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Porém, o ensino de língua portuguesa parece ser resumido em aulas e mais aulas de
gramáticas. Estas aulas contemplam apenas as classificações e inculcam no aluno a
obrigatoriedade de ver o estudo da língua como mero reconhecimento de classes gramaticais,
já que este tipo de ensino privilegia a taxonomia e inúmeras regras que têm a intenção de
levar o aluno a falar ou a escrever melhor. Entretanto, O ensino das regras é necessário e
indispensável, já que não há como produzir bons textos, ler e se expressar de maneira correta
sem o conhecimento dos aspectos gramaticais.
O ensino de Língua Portuguesa deve preparar o aluno para a vida, qualificando-o para o
aprendizado permanente e para o exercício da cidadania. Se a linguagem é actividade
interactiva em que nos constituímos como sujeitos sociais, preparar para a vida significa
formar locutores/autores e interlocutores capazes de usar a língua para compreender o que
ouvem e lêem e para se expressar em variedades e registos de linguagem pertinentes e
adequados a diferentes situações comunicativas.
No tocante ao ensino de gramática nas escolas cabe salientar que a língua é um factor social e
que os padrões linguísticos do passado não se aplicam aos dias atuais. Entretanto, um dos
desafios para os professores é fazer com que esta disciplina tão cheia de regras e coisas
difíceis se torne prazerosa para seus alunos e isso só será possível quando os professores
passarem a usar constantemente a gramática como ferramenta no ensino de língua portuguesa.
No intuito de contribuir com esta reflexão pretende-se abordar neste trabalho um estudo de
observação que trata da Gramática para Aprendizagem na Sala de Aula como uma ferramenta
de ensino e aprendizagem.
Em síntese, pela linguagem se expressam ideias, pensamentos e intenções, se estabelecem
relações interpessoais anteriormente inexistentes e se influencia o outro, alterando suas
representações da realidade e da sociedade e o rumo de suas acções.
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1.1. Tema
A Gramática para Aprendizagem na Sala de Aula: Uma Ferramenta de Ensino e
Aprendizagem. Estudo de Caso: Alunos da 9ª classe da Escola Secundária de Bengo – Posto
Administrativo de Gondola – sede – Distrito de Gondola.
1.3. Justificativa
A justificativa de ter escolhido esse assunto parte-se das críticas que têm surgido ao ensino
formalista da língua portuguesa que enfatizam o estudo da gramática sem preocupação com as
questões de texto e discurso, uma vez que essas críticas partem tanto de educadores quanto de
documentos oficiais e não só, por reconhecer a Gramática como um dos meios de ensino e
aprendizagem na disciplina de português que, há muito tem contribuído na escrita correta das
palavras e na compreensão de certos conteúdos temáticos mas nos tempos modernos, a
gramática não tem vindo a ser usado na sala de aula ignorando assim todos os seus
contributos na formação de alunos com qualidades necessários para ler e escrever textos.
É de referir que o Ministério de Educação e desenvolvimento Humano têm vindo nos últimos
tempo a desenvolver programas com vista a fazer com que os alunos possam transitar do
ensino primário para secundário com qualidades, para o desenvolvimento da personalidade
em todos os seus aspectos: humanístico, político e social. Entretanto, estas qualidades não têm
vindo a se registar no terreno visto que até 9ª classe existem ainda alunos com problemas de
ler e escrever correctamente as palavras.
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
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1.4.2. Específicos
Identificar os procedimentos a serem adoptados pelos professores de português por
forma a permitir a adesão dos alunos no uso da gramática na sala de aula;
Descrever a importância do uso da gramática como ferramenta de ensino e
aprendizagem nas aulas de português;
Propor melhores estratégias por forma a incentivar aos professores a usarem a
gramática nas suas aulas de língua portuguesa.
1.6. Problematização
Segundo Rudio apud Lakatos (1992, p.126), formular problema consiste em “dizer de
maneira explicita, clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos
defrontamos, o que pretendemos resolver, limitando o seu campo e apresentando as suas
características, com objectivo de torna-lo individualizado, específicos, inconfundível”.
Na necessidade de se fazer um estudo profundo sobre a necessidade do uso da gramática
como ferramenta na sala de aula pelos professores de língua portuguesa, a questão de partida
que se levanta é: Até que ponto o não uso da gramática na sala de aula, influi na fraca
capacidade dos alunos na escrita e compreensão de palavras?
1.7. Hipóteses
1.7.1. Hipótese principal
Se durante as aulas de português, o professor priorizar o uso de gramática como
ferramenta de ensino e aprendizagem, incutiria desde cedo nos alunos o espírito de
aprendizagem por descoberta;
1.7.2. Hipóteses Secundária
2.3. O Ensino de Gramática na sala de aula: para quê, o que, e como ensinar Gramática.
Partindo do pressuposto de como tem sido o ensino de gramática nas nossas escolas de ensino
primário e secundário, o que se percebe é que o ensino de gramática em nossas escolas tem
sido primordialmente prescritivo, apegando-se a regras de carácter normativo, havendo uma
ausência muito grande de actividades que envolvem produção e compreensão de textos o que
poderia ser de grande valia para auxiliar no desenvolvimento da competência comunicativa.
Todavia, percebe-se que a maior preocupação do ensino descritivo da gramática é citar regras
que formam frases e fazer com que o aluno venha reconhecer o nome de cada elemento que a
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constrói, e não de fazer o aluno perceber o verdadeiro sentido que determinado elemento
exerce nessa frase e as inúmeras possibilidades que o mesmo, possa exercer em um texto, ou
seja, não analisa os efeitos que esses elementos provocam tanto em textos orais quanto em
textos escritos.
Entretanto, percebe-se que no ensino de língua portuguesa é dada grande importância para os
elementos de identificação e de classificação de categorias gramaticais, quanto às relações e
funções que estas estabelecem. Travaglia (2006, p.101) denomina isso como:
Um ensino descritivo, no qual a maior parte das aulas se resume em
exercícios de metalinguagem. Isso quer dizer que entra ano e sai ano e o
ensino retoma aos mesmos tópicos gramaticais de sempre, pois as
actividades propostas por conteúdos se dão em determinar classificações
de palavras, suas flexões e análise sintáctica - termos regentes da oração,
período simples e período composto - processo de formação de palavras
e regras de ortografia.
Portanto, a questão maior não é ensinar ou deixar de ensinar a gramática nas nossas escolas,
mas sim discernir o que se objectiva ensinar, uma vez que “a gramática existe não em função
de si mesma, mas em função do que as pessoas escrevem nas práticas sociais da língua”
(Antunes, 2007, p.88 -89).
De acordo com Travaglia, (2006), ainda há professores que trabalham com a gramática
apenas para cumprir a guisa de um programa estabelecido em relação aos conteúdos e que
nem sempre são levadas em conta as dificuldades dos alunos em relação à linguagem, isto é,
as formas com as quais eles utilizam, ou deixam de utilizar nas situações quotidianas que eles
deparam num processo de interacção verbal. Entretanto, Franchi (apud Antunes, 2007, p. 156)
adverte que, “Os professores devem conhecer bem a gramática: ‘Não necessariamente para
ensiná-la a todo custo a seus alunos mas, para usá-la como instrumento analítico e explicativo
da linguagem e seus próprios alunos.”
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3. Metodologias
Segundo Samuel e Simão (2016, p.13), “metodologia é um conjunto de métodos e técnicas
utilizadas para a execução de uma pesquisa”. Para a efectivação desta pesquisa, usaremos os
seguintes métodos:
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3.3. Técnicas de Recolha dos Dados
Para a colecta de dados deste trabalho, será realizado um inquérito dirigido aos directores da
escola, aos professores e aos alunos, englobando um universo de 50 pessoas, dos quais: 10
para a entrevista e 40 para o questionário.
A escolha do tamanho da amostra, justifica-se pelo facto do inquérito ser uma técnica de
recolha de dados que engloba todos os intervenientes da sociedade, partindo de pressuposto
de que são parte integrante do conhecimento. Ela, seguira as seguintes etapas:
3.3.2. Questionário
Esta técnica, consistira em aplicar um questionário aos alunos, com finalidade de através da
analise dos tipos de erros cometidos pelos mesmos, se proceder a caracterização de cada uma
delas para posteriormente detectar a nível global de cada turma, áreas que necessitar de uma
intervenção pedagógica mais urgente e outras a serem objectos de um trabalho a médio e a
longo prazo. Serão questionados 40 alunos, sendo: 20 homens e 20 mulheres.
3.3.3. Entrevista
Esta técnica permitira colocar questões formais e aberta aos directores das escolas, aos
técnicos dos Serviços Distritais de Educação Juventude e Tecnologia e aos professores, com a
finalidade de poder compreender as melhores estratégias de modo a incentivar aos alunos o
gosto de ler as gramáticas por forma a construir conhecimentos próprios e a dominar novas
competências. Entretanto, como forma de obter informações exactas acerca do problema ora
levantada, serão entrevistadas 10 individualidades seguindo a seguinte ordem: Quatro (4)
directores de escolas, Quatro (4) professores e Dois (2) técnicos dos Serviços Distritais de
Educação, Juventude e Tecnologia na Repartição de Educação Geral.
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3.4. Universo
A população de pesquisa será constituída de 730 (Setecentos e trinta) pessoas que exercem as
suas actividades na escola em estudo.
3.5. Amostra
A amostra será constituída de 50 (Cinquenta) pessoas, sendo: 40 (Quarenta) alunos dos quais,
20 (Vinte) da turma A e 20 (Vinte) da turma B, a serem escolhidos segundo os seguintes
critérios:
O gosto pela disciplina de português;
Resultados obtidos nos primeiros testes escritos;
O conhecimento da Gramática;
A idade e sexo.
Quatro (4) directores de escolas, a serem escolhidos segundo os seguintes critérios:
Melhor aproveitamento pedagógicos na disciplina de português da sua escola;
Existência de bibliotecas na escola contendo gramáticas;
Existência de alunos com domínio da leitura e escrita.
Quatro (4) professores de língua portuguesa a serem escolhidos segundo os seguintes
critérios:
Melhor aproveitamento pedagógico e escolar;
Conhecimento profundo da Gramática;
A pontualidade e assiduidade;
Tempo de serviço como docente de língua portuguesa.
Dois (2) Técnicos dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia da repartição
de Educação, a serem escolhidos segundo os seguintes critérios:
Conhecimento fluente da gramática;
Experiencias como docente, sobretudo de língua portuguesa;
O gosto pela leitura e escrita de textos.
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4. Cronograma de actividades e orçamento
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Referências Bibliográficas
1. Antunes, I. (2007). Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no
caminho. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial.
2. Fachin, O. (2001). Fundamento de Metodologia Científica. 3a edição. São Paulo –
Saraiva.
3. Ferrarezi, C. (2008). Gramática do brasileiro: uma nova forma de entender a nossa
língua. São Paulo: Globo.
4. Gil, António Carlos (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª edição. São
Paulo – Atlas.
5. Lakatos, Eva Maria & Marconi, Maria de Andrade (1992). Metodologia de
investigação científica. 4ª Edição, são Paulo: atlas.
6. Perini, A (1999). Sofrendo a gramática. São Paulo: Editora Ática.
7. Possenti, S. (2002). Por que (não) ensinar gramática na escola. – Campinas, SP:
Mercado das Letras: Associação de Leitura do Brasil.
8. Samuel, L. & Simão, H. (2016). Manual de elaboração de trabalhos científicos:
Monografias e Dissertações. Beira: UCM.
9. Travaglia, C. (2009). Gramática e interacção: uma proposta para o ensino de
gramática. 14ª ed. São Paulo: Cortez.
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