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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Direito

DIREITO E O PENSAMENTO JURÍDICO

1º ano

TEORIA CONTEMPORÂNEA DA INTERPRETAÇÃO

Dercia Ernesto Nhampimbe: 31231653

Xai-Xai, Novembro 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Direito

1º ano

TEORIA CONTEMPORÂNEA DA INTERPRETAÇÃO

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito da UNISCED, na disciplina de
Direito e o Pensamento Jurídico sob forma
de avaliação parcial.

Tutor: José Manuel Júlio Chipile


Dercia Ernesto Nhampimbe: 31231653

Xai-Xai, Novembro,2023

Índice
1.Introdução................................................................................................................................................1

1.1.Objectivos..............................................................................................................................................2

1.1.1.Geral:..................................................................................................................................................2

1.1.2.Especificos:.........................................................................................................................................2

1.2.Metodologia..........................................................................................................................................2

2.Desenvolvimento......................................................................................................................................2

2.2.A linguagem na justiça tradicional e na justiça moderna.......................................................................3

2.3.Diferença entre a tradução e a interpretação.......................................................................................4

3.CONCLUSÃO.............................................................................................................................................5

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................................................................................6
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1.Introdução
O sociólogo poderia também estudar as práticas sociais efectivas na sociedade, seus costumes
fortemente enraizados, e identificar aí o “direito vivo”, por oposição às proposições prescritivas da lei e
para além do comentário das fontes formais feito pela doutrina (é o que sugeriu Ehrlich em famosa
controvérsia com Kelsen sobre qual seria a verdadeira “ciência do direito” – ver AMATO, 2015).

A Teoria das Facetas é um procedimento de pesquisa metateórico. Ela oferece um marco de referência
formal que facilita o desenvolvimento de teorias e o estabelecimento de hipóteses, utiliza métodos que
requerem um mínimo de restrições estatísticas e inter-relaciona sistematicamente delineamento de
pesquisa, colecta de dados e análise estatística. Neste artigo esboçam-se os componentes básicos desta
teoria, ilustra-se a aplicação da análise da estrutura de similaridades – um método frequentemente
empregado no contexto da Teoria das Facetas – e esquematizam-se os diversos papéis que as facetas
desempenham na análise multidimensional. Isto é realizado usando como ilustração exemplos advindos
da pesquisa de motivação e de valores, bem como estudos sobre medo do delito.
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1.1.Objectivos
1.1.1.Geral:
 Demonstrar que o Estado Moderno não é o único agente legitimado a criar legalidade para
enquadrar as formas de relações sociais

1.1.2.Especificos:
 Analisar a Interpretação da norma jurídica de acordo com o direito Moçambicano
 Apresentar as diversas facetas da Teoria da interpretação na actualidade

1.2.Metodologia
O tema abordado possui material disponível tanto na rede mundial de computadores, quanto em
doutrinas encontradas em acervos de bibliotecas e, portanto, a pesquisa se deu de forma
essencialmente bibliográfica, baseado em posicionamentos de autores e profissionais formados na área
do Direito, em que tiveram artigos e outros materiais didácticos publicados.

Desta forma, por ser bibliográfica, a pesquisa jurídica terá como materiais: doutrinas, artigos publicados
na internet, algumas legislações que tratam do caso e que complementam a ideia aqui analisada pelo
tema proposto.

2.Desenvolvimento
2.1.MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA

No decorrer do tempo, foram criados métodos de interpretação como uma maneira de facilitar o
entendimento da norma jurídica e a partir daí, poder aplicá-la correctamente ao caso concreto. Existem
nessa área, várias espécies de interpretação classificadas pelos doutrinadores, as quais podem ser
classificadas:

Quanto aos meios

 Histórica: é aquela muito parecida à busca da vontade do legislador. Aqui tenta-se encontrar o
significado das palavras no contexto de criação da norma, ou seja, para que isso aconteça, recorre-
se aos precedentes normativos e aos trabalhos preparatórios os quais antecedem a aprovação de
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determinada lei. Neste caso, o que é indagado seriam as condições de meio e de momento da
elaboração da norma jurídica, envolvendo, além disso, indagação quanto suas causas pretéritas da
solução dada pelo legislador.
 Teleológica: é a que se diferencia de todos os outros métodos de interpretação, tendo em vista que
a maior preocupação existente no caso seria com o fim a que a norma se dirige.
 Lógica: Aqui o intérprete busca o significado da norma nos fatos e motivos políticos, históricos e
ideológicos que culminaram na sua criação. A mesma desprende-se da lei, transcendendo do
conteúdo meramente escrito, como se buscasse, por meio de um raciocínio lógico, o porquê das
normas.
 Sociológica: Uma norma, dependendo da interpretação que foi adoptada, pode gerar diversos
entendimentos diferentes. Esse processo sociológico conduz à investigação dos efeitos sociais e dos
motivos da lei, verificando o alcance da norma, com a finalidade de fazê-la corresponder às
necessidades atuais e também reais de determinada sociedade.

2.2.A linguagem na justiça tradicional e na justiça moderna


A tradição cultural moçambicana tem desempenhado um papel preponderante na justiça social dentro
das comunidades. A sociedade rural respeita o poder dos régulos (madoda) como autoridade e como
espaço da justiça social. Para além da figura do régulo,a sociedade rural respeita o poder das “pessoas
mais velhas” (anciãos) da aldeia ou da comunidade como conselheiros e orientadores da vida em
sociedade. São estes os juízes que resolvem, em primeira instância, todas as contendas da comunidade.
Muitos casos não chegam até à polícia (esquadra) porque são resolvidos a nível familiar, através da
intervenção dos pais, dos tios e de outros intervenientes tradicionais (régulos e anciãos).

Esta afirmação da Constituição (Moçambique, 2004) cria ambiguidades, pois as leis modernas sempre
estão em contradição com as leis tradicionais. Por exemplo, a noção de “adulto” é contraditória. Como
já mencionado, uma criança de 10 ou 12 anos após a sua participação nos ritos de iniciação é
considerada “adulta” e passa a ser membro da sociedade com direito a voto, à palavra e até a casar –
características que diferem da lei moderna, que considera adulto aquele que tem idade igual ou
superior a 18 (Art. 25,CRM, 2004).
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2.3.Diferença entre a tradução e a interpretação


Inicio esta seção evocando Orlandi, que discute a questão da interpretação de forma mais contundente.
A autora afirma que “o gesto de interpretação, fora da história, não é formulação (é fórmula), não é re-
significado (é rearranjo). Isto não quer dizer que não haja produção de autoria. Há. Mas de outra
qualidade, de outra natureza” (Orlandi, 2012:17).

Na verdade, qualquer interpretação que é feita fora do contexto sociocultural tem maiores chances de
ser erróneo, pois entende-se que o rearranjo é uma obrigação para que a mensagem passe na sua
plenitude.

2.4.Observações, facetas, elementos e sentença estruturadora

Evidentemente, a faceta forma o núcleo deste enfoque meta teórico. Essencialmente, corresponde à
classificação de objectos e observações empíricas (variáveis) em categorias exclusivas e abrangentes
com relação a um aspecto temático distinto estudado pelo pesquisador. Segundo esta especificação,
uma faceta deve cobrir o aspecto temático em questão por completo e inequivocamente.

De modo correspondente, quando se caracterizam os componentes do universo de interesse por n


facetas, cada variável deste universo são descritos por uma combinação de elementos das facetas
consideradas, designada como n-tuple (teoria dos conjuntos) ou structuple (teoria das facetas; ver
Dancer, 1990, p. 369)
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3.CONCLUSÃO
Diante do exposto, podemos dizer que o trabalho racional do aplicador das normas jurídicas é bastante
complexo e se vale de uma série de raciocínios e técnicas de interpretação e que isto se constitui num
elemento fundamental para uma boa aplicação da norma aos casos concretos, uma vez que a
interpretação é a vivificação da norma jurídica.

Para que se obtenha uma boa interpretação da norma se faz necessário que se esclareça seu significado
e mostre sua validade, sendo possível de perceber que os conflitos que surgem na sociedade podem
muito bem serem resolvidos conforme os fins sociais da norma.
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4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. BUENO, Nicolle. Formas de Interpretação do Direito. Disponível em
<https://jus.com.br/artigos/36654/formas-de-interpretacao-do-direito>. Acesso em: 04 de
junho de 2018.
2. BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico: Lições de filosofia do Direito. Compiladas por Nello
Morra;
3. tradução e notas por Márcio Pugliesi, Edson Bini e Carlos E. Rodrigues. Coleção elementos de
Direito, 1996.
4. CARVALHO. Ivan. Interpretação da Norma Jurídica. Disponível em:
<http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/25327-25329-1-PB.htm>. Acesso em: 04
de junho de 2018.
5. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro/volume 1; teoria geral do direito civil /
Maria Helena Diniz. 29. ed. : .São Paulo: Saraiva, 2012.

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