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Coordenação em Administração
Pública
Introdução ………………………………………………………………………………..3
O conceito de Direito Constitucional……………………………………………………4
As divisões do Direito Constitucional …………………………………………………..4
Conclusão……………………………………………………………………………………9
Referência Bibliografia………………………………………………………………………10
Introdução
– Por um lado, o poder público estadual, que numa sociedade organizada monopoliza os meios
públicos de coerção; e
– Por outro lado, a comunidade de pessoas em nome das quais aquele poder é exercido, estas
carecendo de autonomia e de liberdade frente ao poder público estadual
A explicação do sentido do Direito Constitucional como setor da Ordem Jurídica não vem a ser
unívoca, pois que nele é possível surpreender três elementos, a partir dos quais é viável a busca
dos pilares fundamentais que permitem a respetiva caracterização:
– Um elemento material – que se define pelas matérias que são objeto da regulação levada a
cabo pelo Direito Constitucional, nela se estipulando um sistema de normas e princípios, de
natureza jurídica, que traçam as opções fundamentais do Estado;
O mais profundo conhecimento preliminar do Direito Constitucional – sem ainda ter chegado o
momento do seu estudo pormenorizado – deve ser apoiado pela apreciação dos traços
distintivos que permitem a respetiva singularização no contexto mais vasto do Direito em que o
mesmo se integra. Esta nem sequer é uma observação isenta de escolhos num momento em que
aquele conhecimento é superficial, embora uma breve alusão a essas características decerto
faculta avançar-se um pouco mais na respetiva dilucidação. Várias são as características que
podemos elencar, cada uma delas carecendo de uma explicação breve, iluminando um pouco
mais os meandros do Direito Constitucional:
A observação do Direito Constitucional, para que deste se possa extrair orientações para um
concreto dever-ser no plano estadual, só pode ser bem sucedida quando executada através de
uma atividade científica, que se consubstancia na Ciência do Direito Constitucional21. O objeto
da Ciência do Direito Constitucional é o estudo do Ordenamento Jurídico-Constitucional, com o
propósito de se obter uma resposta quanto a um problema formulado, labor científico que
assume uma dimensão prática. Isso quer dizer que a atividade da Ciência do Direito
Constitucional, sendo hoje inequivocamente dotada de cientificidade, busca soluções com base
num dado ordenamento constitucional concreto, repousando numa certa juridicidade positivada.
A Ciência do Direito Constitucional, tal como a Ciência do Direito em geral, nem sempre se
pautou por uma mesma e perene orientação metodológica, a seu modo refletindo o debate geral
sobre o pensamento científico acerca do Direito.
O CONSTITUCIONALISMO MOÇAMBICANO
Não obstante a centralidade da sua Constituição e o lugar que tem na terceira vaga do
Constitucionalismo de Língua Portuguesa, Moçambique como nação e como território não
surgiram no plano político apenas em 25 de junho de 1975 – data da sua independência – ou em
16 de novembro de 2004 – momento da aprovação da CRM pela Assembleia da República.
Inserindo-se na rota dos Descobrimentos Portugueses da Idade Moderna, é aí que Moçambique
pode mergulhar as suas raízes mais profundas, ou até mesmo indo mais retrospetivamente às
ancestrais culturas moçambicanas que precederam a colonização portuguesa, num mosaico
apreciável de povos e de migrantes.
Moçambique foi descoberto por Vasco da Gama, na sua passagem a caminho da Índia em 1498,
tendo aquele navegador português aportado à Ilha de Moçambique e zonas circundantes98. Mas
desde cedo o território moçambicano assumiria a configuração que tem hoje, como um espaço
único e litorâneo, mas muito vasto longitudinalmente na costa leste da região da África Austral.
A Capitania-Geral de Moçambique só seria constituída em 1752, desanexada do Governo da
Índia, e com a outorga de um estatuto em 176399.
Do ponto de vista sistemático, a garantia da Constituição joga-se na posição que ela exerce de
cume da Ordem Jurídica, tal acarretando uma relação de desconformidade por parte de todos os
restantes atos jurídico-públicos que à mesma desobedeçam, devendo-lhe, ao invés, estrito
acatamento. É esta relação de desconformidade que se designa por inconstitucionalidade, o
mesmo é dizer, a verificação de uma discrepância entre a Constituição.
– Garantias gerais e garantias especiais: as primeiras tendo uma vocação irradiante para toda a
Constituição, ao passo que as outras se limitando a segmentos mais específicos da Ordem
Constitucional;
Claro que essa é uma apreciação que, partindo da leitura e da hermenêutica dos textos
constitucionais, deve ponderar a existência de outros elementos, fornecidos pela prática política
e pelo modo como a aplicação dos comandos constitucionais é vivida pelos protagonistas da
política e dos seus destinatários. Têm aqui grande utilidade as apreciações da Ciência Política,
assim dando uma valiosa colaboração no estudo que o Direito Constitucional vai levar a cabo a
este propósito.
É também de tomar em consideração o facto de nem sempre ser inteiramente fácil enquadrar,
com perfeição, determinado sistema político-constitucional, tal como ele aparece na
estruturação de certo Estado, numa daquelas duas categorias. Não é raro que a realidade dos
sistemas político-constitucionais apareça com elementos contraditórios ou com tendências que
não vão apenas num único sentido, ainda que apontem predominantemente num certo sentido.
A discussão acerca das formas políticas de governo é uma das mais antigas questões do Direito
Constitucional e da Ciência Política, remontando a sua discussão ao tempo da época ateniense,
cujos principais ícones proporiam modalidades puras e degeneradas, tanto em Platão como em
Aristóteles. A evolução posterior dos sistemas políticos determinou que a grande divisão se
tornasse mais simples e separasse as ditaduras das democracias, deixando de fazer sentido
formular juízos morais acerca de algumas das modalidades. Paralelamente, operar-se-ia a
separação do esquema unipessoal do governo da coisa pública com base democrática da forma
política de governo, passando aquele a ingressar no conceito, menos árduo, de forma
institucional de governo, ali se contrapondo a monarquia à república.
Referência Bibliografia
1998
2003