta bem
como através da curva de oferta e/ ou por meio de uma função oferta ou equação de oferta
(vide a figura 2).

Figura1: Escala de oferta e curva de oferta

Qs = 1 + 3P => Função oferta ou equação da oferta. A expressão Q s=1+3P mostra que a


quantidade oferecida é uma função do preço e, o sinal patente no coeficiente associado a variável
preço representa a relação positiva existente entre estas duas variáveis.
5
Tanto a escala de oferta assim como a curva de oferta e a equação da oferta mostram uma relação
positiva entre as quantidades oferecidas e o preço. Pode-se observar nelas que, a medida que o
preço vai aumentando, mantendo o resto constante, as quantidades oferecidas vão também
aumentando expressando a lei da oferta.

2.2.2. Determinantes da oferta

Para além do preço do bem, existem outras variáveis que afectam a oferta do bem. Samuelson
e Nordhaus (2010) apresentam como factores que afectam a oferta os seguintes: a tecnologia;
o preço dos factores de produção; preços de bens complementares na produção; preços de
bens substitutos na produção; política do governo e influências especiais. Existem muitos
outros factores que afectam a oferta como é o caso do número de empresas no mercado.

2.3. Mercado

Existem várias definições de mercados. Contudo, em economia o mercado é visto de uma


forma diferente daquela que é a forma mais comum (um lugar físico).
“Na linguagem comum, a palavra mercado significa um local onde as pessoas compram e
vendem bens, como peixes, carne, frutas e vegetais. Em economia, mercado tem um
significado mais amplo. Um mercado é qualquer estrutura que permite que compradores e
vendedores obtenham informações e façam negócios uns com os outros. Um exemplo é o
mercado no qual o petróleo é comprado e vendido – o mercado internacional de petróleo. O
mercado internacional de petróleo não é um local, mas a rede formada por produtores de
petróleo, usuários de petróleo, atacadistas e corretores que compram e vendem petróleo. No
mercado internacional de petróleo, aqueles que tomam as decisões não se encontram
fisicamente. Eles fazem negócio ao redor do mundo por telefone, fax e conexões via
computador” (Parkin, 209, p.40).
Segundo Samuelson e Nordhaus (2010), “um mercado é um mecanismo pelo qual
compradores e vendedores interagem para determinar os preços e trocar bens, serviços e
activos” (p.26).

Ambos os autores aqui apresentados convergem para um único ponto onde deixa-se claro que
mercado não é um local físico, mas sim um contexto onde há uma interacção entre as forças
do mercado, a procura e a oferta, por forma a determinar-se um preço que permita a
realização de troca dos produtos.

6
2.3.1. Papel central dos mercados

Os mercados têm em vista a determinação de preços das mercadorias de modo que as trocas
possam ser realizadas. Assim sendo, pode-se afirmar que o “papel central dos mercados é o de
determinar o preço dos bens” (Samuelson & Nordhaus, 2010, p.26). Um preço representa o
valor monetário pelo qual a mercadoria pode ser obtida ou trocada, isto é, quanto vale um
bem em termos monetários.

Os preços desempenham um papel importante na vida do produtor assim como na do


consumidor. Os preços norteiam as decisões destas duas forças num mercado. Quando os
preços de um produto estão altos, os consumidores tendem a diminuir a compra deste produto.
Por outro lado, para os vendedores este fenómeno constitui um incentivo na medida em que
preços mais altos fazem com que se estimule a produção com o intuito de se obter lucros mais
elevados nas vendas. Preços mais baixos retraem a produção mas constituem um estímulo
para o consumo.

2.3.2. Equilíbrio de mercado

“Um equilíbrio é uma situação em que forças opostas se contrabalançam. O equilíbrio em um


mercado ocorre quando o preço equilibra os planos dos compradores e os dos vendedores”
(Parkin, 2009, p.63). Por outro lado, Samuelson e Nordhaus (2010) afirmam que, “um
equilíbrio de mercado representa uma estabilidade entre todos os diferentes compradores e
vendedores” (p.29). A figura 1 apresenta uma situação de equilíbrio de mercado.

Figura 1: Equilíbrio de mercado

Dizemos que o mercado está em equilíbrio quando as quantidades oferecidas são iguais as
quantidades procuradas, isto é, quando exactamente aquilo que os compradores precisam

7
constitui o mesmo que é produzido e oferecido pelo lado dos vendedores (nem mais nem
menos). O preço constitui assim um instrumento que tem o poder de criar esta paridade entre
as quantidades oferecidas e as procuradas. Preços elevados geraram uma situação de excesso
do produto no mercado, uma vez que as quantidades produzidas tendem a ser maiores que as
quantidades procuradas. Preços baixos geraram uma situação de escassez do produto no
mercado, uma vez que as quantidades produzidas tendem a ser menores que as quantidades
procuradas. Assim sendo, como os preços comandam as decisões dos compradores e dos
vendedores, existe um preço que faz com que os vendedores, a esse preço, estejam dispostos a
vender quantidade X de um determinado produto e os compradores também estejam dispostos
a comprar somente essa quantidade, dando origem ao equilíbrio do mercado.

2.4. Os motivos que levam a excedente e escassez no mercado do arroz

A falta de equilíbrio dos mercados leva a situações de excesso e escassez no mercado do


arroz. Portanto, se os preços de arroz estiverem muito altos, no mercado haverá excesso de
arroz uma vez que as quantidades produzidas tendem a ser maiores que as quantidades
procuradas. E se os preços de arroz estiverem muito baixos, no mercado haverá escassez do arroz
uma vez que as quantidades produzidas tendem a ser menores que as quantidades procuradas.
De acordo com o Programa Nacional para o Desenvolvimento do Arroz (2016-2027), as
principais causas da baixa produtividade do arroz (escassez) no mercado moçambicano são:
(i) baixo uso de tecnologias, (ii) baixo acesso a infra-estruturas e serviços de apoio; (iii)
insuficiente e inadequados serviços financeiros; (iv) fraca capacidade de gestão de água nos
campos; (v) elevado nível de perdas pós-colheita e (vi) mudanças climáticas e ciclo de
eventos naturais: ciclones, inundações, cheias, seca/estiagem.
Por outro lado, a falta de mercados, tem provocado excedentes de arroz no regadio de
Chókwè, na província de Gaza.

8
3. Conclusão

A oferta e a procura são duas forças que compõem um determinado mercado. Para prever os
preços e as quantidades de uma determinada mercadoria é necessário dominar a análise destas
duas forças. Ademais, esta análise constitui uma importante ferramenta para explicar certas
variações que ocorrem no ambiente económico.
Definimos mercado como um contexto, e não um local físico, onde há uma interacção entre a
procura e a oferta por forma a determinar-se um preço que vai permitir a realização de troca
dos produtos. Neste sentido, vimos que o papel central dos mercados é a determinação dos
preços.
Os mercados devem estar em equilíbrio. Caso isso não aconteça, haverá uma situação de
escassez ou excesso da produção. Para que um mercado esteja em equilíbrio é necessário que
a procura seja igual a oferta.

9
4. Referências Bibliográficas

Caetano, H. G. D. (2019). Noções de Economia: Manual do curso de Administração Pública.


Beira: ISCED
MITADER (2016). Programa Nacional para o Desenvolvimento do Arroz (2016-2027). Maputo.

Samuelson, P. A., & Nordhaus, W. D. (2010). Economia. São Paulo: MCGRAW-HILL

Rossetti J. P. (2009). Introdução à economia. 17ª ed. São Paulo: Atlas.

Vasconcellos, M. A. S. & Garcia, M. E. (2008). Fundamentos de Economia. 19ª ed. São


Paulo: Saraiva.

10

Você também pode gostar