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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Planificação do sistema educacional e planificação do currículo escolar

Benedito António Fernando. - Código: 708210685

Curso: Licenciatura em ensino de Matemática


Disciplina: Praticas Pedagógicas I
Ano de frequência: 1º
Turma: C
Trabalho de campo II

Nampula, Janeiro, 2022

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação do Subtot
máxima tutor al
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
 Discussão 0.5
s
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
ploblema)
 Descrição dos 1.0
Introdução
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo
cuidada, coerência/
coesão textual)
Analise e
discussão  Revisão 2.0
bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração de dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo e 1.0
Aspectos tamanho de letras,
gerais parágrafos,
Formatação espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência 4.0
Referencias. 6ª edição em das citações/
Bibliográficas bibliografia referencias
bibliográficas
Folha de Feedback
Folha para recomendações de melhoria:
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Índice

Introdução……………………………………………………………………………………...5
1. PLANIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL.........................................................6
1.2. Níveis de planificação......................................................................................................6
1.3. Princípios que orientam a planificação educacional........................................................6
1.4. Requisitos para a planificação educacional.....................................................................7
1.5. Importância da planificação educacional.........................................................................8
1.6. Projecto escolar................................................................................................................8
2. PLANIFICAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR (LOCAL).............................................9
2.1. Conceito de Currículo Local............................................................................................9
2.2. O que se deve considerar local no Currículo Local?.......................................................9
2.3. Objectivo de introdução do Currículo Local.................................................................10
2.4. Etapas para elaboração do Currículo Local...................................................................10
2.5. Conteúdos do Currículo Local.......................................................................................12
2.6. A articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino...........................12
2.7. Elaboração de brochura do Currículo Local..................................................................13
2.8. Intervenientes do Currículo Local.................................................................................13
2.8.1. O papel dos diferentes intervenientes na educação....................................................13
2.8.2. O papel do professor..................................................................................................13
2.8.3. O Papel do aluno........................................................................................................14
2.8.4. O Papel da comunidade..............................................................................................14
2.8.5. O Papel das Instituições, Organizações Comunitárias, Empresas.............................15
Conclusão..................................................................................................................................16
Bibliografia...............................................................................................................................17
Introdução

O presente trabalho é sobre a planificação do sistema educativo e a planificação escolar.


Planificação educacional consiste na tomada de decisões sobre a educação sobre a educação
no conjunto do desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de planejamento
requer a proposição de objectivos a longo prazo que definam uma política da educação. O
governo moçambicano reconhece o papel da educação no combate à pobreza absoluta e
vulnerabilidade. Para o efeito, em 2004 foi introduzido o novo Currículo do Ensino Básico,
que tem o Currículo Local como uma das principais inovações.

O principal objectivo do Currículo Local é garantir uma formação que responda às


necessidades da sociedade moçambicana, dotando as crianças, jovens e adultos de
habilidades, valores e atitudes que lhes permitam ter uma participação plena no
desenvolvimento social, cultural e económicos da sua comunidade e do país, criando, deste
modo, condições para a redução da pobreza absoluta e da vulnerabilidade.

O trabalho tem como objectivos:


Objectivo Geral: Compreender os princípios que orientam a planificação educacional e
curricular da escola.
Objectivos específicos:
 Descrever os princípios que orientam a planificação educacional;
 Explicar a importância da planificação educacional;
 Identificar as características e elementos do currículo local;
 Discutir os elementos do currículo nacional incorporados e/ou adaptados para o
currículo escolar;

O trabalho esta organizado em páginas onde foram abordadas de forma detalhadas as


actividades propostas. E esta estruturado da seguinte forma: introdução; desenvolvimento;
conclusão e referências bibliográficas.

O método de pesquisa utilizada neste trabalho foi a revisão bibliográfica, realizando-se uma
busca no site Google Académico, Biblioteca Digital de diversas universidades e em livros da
área especifica de conhecimento sobre a planificação educacional.

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1. PLANIFICAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL

“Planificação é um processo que consiste em preparar um conjunto de decisões visando


atingir alguns objectivos” (Bento, 2003, p.123).

Segundo Piletti (2004) “Planificação educacional consiste na tomada de decisões sobre a


educação sobre a educação no conjunto do desenvolvimento geral do país. A elaboração desse
tipo de planejamento requer a proposição de objectivos a longo prazo que definam uma
politica da educação” (p.59). l

Para Saviani (2002) a planificação educacional “é o de maior abrangência, correspondendo ao


planeamento que é feito em nível geral do país. Incorpora e reflecte as grandes politicas
educacionais” (p.97).

A planificação do sistema educacional ao nível nacional vem reflectindo a politica


educacional adotada. Ela deve ser executada por todas instituições de ensino, abarcando a
tomada de decisões no que diz respeito aos objectivos a serem alcançados e a previsão de
acções desenvolvidas pelo Ministério.

1.2. Níveis de planificação

A planificação pode ser feita em três níveis, nomeadamente:

a) Central: este nível consiste em prever acções relacionadas com o processo de Ensino-
Aprendizagem numa perpectiva nacional e é da responsabilidade do Ministerio da
Educação e Desenvolvimento Humano.
b) Provincial: conforme a designação, este nível consiste em programar actividades
educacionais a nível da província, tendo em conta as suas características e necessidades
específicas. Esta subordina-se à planificação central.
c) Local: para tornar cada vez mais especifica e adequada ao contexto da escola e aos alunos,
surge a necessidade de uma planificação local que contempla a previsão das actividade a
nível Distrital e Escolar, à luz dos anteriores níveis.
1.3. Princípios que orientam a planificação educacional

Oliveira (1987, cit. por Martins, 1999: 57) escrutina princípios gerais de uma planificação, de
que a educação não deve estar alheia:

a) O princípio da contribuição aos objectivos, e neste aspecto o planejamento deve


sempre visar aos objectivos máximos da organização. No processo de planeamenento
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devem-se hierarquizar os objectivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua
totalidade, tendo em vista a inter-ligação entre eles.
b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma função
administrativa que vem antes das outras (organização, direcção e controloe). Na
realidade é difícil separar e sequenciar as funções administrativas, mas pode-se
considerar que, de maneira geral, o planejamento do que e como vai ser feito. Aparece
na ponta do processo. Como consequência, o planejamento assume uma situação de
maior importância no processo administrativo.
c) O princípio de maior penetração e abrangência, pois o panejamento pode provocar
uma série de modificações nas características e actividades da organização.
d) O princípio de maior eficiência, eficácia e efectividade. O planejamento deve
procurar maximizar os resultados e minimizar as deficiências.

1.4. Requisitos para a planificação educacional

A planificação educacional obedece requisitos internacionalmente acordados pela Unesco


(Washington, 1958) que se apresentam abaixo:

 Aplicação do método científico na investigação da realidade educativa, cultural, social


e económica do país;
 Apreciação objectiva das necessidades, para satisfazé-las a curto, médio e longo prazo;
 Apreciação realista das possibilidades de recursos humanos e financeiros, a fim de
assegurar a eficácia das soluções propostas;
 Previsão dos factores mais significativos que intervêm no desenvolvimento,
continuidade que assegure a acção sistemática para alcançar os fins propostos;
 Coordenação dos serviços da educação e destes com os demais serviços do Estado, em
todos os níveis da administração pública;
 Avaliação periódica dos planos e adaptação constante dos mesmos às novas
necessidades e circunstâncias;
 Flexibilidade que permita a adaptação do plano a situações imprevistas ou
imprevisíveis; Trabalho de equipa que garanta uma soma de esforços eficazes e
coordenados Formulações e apresentação do plano como iniciativa e esforços
nacionais, e não como esforço de determinadas pessoas, grupos ou sectores.

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1.5. Importância da planificação educacional

Considerando que o processo de planificação reveste-se de capital importância para as mais


diversas áreas profissionais. Revela-se muito na docência que tende à formação integral do ser
humano.

A planificação e a tomada de decisão no sentido mais abrangente possível, são vitais para o
ensino e interagem com todas as funções executivas do professor. Portanto pode-se afirmar
que, no ensino, a planificação docente não é somente uma necessidade, mas acima de tudo um
imperativo que se impõe a todo o autêntico educador.

Como é evidente quando se fala na planificação docente afloram se várias questões,


nomeadamente o que se pretende planificar? “o que se deve ter em conta quando se planifica”,
o que se faz quando se planifica?” ou “o que pode influenciar a planificação?

Deste modo, ela constitui um pilar decisivo do sucesso educativo visto que baseia na reflexão
e antecipação da acção de todo o processo educativo. A importância da planificação pode ser
apreciada através da grande variedade de actividades educacionais que são afectadas pelos
planos e decisões do professor.

A planificação inclui a decisão do tempo de instrução atribuída a alunos individualmente ou


em grupos; a constituição dos grupos; a organização de horários diários, semanais e
trimestrais; a compensação de interrupções alheias à sala de aula e a comunicação com
professores substitutos.

1.6. Projecto escolar

O Projecto Escolar é um instrumento de planificação estratégica que visa a melhoria da


qualidade da escola, partindo de um diagnostico da situação feito com a participação de todos
os actores da comunidade educativa.

Os Projectos Educativos de Escola têm como objectivos a melhoria de estratégias de gestão


escolar a nível das Escolas do Ensino Primário. Nesta prespectiva, um maior envolvimento
das comunidades na gestão da escola, o alinhamento dos processos de gestão com os
resultados das aprendizagens dos alunos, a melhoria das estratégias de comunicação dos
resultados escolares, em particular a nivel das escolas são os principais fundamentos para
elaboração e implementação dos Projectos Educativos de Escola.

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2. PLANIFICAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR (LOCAL)

Currículo “é a selecção, sequenciação e dosagem de conteúdos da cultura a serem


desenvolvidos em situacções de ensino-aprendizagem” (Saviani, 2002).

Segundo Galeão (1996) “o currículo é um conjunto organizado de disciplinas distribuídas de


forma variada ao longo dos períodos lectivos”.

Pacheco (1999:15), currículo “é um conjunto de disciplinas ou um grupo de conteúdos que


reforça o que deve ser ensinado nas escolas”.

O currículo é um dos elementos essenciais dos aspectos formais da escola, mais


concretamente da sua dinâmica organizacional que, por sinal, é revista em cada ano lectivo.
Ao se falar do currículo da escola levantam-se questões ligadas à sua legalidade, ou seja, é
preciso verificar se o currículo está intimamente ligado e de acordo com os dispositivos
legais, as experiências ligadas à aprendizagem, os objectivos e o projecto da escola.

2.1. Conceito de Currículo Local

Castiano (2005, p.76) define currículo local como sendo “uma componente do currículo
nacional correspondente a 20% do tempo previsto para leccionação de cada disciplina. Esta
componente é constituída por conteúdos definidos localmente como sendo relevantes, para
integração da criança na sua comunidade”.

Currículo local constitui “o complemento do currículo oficial, nacional definido centralmente,


que incorpora matérias diversas da vida ou de interesse da comunidade local nas mais
variadas disciplinas contempladas no plano de estudos” (INDE/MINED, 2003, p.82)

Pacheco (1996, p.17) define o currículo escolar como sendo “um plano que apresenta um
conjunto de experiencias educativas vividas pelos alunos dentro do contexto escolar, como
um propósito bastante flexível que permanece aberto e dependente das condições da sua
aplicação.”

2.2. O que se deve considerar local no Currículo Local?

O local não é um espaço que pode ser determinado apenas geograficamente. Efetivamente,
compreende o espaço em que se situa a escola, comportando consigo toda uma gama de
vivencias e anseios da comunidade definir em que esta está inserida, cabendo à mesma
comunidade definir o que gostaria que os seus filhos aprendessem. A selecção de conteúdos

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pode, pois, incluir matéria não meramente local do ponto de vista geográfico cuja
aprendizagem se afigura relevante no contexto da comunidade.

2.3. Objectivo de introdução do Currículo Local

Segundo AGOSTINHO (2009:9) O principal objectivo do Currículo Local é garantir uma


formação que responda às reais necessidades da sociedade moçambicana, dotando as crianças,
jovens e adultos de habilidades, valores e atitudes que lhes permitam ter uma participação
plena no desenvolvimento social, cultural e económico da sua comunidade e do país, criando
deste modo, condições para a redução da pobreza absoluta e da vulnerabilidade.

2.4. Etapas para elaboração do Currículo Local

Segundo Castiano (2005, p.78) “a elaboração do currículo local obedece às seguintes etapas”:

 Recolha de dados na comunidade;


 Sistematização da informação;
 Articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino;
 Planificação analítica (dosificação);
 Plano de lição e abordagem de conteúdos na sala de aula.

a) Recolha de dados na comunidade

I. As actividades inerentes à recolha de informações junto à comunidade são


coordenadas pela escola, portanto, pelos membros da direcção e professores.
II. A direcção da escola e os professores planificam as actividades de recolha de dados.
Por exemplo:

 Elaboram a lista dos membros da comunidade a consultar (Pais e encarregados


de educação, lideres locais, Médicos tradicionais, Alunos, Professores);
 Fazem o cronograma das actividades.

III. Preparam perguntas para fazer aos alunos outros membros da comunidade acima
mencionados.
IV. Recolhem informação relevante, incluir no processo de ensino-aprendizagem.
Durante a recolha da informação, o professor deve:

 Registar a informação fornecida pelos entrevistados;


 Assegurar que a informação recolhida seja de consenso;

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 Falar sobre a necessidade de apoio dos membros da comunidade na
abordagem de alguns conteúdos do currículo local, que não são do domínio
do professor.

b) Sistematização da informação recolhida

Depois da recolha da informação, os professores fazem a sistematização da mesma. O


processo de sistematização da informação integra:

 A selecção da informação relevante;


 O agrupamento da informação/conteúdos por tema;

c) Articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino

A articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino pressupõe:

 A distribuição dos conteúdos pelas diferentes disciplinas do Ensino Básico (Português,


Ciências Sociais, Educação Moral e Cívica, Matemática, Ciências Naturais, Educação
Musical, Educação Física, Educação Visual e ofícios);
 A distribuição dos conteúdos pelos ciclos de aprendizagem e classes;
 A integração desses conteúdos nas unidades temáticas de cada disciplina;

A integração dos conteúdos locais nas unidades temáticas deve ter em conta duas formas:
Aprofundamento e extensão.

 Aprofundamento: trata-se de aprofundar os conteúdos constantes dos programas de


ensino, considerando o interesse de que se revestem para o desenvolvimento da
comunidade;
 Extensão: consiste na incorporação de conteúdos novos nos programas de ensino,
para responder às exigências socioeconómicas e culturais, para o desenvolvimento da
comunidade;

d) Planificação analítica (dosificação)

Os professores doseiam os conteúdos com base nos programas de ensino e na brochura do


currículo local segundo a prática de cada escola (dosificação mensal, quinzenal ou semanal ou
outro período de tempo).

e) Elaboração do plano de lição e abordagem de conteúdos na sala de aula.

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A elaboração de planos de aulas e a leccionação das mesmas deve obedecer as normas e os
passos recomendados pela didáctica geral e pelas metodologias específicas das disciplinas

2.5. Conteúdos do Currículo Local

De acordo Castiano (2005) os conteúdos a serem abordados no Currículo Local devem


enquadrar-se nos seguintes temas:

 Cultura, História e Economia local;


 Educação de Valores;
 Ambiente;
 Agro-pecuária;
 Saúde e Nutrição;
 Ofícios.

2.6. A articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino

Os conteúdos, sendo os mesmos para diferentes disciplinas, devem estar distribuídos de forma
articulada e que os alunos consigam estabelecer uma relação entre as disciplinas. Muitas
vezes, a distribuição dos conteúdos nas disciplinas e destas nas cargas horárias obedece a
regras hierarquicamente linear e cumulativa, como se entre as disciplinas existissem bloqueios
e não se articulassem entre si. É preciso compreender que a finalidade última que irmana a
articulação dos conteúdos e disciplinas nos currículos escolares é que entre eles deve haver
uma integração feita nos moldes de uma conexão lógica.

Não se pode confundir o currículo com a organização das disciplinas. O currículo escolar
encerra vários elementos que vão desde a comunidade até a escola e desta para a comunidade
a fim de serem validados utilmente. A maneira como cada escola responde aos programas de
ensino ao nível geral é diversificada, pois, as escolas precisam de integrar nos seus currículos
conteúdos que preocupam a comunidade onde elas se situam, sem descurar a importância do
currículo nacional na concepção do currículo escolar.

2.7. Elaboração de brochura do Currículo Local

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Elaboração da brochura do Currículo Local, a qual deve conter as seguintes partes:

 Introdução;
 Descrição estratégias usadas na recolha da informação relevante;
 Conteúdos do Currículo Local agrupado por temas;
 Grelha de integração dos conteúdos locais;
 Textos de apoio para abordagem de conteúdos locais.

A elaboração de textos deve contar com a colaboração dos professores de Língua Portuguesa
e pode partir do conhecimento que os professores têm sobre a matéria. Das entrevistas aos
membros da comunidade tidos como fontes fidedignas e através de material escrito.

2.8. Intervenientes do Currículo Local

Castiano (2005) considera intervenientes do currículo local “Professores, a comunidade,


instituições, organizações comunitárias, empresas e os alunos”(p.130).

2.8.1. O papel dos diferentes intervenientes na educação

Para que haja sucesso nesta acção educativa, os professores, os alunos, os pais encarregados
de educação e outros membros da comunidade, bem como instituições e diferentes empresas
devem ter claros os papeis na escola, principalmente o papel relativo à determinação das
necessidades de aprendizagem e garantia da sua abordagem no processo de ensino-
aprendizagem.

2.8.2. O papel do professor

O professor é um agente preponderante do processo educativo e principal do processo de


ensino-aprendizagem, seja ao nível da escola como na comunidade e sociedade onde se
encontra inserido. Na implementação do Currículo Local, cabe ao professor a tarefa de
recolha das necessidades de aprendizagem local, na comunidade e a garantia da abordagem
dessa informação no PEA. O envolvimento da comunidade é um imperativo neste processo.
Para o efeito, o professor deve:

 Articular com a comunidade de forma permanente, para se inteirar das necessidades de


aprendizagem dos alunos, de modo que haja uma interacção entre o saber veiculado na
comunidade.

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 Junto da Direcção da Escola e do Conselho da Escola, identificar elementos na
comunidade que possam garantir a abordagem de alguns conteúdos que não sejam do
seu domínio, no PEA.
 Garantir que o saber veiculado pela escola seja usado em benefício da própria
comunidade, seja através do aprendizado dos alunos, ou através de palestras que
possam ser organizados pela escola ou na comunidade com a participação desta.

Caso não seja possível a ida dos membros da comunidade à escola para apoiarem na
leccionação dos conteúdos locais, o professor poderá organizar os alunos em pequenos grupos
elevá-los ao encontro da comunidade.

Relativamente aos conteúdos da história local e outros passíveis de serem relatados, os


professores elaboram um guião de entrevistas e fazem o levantamento da informação junto
dos líderes locais, ou pessoas identificadas como sendo idóneas, na comunidade.

2.8.3. O Papel do aluno

Ao aluno cabe-lhe o papel activo e criativo na aprendizagem e no desenvolvimento de


competências básicas para a vida, veiculadas através da escola e da comunidade e a aplicação
desses conhecimentos na vida prática, para o combate à pobreza individual, familiar e social.

Dependendo da sua experiência, o aluno pode apoiar os grupos de professores que trabalham
nas comunidades na recolha de informação sobre o Currículo Local.

2.8.4. O Papel da comunidade

A comunidade é representada pelo país e encarregados de educação, profissionais de diversas


áreas, líderes locais, médicos tradicionais, congregações religiosas, organizações
comunitárias, ONG, s, etc.

À comunidade cabe-lhe o fornecimento de informação relevante a ser abordada na escola,


bem como apoiar na transmissão de determinados conhecimentos/experiências, no que se
refere aos saberes locais.

As estratégias que podem ser usadas pelas escolas para o envolvimento da comunidade em
actividades do Currículo Local são diversificadas. Como exemplo apresentamos as seguintes:

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 Remeter à comunidade todos os problemas e as necessidades da escola;
 Procurar junto à comunidade as soluções para colmatar as dificuldades existentes;
 O envolvimento dos membros da comunidade nos trabalhos do Currículo Local é feito
de forma rotativa, portanto, alternam entre si;
 Para o desenvolvimento de um trabalho harmonioso, a escola juntamente com o
Conselho da Escola e as pessoas identificadas para apoiarem os trabalhos do currículo
local, planificam o dia e o local em que cada um deles deve intervir, podendo fazer
uma escala.

2.8.5. O Papel das Instituições, Organizações Comunitárias, Empresas

As instituições, organizações comunitárias e empresas são representadas pelos profissionais


de diferentes áreas que podem apoiar a implementação do currículo local nas escolas.

Às instituições cabe-lhes o fornecimento de informação relevante a ser abordada na escola, o


apoio na abordagem de algumas matérias do seu domínio, o apoio material para uma melhor
execução de actividades programadas.

Conclusão

Ao fim do trabalho, pode-se concluir que a pesquisa realizada ampliou o conhecimento a


respeito da planificação educacional e a planificação escolar.
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Percebe-se que a planificação educacional é o de maior abrangência, correspondendo ao
planeamento que é feito em nível geral do país. Incorpora e reflecte as grandes politicas
educacionais que visam melhorar o sistema educacional. Dessa forma o Ministério da
Educação e Desenvolvimento Humano introduziu o Currículo Local que é uma componente
do currículo nacional correspondente a 20% do tempo previsto para leccionação de cada
disciplina. Esta componente é constituída por conteúdos definidos localmente como sendo
relevantes, para integração da criança na sua comunidade.

Este trabalho foi muito importante para o aperfeiçoamento de competências de investigação,


selecção e organização de informações académicas.

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Bibliografia

ALVARENGA Ivaldina Jesus Almada, A planificação docente e o sucesso do processo


ensino aprendizagem, Lisboa 2011

Agostinho, A., Nhantumbo. (2004) Manual de Apoio ao Professor Sugestões Para


Abordagem do Currículo Local: Uma Alternativa para a Redução da Vulnerabilidade. Porto
Editoras, Portugal

AGOSTINHO. F (2006). Planificação: Novos papeis, novos modelos: planificação em


projetos. Porto: Edições ASA.

GALEÃO, Miguel. (1996.). Currículo Funcionais. Vol 2: elementos para desenvolvimento e


aplicação. Lisboa

CASTIANO, D. B (2005). A importância da planificação do processo ensino-aprendizagem.


Porto: Porto Editora.

Piletti, C. (2001). Didáctica Geral. (23ª Ed). São Paulo: Ática

INDE. Plano curricular do ensino básico. INDE. Moçambique. 2003

SAVIANE, M. (2002) Planejamento o educacional; Concepções e fundamentos: Editora


express. Mina Gerais, Brasil

LIBÂNEO, José Carlos.  Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4ª ed. Goiânia:
Editora alternativa. 2001

BRITO, Carlos. Aprender a Ensinar. Colecção educação hoje, texto editora, 4ª edição. 1998

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