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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema do Trabalho:

Generalidade da psicologia;

Factores individuais Envolvidos na Pratica do Desporto

Factores Contextuais envolvidos na Pratica.

Nome e Código do Estudante:

Carmónio Luis Matsinhe-708205593

Curso:

Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto


Disciplina:

Psicologia desportiva

Ano de Frequência:

4º Ano

Beira, Abril, 2023

Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância

Tema do Trabalho:

Generalidade da psicologia;
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Categorias Indices padrões classificação

Pontuação Nota subtotal


maxima do
tutor
Capa 0.5
Indice 0.5
Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura organizacionais
Discusão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5

Contextualização 1.0
(Indicação clara do
problema)
Descrição dos 1.0
Introdução objectivos
Metodologia 2.0
adequada ao objecto
do trabalho
Articulação e 2.0
domínio do discurso
Conteúdo académico (expressão
escrita cuidada,
coerência /coesão
Análise e textual)
discusão Revisão bibliográfica 2.0
nacional e
internacionais
relevantes na área de
estudo.
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
paragrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª Rigor e coerência das 4.0
Bibliográficas edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução........................................................................................................................1

2. Referencial teórico...........................................................................................................2

2.1. Psicologia geral........................................................................................................2

2.2. Factores individuais Envolvidos na Pratica do Desporto.........................................2

2.2.1. Motivação Geral................................................................................................2

2.2.1.1. Tipos de motivação...........................................................................................4

2.2.1.1.1. Intrínseca e extrínseca...................................................................................4

2.2.1.1.2. Impulso e atração...........................................................................................6

2.2.1.1.3. Instintos e pulsões.........................................................................................7

2.3. Factores Contextuais envolvidos na Pratica.............................................................7

2.3.1. Dinâmica e coesão............................................................................................7

2.3.1.1. Principais factores que afeta a coesão no desporto.......................................8

2.3.2. Relação Treinador/Atleta..................................................................................8

2.3.2.1. Melhoria da capacidade de comunicação do treinador...............................10

2.3.3. Competição e Cooperação..............................................................................11

2.3.4. Liderança e Comunicação...............................................................................12

2.3.5. Psicologia Ecológica.......................................................................................14

3. Conclusões.....................................................................................................................15

4. Referencias Bibliográficas.............................................................................................16
1. Introdução

A importância social do desporto e o seu potencial económico levam muitos jovens a


envolver-se em processos de treino com metas ambiciosas. Tornar-se famoso e profissional,
com sucesso desportivo e financeiro, é uma atração para os praticantes, pais e treinadores.
Mesmo nas famílias da média e alta burguesia que tradicionalmente aspiravam a que os
seus filhos se formassem nas universidades, agora colocam o desporto como primeira
alternativa de vida. Desde que surja o sucesso social e económico.

Cria-se, assim, uma atmosfera em volta do jovem que o leva a sentir-se obrigado a
corresponder aos objetivos e aspirações que, antes de serem seus, são dos adultos
importantes para si. Por isso, cada competição torna-se um exame de máxima importância.
Tem de demonstrar aos outros e a si próprio que possui capacidades para percorrer o difícil
caminho do sucesso que dará sentido à sua vida.

O envolvimento num projeto desportivo é um processo complexo com componentes


diversas que interagem e que devem estar em harmonia. Os aspectos mais profundos da
vivência do desportista, o modo como ele perceciona o envolvimento social e as estratégias
que favorecem a adaptação ao processo constituem um sistema permanentemente dinâmico.
O treinador deve estar atento à sua evolução e contribuir para o seu equilíbrio.

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2. Referencial teórico
2.1. Psicologia geral

Psicologia geral é uma subdisciplina da psicologia. Seu nome se deve ao fato de se dedicar
ao estudo das funções mentais comuns a todos os seres humanos - ao contrário de outras
subdisciplinas, como a psicologia da personalidade. uma área importante da psicologa geral
é a psicologia cognitiva.

2.2. Factores individuais Envolvidos na Pratica do Desporto

Quando fala-se de Factores Individuais Envolvidos na Prática do Desporto, destaca-se


como o mais complexo e com uma ampla área de estudo a ser abordada, ou seja, as pessoas
que compõem e interagem no ambiente organizacional no desenvolvimento de suas tarefas.
Uma vez influenciados por inúmeros fatores como sentimentos, emoções, tristezas, alegrias
e estresse entre outros, o indivíduo atuam e reage de diferentes maneiras de forma que pode
acarretar insatisfações, críticas como também curiosidade em entender e explicar o motivo
de tal comportamento.

Actividades desportivas atualmente vem sendo direcionadas para jovens e, ganha intensa
expansão. Segundo (Weinberg; Gould, 2001) o desporto polarizou-se no mundo com cerca
de aproximadamente 25 milhões de crianças envolvidas na prática desportiva pelo menos
uma modalidade desportiva. Todavia, o ato de praticar desporto em distintas modalidades
exige de crianças e adolescentes um alto desenvolvimento de suas funções, qualidades e
estados psíquicos para permanência no processo de preparação e competição desportiva.

2.2.1. Motivação Geral

A motivação é um dos conceitos mais utilizados no desporto (Chantal et al., 1996). A


importância da motivação parece dever-se ao facto de, quaisquer que sejam os níveis de
performance de um atleta, baixos níveis de motivação repercutirem alguma problemática
associada ao rendimento (Lázaro, et al., s.d.).

A motivação é a insistência em caminhar em direção a um objetivo, isto é, a mobilização de


uma energia e a orientação dessa mesma para um fim (Chauvier, 1989; Singer, 1977).
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Existem vários fatores que influenciam o rendimento, sendo os que têm maior destaque a
motivação (intrínseca e extrínseca), a autoestima, a autoconfiança, a ansiedade e a
agressividade (Pujals & Vieira, 2002).

As teorias da motivação conceptualizam o comportamento em função de duas dimensões: a


direção e a intensidade (Thill, et al., 1989). A direção corresponde à orientação seletiva do
comportamento para um objetivo, podendo este ser material ou um certo nível atingir
(Thill, et al., 1989). A intensidade refere-se à quantidade de energia investida no
comportamento (Thill, et al., 1989). Esta vertente da motivação é importante no sentido de
ajudar a elaborar estratégias de motivação para manter ou elevar o nível de entrega dos
atletas às suas tarefas (Thill, et al., 1989).

Maggil (1984, cit. in Paim, 2004) refere que a motivação está associada à palavra motivo,
podendo este ser definido como uma força interior, impulso, intenção, que determina a ação
de um indivíduo. Assim sendo, para compreender a motivação é necessário investigar os
motivos que influenciaram um dado indivíduo a ter aquele comportamento, uma vez que
todo o comportamento é motivado, isto é, é impulsionado por motivos (Paim, 2004).

De forma geral, os motivos considerados como mais importantes para o envolvimento na


prática desportiva são (Cruz, et al., 1995): o desenvolvimento de competências; as
necessidades de afiliação; a realização/ estatuto; a excitação/desafio; a forma física; a
descarga de energias; e a atmosfera de equipa/amizade.

Passer (1981, cit. in Paim, 2004) categorizou os motivos para a prática desportiva da
seguinte forma:

 Afiliação: inclui motivos como estar com os colegas, encontrar novos colegas,
receber o reconhecimento por parte dos colegas, gostar do espírito de equipa ou
pertencer a uma equipa;
 Desenvolver habilidades: agrupa motivos como melhorar as habilidades, aprender
novas habilidades, ir para um nível superior;
 Excitação e desafios: incorpora gostar do estímulo, apreciar a ação, gostar de
competir, gostar de desafios;

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 Sucesso e status: inclui motivos como gostar de vencer, querer ser notícia através
dos meios de comunicação, fazer o que é bom, gostar de ganhar status social;
 Aptidão: engloba motivos como querer ficar em forma, gostar de fazer exercícios,
querer ser fisicamente apto;
 Libertação de energia: apresenta motivos como querer aliviar a tensão e, ao
mesmo tempo, querer ganhar energia.

Por outro lado, as razões mais frequentemente relatadas para justificar o abandono da
prática desportiva têm sido o excesso de ênfase na vitória ou na competição; o conflito de
interesses; o stress e a pressão competitiva; a falta de tempo de jogo; e problemas de
relação interpessoal com os treinadores (Cruz, et al., 1995).

São vários os motivos que se interligam. Por um lado aqueles referentes à própria prática
desportiva e, por outro, aspetos que ultrapassam o próprio desporto (Martins, 2002). A
diversidade de motivos que influenciam os atletas são formados muitas vezes por
acontecimentos passados e próximos, atuando de variadíssima forma (Martins, 2002). Os
motivos que influenciam beneficamente um atleta para uma boa performance modificam-se
dia a dia, jogo a jogo, época para época (Martins, 2002). As razões pelas quais um atleta
atua numa modalidade são extremamente variáveis e não são suscetíveis de se reduzirem a
conceitos rígidos (Martins, 2002). Não só são diferentes as razões de cada atleta para
ingressar numa equipa, como também os motivos que o fazem atuar durante toda a época
(Martins, 2002).

2.2.1.1. Tipos de motivação


2.2.1.1.1. Intrínseca e extrínseca

Existem duas dimensões quanto às fontes de motivação – a intrínseca e a extrínseca. A


intrínseca refere-se aos motivos internos e não está dependente dos objetivos externos ou
seja, importam os motivos que se relacionam com a própria prática e com os sentimentos
que ela provoca (Chantal et al., 1996). Geralmente as pessoas que se regem por motivos
intrínsecos para a prática desportiva fazem-no porque gostam de ser competentes e gostam
da própria competição (Lázaro, et al., s.d.). Este tipo de motivação refere-se ao prazer que a
prática desportiva proporciona ao sujeito (Calmeiro & Matos, 2004). Em relação à

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motivação extrínseca, esta caracteriza-se por ser uma fonte de motivação proveniente de
outras pessoas, sob a forma de reforços externos positivos ou negativos, como as
recompensas monetárias e o prestígio (Chantal et al., 1996; Lázaro, et al., s.d.). As pessoas
orientadas extrinsecamente para a prática desportiva fazem-no para demonstrar habilidades
e para se evidenciarem socialmente (Lázaro, et al., s.d.).

Vasconcelos-Raposo (2002) chama a atenção que este conceito culturalmente tem uma
particularidade relativista, uma vez que os motivos diferem de lugar para lugar, entre
sistemas sócioculturais e ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Assim sendo, pode-se
referir que os motivos dos atletas diferem de situação para situação, de acordo com o nível
de aprendizagem em que se situam (Lázaro, et al., s.d.).

Numa equipa, parece ser consensual que os atletas têm necessidade de demonstrar as suas
competências. Afinal de contas, são estas que muitas vezes distingue os convocados e os
não convocados. Os atletas orientam-se para os contextos em que se sentem competentes,
para demonstrarem essa competência e obter sucesso (Fonseca & Maia, 2000). No entanto,
o sucesso varia de significado de atleta para atleta. Para uns significa ser melhor do que os
restantes. Para outros ser melhor do que antes (Fonseca & Maia, 2000). Neste sentido, é
importante entender e compreender o conceito de sucesso de cada atleta, procurando que
sejam definidos objetivos comuns em função da equipa (Fonseca & Maia, 2000).

Ames (1992) expõe que a promoção de um clima motivacional deve ser orientado para a
mestria, em vez de ser orientado para o rendimento, para desta forma, promover o prazer e
divertimento, e aumentar a motivação intrínseca dos sujeitos.

A promoção de um clima motivacional, tendo por base conceitos como a mestria e a


melhoria contínua, promove a aprendizagem, as estratégias adaptativas de aprendizagem, as
competências sociais, as relações interpessoais e a autoestima (Cruz, 1996).

Um outro conceito a ter em conta na motivação é o das atribuições; as causas que os atletas
associam aos acontecimentos que percecionam ou realizam (Fonseca & Maia, 2000). As
causas que os atletas dão para os seus resultados, quer positivos quer negativos,
influenciam os seus sentimentos e a sua motivação para desempenhos futuros (Fonseca &

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Maia, 2000). Assim, quando um atleta atribui o seu insucesso à falta de capacidade, torna-
se desmotivante e o insucesso parece ter uma ligação a longo prazo (Fonseca & Maia,
2000). Já quando um atleta atribui o mesmo insucesso à utilização de estratégias erradas é
motivacionalmente mais adaptativo (Fonseca & Maia, 2000).

As causas que os atletas atribuem para o seu sucesso desportivo são muito importantes.
Geralmente, os atletas atribuem como causas mais importantes para o sucesso desportivo a
motivação, o esforço e a competência (Lázaro, et al., s.d.). No que diz respeito aos fatores
externos, os atletas tendem a minimizá-los (Lázaro, et al., s.d.).

2.2.1.1.2. Impulso e atração

A motivação pode ser analisada a partir de duas perspectivas diferentes: como impulso e
como atração. Ver o processo motivacional como impulso significa dizer que instintos e
pulsões são as forças propulsoras da ação. Assim, necessidades internas geram no indivíduo
uma tensão que exige ser resolvida. Exemplo desse tipo de motivação é a fome: a
necessidade de alimento gera a fome que exige uma resolução através do comer. Apesar de
importantes teorias da motivação, como a de Freud e a de Hull, basearem-se nessa
perspectiva e de ela explicar muitos fenômenos do comportamento, suas limitações são
patentes: a fome em si, para manter-se o exemplo, não determina se o indivíduo vai
escolher comer arroz com feijão ou carne; outras forças estão em jogo aí: o ambiente. E
outras formas de comportamento mais complexas, como o jejum ou ainda o desejo de
aprender, entre tantos outros, não se deixa explicar simplesmente pela resolução de tensões
internas. No caso do aprendizado, por exemplo, o objetivo se encontra num estado futuro,
em que o indivíduo possui determinado saber. Esse estado final como que atrai o indivíduo
- a motivação como atração, como força que puxa, atrai. Não se pode negar que ambas as
perspectivas se complementam e ajudam a explicar a complexidade do comportamento
humano; no entanto, devido às suas limitações para esclarecer comportamentos mais
complexos, grande parte da pesquisa científica atual se desenvolve no âmbito da motivação
como atração.

Uma compreensão da motivação como força atratora não pode deixar de levar em conta as
preferências individuais, uma vez que diferentes pessoas veem diferentes objetivos como
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mais ou menos desejáveis. Um mesmo objetivo pode ser buscado por diferentes pessoas por
diferentes razões: uma deseja mostrar seu desempenho, outra anseia ter influência sobre
outras pessoas (poder), etc. A essas preferências relativamente estáveis no tempo dá-se o
nome de motivos.

2.2.1.1.3. Instintos e pulsões

Como se viu acima, as primeiras teorias da motivação consideram a ação humana como
movida por forças interiores que desencadeiam reações automáticas (instintos) ou que
geram uma tensão interna que precisa ser descarregada (pulsões). Em psicologia as teorias
sobre os instintos, como a de McDougall, têm sobretudo um significado histórico. Essa
teoria é sobretudo interessante por sugerir uma ligação entre instintos, emoções e
motivação.

Provavelmente a teoria das pulsões mais conhecida e mais influente é a teoria psicanalítica
de Sigmund Freud. Segundo ela o ser humano possui duas pulsões básicas, eros (pulsão de
vida, sexual) e tânatos (pulsão de morte, agressiva). Essas pulsões, originadas da estrutura
biológica do homem, são a fonte de toda a energia psíquica; essa energia se concentra no
indivíduo, gerando tensão e exigindo ser descarregada. Com a função de dirigir o
descarregamento dessa energia, o aparelho psíquico é dotado de três estruturas (id, ego e
super ego) que regulam esse descarregamento de acordo com diferentes leis, de forma que
diferentes tipos de comportamento podem servir à mesma função de descarregar a tensão
gerada por essas duas pulsões básicas.

2.3. Factores Contextuais envolvidos na Pratica

Factores contextuais compõem um dos essenciais elementos que impulsionam o sujeito à


acção. Como um dos factores impulsionador a coesão é caracterizada como um processo
dinâmico que tem como finalidade favorecer a união para o alcance de suas metas e
satisfação das necessidades afetivas. No entanto, alguns fatores podem interferir no
ambiente e no desempenho de uma equipa, como o estilo de liderança do treinador, visto
que um bom líder desportivo pode oferecer um bom suporte aos seus atletas, fornecendo

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estratégias e recursos para o desenvolvimento da coesão de grupo e para o alcance das
metas da equipa.

2.3.1. Dinâmica e coesão

Grupo é diferente de equipa. Grupo é um apanhado de pessoas que podem ou não ter um
objetivo em comum. Os membros de um grupo ou de uma equipa podem tanto gostar como
se sentir atraídos por outros membros. De uma forma geral os mesmos podem compartilhar
alguns objetivos comuns. Portanto, há algumas características semelhantes entre membros
de grupos e de equipas. O mesmo apresentam características próprias essenciais entre um
grupo de ndivíduos e uma equipa é a interação e interdependência entre seus elementos,
especialmente no que diz respeito a objetivos comuns e compartilhados. Ou seja, membros
de equipas devem depender e apoiar uns aos outros na busca de metas comuns. Entretanto
tornar-se uma equipa é na verdade um processo evolutivo de amadurecimento, que
necessita de coesão.

De acordo com o modelo conceitual de coesão no desporto, quanto maior o nível de


desempenho de uma equipa, mais autocrático é o estilo do treinador e maior é a coesão para
a tarefa dos atletas.

2.3.1.1. Principais factores que afeta a coesão no desporto


 Fatores ambientais: o factor ambiental referência às forças normativas que sustenta
aos membros de uma equipa. Refere-se a todo as condições que a cada atleta tem
em relação a sua participação na equipa.
 Fatores pessoais: evidencia as alterações e variações às caraterísticas individuais
dos membros do grupo. Por sua vez este factor é descriminado em três razões
primárias: motivação de tarefa, motivação de inscrição e Auto-motivação.
 Fatores de liderança: refere-se ao estilo e conduta de liderança que exibe os
profissionais, os relacionamentos que estes estabelecem com seus grupos.
 Fatores de equipa: Referem-se a caraterísticas de tarefas de grupo, normas de
produtividade de grupo, desejo de sucesso do grupo e estabilidade da equipa.

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2.3.2. Relação Treinador/Atleta

Segundo Cruz & Antunes (1996), o desporto envolve a presença constante de vários
intervenientes, pode dizer-se que implica necessariamente interações sociais ou processos
de grupo, que ao nível da competição assumem um caráter intergrupal e interpessoal. A
relação treinador-atleta assume especial relevância no sucesso desportivo do treinador já
que os laços e relações existentes no grupo condicionam todas as ações em que estão
envolvidos.

Aliás, Mumford e Gergley (2005) referem mesmo que treinar consiste, acima de tudo, em
influenciar e aproximar as pessoas num clima de relações interpessoais. Montiel (1997)
reforça a ideia referindo que o treinador é um gestor de recursos humanos, não podendo por
isso desvalorizar as relações humanas e o ambiente em que trabalha o seu grupo de
jogadores.

De acordo com janssen e Dale (2002) é necessário apoiar os atletas não só no campo, mas
também na sua vida, motivando-os. Aliás, para estes autores, o sucesso do treinador é
avaliado não só pelas suas vitórias mas também pela qualidade das relações com os atletas,
sendo importante fazer sentir-lhes que são a prioridade, evitando ser o alvo das atenções. A
este respeito, Araújo (2000) refere que o treinador deve procurar servir os jogadores, sendo
essa uma regra fundamental para o sucesso.

A influencia do treinador sobre o atleta ultrapassa claramente o contexto desportivo,


embora muitos dos treinadores não tenham esta perceção realista (Cruz e Gomes, 1996).
Para muitos atletas a palavra, treinador, é sinónimo de líder, professor, amigo, conselheiro,
etc, enquanto para outros sentimentos como o conflito, frustração, ressentimento, raiva,
entre outros. Assim, de uma forma geral, pode dizer-se que quanto melhor for a relação
treinador-atleta, maior será a perceção de competência, autonomia, relação, e
consequentemente a motivação intrínseca de ambos (Decie e Ryan, 1985, citados por
Palmeira, 2003).

Convém salientar que segundo Montiel (1997) os treinadores, ex-jogadores de futebol, pela
experiência acumulada bem como pelo prestígio e fama que gozam, apresentam à partida

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maior facilidade na relação com os atletas. No entanto, não devem descurar a sua formação
complementar especialmente ao nível técnico. Por outro lado, os treinadores que não foram
atletas de alto nível devem procurar suprimir estas lacunas de relacionamento e
identificação através do estudo das determinantes da relação treinador-jogador (Montiel,
1997).

Segundo Motiel (1997) a desvalorização dos fatores psicológicos é, na maioria dos casos,
provocada pela interpretação da relação do treinador com os seus atletas como uma questão
de feitio e jeito pessoal. Neste sentido, também Henschen (1998) adverte para a pouca
relevância atribuída pela maioria dos treinadores às competências psicológicas no decorrer
da competição, em detrimento das competências técnicas, esquecendo-se que a obtenção de
uma elevada performance desportiva está sempre relacionada com os aspetos psicológicos.

2.3.2.1. Melhoria da capacidade de comunicação do treinador

Para aprimorar a comunicação os treinadores devem reconhecer que os atletas são uma das
fontes mais importantes de aprendizagem e desenvolvimento da capacidade instrucional do
treinador. São os atletas que fazem o treinador, propiciam a experiência e lhe dão a matéria
para refletir e aperfeiçoar a sua prática. A melhoria da capacidade instrucional, o resultado
de um esforço individual, de atualização de conhecimentos, de preparação cuidadosa, de
monitoração e de reflexão sobre o treino e a competição, mas o treinador ficará sempre
limitado se permanecer fechado em si próprio (GRAÇA, 2005).

Tendo como referência Weinberg e Gould (2001) e Passadori (2003), Samulski e Lopes
(2009) descrevem as seguintes diretrizes para os treinadores desenvolverem uma
comunicação efetiva:

 Transmita as razões pelas quais espera (ou não espera) certos comportamentos de
seus atletas;
 Use um estilo de comunicação que seja mais adequado com sua personalidade e sua
metodologia de ensino. Não tente copiar o estilo de comunicação de outro professor
apenas porque ele comunica bem;

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 Aprenda a tornar-se mais empático, colocando-se no lugar de seus atletas.
Demonstre preocupação por eles e procure entendê-los;
 Comunique de forma positiva, o que inclui o uso de elogios, encorajamento, apoio e
reforço positivo;
 Retribua sempre o cumprimento dos atletas;
 Seja consistente ao administrar disciplina;
 Seja sincero e coerente;
 Fale de maneira clara e objetiva: a) organizando as suas ideias antes de falar com os
atletas; b) explicando tudo detalhadamente, mas sem fazer monólogos longos e
cansativos; e c) usando uma linguagem que os jogadores compreendam;
 Diga em alto e bom tom e repita suas recomendações;
 Escute atenta e ativamente os atletas;
 Lembre-se de não julgar um orador pela aparência ou reputação;
 “escute com seus olhos”, observando a linguagem do corpo;
 Demonstre respeito e consideração;
 Formule perguntas para estimular os atletas a expressarem as suas ideias e
sentimentos;
 Crie condições favoráveis para que o atleta se sinta à vontade na sua presença e para
que a comunicação flua livremente.

2.3.3. Competição e Cooperação

Cooperação, aparentemente, lembra-nos do pronome comunal “nós”, ao passo que


competição, lembra-nos do pronome de primeira pessoa, “eu”. Tanto a “cooperação”
quanto a competição possuem um conjunto de crenças e regras que determinam o modo
como são apresentados e como instituem formas de vida, isto é, como ganham textura
subjetiva e como passam a determinar comportamentos, estilos e práticas sociais (RELIU,
1997).

Para o desporto o conceito de cooperação transfigura para relações de respeito mútuo, tendo
uma postura de tolerância com a convivência e as diferenças, tendo assim, um processo de

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negociação constante. Para existir cooperação deve haver objetivos comuns, atividades e
ações conjuntas e organizadas proporcionando vantagens para todos, reconhecendo assim
que o ser humano depende (de certa forma) dos outros para competir (RELIU, 1997).

Já em relação à competitividade há uma disposição para lutar por satisfação ao se fazer


comparações com algum padrão de superioridade na presença de avaliadores (Martens,
1976). Basicamente, Martens considera competitividade um comportamento voltado à
realização em um contexto competitivo, com a avaliação social como componente chave. É
importante observar uma orientação de conquista específica à situação: algumas pessoas
altamente orientadas à conquista em uma situação (p. ex. desportos competitivos) não o são
em outras situações (p. ex. aula de física). A definição de Martens de competitividade é
limitada a situações em que a pessoa é avaliada ou tem potencial para ser avaliada por
especialistas. Entretanto, muitas pessoas competem consigo mesmas (p. ex. tentando
superar seu próprio tempo de corrida do dia anterior) mesmo quando ninguém está
avaliando seu desempenho (RELIU, 1997).

O nível de motivação para a realização revelaria a auto competição, enquanto o nível de


competitividade influenciaria o comportamento em situações avaliadas socialmente. Gill e
Deeter tentaram definir mais claramente o termo, desenvolvendo primeiro o questionário de
Orientação Esportiva (Sport Orientation Questionaire – SOQ) para fornecer uma medida
confiável e válida de competitividade (1988). Usando o SOQ, Gill e Deeter encontraram
três tipos de orientações competitivas, as quais representam diferentes resultados subjetivos
de uma situação competitiva. Competitividade é o prazer de competir, e é o desejo de lutar
por sucesso em situações esportivas competitivas.

Uma pessoa competitiva simplesmente ama competir e busca situações competitivas.


Orientação à vitória é o foco na comparação interpessoal e na vitória da competição. É mais
importante superar outros competidores do que melhorar os próprios padrões. Orientação
ao objetivo é o foco nos padrões de desempenho pessoal. O objetivo é o de melhorar o
próprio desempenho, e não o de vencer a competição. A orientação competitiva de uma
pessoa afeta a forma como ela percebe a situação competitiva (RELIU, 1997).

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2.3.4. Liderança e Comunicação

A função de um treinador não é apenas transmitir ao grupo o conhecimento que tem sobre o
desporto. Os atletas correspondem às propostas pedagógicas e desportivas dos técnicos, e
isso estimula o desenvolvimento de habilidades e destrezas.

Contudo, um treinador não tem o poder apenas por uma questão hierárquica. Sendo assim,
ele pode aumentar a influência e a abrangência de suas palavras se conseguir cumprir os
seguintes itens:

 Desenvolver canais de comunicação constante com os atletas


 Administrar recompensas e punições de forma coerente
 Transformar-se em um exemplo a se imitar e admirar
 Demonstrar autoconfiança e experiência
 Cuidar de sua apresentação e da imagem

A comunicação efetiva é um ingrediente chave para se conseguir passar ensinamentos e


treinamentos satisfatórios, sobretudo em esportes de alta competitividade.

Os treinadores que exercem bem sua liderança são os que se comunicam corretamente ao
instruir e ao corrigir um erro. Por conta disso, algo passado com educação quase sempre
tem mais abrangência e eficácia que uma informação aos gritos e de forma destemperada.

Uma efetiva comunicação é fundamental para conduzir a liderança de uma equipe. Um


líder efetivo deve manter sempre abertos os canais de comunicação com o grupo, sejam
crianças, jovens ou atletas formados. O poder legítimo é dado aos treinadores quando o
atleta sente que é um direito do comandante dizer o que deve ou não ser feito.

Os treinadores são líderes que procuram que cada participante tenha o máximo de
oportunidade para alcançar o sucesso, assim como garantir que os êxitos individuais
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ajudem a equipe a conseguir o seu próprio objetivo. Por consequência, a função do
treinador é a de um líder que dirige os destinos de sua equipe até os objetivos estabelecidos
dentro de uma instituição, clube ou escola.

O desporto e o treinamento para a vida têm uma natureza fundamentalmente interpessoal.


Portanto, cada treinador que trabalha com esporte tem que ter atitude firme de líder para
conseguir que os atletas possam obter seus objetivos.

No trabalho com o desporto de iniciação é fundamental e necessário que haja um


comandante que estabeleça as metas comuns, clarifique o caminho, os métodos que se
devem seguir, atribua as tarefas correspondentes para cada um dos membros da equipe e os
motive.

2.3.5. Psicologia Ecológica

A psicologia ecológica dedica-se ao estudo das mudanças no comportamento da pessoa


analisar o processo de desenvolvimento do corpo, mente e corpo, em seu relacionamento e
interação com o meio ambiente e para o ambiente, tanto físico como social. Família,
amigos, escola, alimentação, hábitos de saúde, trabalho, cultura, tradições, instituições,
economia, qualidade ambiental ou relações sociais entre outros, são fatores que estimulam e
intervêm na formação de valores, habilidades, hábitos, estados comportamentais ou
emocionais, e, em combinação com características genéticas e constitucionais de cada, têm
uma influência decisiva no nosso desenvolvimento e evolução vital, nosso comportamento,
quem somos, como nós. Incidem encontrar, em nosso estado de saúde física e mental.

Psicologia Ecológica de no âmbito desportivo tem sido um impulsionar para perceber como
o comportamento e as experiências dos atletas e treinadores estão relacionados com os seus
ambientes do cotidiano.

Se expõe às unidades Eco comportamentais que correspondem a padrões estáveis de


comportamento que ocorrem em tempo e espaços determinados. Os acontecimentos da vida
diária são fenômenos da vida real, tais como eles acontecem em condições de vida

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“natural” (utiliza-se aqui o termo “natural” para diferenciar daquelas condições mais ou
menos artificiais, as quais são geradas ou manipuladas pelo experimentador).

Psicologia Ecológica é caracterizada como trabalhos que são relacionados e orientados


quase que exclusivamente à escola. A nível desportivo relaciona-se ao processo de treino
desportivo. O conceito de Behavior Setting arca interesse para compreender as relações
pessoa-ambiente, se tornando indispensável para a análise da atuação das pessoas nos
ambientes socialmente organizados do cotidiano. Ainda procura incluir o ambiente social e
o ambiente físico, quando se manifesta o comportamento.

3. Conclusões

A importância que o desporto assume para o praticante e o consequente impacto que tem na
sua vida, decorre do significado pessoal que lhe é atribuído. O modo como o atleta estrutura
a sua relação com o desporto é muito influenciada pela influência dos fatores sociais, de
que se destacam a família, os amigos e o treinador.

Há estratégias e técnicas que permitem promover uma adaptação psicológica positiva às


exigências do projeto desportivo. O treinador, quer na relação que estabelece com o
praticante, quer na preparação específica que pode desenvolver, tem um papel fundamental
na adaptação psicológica do atleta.

A ação especializada do psicólogo do desporto pode dar um contributo relevante no modo


como o atleta se estrutura psicologicamente e como aprende e treina competências
psicológicas essenciais ao seu desempenho e equilíbrio.

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4. Referencias Bibliográficas

Müsseler, J. & Prinz, W. (Hrsg.) (2002). Allgemeine Psychologie. Heidelberg: Spektrum.

Weinberg,R; Gould, D. (2010). Fundamentos de Psicologia do Esporte e do Exercício.

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Contextos.

BERGER, B., Pargman, D. & Weinberg, R. (2002). Foundations of Exercise Psychology.


Fitness Information Technology.

CALMEIRO, L.; Matos, M. (2004). Psicologia do exercício e da saúde. Visão e Contextos.

DAVIS C, Katzman DK, Kaptein S, Kirsh C, Brewer H, Olmsted MP, et al. The prevalence
of hyperactivity in the eating disorders: etiological implications. Compr Psychiatry
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DAVIS C. Eating disorders and hyperactivity: a psychobiological perspective. Can J


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SINGER, R.; Hausenblas, H.; Janelle, C. (2001). Handbook of Sport Psychology. John
Wiley & Sons. USA.

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Manual do Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto; Psicologia do Desporto;
Universidade Católica de Moçambique; Centro de Ensino à Distância.

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