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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Direito

DIREITO ADMINISTRATIVO
2º Ano

O SISTEMA ADMINISTRATIVO MOÇAMBICANO

Dercia Ernesto Nhampimbe

Xai-Xai, Março 2024


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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Direito

2º Ano

O SISTEMA ADMINISTRATIVO MOÇAMBICANO

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Direito da UNISCED, na disciplina
de Direito Administrativo sob forma de
avaliação parcial.
Tutor:

Dercia Ernesto Nhampimbe

Xai-Xai, Março 2024


Índice
1.1 Introdução ..................................................................................................................................... 1
1.2. Objectivos .................................................................................................................................... 2
1.2.1.geral ............................................................................................................................................. 2
1.2.1.1.Objectivos Especifico.............................................................................................................. 2
1.3.Metodologia .................................................................................................................................. 2
2.Desenvolvimento ............................................................................................................................. 3
2.1.Os sistemas Administrativos ......................................................................................................... 3
2.1.1.O sistema Administrativo Moçambicano ................................................................................... 3
2.1.2.Súmula histórica da Administração Pública Moçambicana ....................................................... 3
2.1.3.Fases da Administração Pública Moçambicana ......................................................................... 3
2.1.4.A sujeição da Administração Pública a normas jurídicas diferentes das do Direito Privado..... 5
2.1.6.Os poderes .................................................................................................................................. 5
3.Conclusão ......................................................................................................................................... 6
4.Referencia Bibliográfica .................................................................................................................. 7
1.1 Introdução
O presente trabalho é referente o sistema Administrativo Moçambicano, onde começarei
primeiro por definir os sistemas Administrativos na sua generalidade. De seguida
abordarei sobre a caracterização do sistema administrativo moçambicano, a súmula
histórica da administração pública moçambicana que é acompanhada de três fases, e por
fim debruçarei sobre a sujeição da Administração Pública a normas jurídicas diferentes
das do Direito privado.
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1.2. Objectivos
1.2.1.geral
Contextualizar o sistema Administrativo Moçambicano

1.2.1.1.Objectivos Especifico
 Explicar como é caracterizado o sistema Administrativo Moçambicano;

 Descrever a súmula histórica da Administração Pública e as suas três fases que a


compõe;
 Descrever a sujeição da Administração Pública a normas jurídicas diferentes das do
Direito Privado.

1.3.Metodologia

Para o alcance do objectivos propostos, será necessário o uso da pesquisa bibliográfica,


tendo uma abordagem qualitativa, pois, esta abordagem tem a capacidade de explicar e
descrever o sistema Administrativo Moçambicano de uma forma clara e concisa.
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2.Desenvolvimento
2.1.Os sistemas Administrativos

Generalidades

O sistema Administrativo é um modo jurídico típico de organização, funcionamento e


controlo da Administração Pública.

Existem três tipos de sistemas administrativos: o sistema tradicional; o sistema tipo


britânico (ou de administração judiciária) e o sistema tipo francês (ou de administração
executiva).

2.1.1.O sistema Administrativo Moçambicano

O sistema Administrativo Moçambicano é caracterizado por ser um sistema fortemente


executivo, ou de contencioso administrativo. Foi inicialmente influenciado pelo Direito
colonial português, recebido em 1975 pela constituição ao referir no seu artigo 71 queː
A legislação anterior no que não for contrário a constituição mantém-se em vigor até
que seja modificada ou revigorada.

2.1.2.Súmula histórica da Administração Pública Moçambicana

A Administração Pública Moçambicana sofreu grande influência do sistema português


por razoes sobejamente conhecidas.

Assim que o estado moçambicano nasceu a 25 de Junho de 1975, quanto ao sistema


normativo não houve um corte imediato tendo a Constituição da Republica Popular de
Moçambique admitido, no seu arti. 71, a aplicabilidade da legislação colonial desde que
esta não fosse contraria aos princípios estruturados do novo estado.

2.1.3.Fases da Administração Pública Moçambicana

A Administração pública moçambicana é constituída por três fasesː

A primeira fase (1975 ˗ 1983) caracterizada pela proclamação da independência


nacional a 25 de junho de 1975, que marca a entrada em vigor da Constituição, na qual
optou-se por um modelo de administração pública socialista baseada nos princípios de
centralização e concentração de poderes, apoiado num único partido.
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A segunda fase (1983˗1990), tem o seu embrião no IV congresso da FRELIMO, ano


em que se reconheceu publicamente que o poder estava excessivamente centralizado
tendo se tornado sobre˗dimensio a nível central e muito fraco em nível das províncias,
cidades e distritos.

A terceira fase (1990), esta fase a 2 de Novembro de 1990com a aprovação da nova


Constituição da República. Esta constituição veio exprimir, de forma expressa, o
abandono da centralização e concentração do poder Administrativo numa única pessoa
colectiva pública, o estado; abandona-se o plano central e orienta-se a economia para o
mercado; o estado e o partido são tidos como entidades diferentes; surge o
multipartidarismo; os direitos e liberdades fundamentais são ampliados; há clareza no
regime político e no sistema de governo; a administração pública passa a ser,
claramente, objecto de controlo externo por um tribunal especializado, O tribunal
Administrativo; a administração pública assiste ao processo de privatização, cujo cume
foi a aprovação da Lei n˚159䁞 1, relativa a reestruturação, transformação e
redimensionamento do sector empresarial do estado.

Em 4 de Outubro de 1992, é assinado o acordo geral de paz, em Roma, em Maio do


mesmo ano, o Governo aprovou o programa de reforma dos órgãos locais que visava
reformular o sistema de administração local do estado.

As reformas do procedimento administrativo e do processo administrativo contencioso,


em 2001, contribuíram para facilitar e agilizar as relações contenciosas e não
contenciosas susceptíveis de se estabelecer entre os administrados, utentes dos serviços
públicos e particulares em geral, e as administrações do Estado ao nível central e local e
administrações autárquicas.

Contudo, com a finalidade de concentrar o objecto deste estudo sobre os dois princípios
que constituem as peças chaves do sistema de administração executiva: A sujeição da
Administração Pública a normas jurídicas diferentes das do Direito Privado e A
existência de uma jurisdição administrativa especializada. Nesta óptica, apenas
debruçarei sobre um dos princípios, que é da sujeição da Administração pública a
normas jurídicas diferentes das do Direito Privado .
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2.1.4.A sujeição da Administração Pública a normas jurídicas diferentes das do


Direito Privado

Apesar do facto de constituir, segundo a fórmula de PROSPER WEIL, “um direito


político”cuja existência “ é em alguma medida fruto de um milagre” – o Governo é o
único a deter directamente a força pública – nem por isso, se pode dizer que o Direito
Administrativo seja um direito ao serviço exclusivo do Poder público e da
Administração Pública.

Assim sendo, o Direito Administrativo Moçambicano, ou seja, é um direito que


confere à Administração Pública prerrogativas sem equivalente nas relações privadas e
um sistema que impõe a Administração sujeições mais estritas do que aquelas a que
estão submetidos os particulares .

2.1.5.As prerrogativas da Administração Moçambicana à luz do direito vigente

Um dos princípios estruturante do regime administrativo é de que a Administração deve


ter privilégios e poderes para cumprir eficazmente as suas missões e tarefas de interesse
público, que lhes são atribuídas. As prerrogativas da Administração Moçambicana
podem ser classificadas em duas grandes categorias. Primeiro, a Administração Pública
dispõe de poderes em relação aos particulares; segundo, a Administração Pública
beneficia de protecções especiais que lhes são concedidas, pela ordem jurídica, contra a
acção dos particulares.

2.1.6.Os poderes

A Administração Pública Moçambicana tem poderes de decisão e de execução. Por


outras palavras, o que caracteriza o Direito Administrativo Moçambicano na ordem das
prerrogativas, como, em regra geral, em qualquer outro sistema de administração
executiva, é a faculdade que lhe é conferida de tomar decisões juridicamente
executórias e de garantir a sua execução material.
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3.Conclusão
Como forma de conclusão, vimos que os sistemas administrativos na sua generalidade é
um modo jurídico típico de organização, funcionamento e controlo da administração
pública, e que o sistema administrativo moçambicano é caracterizado por ser um
sistema fortemente executivo, ou contencioso administrativo, onde o mesmo sofreu uma
grande influência do Direito colonial português recebido em 1975, como vimos o
mesmo ocorreu ao longo de três períodos, e também vimos que a sujeição da
Administração Pública a normas jurídicas diferentes da do direito privado, onde o
Governo é o único que detém directamente a força pública.

E por fim vi que o Direito Administrativo Moçambicano é um direito que confere à


Administração Pública prerrogativas sem equivalente nas relações privadas e um
sistema que impõe a Administração sujeições mais estritas do que aquelas a que estão
submetidos os particulares.
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4.Referencia Bibliográfica
AMARAL, Diogo Freitas do. Curso de direito administrativo, Vol 1. Almedina

Centro de estudo Judiciários historias de Moçambique. Textos do prof. Doutor Gilles


Cistac (Docente da faculdade de direito da universidade Eduardo Mondlane)

SILVA, Vasco Perreira da. O contencioso Administrativo no divã da Psicanálise, 2a ed.


Almedina.
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