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Licenciatura em Direito
3º Ano
Licenciatura em Direito
3º Ano
Tutores:
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1
3. CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 6
O presente pesquisa com o tema “Filosofia de Direito em Moçambique”. Dentro da abordagem deste
tema falaremos da importância da Filosofia de Direito em Moçambique e a sua finalidade. “Filosofia”
é uma palavra de origem grega, de philos (amizade, amor) e sophia (ciência, sabedoria). Surgiu em
virtude de uma categoria atribuída a Pitágoras, que negava o título de sophos ou simplesmente
sábio.
O grande matemático e pensador não se tinha na conta de sábio, capaz de resolver todos os
problemas do universo e de colocar-se tranquilamente diante deles preferia ser apenas um "amigo
da sabedoria". "Filósofo", portanto, etimologicamente falando, não é o senhor absoluto de todo
verdade, mas apenas um fiel amigo do saber (Cretella, 2021).
Os Direito provem do latim “directum” que significa direcção, ou seja é um conjunto de normas
jurídicas impostas por um órgão estadual competente que regulam a vida em sociedade. Assim
sendo a filosofia do Direito é um ramo do direito que resulta da conexão entre o direito e a Filosofia.
Em termos conceptuais podemos assumir a Filosofia do Direito como parte da ciência jurídica
consagrada ao estudo crítico do direito, seus princípios, fim social, causa e efeitos, desde épocas
remotas. É uma filosofia em si aplicada ao Direito. Existe, indiscutivelmente, ao longo do tempo, um
fenómeno jurídico que vem se desenrolando, através de inúmeras vicissitudes e controversas,
apresentando aspectos diferentes de ano para ano. O Direito que hoje estudamos não é, por certo, o
Direito que existia no mundo romano, ou o seguido pelos babilónicos, no tempo do rei Hamurabi
(BOSON, 1996).
Miguel REALE sustenta que o Direito é realidade universal. Onde quer que exista o homem, aí existe
o Direito como expressão de vida e de convivência. É exactamente por ser o Direito fenómeno
universal que é ele susceptível de indagação filosófica. A filosofia não pode cuidar senão daquilo que
tenha sentido de universalidade. Esta é a razão pela qual se faz Filosofia da vida, Filosofia do Direito,
Filosofia da história ou Filosofia da arte. Falar em vida humana é falar também em Direito, daí se
evidenciando os títulos existenciais de uma Filosofia Jurídica.
1.1. Problema
Filosofia é a ciência dos acontecimentos humanos, dos princípios das coisas de suas causas e dos
seus efeitos e o Direito conjunto de normas que regula a vida em sociedade fragmentado em
diversos ramos, é imprescindível que a filosofia, parece-nos ser lógico que a filosofia assuma uma
posição cimeira em relacção ao Direito já que a mesma não tem fronteira, enquanto o direito estas
associadas as normas jurídicas positivas. Em face desse paradigma surge a seguinte questão:
1.2. Justificativa
A ideia do estudo da Filosofia do Direito, parece ser de crítica da experiência jurídica, no sentido de
determinar as suas condições transcendentais, ou seja, aquelas condições que servem de
fundamento à experiência, tornando-a possível. Portanto é muito importante abordar de forma clara
o tema de modo a compreender a necessidade do estudo da filosofia do Direito e por conseguinte
dissipar toda e qualquer duvida que possa advir da relacção entre essas duas áreas do saber.
1.3. Objectivos
Para Cantelo (2015), os objectivos definem o que se pretende alcançar com a pesquisa e, por meio
deles, se estabelece o tipo e a natureza do trabalho, os métodos a serem empregados, as obras e os
documentos do estudado. A característica marcante será o uso dos verbos no infinitivo.
De acordo com Oliveira (1999) a Filosofia do Direito é uma meditação mais profunda a respeito do
Direito, que investiga sua natureza, sua justificação e sua finalidade. Examina as primeiras causas e os
supremos princípios do fenómeno jurídico, envolvendo sua natureza, o porquê, o para que, o donde
e o para onde de sua existência.
De acordo com Menezes (1975), é importante para um claro entendimento da Filosofia do Direito
que se procure fixar a distinção inicial entre as duas ordens de conhecimento: o estudo do sistema
normativo verificável no processo de convivência humana e o estudo dos sistemas ideológicos que se
constituíram para explicar esse processo. A distinção entre o exame do fenómeno do direito como
conjunto de normas e o exame dos sistemas lógicos que foram elaborados no curso do pensamento
dos filósofos e juristas.
Para Litrento (1976), a Filosofia do Direito não pode nem deve ser considerada uma disciplina jurídica
porque é mais do que isso: é a própria Filosofia aplicada ao Direito. Para este autor se o termo
Filosofia significa amizade ou amor pela sabedoria, Filosofia do Direito quer dizer amizade ou amor
pela sabedoria jurídica. Assim sendo para ser estudada, exige conhecimento prévio dos grandes
temas que, já durante milénios, vêm sendo abordados pelo que existe ou existiu de melhor no
pensamento humano. Compreende, deste modo, a Filosofia, a procura da razão de ser do homem e
da vida, quando tornada Filosofia do Direito, exige a compreensão do fenómeno jurídico que
apresenta constantemente o homem, ora como sujeito activo ou passivo, diante do objecto jurídico
e do Estado, ora como a personificação do próprio Estado.
Conforme afirma Litrento (1976), com ausência do Direito não pode haver sociedade, entretanto, o
mecanismo processual objectivo, despido de sua essencial significação de justiça, inaugura a
insegurança e provoca a revolta. A Filosofia do Direito inicia-se, precisamente, com a descoberta
entre o justo natural e o justo legal.
A Filosofia do Direito estuda e averigua a vida humana, como uma necessidade fundamental do
espírito humano, os códigos e a legislação vigente, sem descartar toda admirável herança do
passado, toda uma tradição de pesquisa e meditação filosófico-jurídica, possibilitando a comparação
sempre presente entre o bem e o mal, e os corolários do necessário e desnecessário, o certo e o
errado, o justo e o injusto, o poder arbitrário e o poder consentido, são possíveis (MASCARO, 2002).
Esse substrato, evidencia que o Direito é amplo, não se confinando somente à técnica legal, ou à
realização normativa do bem-estar individual ou colectivo. Evidentemente, a Filosofia do Direito
necessitará do conhecimento pleno dos grandes temas da Filosofia Geral, que a nutre e lhe abre os
caminhos para uma lúcida investigação de uma realidade que não se encontra somente na presença
formal de códigos, de leis, das sentenças e das instituições jurídicas, mas na vida concreta das
pessoas (ALVES, 2004).
A Filosofia do Direito é o campo de investigação filosófica que tem por objecto o Direito com intuito
de obter decisões mais justas. A filosofia de Direito, por meio de reflexões e questionamentos, busca
da verdade real e processual visando aplica-las no mundo jurídico. A título de exemplo, na aplicação
da Lei ou na interpretação da Lei os magistrados e os jusconsolte usam abundantemente a filosofia
para sustentar seus posicionamentos (IBIDEM).
A filosofia deixa então de constituir-se em conhecimento fechado, onde se propaga uma reflexão
abstracta e que procura se bastar a si própria, para voltar-se para a realidade social objectiva.
Recupera, em certo sentido, as suas origens na Grécia Clássica, quando o homem abandonou
progressivamente a explicação dos fenómenos naturais e a legitimação do poder político, como
reflexo do mundo dos deuses mitológicos, substituindo esse paradigma pelo logos, o discurso
racional como forma de formulação do entendimento do cosmos e justificação do Estado e do Direito
(SOARES, 1998).
Chegado ao fim deste trabalho, concluiu-se que a Filosofia de Direito assume grande importância em
Moçambique visto que a definição de Justiça não é simples e pode variar de acordo com as
perspectivas filosófica que a fundamentam. Por exemplo para alguns filósofos a justiça se baseia na
ideia de igualdade, ou seja, cada individuo deve ter acesso as mesmas oportunidades e Direito.
A filosofia também é importante para a interpretação das leis, já que ajuda a estabelecer as regras e
princípios sobre os quais são baseadas. Por exemplo, a filosofia crítica do Direito argumenta que as
leis e o sistema judiciário podem reflectir as desigualdades e injustiças da sociedade em que estão
inseridos e que a mudança social real somente pode ser alcançada por meio de transformação das
estruturas sociais mais amplas.
A filosofia do direito ao ocupar esse lugar crítico serve para desconstruir o paradigma como todo
paradigma necessariamente limitador e excludente, tanto ontológico, como epistemológico e
axiológico, do positivismo jurídico, marca registada da cultura jurídica brasileira durante o último
século. Por essa razão, a filosofia do direito não serve ao direito positivo, mas ao projecto jurídico,
pois o reducionismo, que caracteriza o positivismo jurídico, faz com que nos esqueçamos de que as
questões do direito referem-se, na prática, a questões de direitos que nos obrigam mutuamente e
intersubjetivamente.
A importância da Filosofia do Direito está relacionada às suas perspectivas impostas pelo despertar
da consciência crítica que possibilita estudar os princípios imortais da liberdade e da igualdade
humana actualmente.
A filosofia também ajuda a definir a moralidade, os princípios éticos e morais que orientam o
comportamento humano. A moral é um conceito importante para o Direito, já que muitas leis são
baseadas em valores éticos e morais, como a proibição do assassinato e roubo. A filosofia ética ajuda
a estabelecer os fundamentos desses valores, ajudando a esclarecer o que é certo e o que é errado
em diferentes situações.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITTAR, Eduardo C. B; ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de filosofia do direito. São Paulo: Atlas,
2001.
BOSON, Gerson de Britto Mello. Filosofia do direito: interpretação antropológica. 2. ed. Belo
Horizonte: Del Rey, 1996.
CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de filosofia do direito. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
LITRENTO, Oliveiros. Lições de filosofia do direito. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976.
MASCARO, Alisson Leandro. A Filosofia do direito: dos modernos aos contemporâneos. São Paulo:
Atlas, 2002.
OLIVEIRA, Manoel Cipriano. Noções básicas de filosofia do direito. São Paulo: Iglu, 2001.
SOARES, Orlando. Filosofia geral e filosofia do direito 3. ed. Rio de Janeiro: 1998.