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FAUSTINO MARTINHO
Luanda, 2020
Reprodução interdita
Qualquer reprodução deste manual, total ou parcial, que não tenha sido previamente autori-
zado, pode constituir crime ou infração, puníveis nos termos das legislações aplicáveis.
Nota Prévia
Preliminares
1. Conceitos
2. Critérios de Distinção entre o Direito Público e o Direito Privado
3. O Método da Ciência Política e do Direito Constitucional
4. Tendências Actuais do Direito Constitucional
5. O Ensino do Direito Constitucional em Angola
Parte I
Parte II
Capítulo V – Poder Constituinte
1. O Que é o Poder Constituinte?
2. A Origem da Teoria do Poder Constituinte
3. Titularidade do Poder Constituinte
4. Quem é o Titular do Poder Constituinte
5. Formas e Exercício do Poder Constituinte
6. Poder Constituinte Originário e Derivado
7. Limites do Poder Constituinte
Capítulo VI – Revisão Constitucional
1. Modalidades de revisão Constitucional
2. Limites de revisão Constitucional
3. Limites de revisão na Constituição de Angola
4. A História Constitucional de Angola e as Revisões Constitucionais
5. A Constituição da República de Angola de 2010
6. A Constituição da República de Angola de 2010: IIª ou IIIª República?
Capítulo VII – Controlo e Garantia da Constituição
1. Inconstitucionalidade das Leis
2. Fiscalização da Constituição e da Legalidade
3. Recurso de Inconstitucionalidade
Parte III
Capítulo VIII – Direito Humanos e Liberdades Fundamentais
1. Alguns exemplos de Direito Fundamentais
2. Dimensões dos Direitos Humanos
3. Evolução e Constitucionalidade dos Direitos Fundamentais
4. As várias Gerações dos Direitos Fundamentais
5. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
6. Direitos e Liberdades fundamentais na Constituição Angolana
7. Meios de Proteção dos Direitos Fundamentais
Capítulo IX – Democracia e Direito Eleitoral
1. O Sufrágio, da democracia directa à democracia representativa
2. Os Sistemas Eleitorais
3. Sistema Eleitoral
4. Partidos Políticos
NOTA PRÉVIA
1. Conceitos
1
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade, Fundamentos de metodologia científica, 2003,
pág. 80
2
AMARAL, Diogo Freitas do, História das Ideias Políticas, 2010, pág. 21
7
k PRELIMINARES
Tendo dito isto, podemos definir Ciência politica como o estudo cientifico
da politica, ou seja, enquanto que a politica é uma actividade de competição, a
ciência politica é o estudo desta actividade competitiva.
Cabe ainda ressalvar, que existem dois ramos do Direito, que são: o Di-
reito Público e o Direito Privado.
3
AMARAL, Diogo Freitas do, Manual de Introdução ao Direito, 2004, pág. 148
8
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
4
JUSTO, António dos Santos, Introdução ao Direito, 2012, pág. 235 e 236.
5
Ibidem, pág. 237.
9
k PRELIMINARES
6
MACHADO, Jónatas E.M; COSTA, Paulo Nogueira & HILÁRIO, Esteves Carlos, Direito Constitucional An-
golano. 2.ª ed. 2013, pág. 12.
7
JUSTO, António dos Santos, op. cit., 2012, pág, pág. 238 e 239.
10
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
8
CAETANO, Marcelo, Ciência Politica e Direito Constitucional, 1983, pág. 41
9
CAPOCO, Zeferino, Manual de Ciência Politica e Direito Constitucional, 2015, pág. 23
10
MIRANDA, Jorge, Manual de Direito Constitucional, Tomo I, 1.ª ed. 2003, pág. 42
11
k PRELIMINARES
Como Aristóteles afirmava, a lei não prevê tudo, portanto, haverá sempre
casos ou situações que não estarão previstos em qualquer legislação. Quando
isto acontece, estaremos perante as famosas Lacunas da Lei (situações que lei
não se pronuncio).
Segundo o Código Civil vigente, isto é, nos termos do art.º 10, n.1 à n.º 3,
quando o julgador estiver perante aos casos que a lei não preveja ou regula, ele
11
MACEDO, Fernando, Guia da Aula Teórica/Direito Constitucional, 2013, pág. 20
12
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
deverá resolve-lo, segundo a norma aplicável aos casos análogos (casos seme-
lhantes). Na falta de caso análogo, a situação é resolvida segundo a norma que
o próprio intérprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espírito do sistema,
ou seja, na falta de uma lei e de um caso análogo (caso semelhante), o juiz tem
a legitimidade de criar uma norma jurídica, para dar solução a um determinado
conflito. Nestes termos é que surge a jurisprudência.
12
QUIXITO, Tereza, Apontamento de Sociologia do Direito, 2015, pág. 34
13
NADER, Paulo, Introdução ao Estudo do Direito, 36.ª, 2014, pág. 173
13
k PRELIMINARES
14
CANOTILHO, J.J. Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7.ª ed, 2000, pág. 26
14
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
15
CORREIA, Adérito, Lições de Direito Constitucional, 2011, pág. 15
15
k PRELIMINARES
Tendências actuais do
Direito Constitucional
Consiste no acompanhamento
Acompanhar as novas dos diversos problemas de
leituras dos problemas âmbito político, social e eco-
Políticos-Constitucionais nómico, de forma a evitar con-
flitos socias.
Consiste em acompanhar as
O Direito Constitucio-
novas técnicas de informação
nal e as Novas Técni-
para assegurar o bem-estar e
cas de informação
a tranquilidade da população.
16
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
6.1. Alemanha
16
Ibidem, pág. 23
17
Ibidem, pág. 16
17
k PRELIMINARES
6.2. França
6.3. Portugal
18
Ibidem, pág. 16
19
Ibidem, pág. 17
20
Ibidem, pág. 22
18
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
6.4. Grã-Bretanha
21
Ibidem, pág. 22
22
Ibidem, pág. 21
23
SMITH, S. A, Constitutional and Administrative Law, 3.ª ed. Peguim Books, 1913, apud CORREIRA, Adé-
rito, op. cit., 2011, pág. 20
19
k PRELIMINARES
6.5. E.U.A
24
E. Allem Farnsworth, Introdução ao sistema Jurídico dos Estados Unidos, pág. 182, apud CORREIRA,
Adérito, op. cit., 2011, pág. 21
25
CORREIRA, Adérito, op.cit., 2011, pág. 21
20
CAPÍTULO I
DIREITO CONSTITUCIONAL
Como anteriormente já se referiu, Direito Constitucional “consiste no con-
junto de princípios e de normas que regulam a organização, o funcionamento e
os limites do poder do Estado, assim como estabelecem os direitos das pessoas
à respectiva comunidade política”26
26
GOVEIA, Jorge Bacelar, Manual de Direito Constitucional, 2005, pág.29.
21
Direito Constitucional
27
PINTO, Carlos Motta, Teoria Geral do Direito Civil, 3.ª ed. 1999, pág.72
28
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 32
29
Ibidem, pág. 32
22
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
aqueles estudos que resultam e condizem com uma determinada realidade cons-
titucional
30
MIRANDA, Jorge, op. cit., 2003, pág. 12
31
Ibidem, pág. 33
23
Direito Constitucional
Por exemplo: para criação das normas do Direito Penal, deve-se olhar
para o que a Constituição diz, ou seja, a Constituição nos termos do art.º 59º diz
claramente que é proibido a pena de morte, e consequentemente as normas do
Direito Penal não podem legalizar a pena de morte, sob pena destas normas
serem inválida, porque toda e qualquer norma abaixo da Constituição só é válida
se estiver de acordo com a Constituição.
32
SOUSA, Bornito de, Apontamentos de Ciência Política e Direito Constitucional, 2008, pág. 11.
24
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
25
Direito Constitucional
33
Gouveia, Jorge Bacelar, Manual, op. cit., 2005, pág. 39 a 45.
34
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 40.
26
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
A titulo de introito cabe salientar que o Direito não caminha só, com isto
queremos dizer, que o Direito não é independente, necessita de outras ciências
para que elas o possam dar suporte e auxilio.
Ciências afins, são todas aquelas que tratam ou estudam o mesmo ob-
jecto que o Direito Constitucional, e as Ciências auxiliares, são as que tendo
um objecto de estudo diverso, fornecem, no entanto, subsídios indispensáveis
à tarefa de uma terceira, no caso ao Direito Constitucional.36
35
MACEDO, Fernando, op. cit., 2013, pág. 40
36
GOUVEIA, Jorge Bacelar, op. cit., 2005, pág. 64-71
27
Direito Constitucional
37
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 37.
28
CAPÍTULO II
DIREITO CONSTITUCIONAL E A
CONSTITUIÇÂO
1. Constitucionalismo
1.1. Conceito
38
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, Direito Constitucional Descomplicado, 14ª. ed, 2015, pág. 1
29
Direito Constitucional e a Constituição
39
LOEWENSTEIN, Karl, Teoria de la Constitución, 2. ed, 1970, pág. 154
40
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 50
41
Ibidem, pág. 51
30
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
42
Cfr. Ibidem, 51
31
Direito Constitucional e a Constituição
Todavia, a luta pela limitação do poder político teve que ser travada com
persistência teorética e político-institucional. Isto, porque as ideias que aponta-
vam para a centralização e o reforço do poder político tinham uma longa tradição.
Além disso, a experiência das guerras civis religiosas constituía, para muitos, um
forte argumento no sentido do fortalecimento da autoridade do Monarca.
O reforço do poder do Monarca foi conseguido, nos sécs. XVI a XVIII, com
bases em argumentos desenvolvidos a partir das ideias de soberania absoluta,
direito divino, razão de Estado, Estado patrimonial e concepção personalista do
Estado.
43
A Magna carta de 1215 e a Petition of Rigts de 1628 são pactos firmados durante a história constitucio-
nal inglesa, ou seja, são convenções entre o monarca e os súditos concernentes ao modo de governo e às
garantias dos direitos individuais.
44
Udo Di Fabio, da Recht offener Staaten, Tubingen, 1998, 27 ss. apud, M ACHADO Jónatas; COSTA, Paulo
e HILÁRIO, Esteves, op. cit., 2013, pág 17.
45
Di Fabio, Das Recht offener Staaten…, cit. 16 ss. E 38 ss apud MACHADO Jónatas; COSTA, Paulo e HILÁ-
RIO, Esteves, op. cit., 2013, pág. 18
32
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
46
Haverkate 1993, pp 48 apud MACHADO Jónatas; COSTA, Paulo e HILÁRIO, Esteves, op. cit., 2013, pág. 19
47
Bodin 1609, pág. 123 apud MACHADO Jónatas; COSTA, Paulo e HILÁRIO, Esteves, op. cit., 2013, pág. 19
48
Holmes, Passions and Constraint…, cit., 100 ss., 109 ss. e 120 ss., apud, MACHADO Jónatas; COSTA, Paulo
e HILÁRIO, Esteves, op. cit., 2013, pág. 19
33
Direito Constitucional e a Constituição
49
CANOTILHO, J.J. Gomes, op. cit., 2000, Pág. 51
34
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
2. A Constituição
50
CANOTILHO, J.J. Gomes., ob. cit., 5ª ed., pag. 52
51
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 4
52
Ibidem, pág. 5
35
Direito Constitucional e a Constituição
53
Cfr. Ibidem, pág. 5
54
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 6
36
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
55
LENZA, Pedro, Direito Constitucional Esquematizado, 23ª ed, 2019, pág. 142
56
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 6
57
Ibidem, pág. 7
58
Ibidem, pág. 7
37
Direito Constitucional e a Constituição
59
LENZA, Pedro, op. cit., pág. 144
60
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 7
61
Ibidem, pág. 7
62
Cfr. Ibidem, pág. 7
38
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
minado pelo autor da Constituição positiva"; ou, de forma mais simples, "obede-
çam à Constituição positiva". Para Kelsen, a norma jurídica não deriva da reali-
dade social, política ou filosófica, mas sim de uma norma suposta.
63
Ibidem, pág. 8
64
Ibidem, pág. 9
39
Direito Constitucional e a Constituição
65
LENZA, Pedro, op. cit., 2019, pág. 143
66
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 9
67
LENZA, Pedro, op. cit., 2019, pág. 143
40
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
41
Direito Constitucional e a Constituição
68
LENZA, Pedro, op. cit., 2019, pág. 167
69
Ibidem, pág. 168
70
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 11
43
Direito Constitucional e a Constituição
Tais normas se sedimentam a partir dos usos e costumes, das leis espar-
sas comuns, das convenções e da jurisprudência. Um exemplo claro é a Consti-
tuição inglesa. Neste país parte das normas sobre organização do Estado são
consuetudinária73.
71
Ibidem, pág. 11
72
MORAIS, Alexandre de, Direito Constitucional, 13 ed., 2003, pág. 30
73
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 12
74
MIRANDA, Jorge, op. cit., t. 1, 2003, pág. 126
44
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
75
MORAIS, Alexandre de, Direito Constitucional, 13 ed., 2003, pág. 30
76
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 13
45
Direito Constitucional e a Constituição
77
Ibidem, pág. 13
78
Ibidem, pág. 14
46
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
79
Ibidem, pág. 17
47
Direito Constitucional e a Constituição
80
Ibidem, pág. 20
81
Ibidem, pág. 20
82
Ibidem, pág. 20
48
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
83
Ibidem, pág. 22
49
Direito Constitucional e a Constituição
84
Ibidem, pág. 22
85
Ibidem, pág. 22
50
Esquematização sobre as Classificações das Constituições
Elaboração Constituições
Semiflexível É aquela que contém
São aquelas que resultam uma parte rígida e outra
Históricas da lenta formação histórica flexível
86
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 56
87
TEIXEIRA, Carlos, A Nova Constituição Económica de Angola e as Oportunidades de Negocio e Investi-
mentos, 2011, pág. 4
88
Ibidem, pág. 4
89
Gouveia, Jorge Bacelar, op. cit., 2005, pág.
52
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
da sua fulcral relação com os cidadãos, de onde provêm essas receitas e como
são aplicadas.
53
Direito Constitucional e a Constituição
Este modelo nasceu do Socialismo, que teve como o seu maior percursor
Karl Marx, que entendia que o socialismo é o melhor sistema tanto político e
económico porque ela tem como principal essência o princípio da igualdade. O
socialismo defende o sistema de economia planificada, porque entende que o
poder económico deve ser centralizado na mão do Estado, assim a população
trabalharia normalmente, porém em empresas estatais, regulamentadas e fisca-
lizadas pelo Estado.
54
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
influência que detinha naquela altura conseguiu influenciar outros países a im-
plementar o mesmo sistema de economia, dentre destes países, estiveram en-
volvidos muitos países africanos, incluindo Angola.
90
TEIXEIRA, Carlos, op. cit., 2011, pág. 7 e 8
91
Vide a pág. 159.
92
Videm, ibidem, pág. 8
55
Direito Constitucional e a Constituição
93
HERIQUES, Lucinda Sobral & LEANDRO, Manuela, Introdução à Economia, 2014, pág. 12
94
Ibidem, pág. 13.
95
Ibidem, pág. 8
56
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
96
GOUVEIA, Jorge Bacelar, Manual de Direito Constitucional,
57
Direito Constitucional e a Constituição
97
A Lei 23/15 de 31 de agosto (Lei das Cooperativas), no seu artigo 3.º alínea a) define como Cooperativas,
as pessoas colectiva autónomas de livres constituição, de capital e composição variáveis e de controlo de-
mocrático, em que os seus membros se obrigam a contribuir com os recursos financeiros, bens e serviços,
para o exercício de uma actividade empresarial, de proveito comum e com riscos partilhados, que visa a
promoção dos interesses sociais e económicos dos seus membros, com um retorno patrimonial predomi-
nantemente realizado na proporção das suas operações com a cooperativa.
58
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
59
Direito Constitucional e a Constituição
60
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
61
Direito Constitucional e a Constituição
Por exemplo, se por ventura o Estado nacionalizar por engano, algum bem
que fazia parte da esfera privada de qualquer cidadão, este já não pode revindi-
car, pois a lei já não permite, mas o Estado, ficará obrigado a indemnizar o cida-
dão, que viu seu bem a ser nacionalizado.
62
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
63
Direito Constitucional e a Constituição
64
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
98
ALEXANDRINO, José Melo, Novo Constitucionalismo Angolano, 2013, pág. 55
65
Direito Constitucional e a Constituição
66
CAPITULO III
1. Nota Preliminar
99
CARVALHO, Manual Proença de, Manual de Ciência Política e Sistemas Políticos e Constitucionais,
2008, pág. 71.
100
Ibidem.
67
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
Este sistema está vigente na Suíça e San Marino, também esteve vigente
em França, entre 1795 a 1799.
2. Regimes Políticos
101
Ibidem, pág. 86.
68
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
102
FERNANDES, António José, Introdução à Ciência Política, teorias métodos e temáticas, 2010, pág 144.
69
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
No caso de Angola, isto é, com base ao artigo 2.º, n.º 1 da CRA, a Demo-
cracia angolana e do tipo representativa e participativa. Representativa, porque,
devido a nossa densidade populacional e territorial, elegemos representantes,
no sentido deles governarem e administrarem o Estado, segundo os nossos in-
teresses.
70
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
3. Sistema de Governo
103
Entende-se por plesbicito, como uma manifestação popular expressa através de voto, que ocorre quando
o Estado toma uma decisão contra os interesses do cidadão.
104
Referendo, é um instrumento, pelo qual os cidadãos são chamados a pronunciar-se através de sufrágio
directo e secreto, sobre um determinado assunto que tem relevância para toda nação.
105
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág.295.
106
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 242
71
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
72
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
107
CARVALHO, Manuel Proença, Manual de Ciência Política e Sistemas Políticos e Constitucionais, 2008,
pág. 92
73
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
108
Ibidem, pág. 94
74
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
109
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 244
110
Cf. Ibidem, pág. 245
111
SÁ, Luís, O Lugar da Assembleia da República no Sistema Político, 1994, pág. 334
75
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
76
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
112
MACHADO, Jónatas E. M; COSTA, Paulo Nogueira & HILÁRIO, Esteves Carlos, op. cit., 2013, pág. 229
113
POLITIZE, Sistemas e Formas de Governos: O Que São? 2017, pág. 20, Acesso em:
28.jan.2020 Disponível em: https://www.politize.com.br/trilhas/sistemas-de-governo/
114
Ibidem, pág. 20
77
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
Ele pode ser eleito para o cargo máximo do Poder Executivo sem nunca
ter exercido o cargo de deputado. Portanto, podemos considerar que o Presiden-
cialismo cria uma distinção mais clara entre os poderes Executivo e Legislativo.
115
Ibidem, pág. 21
116
CARVALHO, Manuel Proença, op. cit., 2008, pág. 87
117
POLITIZE, op. cit., 2017, pág. 26
78
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
118
Ibidem, pág. 26
119
CARVALHO, Manuel Proença de, op.cit., 2008, pág. 147.
79
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
3.4.1.1.1. O Monarca
Desta feita, na ordem jurídica britânica, o Rei tem dois direitos que são:
ser informado sobre todos os factos importantes da vida política do Reino e o
direito de aconselhar o Governo.
120
GOUVEIA, Jorge Bacelar, op. cit., 2005 pág. 268 e ss
121
CAETANO, Marcelo, Manual de Ciência Política, I, p. 52 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 83
122
GOUVEIA, Jorge Bacelar, op. cit., pág. 269
123
CAETANO, Marcelo, op. cit., p. 53 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 84.
124
CARVALHO, Manuel Proença, op. cit. 2008, pág. 154.
80
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
a) O comando das Forças Armadas, assim como a nomeação dos mais altos
postos das Forças Armadas;
b) Proclamar a guerra e fazer a paz;
c) Nomear o Primeiro-Ministro;
d) Dissolver o Parlamento;
e) A rejeição e promulgação das leis;
f) O direito de concluir tratados;
g) O direito de nomear embaixadores e juízes;
h) O direito de reconhecer os governos;
i) O direito de Indulto;
j) A criação de Pares;
k) A distribuição de títulos e condecorações;
l) A possibilidade de autorizar a apelação para a Comissão Judiciária do
Conselho Privado;
m) A faculdade de participar nas reuniões do Conselho Privado, aquando da
tramitação da legislação mais importantes deste órgão.
125
DUVERGER, Maurice, Os Grandes Sistemas Políticos, 1988, pág. 231.
81
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
tem como função cuidar das coisas referentes a Dinastia Inglesa como por exem-
plos os casamentos reais ou a concessão de honrarias e revisar os projectos da
Câmara dos Comuns.
Quanto a Câmara dos Comuns, está é eleita por sufrágio universal, di-
recto e secreto nas eleições legislativas. Tem 659 deputados, exercendo um
mandato de 5 anos. O acto eleitoral obedece a regra do sistema de círculos elei-
torais uninominais e o vencedor decide-se pela maioria, numa só votação,
mesmo que essa maioria seja relativa.
126
CARVALHO, Manuel Proença de, op. cit. 2008, 157.
127
BURDEAU, George, Manuel Droit Constitutionnel, 1998, pp. 225 apud CARVALHO, op. cit., 2008, pág.
158
82
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
3.4.1.1.3. O Gabinete
128
CARVALHO, Manuel de Proença, op.cit. 2008, pág. 158
129
CAETANO, Marcelo, op.cit., I, pág. 60 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 85-86.
83
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
130
CAPOCO, Zeferino, op. cit. 2015, pág. 85.
131
QUEDES, Marques, Ideologias e Sistemas Políticos, 1978, p. 93.
132
CAPOCO, Zeferino, op. cit. 2015, pág. 87.
133
Ibidem.
84
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
134
CAETANO, Marcello, op. cit., I, 1978 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit. 2015 pág. 87.
135
GOVEIA, Jorge Bacelar, Manual de Direito Constitucional I e II, 2005, pág. 273.
136
CARVALHO, Manuel Proença de, op. cit. 2008, pág. 166.
85
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
Uma vez eleito, o líder reina no seu partido. Por seu turno, no concernente
à liderança do Partido Trabalhista, os sindicatos representam 1/3 do colégio elei-
toral, os deputados 1/3 e os militantes do partido, igualmente 1/3.
Apesar do líder deter uma grande autoridade sobre o seu partido, esta
não é, no entanto, tão forte como no Partido Conservador, já que terá que contar
com os sindicatos que têm grande influência no seio do partido, e com as várias
tendências internas, nomeadamente da sua ala esquerda.
137
Ibidem, pág. 167
138
Ibidem, pág. 167
86
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
há uma grande disfunção entre o voto popular obtido pela “3.ª força” e o respec-
tivo número de deputados. Face ao antecedente, podemos classificar o sistema
de partidos do Reino Unido de bipartidarismo perfeito139.
139
Ibidem, pág 167.
140
GOUVEIA, Jorge Bacelar, op. cit., I, 2005, pp. 276
141
MIRANDA, Jorge, Manual de Direito Constitucional, I, 1996, pág. 143.
87
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
142
MARTINS, Ana Guerra, Origem da Constituição Norte-Americana, 1994, pág. 116 e 117
143
CARVALHO, Manuel Proença, op. cit., 2008, pág. 184.
144
AMARAL, Diogo Freitas, História das Ideias Políticas, Volume II, 1997, pág. 76.
88
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
145
Os 50 estados dos E.U.A, são: Alabama (capital Montgomery); Alasca (capital Juneau); Arizona (capital
Phoenix); Arkansas (capital Little Rock); Califórnia (capital Sacramento); Carolina do Norte (capital Ra-
leigh); Carolina do Sul (capital Columbia); Colorado (capital Denver); Connecticut (capital Harftord); Da-
kota do Norte (capital Bismark); Dakota do sul ( capital Pierre); Delaware (capital Dover); Florida (capital
Tallahassee); Geórgia (capital Atlanta); Havai (capital Honolulu); Idaho (capital Boise); Illinois (capital
Springfield); Indiana (capital Indianápolis); Iowa (capital Des Moines); Kansas (capital Topeka); Kentucki
( capital Frankfurt); Louisiana ( capital Baton Rouge); Maine (capital Augusta); Maryland (capital Annapo-
lis); Massachussets (capital Boston); Michigan (capital Lansing); Minnesota (capital Saint Paul); Mississipi
(capial Jackson); Missouri (capital Jefferson City); Montana (capital Helena); Nebraska (capital Lincoln);
Nevada (capital Carson City); New Hampshire (capital Concord); New Jersey (capital Trenton); Nova Iorke
(capital Albany); Novo México (capital Santa Fé); Ohio (capital Columbus); Oklahoma (capital Oklahoma
City); Oregon (capital Salem); Persilvânia (capital Harrisburg); Rhode Island (capital Providence); Ten-
nesse (capital Nashville); Texas (capital Austin); Utah (capital Salt Lake City); Vermont (capital Montpe-
lier); Virgínia (capital Richmond); Washington (capital Olympia); West Virgínia (capital Charleston); Wis-
consin (capital Madison); Wyoming (capital Cheyenne) e um distrito federal, o District of Columbia, onde
se sinta a capital federal Washington D.C. e um estado Associado, Porto Rico com capital em San Juan.
89
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
146
CARVALHO, Manuel Proença de, op. cit., 2008, pág. 225
90
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Por fim, uma comissão formada por membros de ambas as Casas (Comitê
de Conferência) faz a versão final do projeto, que é votada pelas duas Casas,
separadamente. Aprovado o projeto no Congresso, o Presidente tem dez dias
para aprová-lo ou vetá-lo. A Câmara é presidida por um Speaker, que uma vez
eleito por maioria, torna-se também o chefe dessa maioria.
3.4.2.3.1.2. O Senado
O mandato de senador tem a duração de seis anos, mas “cada vez que
é eleita uma Câmara de Representantes renova-se um terço do Senado”, pelo
que, “cada senador tem a sua data de início e do fim do mandato, mas existe
uma continuidade garantida para o conjunto, que nunca é totalmente renovado”.
91
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
147
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 91
148
MIRANDA, Jorge. op. cit., Tomo I, 1997, p. 154
92
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
O veto só pode ser ultrapassado por uma maioria de dois terços dos mem-
bros presentes em cada Câmara, prerrogativa esta iniciada a partir dos finais do
século XIX, que faz com que o Presidente atrase a produção legislativa do Con-
gresso, convertendo-se muitas vezes esta sua actuação em veto absoluto.
3.4.2.3.1.4. Os Tribunais
149
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 91
93
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
Como já foi salientado o Presidente dos Estados Unidos é eleito por su-
frágio universal e indirecto. O sufrágio é indirecto porque o povo vota para um
colégio eleitoral e o colégio esse constituído por eleitores (designados por elei-
tores presidenciais), que, por sua vez, irão escolher o Presidente dos Estados
Unidos.
150
CARVALHO, Manuel de Proença, op. cit. 2008, pág. 199.
151
DUVERGER, Maurice, op. cit., 1985, pág. 306
94
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
95
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
Por outro lado, os Estados menos populosos como Alasca, Delaware, Ver-
mont, Dakota do Norte, Dakota do Sul Montana e Wyoming indicam 3 eleitores
presidenciais (1 senador e 2 deputados da câmara dos representantes). Os res-
tantes estados oscilam entre os 4 e os 17 eleitos.153
O.B.S: as eleições nos E.U.A, são tão complicadas que nem os próprios
americanos percebem como eles votam.
152
CARVALHO, Manuel de Proença, op. cit. 2008, pág. 203
153
Ibidem, pág. 245
96
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
154
Ibidem, pág. 245
155
POLITIZE, op. cit., 2017, pág. 29
156
Ibidem, pág. 27
97
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
De toda história constitucional francesa, está conta até hoje com 14 cons-
tituições. Constituições de 1791; 1793; 1795; 1799; 1802; 1804; 1804; 1814;
1830; 1848; 1852; 1870; 1875; 1946 e 1958.
157
Ibidem, pág. 27
158
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 95
98
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
159
CARVALHO, Manuel Proença de, op. cit., 2008, pág. 277
99
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
3.4.3.1.2. O Governo
160
Veja: o artigo 10.º da Constituição Portuguesa
100
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
161
GICQUEL, Jean, Droit Constituionel et Institutions Politiques, 1999, pág. 596 apud C ARVALHO, Manuel
Proença de, op. cit., 2008, pág. 283 e 284.
162
CARVALHO, Manuel Proença de, op. cit., 2008, pág. 284
163
Ibidem, pág. 284 e 285
164
Ibidem, pág. 285
101
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
165
Ibidem, pág. 286
102
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
voltas, estado fixada nos 23 anos a idade mínima para se pode ser eleito depu-
tado.166
Além dos nove membros previstos acima, fazem legalmente parte do Con-
selho Constitucional os ex-presidentes da República em caráter vitalício. O Pre-
sidente do Conselho Constitucional é nomeado pelo Presidente da República.
166
Ibidem, pág 287
167
MACHADO, Jónatas E. M; COSTA, Paulo Nogueira & HILÁRIO, Esteves Carlos, op. cit., 2013, pág 232
168
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 96
169
MACHADO, Jónatas E. M; COSTA, Paulo Nogueira & HILÁRIO, Esteves Carlos, op. cit., 2013, pág 232
170
CARVALHO, Manuel Proença de, op. cit., 2008, pág. 307
103
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
171
Ibidem, pág. 307
172
Para melhor compreensão leia o manual de Ciência Política e Sistema de Políticos e Constitucionais
do professor Manuel Proença de Carvalho da pág. 309 a 325.
173
GOUVEIA, Jorge Bacelar, Manual…, I, pág 482 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 99
104
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
174
Ibidem, pág. 100
175
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág 100
105
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
176
Constituição da República Portuguesa
177
CARVALHO, Manuel Proença de, op. cit., 2008, pág. 353
106
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
178
Ibidem, pág. 353
179
Ibidem, pág. 354
107
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
191.º e n.º 2 do art.º 195.º da CRP], anotando-se aqui que não se trata de uma
responsabilidade política stricto sensu, visto que o Chefe de Estado não pode
invocar razões políticas para demitir o Governo, mas apenas o pode fazer
quando tal se torne necessário para assegurar o regulamento e o funcionamento
das instituições democráticas, ouvindo o Conselho de Estado (parecer não vin-
culativo)180.
Face a tudo que foi exposto, chegamos a ilação, que o Presidente portu-
guês não tem um papel activo e muito menos passivo na governação de Portu-
gal, isto é, por razões que já expusemos acima.
180
Ibidem, pág. 354
108
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
3.4.4.2.3. O Governo
181
Ibidem, pág 363.
182
Vide os artigos 162.º, 163.º e 161.º da CRP
183
Ibidem, pág. 366
109
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
3.4.4.2.4. Os Tribunais
- O Tribunal de Contas.
184
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág 103
110
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
185
Ibidem, pág. 104
186
Ibidem, pág 105
187
Gouveia, Jorge Bacelar. As Constituições dos Estados de Línguas Portuguesas, Almedina, Coimbra,
2006, pág. 14 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág 105.
111
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
O Estado Angolano é uma República unitária (art.º 1.º e 8.º da CRA) com
um sistema de governação de presidencialismo-parlamentar ou presidencia-
lismo atípico. Angola é uma República porque o poder Soberano é exercido pelo
povo (art.º 3, nº 1 da CRA), pelo qual, devido a sua densidade demográfica e
extensão territorial, delega representantes, através de um sufrágio Universal
(art.º 4.º, nº 1 da CRA).
O Estado unitário, é regido por uma única lei que provem dos órgãos de
soberania com competências para tal (Presidente da Republica e a Assembleia
Nacional), isto pressupõe a dizer, que nenhuma província tem autonomia e muito
menos tem autoridade para criar as suas próprias leis (perspetiva territorial).
112
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
188 MACHADO, Jónatas, e outros, Direito Constitucional Angolano, 2013, pp. 245.
113
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
anos (art.º 113.º, n.º 1, da CRA) podendo cada cidadão exercer até dois manda-
tos (art.º 113.º, n.º 2, da CRA).
114
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
115
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
regulamentos indispensáveis à boa execução das leis [art.º 120.º, als. c), h), i) e
l), da CRA].
116
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Ainda nos termos do art.º 156.º, n.º 3, da CRA, são competências da co-
missão Permanente: exercer os poderes da Assembleia Nacional relativamente
189
MACHADO, Jónatas E. M; COSTA, Paulo Nogueira de; HILÁRIO, Esteves Carlos, op. cit., 2013, pág. 253
190
Ibidem, pág, 254
191
Ibidem, pág. 254
117
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
192
Ibidem, pág. 255
118
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
3.4.1.2.3. Incompatibilidade
193
Ibidem pág. 257.
119
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
3.5.1.3. Os Tribunais
194
URBANO, Maria Benedita, Representação Política e Parlamento, 2009, pág. 421-454 apud MACHADO,
Jonatas E.M.…. Op. cit., 2013, pág. 257.
120
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
195
Ibidem, pp. 260 e ss.
196
VENTURA, António José, Da Independência do Poder na Constituição da República de Angola – Subsí-
dios para a Compreensão, 2010, apud MACHADO e outros…, 2013, pág. 261.
121
Regimes Políticos e Sistemas Políticos de Governo
3.1.2.2.2. Imunidade
197
MACHADO, Jonatas E.M…, op. cit., 2013, pág. 258.
122
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
CAPÍTULO IV
1. Os Elementos do Estado
1.1. O Povo
198
HERIQUES, Lucinda Sobral & LEANDRO, Manuela, op. cit., 2014, pág 10.
123
Teoria Geral do Estado
não deve ser constituído por indivíduos cuja origem seja estranha ao respectivo
objectivo político.
Embora todas as nações tendem a ser uma Estado, existe, pois, uma
grande diferença entre um Estado e uma nação, porque há nações que ainda
não são Estados.
1.1.1. A Nacionalidade
199
Estrangeiros: são todos aqueles que não são tidos por nacionais, em relação a um determinado Estado,
isto é, as pessoas a que o Direito do Estado não atribuiu a qualidade de nacionais
200
Polipátrida: é aquele que possui mais de uma nacionalidade, em razão de o seu nascimento o enquadrar
em distintas regras de aquisição de nacionalidade.
201
Apátrida (“sem pátria” ou heimatlos): é aquele que, dada a circunstância de seu nascimento, não adquire
nacionalidade, por não se enquadrar em nenhum critério estatal que lhe atribua nacionalidade.
202
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 266
124
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
1.2. Território
203
CAPOCO, Zeferino. Manual de Ciência Política e Direito Constitucional, 2015, pp. 185.
125
Teoria Geral do Estado
Vale ainda dizer, que todos os recursos naturais existentes no território an-
golano são propriedade do Estado. É o que prevê o art.º 16.º da CRA.
204
FERNANDES, António José, Introdução à Ciência Política, teorias métodos e temáticas, 2010, pág. 87.
126
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
2. Formas de Estado
205
PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo, op. cit., 2015, pág. 291.
127
Teoria Geral do Estado
206
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 196.
207
ARAÚJO, Raul, Introdução ao Direito Constitucional Angolano, 2018, pág 88.
208
Ibidem, pág. 197.
209
FERNANDES, António José, op. cit., 2008, pág 100.
210
ARAÚJO, Raul, op. cit., 2018, pág. 88
128
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Urge, todavia, realçar que nestes tipos de Estado onde o poder político é
concentrado existe muita lentidão no solucionar de diversos problemas, pós, de-
vido essa modalidade, existe muita burocracia hierarquicamente organizada.
129
Teoria Geral do Estado
211
BONAVIDES, Paulo, Ciência Política, 10.ª ed., São Paulo: Malheiro Editores, 2000, pág. 196
130
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Este tipo de Estado resulta da união de vários Estados não soberano, for-
mando assim um só Estado que normalmente é dominado como Estado Federal,
como por exemplo, o E.U.A, Brasil, India, Nigéria, Canadá, Alemanha, Argentina,
Suíça etc.
212
NOVAIS, Jorge Reis, Tópicos de Ciência Política e Direito Constitucional. Apontamentos policopiados,
Porto, 1990, pág. 77, apud ARAÚJO, Raul, op. cit., 2018, pág. 91
213
ARAÚJO, Raul, op. cit., 2018, pág. 91
131
Teoria Geral do Estado
Em suma, o Estado Federal é composto por outros Estados que não per-
dem a própria identidade e que possuem dois âmbitos jurídicos (o federal e o
federado). O Direito Federal prevalece sobre os direitos dos Estados federados,
sendo que, à autoridade central, é reconhecido o poder de uniformizar as Cons-
tituições do Estados federados aos princípios da Constituição Federal, aos su-
premos poderes de direcção política ao poder de intervir, coativamente, para
obter o respeito pelas decisões tomadas pelas autoridades federais ou cen-
trais214.
214
Ibidem, pág. 92
215
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 199
216
Ibidem, pág. 199
132
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
2.2.4. Confederação
217
Assim como pode interpretar Zeferino Capoco, op. cit., 2015 pág. 200, da descrição de Joseph Ki-
ZERBO, História da África Negra, Edições Europa-América, vol. I, pág 232 e ss.
218
ARAÚJO, Raul, op. cit., 2018, pág. 92
133
Teoria Geral do Estado
Ou seja, o Estado angolano, admite órgãos locais eleitos pela própria cir-
cunscrição (que neste caso são os municípios), para assegurarem a prossecu-
ção de interesses específicos resultantes.
219
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 194
134
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
220
Ibidem, pág. 195
221
Ibidem, pág. 195
222
Ibidem, pág. 195
223
Ibidem, pág. 195
224
SOUSA, Marcelo Rebelo de, Direito Constitucional (Introdução à Teoria da Constituição), pág. 132
apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 195.
135
Teoria Geral do Estado
225
CAETANO, Marcelo, Manual de Ciência Política e Direito Constitucional, pág. 148 apud CAPOCO, Zefe-
rino, op. cit., 2015, pág. 202
226
SOUSA, Marcelo de, Direito Constitucional, pág. 148 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 202.
136
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
ver explicar o Estado, no que concerne a questões que explicam a sua razão de
existir.
4.2.1. A Segurança
227
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 203.
228
CAETANO, Marcelo. Op. cit., pág. 15.
137
Teoria Geral do Estado
4.2.2. A Justiça
229
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 204.
230
Ibidem, pág. 204.
231
Ibidem, pág. 204.
232
SOUSA, Marcelo Rebelo de, Direito Constitucional, 1979, pág. 230 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit.,
2015, pág. 205
138
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
O Estado define, assim, como um dos seus fins contribuir pelo bem-estar,
numa sociedade de liberdade e justiça, propondo-se a desenvolver o progresso
233
SOUSA, Marcelo Rebelo de, Direito…, 1979, pág 230 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 205
139
Teoria Geral do Estado
234
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 208.
140
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
a) a justiça civil, cujos magistrados têm por função resolver os conflitos en-
tre particulares;
b) a justiça penal, cujos magistrados são encarregados de julgar os autores
das diversas infrações à lei quando não beneficiam de prescrições extin-
tivas (a justiça militar é um ramo da justiça penal);
235
SILVA, Maria Manuela Magalhães & ALVES, Dora Resende, Noções de Ciência Política e Direito Cons-
titucional, 2000, pág. 141 apud CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág, 209 e 210.
236
FERNANDES, António José, Introdução à Ciência Política, teorias métodos e temáticas, 2010, pág. 118.
141
Teoria Geral do Estado
142
CAPÍTULO V
O PODER CONSTITUINTE
237
CORREIA, Adérito, Lições de Direito Constitucional, 2011, pág. 86.
143
O Poder Constituinte
238
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo & DIAS, Frederico, Aulas de Direito Constitucional para con-
cursos, 2013, pág. 103 e 104.
144
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
239
CORREIA, Adérito, op. cit. 2011, pág. 88 e 89.
145
O Poder Constituinte
as leis são criadas pelo povo, por maioria de razão, a lei suprema, a Constituição
só pode ser criada pelo povo.240
240
Ibidem, pág. 89.
241
Ibidem, pág. 89
242
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo & DIAS, Frederico, op. Cit. 2013, pág.104.
146
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Ora bem, agora nos interessa abordar como se dá o exercício desse po-
der.
243
CORREIA, Adérito, op. Cit. 2011, p. 90.
147
O Poder Constituinte
acordo ou mesmo pacto entre o povo e os seus representantes. Esta pode ser
dar através de:
244
Ibidem, pág. 90.
148
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
1.ª poder inicial: porque representa a base da ordem jurídica que se ini-
cia, ou seja, porque antes dele não existiu nenhum poder que lhe serviu de fun-
damento. Com efeito, promulgada uma nova Constituição, toda a ordem jurídica
que se inicia terá como base, como fundamento de validade, o novo texto cons-
titucional, elaborado pelo poder constituinte originário. Esse texto passa a cons-
tituir o fundamento de validade de todas as demais normas que se vão inte-
grando no ordenamento jurídico.
245
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo & DIAS, Frederico, op. cit. 2013. pág. 108.
246
Ibidem, pág 108.
149
O Poder Constituinte
247
Ibidem, pág. 108.
150
CAPÍTILO – VI
REVISÃO CONSTITUCIONAL
Revisão constitucional são modificações que de certas normas cons-
titucionais. A natureza da revisão constitucional é de “assegurar a continuidade
da Constituição para que esta possa cumprir a sua tarefa”248. A modificação de
uma norma constitucional pode ser249:
248
MIRANDA, JORGE., Manual de Direito Constitucional., (2002, pp. 157 apud C APOCO, Zeferino,…..
2015, pp. 157.
249
SILVA, Maria Manuela Magalhães e ALVES, Dora Resende., Noções de Direito Constitucional e Ciência
Política., (2000, pp. 100 apud CAPOCO, Zeferino,…. 2015, pp. 158).
250
CORREIRA, Adérito, Lições de Direito Constitucional., 2011, pp. 91.
151
Revisão Constitucional
251
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 159
252
Ibidem, pág. 159.
253
Ibidem, pág. 160.
152
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Limites formais
Como antes já foi salientado, os limites formais são aqueles que ditam o
órgão ou os órgãos titulares do poder de revisão e que consequentemente, terão
254
CANOTILHO, J. J. Gomes, 1997 apud CAPOCO, Zeferino, Manual de Ciência Política e Direito Constituci-
onal. 2015, p. 160.
153
Revisão Constitucional
255
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 163.
154
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
256
Ibidem, pág. 165.
155
Revisão Constitucional
etc.; doenças graves como: ébola, coronavírus ou covid-19, etc.; e por vezes
quando há crise políticas.
257
Consagra-se uma nova república quando surge uma nova Constituição que introduz mudanças profun-
das à anterior Constituição.
156
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
omnipotente para decidir sobre os seus destinos através do MPLA, a quem cabia
a orientação política (art.3.º), no âmbito da revolução.
258
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 126.
259
Ibidem, pág. 127.
260
Ibidem, pág. 127.
261
CORREIRA, Adérito & SOUSA, Bornito de, Angola: História Constitucional, pág. 23 apud C APOCO, Zefe-
rino, op. cit., 2015, pág. 127.
157
Revisão Constitucional
262
Cfr. Ibidem, pág. 128.
263
Ibidem, pág. 128.
264
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 128.
265
Cfr. CORREIRA, Adérito e SOUSA, Bornito de, Angola: História Constitucional, pág. 26 apud C APOCO,
Zeferino, op. cit., 2015, pág. 128.
266
Cfr. Ibidem, pág. 128.
158
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
alteração do Titulo III da LC, cujo objectivo foi aa criação dos órgãos do “Poder
Popular”, da Assembleia do Povo e das Assembleias Populares locais267.
Ora, foi o que aconteceu na Lei Constitucional de 1991, deste modo, a Lei
Constitucional de 1991 não foi uma revisão à Lei Constitucional de 1975 como
diz no preâmbulo da Lei de revisão. Com a transição Constitucional, consagrou-
se a IIª República Angolana.
267
Ibidem, pág. 129.
159
Revisão Constitucional
Após à assinatura dos acordos de Bicesse ficou clara que se iria realizar
as eleições multipartidárias em Setembro de 1992, para a eleição dos deputados
268
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 92
269
Ibidem, pág 92 e 93.
270
Ibidem, pág. 93.
160
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
271
Ibidem, pág. 93
272
Ibidem, pág. 93.
273
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 132
161
Revisão Constitucional
274
Ibidem, pág. 132
275
Cfr. Ibidem, pág. 132.
276
Ibidem, pág. 136.
162
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
277
Cfr. Ibidem, pág. 136.
278
Ibidem, pág. 136.
279
POULSON, Lazarino, Pensar Direito, vol. III, 2009, pág. 49.
280
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 137.
163
Revisão Constitucional
Preâmbulo
Titulo I – Princípio Fundamentais (art.º 1.º - 21.º)
Titulo II – Direitos e Deveres Fundamentais (art.º 22.º - 88.º)
Capítulo I – Princípios Gerais (art.º 22.º - 29.º)
Capítulo II – Direito, Liberdades e Garantis Fundamentais (art.º 30.º -
75.º)
Secção I – Direitos e Liberdades individuais e colectivas (art.º 30.º - 55.º)
Secção II – Garantia dos direitos e liberdades fundamentais (art.º 56.º -
75.º)
Capítulo III – Direitos e Deveres económicos., sociais e culturais (art.º
76.º - 88. º)
281
Ibidem, pág. 138.
164
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
165
Revisão Constitucional
Ora bem, consagra-se uma nova República, quando surge uma nova
Constituição que possui mudanças profundas a da anterior Constituição.
166
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Para nós a Constituição de 2010, trouxe sim novas mudanças que não se
verificavam no texto constitucional de 1992, mas há que se ter em conta, que o
texto constitucional de 2010 não extrapolou nenhum dos limites revisão consti-
tucional consagrados na Lei constitucional de 1992 e como frisamos acima, não
se pode falar de transição ou ruptura constitucional, quando não se viola os limi-
tes de revisão constitucional.
282
GOUVEIA, Jorge Bacelar, op. cit., 2012, pág. 124 e ss.
167
Revisão Constitucional
168
CAPITULO VII
Tendo dito isso, vamos então partir neste estupendo e maravilhoso tema.
169
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
283
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo & DIAS, Frederico, op. cit., 2013, pp.
170
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
284
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 150
285
Cfr. Ibidem, pág. 149.
171
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
Por exemplo, se um decreto “X” contrariar directamente uma Lei “y” estará
a contrariar concomitantemente a Lei e a Constituição. Diante do caso dar-se-á
uma mera inconstitucionalidade indirecta (ou reflexa), pois a violação que o de-
creto atingiu não foi directa à Constituição.
172
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Tipos de Incons- Directa Ocorre quando uma norma inferior viola a Constituição
titucionalidade
Ocorre quando a Constituição é violada por actos infra
Indirecta legais
173
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
286
MEDEIROS, Rui, A Decisão de Inconstitucionalidade, 1999, pág. 49 apud C APOCO, Zeferino, op. cit.,
2015, pág. 151.
174
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
287
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 108
288
Ibidem, pág. 108
175
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
289
CAPOCO, Zeferino, op. cit., 2015, pág. 153.
290
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 111.
291
Ibidem, pág. 111.
176
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Nestes termos, o juiz deve antes de julgar o fundo do litígio, decidir sobre
a inconstitucionalidade da lei contestada. Pronuncia, assim, uma primeira deci-
são sobre a constitucionalidade da lei e depois, com base nesta primeira decisão,
julga a questão de fundo do processo. A outra parte pode recorrer, podendo a lei
ser definitivamente julgada quanto à sua constitucionalidade. Assim, o juiz não
anula a lei, limita-se a declarar que a mesma ´inconstitucional e que, portanto,
não se aplica ao processo em causa e às partes em litígio nesse processo. Por-
tanto, a lei continua em vigor até ser anulada pelo órgão competente, apesar de
reconhecida como inconstitucional. O juiz limita-se a não aplicar ao caso con-
creto. A decisão tem, portanto, eficácia inter partes292.
292
Ibidem, pág. 111.
177
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
1ª Fiscalização Preventiva
2ª Fiscalização Sucessiva
293
Ibidem, pág. 112.
178
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
294
Ibidem, pág. 113.
295
Ibidem, pág. 113.
179
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
296
Ibidem, pág. 113.
297
Ibidem, pág. 114.
298
Ibidem, pág. 114.
299
180
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
as leis e os demais actos (do poder) que violem os princípios e normas consa-
grados na Constituição” (art.º 226.º, n.º 2).
181
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
a) O Presidente da República;
b) Um décimo dos Deputados à Assembleia Nacional em efectividade de
funções (desempenhado, desta forma, um aspecto da função fiscali-
zadora e legislativa do órgão que represento);
c) Os Grupos Parlamentais (como órgão da NA competência para apre-
sentar propostas de leis, traduzindo o requerimento num aspecto de
alteração de diplomas);
d) O Provedor-Geral da República (na qualidade de órgão do Estado de-
sempenhado a função de representar o Estado nos termos do n.º 1 do
art.º 189.º);
e) O Provedor de Justiça (exercendo, como entidade pública indepen-
dente, uma função de defesa dos direitos, liberdades e garantias, nos
termos dos n.os 1 e 4 do art.º 192.º);
f) A Ordem dos Advogados de Angola (como instituição essencial à ad-
ministração da justiça como estatui o n.º 1 do art.º 193.º).
182
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
4. Recurso de inconstitucionalidade
Recurso é o meio para submeter uma decisão judicial a uma nova apreci-
ação por um tribunal superior (no caso em concreto, o Tribunal Constitucional).
Urge ainda realçar que só pode haver recurso, se a questão de inconstituciona-
lidade foi suscitada durante o processo, tendo o juiz a possibilidade de sobre ela
decidir, caso contrário não é admitido o recurso para o Tribunal Constitucional.
300
ARAÚJO, Raul, Introdução ao Direito Constitucional Angolano, 2018, pág. 253
183
Controlo e Garantia da Constitucionalidade
301
Ibidem, pág. 254
184
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Outra distinção entre dois recursos é que o recurso ordinário pode ser in-
terposto para o Tribunal Constitucional, directamente do tribunal da causa, en-
quanto o recurso extraordinário requer que antes da sua apreciação pelo Tribu-
nal Constitucional tenham sido previamente esgotados todos os recursos legal-
mente previstos.
185
CAPÍTULO VIII
Provérbio Umbundu
Como diz a famosa máxima latina “ubi Societas ibi jus”, “ibi jus, ubi Soci-
etas” (onde há sociedade há Direito, onde há Direito há sociedade), ou seja, para
que exista sociedade é necessário que existam normas jurídicas que preservam
a ordem e a paz entre os homens. Mas mesmo com certas normas jurídicas tem-
se sempre constatado a violação de certos direitos inatos aos homens, por isso,
houve a necessidade de se criar uma Declaração que defendesse os direitos dos
homens, não só a nível nacional, mas também a nível internacional, desta feita
surge a Declaração dos Direitos Humanos.
Os Direitos Humanos (DH) são aqueles direitos que todos nós gozamos
pelo simples facto de sermos seres humanos, ou ainda, podem ser entendidas
como “garantias jurídicas universais que protegem os indivíduos e os grupos de
indivíduos contra acções e omissões que interferem com as liberdades e os di-
reitos fundamentais ou com a dignidade humana”302.
2.ª. Indivisível: não podem separar-se. Isto é, um Estado não pode reco-
nhecer uns e negar os outros. Exemplo: aceitar o art.º 3.º e 7.º; e negar os outros
artigos da DUHU.
- O direito à vida;
302
PÉREZ, Suzana, Manual de Formação Básica em Direitos Humanos (Conhece e Defende os teus Direi-
tos), 2012, pág. 13.
303
Ibidem, pág. 13-14.
304
Ibidem, pág. 13.
187
Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais
- A proibição da discriminação;
- O direito à saúde;
- O direito à educação;
- O direito à propriedade;
- O direito ao desenvolvimento.
Dimensões Clássicas:
188
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
vida pública do Estado, por exemplo: direito a eleger e ser eleito, direito de as-
sociação e outros.
Dimensões Tradicionais:
- Direitos Difusos: são todos aqueles direitos que não podem ser atribuí-
dos a um grupo específico de pessoas, pois dizem respeito a toda a sociedade.
São por exemplo, os direitos referentes às parcelas do meio ambiente, que atri-
buem a todos o direito de viver num ambiente sadio e não poluindo, bem como
o dever de o defender e preservar, nos termos do n.º do art.º 39.º da CRA 305.
Outras dimensões:
- Direitos de Solidariedade: nos anos 80, foi adicionado aos Direitos Hu-
manos uma nova dimensão, estamos a falar de Direito à Paz e à Segurança;
Direito ao Desenvolvimento; e o Direito a um Ambiente Saudável, mas para isso
implicam cooperações internacionais e aspiram à construção da comunidade.
Como enumera Jorge Miranda citado por Zeferino Capoco, há que registar
os seguintes factores como estando na origem dos Direitos Fundamentais307:
305
Ibidem, pág. 17
306
CAPOCO, Zeferino, op. Cit., 2015, pág. 267.
307
MIRANDA, Jorge, Manual de Direito Constitucional, Tomo IV, págs. 15-18 apud CAPOCO, Zeferino,
op. cit., 2015, pág. 268.
189
Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais
308
OTERO, Paulo, Instituições e Constitucionais, Volume I, Almeidina, Coimbra, 2007, págs. 94-121 apud
CAPOCO, Zeferino, op. Cit., 2015, pág. 268.
190
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
O homem ao nascer traz consigo certos direitos inalienáveis que não de-
vem ser postos em causa por quaisquer acções dos homens, pelo que devem
ser salvaguardados.
Como escreve Paulo F. Da Cunha, citado outra vez por Zeferino Capoco,
podem considerar-se quatro gerações dos direitos fundamentais assim defini-
dos309:
b) Uma segunda geração que tentou recuperar num contexto novo e de-
senvolvido, a ideia de participação política dos Antigos. E aí surge a
representação, o sufrágio, a soberania nacional e popular, que são
elementos essenciais do conceito do constitucionalismo moderno;
Ela foi redigida na sequência das mais graves violações da dignidade hu-
mana, em particular, a experiência do Holocausto durante a Segunda Guerra
Mundial. O ponto central é a pessoa humana. Hoje já são 193os países das Na-
ções Unidas signatários da DUDH. Angola aderiu em 1976.
309
CUNHA, Paulo Ferreira da, Teoria da Constituição: Direitos Humanos, Direitos Fundamentais, pág. 94.
Apud CAPOCO, Zeeferino, op. Cit., 2015, pág. 270.
191
Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais
192
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
193
Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais
A proteção dos direitos fundamentais não se pode bastar nem por si pró-
prios (pelo simples facto de existirem), nem pelo seu elenco constitucional311.
Desta forma o Direito Constitucional conta com duais instâncias do poder público
que podem desempenhar um papel indiscutível, numa dicotomia entre duas es-
pécies de tutela dos direitos fundamentais: a tutela não contenciosa e a tutela
contenciosa.
310
GOUVEIA, Jorge Bacelar, Manual de Direito Constitucional, Vol II, pág. 1075.
311
Ibidem, pág. 1092.
194
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Os órgãos que não fazem parte dos tribunais podem exercer um controlo
no tocante à defesa dos direitos fundamentais, com a sua actuação indepen-
dente, como é o caso do Provedor de Justiça, classificado constitucionalmente
no elenco da “Instituições Essenciais à Justiça” (n.º 1 do art.º 192.º da CRA).
312
Cf. Idem, op. Cit., pág. 1092
313
CANOTILHO, J.J. Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 2000, pág. 499.
195
Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais
Nos termos do art.º 69.º da CRA, todos têm direito à providência de ha-
beas data. Este instrumento destina-se a permitir a qualquer pessoa “assegurar
o conhecimento das informações sobre si constantes de ficheiros, arquivos ou
registos informáticos, de ser informados sobre o fim a que se destinam, bem
como de exigir a rectificação ou actualização dos mesmos, nos termos da lei e sal-
vaguardados o segredo de Estado e o segredo de justiça” (art.º 69.º, n.º 1 da CRA).
314
MACHADO, Jónatas E. M.; COSTA, Paulo Nogueira & HILÁRIO, Esteves Carlos, Direito Constitucional
Angolano 2013, pág. 215.
196
CAPÍTULO IX
O direito eleitoral (ou direito sufrágio) só tem o seu cumprimento nos sis-
temas eleitorais de governos representativos próprios dos regimes democráti-
cos. O direito ao sufrágio é materializado pela capacidade de votar e de ser vo-
tado, representando, pois, a essência dos direitos políticos.
O direito ao sufrágio deve ser visto sob dois aspectos: capacidade elei-
toral ativa e capacidade eleitoral passiva.
315
VICENTE, Paulo & ALEXANDRINO, Marcelo, Direito Constitucional Descomplicado, 14.ª Ed., 2015, pág.
275.
197
Democracia e Direito Eleitoral
O sufrágio será restrito quando o direito de votar for concedido tão so-
mente àqueles que cumprirem determinadas condições fixadas pelas leis do Es-
tado. O sufrágio restrito, por sua vez, poderá ser censitário ou capacitário316.
316
Ibidem, pág. 275.
317
BONAVIDES, Paulo, Ciência Política, 10.ª Ed., 2000, pág. 310
318
Ibidem, pág. 310.
198
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
319
ROUSSEAU, Contrato Social, Livro IV, Cap. II e III Ed. Prença apud CORREIRA, Adérito, op. cit., 2011,
pág. 157.
320
CORREIA, Adérito, Lições de Direito Constitucional, 2011, pág. 157.
321
Ibidem, pág. 157.
199
Democracia e Direito Eleitoral
2. Os Sistemas eleitorais
322
Ibidem, pág. 157.
323
ARAÚJO, Raul, Introdução ao Direito Constitucional Angolano, 2018, pág. 154.
200
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
324
Ibidem, pág. 154.
325
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 167.
201
Democracia e Direito Eleitoral
326
ARAÚJO, Raul, op. cit., 2018, pág. 155.
327
Ibidem, 155.
202
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
eleitos quantas vezes o número de sufrágio por ela obtido contenha o divisor
comum328.
Este sistema foi preconizada em 1846 pelo teórico socialista Victor Con-
siderant, e que posteriormente implantou-se progressivamente na Europa no de-
curso dos anos 1900 a 1945 (com excepção para os países anglo-saxónicos)329.
328
Ibidem 155-156.
329
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 169.
203
Democracia e Direito Eleitoral
330
Ibidem, pág. 170.
331
Ibidem
332
Idem, op. cit., 2011, pág. 170.
204
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
333
ARAÚJO, Raul, op. cit., 2018, pág 166
205
Democracia e Direito Eleitoral
ainda que não estejam interditos por sentença, quando internados em estabele-
cimento hospitalar, ou como tais declarados por atestado médico, e os definiti-
vamente condenados em pena de prisão, enquanto não hajam cumprido a res-
pectiva pena, excepto os liberados condicionalmente, nos termos da lei (art.º 9.º
da Lei n.º 36/11, de 21 de Dezembro).
334
Ibidem, pág. 172
335
Ibidem, pág 173.
206
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Resolução:
Partidos 1 2 3 4
207
Democracia e Direito Eleitoral
E por último, divide-se o número de votos obtidos por cada partido pelo
repartidor diferente do quociente eleitoral (28.666) e obtém-se o número de as-
sentos de cada um destes partidos:
208
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
336
CORREIA, Adérito, op. cit., 2011, pág. 175.
337
ARAÚJO, Raul, op. cit., 2018, pág. 175
209
Democracia e Direito Eleitoral
338
Ibidem, pág 175.
339
Ibidem, pág. 176
210
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
n.º 1 do artigo 26.º da Lei Orgânica o Tribunal Constitucional, Lei n.º 2/08, de 17
de Junho340.
4. Partidos Políticos
São ainda deveres dos partidos, no que tange aos seus objectivos, pro-
grama e prática: a consolidação da nação angolana e da independência nacio-
nal; a salvaguarda da integridade territorial; o reforço da unidade nacional; de-
340
Idem, op. cit., 2018, pág. 176.
211
Democracia e Direito Eleitoral
Os partidos políticos são regulados pela Lei n.º 02/2005, de 1 de julho, Lei
dos Partidos Políticos.
212
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
213
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
BIBLIOGRAFIA
ALEXANDRE, Morais de. Direito Constitucional. 13.ª ed. São Paulo: Atlas,
2003.
AMARAL, Diogo Freitas do. História das Ideias Políticas. Coimbra: Almedina,
2010.
__________. História das Ideias Politicas. Vol. II. Lisboa: Pedro Ferreira, 1997.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10.ª ed. São Paulo: Malheiro Editores,
2000.
214
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
JUSTO, António dos Santos. Introdução ao Direito. 6.ª ed. Lisboa: Coimbra,
2012.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 23.ª ed. São Paulo: Sa-
raiva Educação, 2019.
MACHADO, Jónatas E.M; COSTA, Paulo Nogueira & HILÁRIO, Esteves Carlos.
Direitos Constitucional Angolana. 2.ª ed. Coimbra: Coimbra Editora. 2013.
215
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PINTO, Carlos Motta. Teoria Geral do Direito Civil. 3.ª ed. Coimbra editora,
1999.
POULSON, Lazarino. Pensar Direito. Vol. III. Luanda: Casa das Ideias, 2009.
216
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Prova Simulada 1
I Grupo
1 – Com base a tudo que vimos estabeleça um conceito sobre Direito Constitucional.
2 – Diga por tuas palavras, qual é a diferença entre o Direito Público e o Direito Privado
e exemplifique.
7 - Com bases doutrinárias diga qual é o sistema económico vigente em Angola e porquê?
II Grupo
1 - Caso prático:
217
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Prova Simulada 2
Grupo I
2 – Segundo o critério da posição dos sujeitos qual é a distinção entre o Direito Público e
o Direito Privado.
Constitucional. Exemplifique.
Grupo II
218
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Prova Simulada 3
3 – Quanto a estabilidade quais são os tipos de Constituições que estudaste e qual delas
admite um processo árduo para sua modificação.
4 –Será que podemos considerar a Constituição Angolana como uma Constituição ideal?
Justifique a tua resposta.
5 – Quantos aos sentidos do termo Constituição, dica como podemos classificar a Cons-
tituição Angolana?
6 – Porque é que podemos considerar a economia angolana, uma economia social de mer-
cado?
219
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Prova Simulada 4
Grupo I
a) Segundo o conteúdo supracitado, qual destes poderes foi usado para a formação
da Constituição de Angola de 2010 e porque?
3 – De forma clara e sucinta, debruce sobre as condições sine qua non para revisão da
Constituição Angolana.
Grupo II
Faustino Martinho, mais conhecido por Pretinho Que Cuia, é um deputado independe
na Assembleia Nacional. Devido aos problemas que se têm emergido em Angola nos
últimos tempos, mormente no que concerne a criminalidade, o deputado entende que a
Constituição Angolana em vigor já não consegue acompanhar a nova realidade social,
portanto, necessita urgentemente de ser revisada. Pretinho Que Cuia, conseguiu conven-
cer um Grupo Parlamentar formado por 14 deputados. O presente grupo parlamentar já
solicitou uma revisão constitucional e pretende alterar a Constituição o mais breve possí-
vel. Quid Juris!
220
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Provas Simuladas 5
Grupo I
Grupo II
221
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Provas Simuladas 6
Grupo I
5 – Quando é que estamos perante a uma bicefalia politica no sistema de governo presi-
dencialista
6 - Porquê é que os doutrinadores consideram o sistema de governo angolano um sis-
tema presidencial atípico?
7 - Que papel é atribuído ao Presidente Português na governação de Portugal e porque?
Grupo II
Deu-se a entrada na Assembleia Nacional a uma proposta de lei que vem da parte dos
deputados, sobre o aumento da maioridade penal, a mesma foi discutida na generalidade
e aprovada para sua entrada em vigor e não havendo estipulado o dia da mesma. A pre-
sente Lei que foi recentemente aprovada não diz qual das leis penais venho revogar e por
isso tem emergido bastaste babilónia para os homens do Direito. Por isso, advogados,
juristas, professores e estudantes de Direito, afirmam que a presente lei possui vários ví-
cios e apelam que o Tribunal Constitucional declare a sua inconstitucionalidade. Quid
Juris!
222
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Provas Simuladas 7
I. A Assembleia Nacional aprovou uma lei ordinária por maioria simples, que, no en-
tanto, é contestada por um grupo de parlamentares que entende que essa mesma lei padece
do vício de inconstitucionalidade. Por exemplo, uma lei que proíbe a entrada das mulheres
no ensino superior. Constantino Campos e Alexandre Muata, deputados da oposição,
afirmam que apresente Lei é inconstitucional porque viola alguns princípios constitucio-
nais e o Tribunal Constitucional deve imediatamente declarar a sua inconstitucionalidade.
II. Suponhamos que no ano de 2018, foram realizadas eleições gerais em todo território
nacional, pelo qual concorreram 4 partidos políticos. A Nível Nacional contabilizou-se
um total de 28.561.361 votos validamente expressos pelo qual o partido A obteve
8.450.180 votos, o partido B obteve 7.800.280 votos, o partido C obteve 3.860.720 votos
e o partido D obteve 8.450.181 votos. Suponha-se que no mesmo período de eleições, em
uma determinada província, que para este caso concreto é considerado um círculo eleito-
ral provincial, apurou-se 245.000 sufrágio validamente expressos, e os partidos partici-
pantes obtiveram os seguintes votos: Partido A – 48.000 votos; Partido B – 66.000 votos;
Partido C – 94.000 votos; Partido D – 15.000 votos.
223
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional
Provas Simuladas 8
1 – Caso prático:
Lucinda Fernandes era filha do já falecido Leonel Afonso, também conhecido por muitos
de o “come todas e o prova todas”, (alcunha atribuída pelo facto de ele enquanto vivo
ser muito mulherengo). O falecido deixou como herança várias propriedades para sua
filha amada “Lucinda Fernandes”. Mas posteriormente, surgiu uma jovem chamada Yara
Coelho que alega ser filha de um relacionamento que o malogrado teve com a sua mãe já
há algum tempo.
Yara Coelho, afirma que também tem direito à herança deixada pelo dê cujo, pois ela já
comprovou através de um teste de DNA, que de facto é filha do falecido. Lucinda Fer-
nandes não aceitou partilhar a herança com a Yara Coelho, alegando que no testamento
do seu falecido pai dizia categoricamente que 100% da herança caberia somente a ela.
Devido a esta controversa, as duas decidiram levar o litigio a um Tribunal competente.
Postos lá, o Tribunal decide a favor da Lucinda Fernandes, afirmando que a Lei estabelece
que são herdeiros, somente aqueles que são citados no testamento deixado pelo dê cujo.
Yara Coelho muito constrangida com a decisão tomada pelo Tribunal, afirma que durante
a resolução do litigio houve um incidente processual, pois a parte contrária invocou uma
Lei que não a favorece, e que também é inconstitucional, porque atenta contra o principio
da igualdade estabelecido no art.º 23 da Constituição da República, e por este motivo ela
merece um tratamento igual no que concerne a repartição da herança. Yara Coelho, pensa
interpor recurso a um Tribunal Superior o mais breve possível para reapreciação da deci-
são tomada pelo Tribunal em causa.
a) Diga se houve inconstitucionalidade na decisão domada pelo Tribunal em causa
e porque?
b) Identifica o tipo de inconstitucionalidade em causa?
c) Quanto ao modo de impugnação, identifica e debruce sobre o tipo de fiscalização
que se deve levar a cabo para se identificar o tipo de inconstitucionalidade?
d) Se o Tribunal Superior declarar inconstitucionalidade da decisão tomada pelo an-
terior Tribunal, que tipo de efeito de inconstitucionalidade se verificará e porque?
e) Identifica o tipo de recurso que a Yara Coelho deve interpor?
f) Nas vestes de um Tribunal Superior, resolva o caso em apresso.
224
Índice
PRELIMINARES
1. Conceitos ............................................................................................................ 7
225
3. O Direito Constitucional como Direito Político .................................................. 23
1. Constitucionalismo .............................................................................................. 29
2. A Constituição ..................................................................................................... 35
226
3.4.2. Sistema de Governo dos E.U.A ............................................................. 87
227
CAPÍTULO VII - CONTROLO E GARANTIA DA CONSTITUCIONALIDADE
PROVAS SIMULADAS
228