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Objectivos do trabalho
Objectivos específicos:
O método de pesquisa utilizada neste trabalho foi a revisão bibliográfica, realizando-se uma
busca no site Google Académico, Biblioteca Digital de diversas universidades e em livros da
área especifica de conhecimento sobre a evolução da psicologia.
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Evolução do objecto de estudo da psicologia
A sua origem remonta ao séc. V a.C., altura em que Platão e Aristóteles se viam às voltas com
muitos dos problemas que ocupam hoje os Psicólogos. O estabelecimento formal desta ciência
deu-se em 1879, em Leipzig na Alemanha, com o laboratório de Psicologia Experimental de
Wundt (Helmholtz, 1866).
Porem todos nós somos de alguma forma influenciados pelo conhecimento ou trabalho de
psicólogo.
Helmholtz (1866), afirma que, “a psicologia de Wundt recorreu aos métodos experimentais
das ciências naturais, particularmente às técnicas usadas pelos fisiologistas” (p.78). Wundt
adaptou esses métodos científicos de investigação aos objetivos da nova psicologia e passou a
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estudar o seu objeto da mesma maneira como os cientistas físicos estudavam o seu. Assim, o
espírito da época no campo da fisiologia e da filosofia ajudou a moldar tanto o objeto de
estudo da nova psicologia como os seus métodos de investigação.
De acordo com Furumoto (1989), “o objecto de estudo, para Wundt, está na consciência e
para estuda-la ele utilizou os métodos experimentais das ciências naturais” (p.143). Ele
adaptou muitas técnicas empregadas pelos fisiologistas para progredir com sua investigação
da nova psicologia.
É importante destacarmos que Wundt pensava que a consciência incluía várias partes
diferentes e podia ser estudada pela análise ou redução. A consciência, para ele, não era
estática e tão pouco se conectavam de forma passiva; A consciência era ativa e organizava seu
próprio conteúdo. Logo, “o estudo separado dos elementos, do conteúdo ou da estrutura da
consciência proporcionaria apenas o ponto inicial para a compreensão dos processos
psicológicos” (SCHULTZ, 2016, p. 71).
A experiência imediata de olhar para a flor, contudo, não está no objeto em si, mas na
experiência de uma coisa vermelha. Assim, para Wundt, a experiência imediata não sofre o
viés de interpretações como descrever a experiência da cor vermelha da flor em termos do
próprio objeto – a flor. Do mesmo modo, quando descrevemos nossa sensação de desconforto
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por causa de uma dor de dente, relatamos a nossa experiência imediata. Entretanto, se simples
mente disséssemos: “Estou com dor de dente”, estaríamos voltados para a experiência mediata.
Petrovsky (1980), acrescenta dizendo que,a inovação de Wundt foi a aplicação do controle
experimental preciso às condições da introspecção. Alguns críticos, no entanto, se
preocupavam com a possibilidade de a contínua exposição a esse tipo de auto-observação
levar os alunos à loucura.
Dewey (1900) afirma, “Wundt definiu os problemas da psicologia experimental nos primeiros
anos do laboratório de Leipzig e, por alguns anos, as questões com que a nova psicologia
experimental se preocupou foram as determinadas pelo trabalho feito em Leipzig” (p.124).
E, o que é mais importante, as extensas pesquisas ali realizadas demonstraram ser possível
uma ciência psicológica com base experimental, e a obra de Wundt e seus alunos constituiu os
alicerces da nova ciência.
Wundt acreditava que a psicologia deveria dedicar-se de início a problemas de pesquisa já
investigados e reduzidos a alguma espécie de forma empírica e quantitativa. De modo geral,
ele não se ocupou de novas áreas de pesquisas, estando voltado para a ampliação e o
desenvolvimento formal das pesquisas em andamento (Adelino, 1993).
Quase todo o trabalho produzido em seu laboratório foi publicado nos Studien. Na verdade,
essa revista continha poucas pesquisas que não tivessem sido realizadas em Leipzig ou pelos
alunos de Wundt, logo depois de o deixarem e tão pouco tempo depois que o seu trabalho
ainda trazia a marca do mestre. Mais de cem estudos foram feitos nos primeiros vinte anos de
existência do laboratório.
2. Comportamentalista
De acordo Bumhain (1968):
O movimento comportamentalista é originário da psicologia, e foi fundado pelo
psicólogo John B. Watson, que defendia, entre outras coisas, que o comportamento
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nada mais é do que a resposta do organismo a um estímulo externo, ou seja, do meio
no qual o indivíduo convive. Esta interação entre meio e ser humano ocasiona reações
e respostas, fazendo com que os comportamentos mudem a depender das situações
(p.143).
Para Dewey (1900), “os pilares básicos do comportamentalismo de Watson eram simples,
directos e ousados” (p.105). […] “Ele desejava uma psicologia objectiva, uma ciência do
comportamento que só lidasse com atos comportamentais observáveis, passíveis de descrição
objetiva em termos de estimulo e resposta” (p.108).
“Os interesses de Watson lançaram luz sobre aquilo que ele queria descartar. Para ser uma
ciência objetiva, a psicologia do comportamento tinha de rejeitar todos os conceitos e termos
mentalistas”( Helmholtz, 1866, p.173).
Palavras como imagem, mente e consciência - herança dos dias da filosofia mental não tinham
sentido para uma ciência como essa. Watson era de particular veemência na sua rejeição do
conceito de consciência. Para ele, a consciência “nunca foi sentida, tocada, cheirada, provada
ou movida. É uma simples suposição tão improvável quanto o velho conceito de mente”
(Watson e McDougall, 1929, p. 14). Por conseguinte, a técnica da introspecção, que supunha
a existência de processos conscientes, era irrelevante.
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Os reflexos condicionados são respostas aprendidas aos estímulos. Ele enfatizou a
necessidade de observação com objetivo de estudar o comportamento humano e
animal. Até o surgimento desta escola, psicólogos se concentravam apenas no estudo
do comportamento humano e não havia espaço para estudo do comportamento animal.
Watson salientou o papel do ambiente e estímulos na formação do comportamento
(p.72).
Ele declarou que poderia fazer qualquer coisa de uma criança – um mendigo, advogado,
cientista ou criminoso.
O ataque dos gestaltistas à posição elementarista de Wundt foi simultânea, se bem que
independente, ao movimento comportamentalista nos Estados Unidos. Ambas as escolas de
pensamento começaram se opondo às mesmas ideias, mas chegariam a se opor uma à outra.
Havia entre elas claras diferenças (Kõhler, 1947).
De acordo Kõhler (1947) “os psicólogos da Gestalt aceitavam o valor da consciência, mas
criticavam a tentativa de analisá-la em elementos; os comportamentalistas se recusavam até a
reconhecer a existência da consciência para a psicologia” (p.147). Os psicólogos da Gestalt
referiam-se à abordagem wundtiana (tal como a compreendiam) como a psicologia do “tijolo
e argamassa”, querendo dizer com isso que os elementos (os tijolos) eram mantidos juntos
pela argamassa do processo de associação. Eles afirmavam que, quando olhamos para fora de
uma janela, vemos imediatamente as árvores e o céu, e não pretensos elementos sensoriais,
como brilhos e matizes, que possam constituir a nossa percepção das árvores e do céu.
Tal como ocorre com todos os movimentos, as idéias do protesto gestaltista têm seus
antecedentes históricos. A base dessa posição, seu foco na unidade da percepção, pode ser
encontrada na obra do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804). Esse homem eminente,
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que nunca se aventurou a se afastar mais de noventa quilômetros de sua terra natal, dominou o
pensamento filosófico por mais de uma geração. Embora menos ampla do que a sua
contribuição à filosofia, a que ele deu à psicologia tem importância.
Kant influenciou a psicologia graças à sua ênfase na unidade de um acto preceptivo. Ele
afirmava que, quando percebemos o que denominamos objetos, deparamos com estados
mentais que poderiam parecer compostos de pedaços de fragmentos; esses são os elementos
sensoriais de que os empiristas e associacionistas britânicos se ocupavam, (Kõhler, 1947).
De acordo com Cattell (1928), o movimento formal conhecido como psicologia da Gestalt
surgiu de uma pesquisa feita em 1910 por Max Wertheimer. Durante as férias, quando viajava
num trem, Wertheimer teve a idéia de fazer uma experiência sobre a visão do movimento
quando nenhum movimento real tinha ocorrido. Abandonando prontamente seus alunos de
férias, ele desceu do trem em Frankfurt, comprou um estroboscópio de brinquedo, e verificou
a idéia que lhe ocorrera, de modo preliminar, num quarto de hotel.
Mais tarde, fez pesquisas mais formais na Universidade de Frankfurt, que lhe forneceu um
taquistoscópio. Dois outros jovens psicólogos, Kurt Koffka e Wolfgang Kõhler, que tinham
sido alunos da Universidade de Berlim, também estavam em Frankfurt. Logo depois, eles se
engajaram numa cruzada comum.
“Wertheimer acreditava que o fenômeno que verificara em seu laboratório era, à sua maneira,
tão elementar quanto uma sensação, embora diferisse evidentemente de uma sensação ou
mesmo de uma sucessão de sensações” (Kõhler, 1947, p.157).
Wertheimer deu ao fenômeno um nome adequado à sua natureza peculiar: fenômeno phi. Sua
resposta era tão simples e engenhosa quanto a experiência de verificação: o movimento
aparente não precisava de explicação; ele existia tal como era percebido, não podendo ser
reduzido a nada mais simples (Kõhler, 1947).
Ela não está interessada em decifrar as questões filosóficas que semelhante fórmula poderia
sugerir.
4. Psicanálise
Psicologia foi concentrando-se principalmente sobre a psique humana normal, até a chegada
de Sigmund Freud (1856-1939), que fundou a Escola de Psicanálise. Esta teoria surgiu a partir
da história clínica dos doentes mentais.
Freud (1895), desenvolveu sua teoria baseada na motivação inconsciente. Ele inclui diferentes
conceitos como comportamento consciente, subconsciente e inconsciente, estrutura da psique,
a repressão, a catarse, o desenvolvimento psicossexual da criança, libido, análise de sonhos,
etc., que ajudam a analisar o comportamento humano integral, especialmente do ponto de
vista do entendimento do comportamento anormal.
O termo psicanálise e o nome Sigmund Freud são reconhecidos em todo o mundo. Outras
figuras proeminentes na história da psicologia, como Fechner, Wundt e Titchener, são pouco
conhecidas fora dos círculos profissionais de psicologia, mas Freud continua a ter uma
fenomenal popularidade entre o público leigo. Mais de quarenta anos depois da morte de
Freud, a revista Newsweek observou que suas ideias se tornaram tão penetrantes que “seria
difícil imaginar o pensamento do século XX sem ele” (30 de novembro de 1981). Concorde
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mos ou não com suas teorias, não se pode negar o impacto de sua obra. Ele é um dos
membros do pequeno grupo de indivíduos que foram fundamentais na história da civilização
ao modificarem a maneira como pensamos a nosso próprio respeito.
Em termos cronológicos, a psicanálise se entrecruza com as outras escolas de pensa mento
psicológico de que nos ocupamos. Consideremos a situação em 1895, ano em que Freud
publicou seu primeiro livro, marcando o começo formal do seu novo movimento. Naquele
ano, Wundt tinha sessenta e três anos (Petrovsky, 1980).
A psicanálise não se ocupava das áreas tradicionais da psicologia, em especial porque a
preocupação delas é oferecer terapia a pessoas com distúrbios emocionais. Desde o começo, a
psicanálise era separada e distinta do pensamento psicológico principal em termos de
objetivos, objeto de estudo e métodos (Petrovsky, 1980).
No decorrer do século XIX, havia duas principais escolas de pensamento em psiquiatria — a
somática e a psíquica. A escola somática afirmava que o comportamento anormal tem causas
físicas, como lesões cerebrais, subestimulação dos nervos ou nervos demasiado contraí dos. A
escola psíquica recorria a explicações mentais ou psicológicas.
De modo geral, a psiquiatria oitocentista foi dominada pela escola somática, uma concepção
que recebera considerável apoio, no século precedente, de Immanuel Kant, que zombava da
ideia de que emoções pudessem causar doenças mentais. “A psicanálise se desenvolveu como
um aspecto da revolta contra essa orientação somática” (Freud, 1895).
5. Cognitivismo
Segundo Schultz (2016)A Teoria cognitiva surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de
1950 e 1960 como uma forma de crítica ao Comportamentalismo, que postulava, em linhas
gerais, a aprendizagem como resultado do condicionamento de indivíduos quando expostos a
uma situação de estímulo e resposta.
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Jean Piaget (1896-1980) centraliza sua explicação para o desenvolvimento cognitivo nas fases
de desenvolvimento da criança. Para ele, o desenvolvimento cognitivo ocorre em uma série de
estágios sequenciais e qualitativamente diferentes, através das quais vai sendo construída a
estrutura cognitiva seguinte, mais complexa e abrangente que a anterior. Nesse sentido a
teoria piagetiana considera a inteligência como resultado de uma adaptação biológica, aonde o
organismo procura o equilíbrio entre assimilação e acomodação para organizar o pensamento
6. Humanistas
“A Psicologia Humanista surgiu na década de 50 e ganhou força nos anos 60 e 70, como uma
reação às idéias de análise apenas do comportamento, defendida pelo Behaviorismo e do
enfoque no inconsciente e seu determinismo, defendido pela Psicanálise” (Schultz, 2016,
p.102).
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Conclusão
A fim do trabalho pode concluir-se que o objecto de estudo da psicologia tem sido largamente
discutido por vários cientistas e divergem de corrente para corrente mas há consenso em que a
psicologia tal como outras ciências tem o homem no centro da sua analise. O objecto de
estudo da psicologia são os comportamentos e os processos mentais. O comportamento, em
sentido estrito, significa toda a actividade que pode ser observada, que é acessível aos nossos
sentidos. Vários psicólogos contemporâneos afirmam que os processos mentais podem ser
estudados mediantes a observação de alterações no comportamento em situações especificas.
A partir de alterações comportamentais inferem que também ocorrem mudanças nos
processos mentais.
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Bibliografia
Bumhain, J. (1968). Sobre as origens do behaviorismo. São Paulo: Atlas.
Jackson, M., & Sechrest, L. (1962). Early recoliections in four neurotic diagnostic
categories.fournal of Individual Psychology, 18, 52-56.
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