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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

Licenciatura em Direito

I Ano

Cadeira: Direito Fundamental

Turma: A Período: Laboral

Tema: Surgimento de Gerações de Direitos Humanos

Discentes: Docente:

Alxandre Mahache B. Júnior 30824137192 Dr. Ilídio Nhatemde

Cacilda Ivaneth Babuie 308136590

Eduarte Hitler Dos S. Guilele 30824121254

Helton Aparecido Luis Dique 308106907

Micna Carlos Muchanga 30824130742

Nádia José Inguane 308109123

Teresa Vasco Gimo 30824159650

Vânia Hortencia 308180909

Maputo, Março de 2024


Índice

Conteúdos

I. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................3
II. OBJETIVOS..................................................................................................................................4
2.1. Geral...........................................................................................................................................4
2.2. Específicos.......................................................................................................................................4
III. O DIREITO E A POLITICA VALORES FUNDAMENTAIS DO DIREITO..........................5
3.1. Direito e a Politica......................................................................................................................5
3.1.1. Noção..................................................................................................................................5
Direito.................................................................................................................................................5
Política................................................................................................................................................6
3.1.2. Fins......................................................................................................................................6
3.1.3. Evolução histórica..............................................................................................................8
3.2. Valores fundamentais do direito...............................................................................................9
3.2.1. Noção..................................................................................................................................9
3.2.2. Fins....................................................................................................................................10
3.2.3. Evolução histórica............................................................................................................10
V. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...............................................................................................13

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I. INTRODUÇÃO
O Direito surge no inicio da humanidade e com seu desenvolvimento natural, inicialmente
vinculado as regras de sobrevivência e, ao longo do tempo, vinculado as regras de convivência.
Exerce função holística na medida em não apenas ter como condição as relações humanas, mas
por conformá-las e por elas ser conformado.

O Direito não se apresenta como um objeto tangível, imediatamente


percetível pelos sentidos do ser humano. Confia nos códigos e signos
criados pelo homem para sua efetiva comunicação. Por tal razão, é que
ainda desafia a incompreensão e ignorância dos indivíduos. O poder
político, eventualmente transformado na figura do Estado, viu no Direito o
sustentáculo para sua estrutura totalizante, assim, monopolizadora da
dimensão jurídica (Macedo, 1997).

Historicamente, o senso comum teórico jurídico flutua constantemente entre a ideia de que o
direito é a expressão concreta da justiça, e a de que o direito é aquilo que está contido na lei.
Melhor dizendo, o movimento dialético das teorias jurídicas é o da oscilação antitética
permanente entre as teorias jusnaturalistas e jus positivistas.

Pensar o Direito na sua relação com a política e o poder não deveria ser tarefa das mais árduas, já
que estes elementos são figuras atreladas da sociedade humana organizada. No entanto, a
maneira como a doutrina jurídica trata esta tricotomia põe inúmeros obstáculos àquele que
pretende explorar este tema sob um prisma que aglutina as três noções envolvidas como
indissociáveis.

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II. OBJETIVOS
II.1. Geral
Apresentar o tema “O Direito e a política e Valores fundamentais do direito”

2.2. Específicos
 Definir o conceito de política, direito e valores fundamentos do direito;
 Descrever a Noção, fins e evolução histórica

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III. O DIREITO E A POLITICA VALORES FUNDAMENTAIS DO DIREITO
III.1. Direito e a Politica
III.1.1.Noção
Direito
A relação do Direito com outras disciplinas é amplamente reconhecida pela doutrina. Esta
relação se apresenta de várias maneiras, desde a relação da dogmática jurídica com as matérias
por ela reguladas como a genética e o bio direito ou a biologia, a geologia e o Direito ambiental
até a relação mais próxima das disciplinas zetéticas com as outras ciências humanas e sociais.

Assim, podemos citar as relações do Direito com a filosofia, sociologia, a política, a


antropologia, a psicologia e a história. Estas relações se dão no campo teórico, onde o parentesco
destes ramos do conhecimento, inseridos no campo das Ciências Humanas ou das Ciências
Sociais Aplicadas gera uma coincidência de objetos de estudo e uma necessidade recíproca de
interdisciplinaridade.

Deste ponto de vista teórico, o Direito encontra ricos pontos de interseção com a teoria política.
Fundamentos de ciência política, filosofia política, sociologia política e história política são
necessários ás ciências jurídicas para embasar suas próprias teorias.

A teoria do estado passeia com desenvoltura entre a ciência política, o direito constitucional e a
filosofia do Direito. Efetivamente, com o surgimento do Estado Moderno, para alguns, o
verdadeiro surgimento do Estado39, a aproximação e até mesmo a identificação da ideia deste
com a ideia de Direito passou a ser tema presente em diversas correntes de pensamento.

Este novo Estado, de acordo com JELLINEK, marca o declínio das teorias naturalistas,
predominantes na Grécia, em Roma e na idade média, seja de justificação religiosa ou pela
força.40 Deixa de ser o Estado considerado expressão da vontade divina ou simples mecanismo
de dominação dos fracos pelos fortes.

Direito e Estado são resultado de um processo histórico-social e representam a estrutura de poder


de uma sociedade. O Estado se estrutura politicamente para exercer este poder e o Direito é parte
marcante desta estrutura. Entretanto, o reconhecimento deste papel e o seu consequente estudo
tem sido negligenciados nas teorias jurídicas.

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Política
Política é o espaço institucionalizado da disputa pelo poder. Mas, embora se trate de
característica essencial, não se pode reduzir o conceito de política a esse aspeto. Como alerta
BOBBIO, “reduzir a categoria da política à atividade direta ou indiretamente relacionada com a
organização do poder coativo é restringir o âmbito do político quanto ao social”.

E também não se pode reduzir o significado da política enquanto disputa pelo poder à atividade
político-partidária que objetiva a ocupação de cargos públicos, eletivos ou não, no âmbito dos
poderes legislativo e executivo.

O termo é usado indistintamente de variadas formas na linguagem comum. Falamos em “política


da boa vizinhança”, “política para troca ou devolução de mercadorias”, “política de um clube
para angariar novos sócios”, “política de administração do lar”, etc. Uma coisa todos os usos tem
em comum: se referem a alguma “ação”. Toda política é agir. Não significa, obviamente, que
todo agir é político. O agir é político quando dirigido a um fim. Mais uma vez, não qualquer fim,
mas uma determinada categoria de finalidades

III.1.2.Fins
Aristóteles diz que ela é a arte e a ciência de governar a polis, pensamento que é o mais
adequado, mesmo que seja o mais abrangente de todos. Dito isto, como se pode governar se
não houver o Direito. Nem que ele seja próprio e arbitrário do governante, é existente.
Contudo, quanto ao que é aplicado pode e deve ser questionado. O poder político, que em tese
é exercido pelo povo, por vezes é desrespeitado pelo Governo.

Historicamente tivemos uma revolução elitista travestida de popular. Enquanto a burguesia


ganhava força, o povo se sentia participante. A partir do momento em que o monarca francês
viu-se sem alternativas, a não ser se render aos anseios da classe até então dominante
(burguesia) e constituir uma ordem mista, onde a vontade do Soberano, enfraquecida pelo
movimento burguês, se submeteu às pressões para cumprir essas novas garantias e
fundamentos.

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A imposição da burguesia deixara clara a sua intenção, e o rei, ao ver o seu governo (política)
enfraquecido, decide “trair” o seu povo entregando o Estado Francês aos vizinhos. Temos aí
uma clara distinção e demonstração de tal diferença entre a Constituição de um Estado e sua
política (quanto ao que é aplicado). Passada essa era percebemos que os países, cada vez mais,
se estabilizam no Estado de Direito.

Neste modelo, não há espaço para os desmandos políticos e nem para a imposição do próprio
povo, que deve respeitar as normas constituídas. Uma vez instalada a Ordem Constitucional, o
Poder Legislativo é legitimado para construir novas Leis e também encontra a sua própria
limitação, não podendo ir contra a Magna Carta.

Os termos “direito” e “política” referem-se a conjuntos distintos de fenômenos, embora


relacionados entre si. Desde o século XIX, em especial sob a influência de F. C. von Savigny e
seus sucessores, tornou-se pronunciada a tendência, entre juristas, de se separar radicalmente o
direito da política.

Contudo, seria impossível tornar inexistentes as relações entre os fenômenos que cada um dos
termos designa. As relações entre direito e política ocorrem no plano empírico de maneiras
variadas, mas um ideal de subordinação da política ao direito tem sido cultivado desde tempos
remotos.

Apesar de o direito pertencer à política, nem sempre isto ocorre para o bem. Muitos exemplos
históricos podem ser encontrados em que o direito gerou sofrimentos, injustiças e males
extremos. Assim a história registra situações em que o direito foi posto a serviço de ditaduras,
nas quais a liberdade de expressão e a contestação política pacífica foram reprimidas
violentamente.

Mas há exemplos em que o uso do direito favorável à permanência de práticas opressivas


adquire feições mais sutis. Um exemplo histórico pode ser encontrado na guinada do direito
para o positivismo formalista, que muitos juristas promoveram diante do crescimento da

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democracia na virada do século XIX para o XX. Tal guinada sem dúvida ajudou a evitar que
fossem introduzidas inovações nas instituições jurídicas, capazes de democratizar o direito.

Na visão de Kelsen, entre direito, política, moral, psicologia e sociologia haveria uma estreita
conexão que estaria impingindo aos Tribunais no decurso dos séculos XIX e XX uma confusão
absurda entre aquelas searas de uma e outra ciência. Kelsen não negava a aproximação e a
interpermeação entre política e direito e deste com a moral ou outras áreas do conhecimento
humano, mas deixava clara a separação não distanciada, a diferença necessária que pretendia
estabelecer.

III.1.3.Evolução histórica

A história do direito refere-se ao estudo das origens, evolução e desenvolvimento das normas
legais, sistemas jurídicos, instituições judiciais e princípios legais ao longo do tempo. Ela analisa
como as leis e o sistema de justiça têm evoluído em diferentes sociedades e culturas, desde as
civilizações antigas até os sistemas jurídicos modernos.

Esse campo de estudo busca compreender como as leis foram criadas, aplicadas e modificadas
em resposta a mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais. Ele examina as influências
históricas, religiosas, filosóficas e políticas que moldaram os sistemas jurídicos ao longo dos
séculos.

A história do direito ajuda a contextualizar os sistemas legais contemporâneos, fornecendo


insights sobre como eles foram influenciados por diferentes tradições jurídicas e como os
princípios fundamentais do direito foram desenvolvidos ao longo do tempo. Isso inclui o estudo
de códigos legais antigos, como o Código de Hamurabi e a Lei das Doze Tábuas, bem como a
evolução das jurisprudências, doutrinas e instituições legais em várias culturas e períodos
históricos. O ser humano é um ser essencialmente histórico.

Nesse contexto, o direito pode representar o modo como se organiza uma sociedade para manter
a ordem social. Assim, a História do Direito é o ramo da história social que se ocupa da análise,
da crítica e da desmistificação dos institutos, normas, pensamentos e saberes jurídicos do
passado.

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É o estudo de como o direito evoluiu e por que mudou. A história jurídica está intimamente
ligada ao desenvolvimento das civilizações e opera no contexto mais amplo da história social.
Certos juristas e historiadores do processo jurídico têm visto a história jurídica como o registo da
evolução das leis e a explicação técnica de como essas leis evoluíram com o objetivo de melhor
compreender as origens de vários conceitos jurídicos; alguns consideram a história jurídica um
ramo da história intelectual.

Historiadores do século XX consideram a história jurídica de uma forma mais contextualizada –


mais em linha com o pensamento dos historiadores sociais. Eles consideraram as instituições
jurídicas como sistemas complexos de regras, atores e símbolos e viram esses elementos
interagirem com a sociedade para mudar, adaptar, resistir ou promover certos aspetos da
sociedade civil.

Esses historiadores jurídicos tendem a analisar histórias de casos a partir dos parâmetros da
investigação das ciências sociais, usando métodos estatísticos, analisando classes distinções entre
litigantes, peticionários e outros atores em vários processos legais. Ao analisar os resultados dos
casos, os custos de transação e o número de casos resolvidos, eles iniciaram uma análise de
instituições jurídicas, práticas, procedimentos e resumos que fornecem uma imagem mais
complexa do direito e da sociedade do que o estudo da jurisprudência, da jurisprudência e dos
códigos civis pode alcançar.

III.2. Valores fundamentais do direito


III.2.1.Noção
O Direito como ordem normativa reguladora da vida social, baseia-se num conjunto de valores,
que promovem a adesão prática da comunidade aos seus imperativos e atribuem validade à sua
vigência. Como valores fundamentais do Direito temos:

Justiça

É um conceito correlativo ao Direito que se baseia na equidade. A definição clássica dada por
Ulpiano, permite-nos ver a ligação entre justiça e direito, em que define justiça como a “vontade
perpétua e constante de dar a cada um o seu direito”, para alguns autores esta noção não é
aceitável pois não se refere à justiça em si mas à vontade justa, um elemento subjetivo.
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Para os gregos a justiça era a igualdade, tratar os iguais como iguais e os diferentes como
diferentes. Aristóteles define justiça como um sinónimo de equidade e permite nos dividi-la em
três modalidades que refletem diferentes relações conforme ela se refere ao que uma sociedade
como um todo deve aos seus membros, ao que é devido pelos elementos da sociedade a eles
mesmos e ao que os membros devêm a ela: Justiça Distributiva, Justiça Comutativa e Justiça
Legal.

Segurança Jurídica

É o outro valor do Direito que embora tendo menor projeção tem igual importância, está
diretamente relacionada com a necessidade prática, a utilidade e a urgência da vida

III.2.2.Fins
O Direito protege e procura realizar valores ou bens fundamentais da vida social, notadamente a
Vida, a Integridade, a Solidariedade, a Liberdade, a Honra, a Dignidade, a Ordem, a Segurança, a
Paz, a Justiça. São esses valores que informam à consciência do indivíduo o que é bom (valioso)
e o que é mau (desvalioso).

III.2.3.Evolução histórica
Os direitos e garantias fundamentais, consolidados e inerentes a todos os cidadãos brasileiros
através da Constituição Federal de 1988, possuem um histórico de evoluções e de bases que
remetem ao século XVIII.A existência dos direitos fundamentais está muito atrelada à criação
dos Direitos Humanos como um todo.

O primeiro grande marco na criação de direitos e garantias fundamentais à existência digna do


ser humano é 1789, mais especificamente na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do
Cidadão, escrita durante da Revolução Francesa.

Os ideais da dignidade humana e das garantias básicas para a existência da humanidade em


sociedade foi um marco importante, pois foi a primeira vez que se foi pensado na criação de
direitos universais, que garantissem as condições mínimas da existência humana em sociedade.

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Dessa forma, a Declaração dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) de
1948 é fortemente baseada na sua irmã de 1789, e teve uma amplitude maior, uma vez que é uma
cartilha de direitos básicos que é defendida por todos os países que a assinaram.

Isso quer dizer que os direitos e garantias fundamentais expressas na Constituição Federal são
fortemente baseados na Declaração dos Direitos Humanos, com o objetivo de conferir dignidade
à vida humana e proteção dos indivíduos frente a atuação do Estado, que é obrigado a garantir e
prezar por tais direitos e garantias.

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IV. CONCLUSÃO

O direito e a política podem estabelecer relações de diferentes formas e através de inúmeros


canais. Em um modelo basilar de divisão dos poderes, baseado em Montesquieu (1982), a
relação entre eles seria pautada por um equilíbrio onde os poderes do executivo (a política)
seriam limitados pelas leis (o direito e a política), emanações da soberania popular, e garantidos
pelo judiciário (o direito), se preciso.

Essa forma estereotípica de postular a organização política e social ocupou a maior parte das
discussões na ciência política e no direito, no que diz respeito a esse tema, e, ainda hoje, seus
desdobramentos (como os checks and balances) mostram o quão influente essa concepção é para
ambas as searas.

De saída, a preocupação é com os abusos que a política pode exercer como mecanismo de
organização e manutenção da sociedade. O Estado de Direito seria uma maneira de garantir que a
política se mantivesse dentro de regras pré- -estabelecidas, impedindo a instalação de uma
insegurança generalizada no âmbito social, que pudesse descambar para o autoritarismo. Entre a
política e a guerra, foi preciso optar pela política. No entanto, ela mesma precisaria de limites.

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V. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARISTÓTELES. Retórica. Madrid: Editorial Gredos, 1999.

JELLINEK, Georg. Teoria General Del Estado. Cidade do México: Fondo de Cultura
Econômica, 2004. p. 200 e seg

KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

MACEDO, Ronaldo Porto. Constituição, soberania e ditadura em Carl Schmitt. Lua Nova,
São Paulo, n. 42, p. 119-144, 1997.

MONTESQUIEU, C. L. S. O espírito das leis. Brasília: UnB, 1982.

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