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O método de pesquisa utilizada neste trabalho foi a revisão bibliográfica, realizando-se uma
busca no site Google Académico, Biblioteca Digital de diversas universidades e em livros da
área especifica de conhecimento sobre metodologia científica.
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1. Iniciação científica na formação dos universitários
Assim, segundo esses autores, a Iniciação Científica contribui para uma ação integrada e
multidisciplinar na medida em que pode haver uma integração entre profissionais, docente e
estudantes de diferentes áreas do conhecimento, em torno de projetos de pesquisas que
exigem o rompimento de barreiras, além de permitir a produção de conhecimentos
comprometidos com o avanço das ciências e articulados aos problemas sociais e que afetem a
população.
No conhecimento científico, o pensar deve ser sistemático, verificando uma hipótese (ou
conjunto de hipóteses), atribuindo o rigor na utilização de métodos científicos. Dessa forma, o
trabalho científico configura-se na produção elaborada a partir de questões específicas de
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estudo. De acordo com o especialista Galliano (1986, p. 26), “ao analisar um fato,
conhecimento científico não apenas trata de explicá-lo, mas também busca descobrir suas
relações com outros fatos e explicá-los”.
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mera cópia e do repasse de conhecimentos já existentes, é através da pesquisa que se constrói
novos conhecimentos, aprimorando a capacidade de interpretação e elaboração de um
trabalho de conclusão de curso em sua área de formação. Descobrindo-se a verdade sobre
determinados fatos e buscar-se soluções para a resolução contribuindo assim para o
crescimento das várias ciências, bem como o desenvolvimento da conduta humana. Nas
palavras de Ximenes (2000, P. 328), o acadêmico é “aquele que aprende”, tal afirmativa nos
leva a refletir sobre a importância da elaboração de trabalhos científicos, papel esse
fundamental das universidades de incentivar e proporcionar condições favoráveis ao
desenvolvimento de pesquisa, despertando a capacidade de senso critico, de questionar e não
apenas aceitar os fatos como são impostos pela sociedade.
Nas universidades, os estudantes passam a ter contato com o mundo científico de uma
maneira clara e direta. A necessidade de produção de uma monografia ou artigo científico é
quase obrigatória aos estudantes. Contudo, muitos dos mesmos encontram inúmeras
dificuldades na hora de produzir um trabalho, tais empecilhos vão desde a elaboração do tema
até a conclusão final dos resultados obtidos. O baixo rendimento dos estudantes no
entendimento e na escrita acadêmica deve-se a alguns fenômenos pré-universitários como, por
exemplo, a baixa qualidade na formação dos novos discentes, a falta de curiosidade e
questionamentos para a exploração das áreas de conhecimento e a própria defasagem no
conhecimento para a construção de projetos propostos pela instituição.
Metodologia Científica é Ministrada na maioria das vezes nos primeiros semestres nos
cursos de graduação, tem como função auxiliar os estudantes na construção de trabalhos
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acadêmicos dos mais variados tipos, pois os fazem compreender desde aspectos estruturais
dos trabalhos (formatação e normalização) aos conteúdos abordados em cada seção dos
mesmos, pois o não conhecimento deste arsenal científico pode trazer complicações para todo
um sistema, por conta de ser uma disciplina que trabalha com os novos estudantes ou seja, os
futuros pesquisadores.
O saber acadêmico amparado pela metodologia e suas regras faz o estudante pensar, criar e
entender a pesquisa. E pela pesquisa que se consegue impregnar a conexão entre técnicas e
conhecimentos de forma criativa, e fazer da criatividade a base de desenvolvimento da
educação universitária em sua plenitude. Uma Universidade destituída de emulações criativas
limita-se à condição de mera repetidora daquilo que outros centros já elaboraram.
(BORNHEIM, 1993).
Leitura na universidade
A habilidade de leitura representa uma maneira de proporcionar ao acadêmico universitário
um meio para sua evolução no conhecimento, sendo que os estudantes que possuem
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dificuldades em leitura consequentemente terão dificuldades com os distintos conteúdos que
possui o currículo acadêmico. Todavia, a função da leitura no universo universitário está
relacionada às necessidades de natureza intelectual, estética e de auto-atualização. Para tanto,
o estudante que tem boa maturidade enquanto leitor também apresentará interesse próprio
sobre algum assunto, além de prazer em ler (OLIVEIRA; SANTOS, 2004).
1º PASSO: Delimitar a unidade de leitura (seleção) - O primeiro passo a ser tomado pelo
leitor é o estabelecimento da unidade de leitura, que é o setor do texto que forma uma
totalidade de sentido. Podemos considerar um capítulo, uma seção ou qualquer outra
subdivisão. Ou seja, o autor se atém apenas a parte do conteúdo que lhe interessa.
2º PASSO: Identificar o tema do texto - Esse passo nos indica que precisamos fazer as
seguintes perguntas ao texto: do que trata o texto? qual seria o seu foco principal (assunto em
torno do qual as informações se organizam)? qual o grau de conhecimento que tenho sobre
esse tema: alto (que me permita avaliar o que dito no texto a ser lido), médio (posso obter
informações ainda ignoradas) ou baixo (em que é difícil julgar a qualidade das informações
oferecidas pelo texto?).
4º PASSO: Elaborar uma síntese do texto - Nesse passo, será exigido que o leitor faça uma
seleção e uma organização dos elementos mais importantes do texto, estabelecendo um
critério de relevância (o que é mais importante? o que é menos importante?).
5º PASSO: Organizar as próprias ideias com relação aos elementos relevantes - Nesse ponto,
é preciso um posicionamento do leitor que decorrerá da avaliação do que foi dito com base
nos critérios que se resolveu adotar para a elaboração da síntese. É importante verificar os
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conhecimentos prévios que se já possui sobre o tema. Com base nesses conhecimentos, adota-
se uma posição em relação às novas informações: concorda com elas? discorda delas? por
quê?
7º PASSO: Elaborar hipóteses explicativas para fundamentar sua análise das questões
tematizadas no texto - O leitor deve procurar uma explicação para a razão de elas serem o que
são. A elaboração das hipóteses explicativas para o conjunto de informações obtidas pela
leitura do texto vai além do que foi dito pelo autor e permite que se construa um novo
conhecimento acerca da questão tematizada. Estamos, pois, diante da conclusão do processo
de leitura e construção de sentido do texto, isto é, a apropriação do texto lido pelo leitor.
Todos esses passos sugeridos para a garantia de uma boa leitura podem ser sintetizados nos
cinco elementos que todo leitor deve identificar num texto. Ei-los:
i) TEMA – ideia central ou assunto tratado pelo autor, o fenômeno que se discute no
decorrer do texto;
ii) PROBLEMA – aquilo que “provocou” o autor, isto é, pode ser visto como o
questionamento de motivação do autor;
iii) TESE: a ideia de afirmação do autor a respeito do assunto. O que o autor fala sobre
esse tema? Que posição assume, que ideia defende? O que quer demonstrar?
iv) OBJETIVO – a finalidade que o autor busca atingir. O objetivo pode estar implícito ou
explícito no texto;
v) IDEIAS CENTRAIS – ideias principais do texto. A cada parágrafo podemos
selecionar ideias centrais ou secundárias.
Para Lakatos e Marconi (2001, p. 23), “analisar é, [...], decompor um todo em suas partes, a
fim de poder efetuar um estudo mais completo. Porém, o mais importante não é reproduzir a
estrutura do plano, mas indicar os tipos de relações existentes entre as idéias expostas.
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Analisar significa decompor um texto em partes para facilitar sua interpretação.
De acordo Santos (2001, p. 26), a análise “se prende ao fim ou objetivo a que se destina o
estudo; desenvolve-se pela explicação, descrição, avaliação”.
Andrade (2006, p. 23, grifo nosso) aponta para três tipos de análise:
Análise textual - leitura que tem por objetivo uma visão global, assinalando: estilo,
vocabulário, fatos, doutrinas, época, autor, ou seja, um levantamento dos elementos
importantes do texto. Nessa etapa, é preciso que o leitor busque esclarecimentos para
melhor compreensão do texto: a) dados a respeito do autor do texto (busca que
fornecerá elementos úteis para uma elucidação das ideias expostas no texto); b) estudo
do vocabulário (levantamento dos conceitos e dos termos fundamentais para a
compreensão do texto); c) esquematização do texto (que permitirá apresentar uma
visão do conjunto da unidade); e d) resumo do texto com as ideias mais relevantes.
Análise temática – apreensão de conteúdo ou tema, isto é, identificação da idéia
central e das secundárias, processos de raciocínio, tipos de argumentação, problemas,
enfim, um do pensamento do autor. É aqui que fazemos uma série de perguntas ao
texto, como: de que fala o texto? como o texto está problematizado? qual dificuldade
deve ser resolvida? qual problema a ser solucionado? como o autor responde à
dificuldade, ao problema levantado? que ideias paralelas (secundárias) são
apresentadas ao tema central?
Análise interpretativa – demonstração dos tipos de relações entre as idéias do autor
em razão do contexto científico e filosófico de diferentes épocas; análise crítica ou
avaliação; discussão e julgamento do conteúdo do texto. Nessa etapa, que é a mais
difícil e delicada, o leitor deve: a) situar o texto no contexto da vida e da obra do autor,
assim como no contexto da cultura de sua especialidade, tanto do ponto de vista
histórico, quando do ponto de vista teórico; b) associar as ideias do autor com outras
ideias relacionadas à mesma temática; c) exercer uma atitude crítica diante das
posições do autor em termos de validade dos argumentos empregados, originalidade
do tratamento dado ao problema que está sendo discutido, profundidade da análise do
tema, alcance de suas conclusões e consequências e apreciação e juízo pessoal das
ideias defendidas. Essa estratégia é também chamada de leitura crítica; d)
problematização: trata-se da discussão do texto; é o levantamento e debate de questões
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explícitas ou implícitas no texto; e e) síntese pessoal: é a reelaboração da mensagem
com base na reflexão pessoal.
Além destes três tipos de análise Severino (apud LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 28)
apresenta a problematização e a síntese pessoal:
a) aprender a ler e a selecionar o mais importante dentro do que está sendo lido;
b) reconhecer a organização e estrutura do material bibliográfico;
c) interpretar o texto, acostumando-se com as idéias, estilos e vocabulários;
d) alcançar níveis mais profundos de compreensão;
e) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário;
f) estar apto a distinguir fatos, hipóteses e problemas;
g) encontrar as idéias principais e as secundárias;
h) entender como as idéias se relacionam;
i) identificar as conclusões e as bases que as fundamentam.
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Conclusão
Neste trabalho abordou-se a importância da Metodologia de Investigação Científica para o
estudante no contexto e concluiu-se que Metodologia Científica é um conhecimento que o
estudante necessita ter para adquirir o hábito de estudar, ler e escrever, pois, o mesmo precisa
de aprender pesquisar e fazer seus próprios trabalhos. As regras e passos metodológicos que
são ensinados na universidade visam, portanto, a inserção do estudante no mundo acadêmico-
científico desenvolvendo nele hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto
pela leitura e o espírito crítico maduro e responsável. A disciplina de Metodologia
Investigação Científica ajuda os estudantes na experiência de sentirem-se cidadãos, livres e
responsáveis e os auxilia a administrar suas emoções, a exercitar o bom senso e a enfrentar
desafios na conquista de suas metas.
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Referência bibliográfica
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2ª. ed. São Paulo:
Ediouro, 2000.
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4ª. ed.
São Paulo: Atlas, 1999.
PAULINO, Graça et al. Tipos de texto, modos de leitura. Belo Horizonte: Formato, 2001.
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